Nem toda boa intenção é comunicação
É muito comum, na tentativa de ajudar alguém, sermos mal interpretados. Falar com carinho e, ainda assim, ver o outro se afastar. Nessas horas, a frustração aparece: “mas eu só queria ajudar”. A gente se esforça pra fazer dar certo, mas parece que tudo vira desencontro. Eu costumo dizer: intenção boa não garante resultado bom.
Sua intenção pode até ser genuína, mas se não vier acompanhada de escuta, presença e sensibilidade, ela pode ser recebida como crítica, invasão ou julgamento.
Isso acontece porque comunicar não é apenas dizer o que se sente. Comunicação envolve o outro. Envolve perceber se o que você está dizendo está sendo, de fato, recebido. E mais do que isso: se está sendo compreendido.
Falar é importante. Mas escutar sustenta o diálogo. E escutar, aqui, não é só ouvir palavras — é perceber o que está por trás do tom, do silêncio, do gesto. É estar disponível, de verdade, para o que o outro sente.
Na minha prática, o grande diferencial está em traduzir o que não está sendo dito. É muito comum encontrar incongruência entre o que a pessoa diz que quer e o que ela faz. As narrativas que cada um constrói para sustentar suas decisões (e indecisões) são um universo que me dedico há anos a estudar.
Algumas práticas simples podem ser muito poderosas: ajustar o tom de voz, escolher bem as palavras, fazer pausas, permitir que o outro tenha espaço para existir… tudo isso também é comunicação. E, muitas vezes, fala muito mais alto que o conteúdo da fala em si.
Não me canso de constatar, no dia a dia, o quanto podemos falar mais com menos palavras.
Você não precisa deixar de ser verdadeira para se comunicar melhor. Mas pode considerar que a forma como você entrega a sua verdade pode aproximar ou afastar. Comunicar bem não é apenas sobre clareza. É também sobre cuidado.
Não esqueça do seu objetivo ao iniciar um diálogo por vezes difícil com alguém, mas necessário.
Talvez o maior sinal de maturidade emocional seja quando você entende que o foco não é ter a razão — é preciso saber chegar até o outro.
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E não se esqueça: o que você sente, pensa e quer importam.
Decida se expressar. Até a próxima!
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