Gil Vicente Tavares critica critérios de editais culturais em entrevista ao Linha de Frente
Gil Vicente destacou ainda que, embora reconheça a necessidade de inclusão de minorias nos processos culturais, os editais não conseguem resolver os problemas históricos de desigualdade
Em entrevista ao programa Linha de Frente, conduzido pelo jornalista Pablo Reis, o diretor, dramaturgo, compositor e professor da Escola de Teatro da UFBA, Gil Vicente Tavares, fez duras críticas aos critérios utilizados em editais culturais no Brasil. Para ele, os processos seletivos frequentemente desconsideram a essência artística e a relevância dos projetos.
“Os critérios, às vezes, são um problema e isso basta qualquer pessoa pesquisar. Se você for olhar os critérios, geralmente, dos editais, eles pressupõem muitas coisas, menos arte. Parece que o que menos interessa é a arte, é o currículo da equipe, é o projeto artístico, em si, é o histórico artístico que aquela pessoa tem, a relevância artística que aquele projeto tem”, afirmou.
Gil Vicente destacou ainda que, embora reconheça a necessidade de inclusão de minorias nos processos culturais, os editais não conseguem resolver os problemas históricos de desigualdade. Ele também apontou a baixa remuneração dos artistas como um entrave para a produção cultural de qualidade.
“É até um tapa-buraco, às vezes, achar que com editais […] nós artistas, se você for pegar o que a gente ganha com o espetáculo, o que a gente produz, através de um edital, o que vai para o nosso bolso, você vai dar risada. Porque, às vezes, para a gente ensaiar três meses, quatro meses o espetáculo, a gente ganha no total o que uma pessoa não ganha de salário no mês.”
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