SÓ TEM ESSA?: Prefeitura comemora patrocínio, mas foliões e comerciantes reclamam da cerveja exclusiva no Carnaval
SÓ TEM ESSA?: Prefeitura comemora patrocínio, mas foliões e comerciantes reclamam da cerveja exclusiva no Carnaval
Ao contrário do prefeito ACM Neto, que comemora a realização de um Carnaval patrocinado com verba proveniente da iniciativa privada, muitos comerciantes e foliões estão insatisfeitos. O motivo está na proibição da venda de qualquer marca de cerveja diferente da Schincariol nos circuitos e entornos da folia, em Salvador.
A Prefeitura captou R$ 50 milhões, junto a quatro patrocinadores. Deste montante, metade foi paga pela cervejaria. Por conta do investimento, a empresa exigiu exclusividade da venda de seus produtos durante a festa. Nos circuitos, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) faz uma intensa fiscalização e as reclamações vêm de toda parte.
Entre os foliões, na tarde de ontem (06/2), o analista de sistemas José Vieira, 43 anos, disse que está fazendo longas caminhadas para conseguir comprar uma Skol (cerveja de sua preferência). Ele se divertia em um camarote no circuito Barra/Ondina e precisava sair algumas vezes do local e caminhar uns 100 metros para adquirir o produto, vendido de forma camuflada, por um ambulante.
?Eu fico sem beber, mas não tomo Schin?, bradou a administradora de empresas Ivana Farias. Ela estava com as amigas Ludmila Alves e Luciana Farias. Todas discordam da monopolização da cerveja no Carnaval de Salvador. ?A sorte é que estamos em um bloco patrocinado pela Skol?, disse Ludmila.
Irritado, por estar consumindo uma cerveja que não gosta, o advogado Jaime Andrade se mostrou contra a ?falta de um livre comércio?. ?É um absurdo essa imposição tínhamos que ter outra opção?.
Alguns ambulantes, também, estão contrariados com a impossibilidade de comercializar outros produtos. ?Muita gente quer beber outro tipo de cerveja e isso tá prejudicando nosso trabalho?, reclamou o vendedor Roberto Siveira, no Circuito Dodô.
O comerciante Gildásio de Jesus Ribeiro, 51 anos, estava muito revoltado neste sábado (06/2). Ele é proprietário do Boteco do Gil, localizado na Travessa Marques de Leão, na Barra. Apesar de estabelecido em um imóvel que funciona durante o ano todo, ele teve vários produtos apreendidos pela Semop. As bebidas estavam dentro de um isopor na varanda do restaurante. “Eles alegaram que a área onde estava a mercadoria é caracterizada como balcão”. No entanto, Gil defende que o local é extensão do imóvel e regularmente lançado na prefeitura.
Veja o desabafo do comerciante e, em seguida, cenas do momento da apreensão no seu estabelecimento: