Nova imortal da ALB, Bethânia diz que "arte é salvação"; veja entrevista exclusiva
Cantora tomou posse como imortal na Academia de Letras da Bahia (ALB) nessa quarta-feira (3/5)
A cantora, compositora e poetisa baiana Maria Bethânia tomou posse como imortal na Academia de Letras da Bahia (ALB). A cerimônia aconteceu no Palacete Goés Calmon, casa da entidade literária, em Salvador, na noite dessa quarta-feira (3/5).
Na ocasião, a artista concedeu entrevista exclusiva ao apresentador Casemiro Neto, do Grupo Aratu, e falou sobre arte, público e novos projetos.
"A arte é salvação, eu acho. É dom. Acho que Deus distingue quando bota os filhos na terra (quem vai ser artista), e a partir daí é devoção", afirmou Bethânia. "Você tem que ser devoto dela; ser para ela. A minha vida é para o que eu faço, o meu trabalho, pra minha arte", acrescentou.
Considerada um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira (MPB), a baiana nascida em Santo Amaro, filha de Dona Canô e irmã de Caetano Veloso, também comentou a presença do público jovem em seus shows, atribuindo uma recente mudança no Brasil, muito em razão da pandemia de Covid-19.
"[...] É difícil pro ser humano se suportar solitário. É complicado. E a partir do início de liberação pós-pandemia, o jovem [...] passou a ouvir muitas canções de cantores que não escutariam se não houvesse um drama como aconteceu no mundo. Passou a ficar em casa mais tempo, aí o pai ouve, a tia ouve, o irmão ouve, conversa... isso vai ajudando a formar uma escolha e isso ajudou a juventude a querer se interessar por esse tipo de canção; não só os grandes hits de sucessos imediatos - duradores, ou não -, mas por uma coisa que é fundamental no Brasil que é a música popular brasileira", comentou.
Para Maria Bethânia, "toda música no Brasil é extraordinária". "Nosso cancioneiro é de chorar de beleza", então isso alertou, deu um clique na cabeça deles, e eles vão pros festivais. É muita gente, é muita garotada e eles sabem cantar tudo!", completou a artista, aos risos.
Casemiro quis saber, então, quais as novas músicas que ela tem ouvido, ao que ela explicou não estar ouvindo muita música, agora, pois o momento é de "recolher repertório", mas pontuou que tem que conversar com os compositores e garantiu novos projetos depois de "Noturno", seu último álbum, lançado em 2021.
Por fim, Bethânia definiu o que era "cantar", para ela. "Hoje, ontem e sempre será o eixo da minha vida, o motivo da minha encarnação, a alegria de estar viva... tudo está relacionado a cantar".
Cerimônia de posse
A artista foi nomeada para o cargo em agosto de 2021, passando a ocupar a cadeira 18, cujo antecessor foi o professor de história Waldir Freitas Oliveira, que morreu em junho de 2021.
Nessa quarta-feira, durante a cerimônia de posse, a baiana disse que aceita a honraria "com misto de humildade e altivez - o qualificativo". "Porque sim, em toda a minha longa vida trabalho, tentei e ainda tento defender do meu púlpito, que é o palco, a literatura, a poesia, escrita e cantada, a palavra em todas as suas dimensões", afirmou, destacando que não tinha como expressar "de modo satisfatório" a emoção e gratidão do dia.
"Gostaria de falar longamente da Bahia, do Recôncavo [baiano], de Santo Amaro da Purificação, do Rio de Janeiro - onde vivo desde 1965 -, de todo o Nordeste do Brasil. Enfim, seria preciso citar um número sem fim de pessoas", continuou.
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