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03/04/2024 15h18 | Atualizado em 03/04/2024 15h18

Diretora de ‘Ó Paí, Ó 2’ grava documentário no bairro do Nordeste de Amaralina, em Salvador

Documentário vai retratar a importância da cultura musical nas favelas do Brasil e terá um episódio em Salvador

Diretora de 'Ó Paí, Ó 2' grava documentário no bairro do Nordeste de Amaralina, em Salvador Foto:

Divulgação / Favela.doc

Ananda Costa

A diretora do novo filme brasileiro “Ó Paí, Ó 2”, estrelado nos cinemas em 2023, escolheu o bairro do Nordeste de Amaralina, em Salvador, para a gravação de um episódio do documentário “Favela.doc”, que abordará as cenas de funk, trap, samba, grime/drill, tecnobrega, bregafunk, R&B e pagode baiano nas favelas do Brasil.

Em entrevista para o Aratu On, Viviane Ferreira, que nasceu no bairro de Coqueiro Grande, em Salvador, contou que o projeto surgiu através do maior festival de cultura periférica do Brasil, o Favela Sounds, em Brasília. No momento em que conheceu o projeto, Viviane teve a ideia de “traduzir” a iniciativa para um projeto audiovisual, que terá oito episódios no total.

Dos palcos do festival, nasceu a proposta de criar o “Favela.doc”, que passa por seis cidades do Brasil: Brasília, Salvador, Rio de Janeiro, Recife, Belém e São Paulo. O foco, segundo Viviane, será na trajetória dos artistas nas favelas do país.

SALVADOR 

grupo

Divulgação / Favela.doc

Na capital baiana, as gravações foram feitas no mês passado e acompanharam o processo criativo e vivências do grupo TrapFunk&Alívio, formado por Felipe Pomar (conhecido como Banha), Alex Ribeiro (DJ Allex), Felipe Cardeal (Manno Lipe), Luitan Assis (MC Sagat) e Philipe Estevão (B-Boy Sabotage).

Para Viviane, os integrantes do grupo fazem pela música “algo valioso e emocionante” e precisam ser mostrados para o mundo através do documentário. Como o nome sugere, o coletivo une trap e funk e, diz a diretora, “traz um som contagiante que pega a gente do último fio do cabelo até o dedão do pé”.

Ela conta que outras histórias do Nordeste de Amaralina também vão aparecer no documentário, especial, de pessoas ligadas ao “paredão”, festa com grandes aparelhos de som automotivo. Viviane destaca que, por trás do “paredão”, há pessoas e vidas que precisam ser valorizadas dentro e fora das favelas.

“À medida que você tem um ‘paredão’ no Nordeste de Amaralina, você tem um tiozinho que vem trabalhar, uma tiazinha que vem vender a sua cerveja ou sua água, um tio do espetinho, uma tia do cachorro quente… Você tem uma série de atividades econômicas que são mobilizadas e, a partir daí, você tem um coletivo de cinco jovens pretos periféricos que se juntam e produzem uma música potente a ponto de chamar a atenção de toda a comunidade e juntar famílias em um mesmo lugar”, elabora a diretora de “Favela.Doc”.

LANÇAMENTO

Mesmo ainda sem data prevista de lançamento, a expectativa é que o material esteja pronto para circulação no primeiro semestre de 2025. As gravações já foram finalizadas em Salvador e em Brasília.

A esperança da produção é que o documentário alcance diversos públicos que, diz Viviane, “se permitam olhar para esses personagens e locais e enxerguem seus filhos, sobrinhos, tios, avós, mães e parentes, vendo a humanidade dessas pessoas e o quanto de vida e de potência existem nessas comunidades”.

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