Nem toda fala intensa &eacute; comunica&ccedil;&atilde;o. Nem todo desabafo aproxima. E nem todo al&iacute;vio emocional vem da forma certa de se expressar.
Muitas pessoas falam muito &mdash; e ainda assim se sentem sozinhas. Elas relatam que ningu&eacute;m as entende, que os outros sempre reagem mal, que as conversas acabam em frustra&ccedil;&atilde;o. Mas, na maioria das vezes, o problema n&atilde;o est&aacute; no que &eacute; dito, e sim em como isso &eacute; entregue.
Quando tudo o que voc&ecirc; sente &eacute; despejado de forma atropelada, com urg&ecirc;ncia, sem contexto ou filtro, o outro n&atilde;o compreende &mdash; ele se defende. E, quando isso acontece com frequ&ecirc;ncia, suas conversas passam a ser vistas como dram&aacute;ticas, pesadas ou dif&iacute;ceis. Mas a dor &eacute; real. A vontade de ser escutada tamb&eacute;m.
O que falta, muitas vezes, &eacute; consci&ecirc;ncia. Consci&ecirc;ncia de que comunicar n&atilde;o &eacute; s&oacute; se aliviar &mdash; &eacute; tamb&eacute;m organizar o que se sente antes de colocar pra fora. &Eacute; dar forma &agrave; sua verdade antes de entreg&aacute;-la ao outro.
Voc&ecirc; pode desabafar, sim. Mas comunica&ccedil;&atilde;o emocional verdadeira envolve o outro. &Eacute; uma via de m&atilde;o dupla: quem fala e quem escuta compartilham um espa&ccedil;o de presen&ccedil;a, e n&atilde;o de descarga.
Comunicar com maturidade n&atilde;o &eacute; conter o que se sente. &Eacute; expressar com inten&ccedil;&atilde;o, com clareza e com respeito por si e pelo outro. &Eacute; falar com raiz, n&atilde;o com impulsividade. &Eacute; se conectar, n&atilde;o apenas explodir.
Essa forma de se expressar n&atilde;o nasce pronta &mdash; ela &eacute; constru&iacute;da com pr&aacute;tica, com vontade de crescer e com coragem de mudar a forma como nos relacionamos.
Falar com presen&ccedil;a &eacute; uma forma de se amar. E de permitir que o outro tamb&eacute;m te ame com mais clareza.
Se essa reflex&atilde;o fez sentido pra voc&ecirc;, continue me acompanhando nas redes sociais: @decidaseexpressar e @gamatai. Porque tem muita coisa que a gente pode transformar &mdash; s&oacute; mudando o que cresce aqui dentro.
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Colunistas On | Tain&atilde; Gama: "Voc&ecirc; se comunica&hellip; ou s&oacute; despeja o que sente?" Saiba mais: <a href="https://t.co/e9iSPpl8rC">https://t.co/e9iSPpl8rC</a> <a href="https://t.co/Zhah6G4zJq">pic.twitter.com/Zhah6G4zJq</a>
&mdash; Aratu On (@aratuonline) <a href="https://twitter.com/aratuonline/status/1952862987284369892?ref_src=twsrc%5Etfw">August 5, 2025</a></blockquote>
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E n&atilde;o se esque&ccedil;a: o que voc&ecirc; sente, pensa e quer importam.
Decida se expressar. At&eacute; a pr&oacute;xima!
*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do Aratu On

Voc&ecirc; j&aacute; quis dizer algo importante, mas ficou com medo de magoar algu&eacute;m? J&aacute; deixou de se posicionar por n&atilde;o querer parecer dura demais? J&aacute; teve medo de ser mal interpretada quando precisava se posicionar? Compartilhe este v&iacute;deo com algu&eacute;m que precisa aprender que firmeza tamb&eacute;m &eacute; carinho. Muita gente confunde firmeza com grosseria. Mas uma coisa n&atilde;o tem nada a ver com a outra. Firmeza &eacute; presen&ccedil;a. &Eacute; amor com limite. &Eacute; clareza. Clareza tamb&eacute;m &eacute; uma forma de cuidado. Voc&ecirc; pode dizer o que precisa sem levantar a voz. Pode se posicionar com respeito. Pode proteger o que sente sem atacar o outro. A comunica&ccedil;&atilde;o afetiva n&atilde;o significa ser passiva. E a comunica&ccedil;&atilde;o firme n&atilde;o precisa ser violenta. Se voc&ecirc; se cala por medo de ferir, pode acabar ferindo a si mesma. Se voc&ecirc; explode por n&atilde;o saber como falar, pode ferir quem voc&ecirc; ama. Mas, quando voc&ecirc; aprende a falar com verdade e cuidado ao mesmo tempo, voc&ecirc; transforma suas rela&ccedil;&otilde;es. Firmeza &eacute; quando a sua voz vem com raiz. &Eacute; quando voc&ecirc; se escuta antes de exigir ser ouvida. E isso n&atilde;o afasta as pessoas. Pelo contr&aacute;rio: isso cria espa&ccedil;o para rela&ccedil;&otilde;es mais honestas, saud&aacute;veis e reais.
*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do Aratu On

Voc&ecirc; j&aacute; sentiu como se tivesse algo preso na garganta do nada? J&aacute; ficou com dor nas costas depois de um dia que foi emocionalmente pesado? J&aacute; travou o maxilar numa discuss&atilde;o que voc&ecirc; nem respondeu? O corpo sente o que voc&ecirc; n&atilde;o diz; o corpo segura o que voc&ecirc; n&atilde;o libera. E, quando voc&ecirc; n&atilde;o fala&hellip; o corpo grita. Grita em forma de cansa&ccedil;o, tens&atilde;o, ins&ocirc;nia, peso. Muita gente busca tratamento f&iacute;sico para dores que t&ecirc;m raiz emocional. E n&atilde;o percebe que o que precisa &eacute; encontrar um jeito seguro de se expressar. Engolir o que sente pode parecer mais f&aacute;cil &mdash; Mas o que n&atilde;o &eacute; dito fica circulando dentro, procurando um jeito de sair. E, muitas vezes, ele sai pelo corpo. J&aacute; aconteceu com voc&ecirc; de adoecer depois de engolir algo importante? Voc&ecirc; percebeu que seu corpo reage quando voc&ecirc; engole emo&ccedil;&otilde;es? Compartilhe este v&iacute;deo com algu&eacute;m que vive &lsquo;sobrecarregado&rsquo;, mas n&atilde;o sabe por qu&ecirc;.
A boa not&iacute;cia? Voc&ecirc; pode aprender a se ouvir. Pode come&ccedil;ar devagar, dando nome ao que sente. Pode escrever, respirar, buscar ajuda &mdash; mas, principalmente, se permitir sentir e falar. O que n&atilde;o &eacute; expressado se transforma em sintoma. E o que &eacute; acolhido se transforma em al&iacute;vio. Seu corpo n&atilde;o &eacute; seu inimigo. Ele &eacute; sua voz quando sua boca se cala.

&ldquo;Voc&ecirc; j&aacute; saiu de uma conversa sentindo que n&atilde;o foi totalmente voc&ecirc;? J&aacute; se pegou falando o que o outro queria ouvir - e n&atilde;o o que voc&ecirc; realmente pensa, sente ou precisa? Isso acontece mais do que parece.
Por medo de conflito, de rejei&ccedil;&atilde;o ou at&eacute; de parecer dif&iacute;cil, a gente vai moldando o que diz&hellip; At&eacute; que, aos poucos, a gente come&ccedil;a a desaparecer nas pr&oacute;prias palavras.
Agradar todo mundo tem um custo. E esse custo, quase sempre, &eacute; alto demais: sua verdade.
Falar o que esperam que voc&ecirc; diga pode garantir aceita&ccedil;&atilde;o moment&acirc;nea&hellip; Mas viver calando quem voc&ecirc; &eacute; cria um vazio silencioso - e perigoso.
Voc&ecirc; pode at&eacute; ser gentil, cuidadosa, emp&aacute;tica. Mas isso n&atilde;o precisa (nem deve) significar se apagar. A comunica&ccedil;&atilde;o verdadeira n&atilde;o exclui o outro. Ela inclui voc&ecirc;. E se, pra manter uma rela&ccedil;&atilde;o, voc&ecirc; precisa constantemente se esconder&hellip; Talvez n&atilde;o seja voc&ecirc; que esteja sendo acolhida ali.
Se voc&ecirc; j&aacute; sentiu que falou s&oacute; pra manter a paz, comenta aqui (🙏) ou envia esse v&iacute;deo pra aquela amiga que vive tentando agradar todo mundo e esquecendo de si.
Voc&ecirc; j&aacute; percebeu que, &agrave;s vezes, as pessoas gostam da vers&atilde;o de voc&ecirc; que mais se anula? Isso n&atilde;o &eacute; aceita&ccedil;&atilde;o, &eacute; perda de identidade. Falar com coragem &eacute; um ato de amor-pr&oacute;prio. N&atilde;o &eacute; sobre brigar &mdash; &eacute; sobre se permitir existir. Aos poucos, voc&ecirc; pode aprender que d&aacute;, sim, pra ser firme e afetiva. D&aacute; pra dizer o que sente sem se perder de si. Porque agradar o outro &agrave;s custas de si mesma&hellip; n&atilde;o &eacute; cuidado. &Eacute; abandono.
*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do Aratu On

Quando o sil&ecirc;ncio machuca mais do que falar Ru&iacute;dos que nascem da aus&ecirc;ncia de palavras
&Agrave;s vezes, a gente escolhe o sil&ecirc;ncio achando que est&aacute; evitando um conflito. Mas o que parece prote&ccedil;&atilde;o, aos poucos, vira dist&acirc;ncia.
Ficar calada pode parecer mais seguro do que correr o risco de ser mal interpretada. Pode parecer mais f&aacute;cil do que lidar com o desconforto de uma conversa dif&iacute;cil.
Mas com o tempo&hellip; O que voc&ecirc; guarda, pesa. O que voc&ecirc; n&atilde;o diz, se acumula. E o outro sente.
O sil&ecirc;ncio n&atilde;o resolve tudo. Em muitos casos, ele vira ru&iacute;do.
Porque o outro come&ccedil;a a preencher os vazios com interpreta&ccedil;&otilde;es. E quase sempre, elas n&atilde;o s&atilde;o boas.
O sil&ecirc;ncio que era pra proteger a rela&ccedil;&atilde;o&hellip; come&ccedil;a a corroer a conex&atilde;o.
E o pior: quanto mais tempo passa, mais dif&iacute;cil fica retomar. Mais dif&iacute;cil dizer, mais dif&iacute;cil ser ouvida.
Claro que nem tudo precisa ser dito a qualquer custo. Mas se voc&ecirc; sente que engole palavras importantes s&oacute; pra manter a paz&hellip; Talvez j&aacute; n&atilde;o exista paz a&iacute;. Comenta aqui: qual foi a frase que voc&ecirc; nunca disse, mas precisava?
Falar &eacute; arriscado. Mas o sil&ecirc;ncio tamb&eacute;m &eacute;. E &agrave;s vezes, &eacute; ele que machuca mais."
Se voc&ecirc; j&aacute; ficou em sil&ecirc;ncio pra evitar conflito&hellip; e depois se arrependeu, esse v&iacute;deo &eacute; pra voc&ecirc;. Compartilha com algu&eacute;m que voc&ecirc; sabe que sente a mesma coisa, mas n&atilde;o consegue falar sobre.
*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do Aratu On

Em um mundo repleto de incertezas e dilemas existenciais, somos constantemente bombardeados por comportamentos e tend&ecirc;ncias que, muitas vezes, nos afastam do que realmente importa. A recente popularidade dos <a href="https://aratuon.com.br/variedades/bebe-reborn-de-brinquedo-a-ferramenta-emocional-para-mulheres-adultas" target="_blank" rel="noopener">beb&ecirc;s Reborn</a> &mdash; bonecos hiper-realistas que imitam rec&eacute;m-nascidos &mdash; levanta uma reflex&atilde;o profunda sobre a necessidade humana de se conectar e acolher. No entanto, &eacute; imprescind&iacute;vel questionar: estamos realmente atentos &agrave;s necessidades das crian&ccedil;as que vivem e esperam por um lar?
Enquanto algumas pessoas se entregam &agrave; fantasia de serem pais ou m&atilde;es de um beb&ecirc; de silicone, milhares de crian&ccedil;as reais permanecem em abrigos, ansiando por amor, carinho e uma oportunidade de ter uma vida digna. Muitas delas enfrentam a solid&atilde;o e a car&ecirc;ncia em um mundo que, paradoxalmente, parece cada vez mais conectado, mas que, na verdade, se distancia da realidade das rela&ccedil;&otilde;es humanas. Esses pequenos seres, que precisam de um lar, de um abra&ccedil;o, de algu&eacute;m que se importe de verdade, s&atilde;o frequentemente deixados &agrave; margem. &Eacute; fundamental lembrar que brincar de ser m&atilde;e ou pai, ou construir uma casinha de sonhos, n&atilde;o resolve um dos nossos principais problemas sociais.
Essa reflex&atilde;o nos leva a pensar sobre o que realmente significa ser pai ou m&atilde;e. &Eacute; muito mais do que um ato simb&oacute;lico ou uma experi&ecirc;ncia de consumo. &Eacute; um compromisso profundo, que exige amor incondicional, responsabilidade e, acima de tudo, uma disposi&ccedil;&atilde;o genu&iacute;na para acolher e educar. Ao nos deixarmos seduzir por modismos, corremos o risco de nos desumanizar, de nos robotizarmos em nossas a&ccedil;&otilde;es e pensamentos. Precisamos de calma para refletir sobre nossas escolhas e suas implica&ccedil;&otilde;es.
Al&eacute;m disso, a intera&ccedil;&atilde;o com joguinhos e entretenimentos digitais que, embora possam oferecer uma forma de escapismo, muitas vezes trazem consequ&ecirc;ncias prejudiciais para a sa&uacute;de mental e emocional dos usu&aacute;rios. A linha entre a realidade e a fic&ccedil;&atilde;o se torna t&ecirc;nue, e isso pode ter um impacto significativo em nossa capacidade de nos relacionar com o mundo ao nosso redor. Em vez de buscarmos formas de fugir, que tal voltarmos nossos olhos para a realidade que nos cerca?
&Eacute; hora de refletir sobre o que realmente importa. Ao inv&eacute;s de nos perdermos em ilus&otilde;es, que possamos canalizar nossa energia em a&ccedil;&otilde;es concretas, como promover a ado&ccedil;&atilde;o, apoiar abrigos e trabalhar para que cada crian&ccedil;a tenha a chance de ser acolhida. N&atilde;o devemos permitir que o barulho do mundo nos fa&ccedil;a esquecer a import&acirc;ncia das rela&ccedil;&otilde;es humanas aut&ecirc;nticas.
Portanto, pe&ccedil;o calma e reflex&atilde;o. Que n&atilde;o nos deixemos levar pela superficialidade das modas e tend&ecirc;ncias, mas que, em vez disso, possamos nos conectar com a ess&ecirc;ncia do que significa ser humano. As crian&ccedil;as reais precisam de n&oacute;s, de nossa aten&ccedil;&atilde;o e amor. Vamos transformar a energia e o carinho dedicados aos beb&ecirc;s Reborn em a&ccedil;&otilde;es concretas para ajudar crian&ccedil;as que realmente precisam de um lar. Adotem! Conversem! Dialoguem! Cada gesto conta e pode mudar a vida de uma crian&ccedil;a. Juntos, podemos fazer a diferen&ccedil;a!
*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do Aratu On

A escuta ativa &eacute; uma postura diante da vida. Muitas rela&ccedil;&otilde;es entram em crise n&atilde;o porque falta amor, mas porque falta espa&ccedil;o para o outro existir &mdash; e isso come&ccedil;a na forma como escutamos.
Quando ouvimos com pressa, com julgamento ou s&oacute; esperando a nossa vez de falar, interrompemos mais do que o di&aacute;logo. Interrompemos a confian&ccedil;a.
Escutar com presen&ccedil;a exige coragem: para ficar em sil&ecirc;ncio, para n&atilde;o reagir imediatamente, para lidar com o que a fala do outro desperta em voc&ecirc;.
E exige responsabilidade emocional: saber que, ao escutar, voc&ecirc; n&atilde;o precisa ter uma solu&ccedil;&atilde;o. &Agrave;s vezes, o que o outro mais precisa &eacute; exatamente isso &mdash; ser escutado, n&atilde;o solucionado.
A escuta ativa &eacute; tamb&eacute;m uma forma de devolver humanidade &agrave;s nossas rela&ccedil;&otilde;es. &Eacute; o tipo de habilidade que melhora a vida afetiva, o ambiente de trabalho, a rela&ccedil;&atilde;o com filhos, amigos e com a gente mesma. Se quiser melhorar sua comunica&ccedil;&atilde;o, comece pela escuta. &Eacute; ela quem d&aacute; base para toda troca verdadeira.
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E n&atilde;o se esque&ccedil;a: o que voc&ecirc; sente, pensa e quer importa.
Decida se expressar. At&eacute; a pr&oacute;xima!
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Papa Francisco faleceu. O an&uacute;ncio veio como um comunicado formal, breve e universal. O mundo soube instantaneamente &mdash; embora talvez n&atilde;o intimamente. E isso, de muitas maneiras, captura a tens&atilde;o que sua vida, e agora sua morte, tornam vis&iacute;vel: a tens&atilde;o entre a imediatidade da informa&ccedil;&atilde;o e a escassez da presen&ccedil;a.
Ele foi uma pot&ecirc;ncia de comunica&ccedil;&atilde;o e carisma &mdash; profundamente humano. Falava com humor, calor e uma percep&ccedil;&atilde;o incomum. E quando abordava as transforma&ccedil;&otilde;es do nosso tempo, n&atilde;o era a partir do medo ou da ignor&acirc;ncia. Era a partir de uma clareza moral.
Ele n&atilde;o foi o papa mais doutrinal, nem o mais transformador em termos estruturais. Mas foi uma das &uacute;ltimas figuras globais a insistir &mdash; com credibilidade e calor &mdash; em algo que o s&eacute;culo XXI est&aacute; esquecendo aos poucos: que ser humano n&atilde;o &eacute; ser livre de atritos ou otimizado, mas ser vulner&aacute;vel &mdash; tomar tempo, ser interrompido, existir em rela&ccedil;&atilde;o, atrav&eacute;s da presen&ccedil;a, da aten&ccedil;&atilde;o e do corpo.
Ele entendeu que o que est&aacute; em jogo hoje n&atilde;o &eacute; apenas estabilidade econ&ocirc;mica, lideran&ccedil;a tecnol&oacute;gica ou equil&iacute;brio geopol&iacute;tico. &Eacute; algo mais sutil, mais &iacute;ntimo: a forma e o peso da vida humana quando esta &eacute; vivida, cada vez mais, por meio de sistemas que n&atilde;o respiram, n&atilde;o tocam, n&atilde;o choram.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/7e6b6951-8701-4b4e-8fcc-f72e52256c55.png?width=1920&amp;height=1080" alt="">
Francisco n&atilde;o era um te&oacute;rico da tecnologia. Nunca falou a linguagem dos c&oacute;digos ou das redes. E, no entanto, entre os l&iacute;deres mundiais, foi um dos mais incisivos em nomear o que a tecnologia corre o risco de nos tirar &mdash; nossa aten&ccedil;&atilde;o uns aos outros.
+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/cidade/arcebispo-de-salvador-e-um-dos-oitos-brasileiros-que-estarao-no-conclave" target="_blank" rel="noopener">Arcebispo de Salvador &eacute; um dos sete brasileiros que estar&atilde;o no conclave</a>
Em Laudato Si&rsquo; e em seus apelos por uma &ldquo;cultura do encontro&rdquo;, ele retornava &agrave; mesma ideia fundamental: o ser humano n&atilde;o &eacute; um n&oacute; em uma rede ou um ponto de dados em uma simula&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o fomos feitos para a fluidez absoluta. Somos moldados pelos limites &mdash; e isso n&atilde;o &eacute; uma falha a ser corrigida. &Eacute; o solo da nossa dignidade.
Quando a intelig&ecirc;ncia artificial come&ccedil;ou a dominar o discurso p&uacute;blico, Francisco recusou tanto o p&acirc;nico quanto o fasc&iacute;nio. Em vez disso, ele perguntou se algum sistema, por mais poderoso que fosse, poderia realmente compreender o luto de uma crian&ccedil;a, a d&uacute;vida de uma m&atilde;e, ou o medo silencioso de algu&eacute;m diante da morte. A pergunta n&atilde;o era ret&oacute;rica. Era ontol&oacute;gica.
<blockquote>
"A intelig&ecirc;ncia artificial deve sempre permanecer uma ferramenta, n&atilde;o um substituto para a dignidade humana. Nenhum algoritmo pode captar plenamente a profundidade do sofrimento humano, ou o mist&eacute;rio da liberdade humana."
"Corremos o risco de construir sistemas de intelig&ecirc;ncia que n&atilde;o sabem o que significa chorar."
</blockquote>
Isso teve um impacto incomum &mdash; especialmente porque veio de um homem que chorou pelo mundo, repetidamente.
Ele via claramente que a virtualiza&ccedil;&atilde;o da vida n&atilde;o era apenas uma mudan&ccedil;a t&eacute;cnica. Era &mdash; e &eacute; &mdash; uma mudan&ccedil;a filos&oacute;fica. Estamos migrando para arquiteturas que n&atilde;o exigem corpos, paci&ecirc;ncia ou contradi&ccedil;&otilde;es. A vida est&aacute; cada vez mais otimizada para a dist&acirc;ncia. N&atilde;o dist&acirc;ncia geogr&aacute;fica, mas dist&acirc;ncia ontol&oacute;gica &mdash; entre presen&ccedil;a e pessoa.
Francisco n&atilde;o se op&ocirc;s &agrave; tecnologia. Mas resistiu &agrave; sua tend&ecirc;ncia &agrave; media&ccedil;&atilde;o total. Sua pergunta &mdash; O que estamos desaprendendo? &mdash; permanece sem resposta, e talvez sem solu&ccedil;&atilde;o. Ainda assim, aponta para um di&aacute;logo necess&aacute;rio: se quisermos recuperar a presen&ccedil;a, n&atilde;o ser&aacute; atrav&eacute;s da recusa dos avan&ccedil;os tecnol&oacute;gicos, mas atrav&eacute;s do design (ou redesenho).
J&aacute; h&aacute; sinais de que esse di&aacute;logo est&aacute; se tornando produtivo. No design de IA centrado no ser humano, h&aacute; uma crescente insist&ecirc;ncia na interpretabilidade, no atrito e no contexto &mdash; e n&atilde;o apenas na velocidade ou na efici&ecirc;ncia. H&aacute; interesse em modelos que incorporem a incerteza em vez de apag&aacute;-la &mdash; reconhecendo a ambiguidade em vez de correr para a conclus&atilde;o. Ambos s&atilde;o esfor&ccedil;os para restaurar o espa&ccedil;o da complexidade &mdash; algo de que os relacionamentos humanos dependem. Na arquitetura de plataformas digitais, desenvolvedores est&atilde;o come&ccedil;ando a perguntar como podemos construir para a aten&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o para o v&iacute;cio. Alguns est&atilde;o projetando para a aus&ecirc;ncia &mdash; reintroduzindo a n&atilde;o-linearidade e limites deliberados em interfaces que antes buscavam apenas o fluxo sem atritos.
+ <a href="https://aratuon.com.br/geral/meu-povo-e-pobre-e-eu-sou-um-deles-conheca-a-historia-do-papa-francisco" target="_blank" rel="noopener">'Meu povo &eacute; pobre e eu sou um deles': conhe&ccedil;a a hist&oacute;ria do Papa Francisco</a>
N&atilde;o buscamos um retorno. Nem pureza. Mas talvez existam caminhos futuros em que nossas ferramentas n&atilde;o escondam nossos rostos &mdash; e sim, tornem poss&iacute;vel realmente ver uns aos outros novamente.
Francisco nunca ofereceu uma teoria da tecnologia.
Como observou o The Economist em seu obitu&aacute;rio, o que ele encarnou &mdash; deliberadamente ou n&atilde;o &mdash; foi algo pr&oacute;ximo a uma interface viva. N&atilde;o no sentido computacional, mas no humano: uma superf&iacute;cie de contato entre uma institui&ccedil;&atilde;o milenar e um mundo fragmentado e acelerado. Ele n&atilde;o tentou modernizar a Igreja por meio da abstra&ccedil;&atilde;o. Ele a humanizou &mdash; aparecendo nos lugares de onde ela havia se retirado, falando em registros que ela havia esquecido.
Sua presen&ccedil;a importava n&atilde;o porque viajava r&aacute;pido, mas porque permanecia pr&oacute;xima. Em uma &eacute;poca em que a influ&ecirc;ncia &eacute; frequentemente medida pela exposi&ccedil;&atilde;o, Francisco insistiu no encontro. Ele n&atilde;o expandiu o alcance da Igreja &mdash; ele restaurou seu peso, pessoa por pessoa, lugar por lugar.
Sua morte marca a perda de uma figura que ainda conseguia tornar o moral aud&iacute;vel em meio ao ru&iacute;do da sociedade moderna. Essa vida agora terminou, e o que permanece &eacute; a mem&oacute;ria da presen&ccedil;a. Cheia, fr&aacute;gil, irrepet&iacute;vel, ainda... com a capacidade de se colocar diante de outro e dizer, sem media&ccedil;&otilde;es, eu estou aqui.
Voc&ecirc; far&aacute; falta.
(Tamb&eacute;m, silenciosamente, para meu pai)
- Tradu&ccedil;&atilde;o de artigo de Alexandre Darz&eacute; originalmente publicado na <a href="https://substack.com/inbox/post/161830610?utm_source=share&amp;utm_medium=android&amp;r=aakpj&amp;triedRedirect=true" target="_blank" rel="noopener">plataforma Substack</a>
*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do Aratu On

&Eacute; muito comum, na tentativa de ajudar algu&eacute;m, sermos mal interpretados. Falar com carinho e, ainda assim, ver o outro se afastar. Nessas horas, a frustra&ccedil;&atilde;o aparece: &ldquo;mas eu s&oacute; queria ajudar&rdquo;. A gente se esfor&ccedil;a pra fazer dar certo, mas parece que tudo vira desencontro. Eu costumo dizer: inten&ccedil;&atilde;o boa n&atilde;o garante resultado bom.
Sua inten&ccedil;&atilde;o pode at&eacute; ser genu&iacute;na, mas se n&atilde;o vier acompanhada de escuta, presen&ccedil;a e sensibilidade, ela pode ser recebida como cr&iacute;tica, invas&atilde;o ou julgamento.
Isso acontece porque comunicar n&atilde;o &eacute; apenas dizer o que se sente. Comunica&ccedil;&atilde;o envolve o outro. Envolve perceber se o que voc&ecirc; est&aacute; dizendo est&aacute; sendo, de fato, recebido. E mais do que isso: se est&aacute; sendo compreendido.
Falar &eacute; importante. Mas escutar sustenta o di&aacute;logo. E escutar, aqui, n&atilde;o &eacute; s&oacute; ouvir palavras &mdash; &eacute; perceber o que est&aacute; por tr&aacute;s do tom, do sil&ecirc;ncio, do gesto. &Eacute; estar dispon&iacute;vel, de verdade, para o que o outro sente.
Na minha pr&aacute;tica, o grande diferencial est&aacute; em traduzir o que n&atilde;o est&aacute; sendo dito. &Eacute; muito comum encontrar incongru&ecirc;ncia entre o que a pessoa diz que quer e o que ela faz. As narrativas que cada um constr&oacute;i para sustentar suas decis&otilde;es (e indecis&otilde;es) s&atilde;o um universo que me dedico h&aacute; anos a estudar.
Algumas pr&aacute;ticas simples podem ser muito poderosas: ajustar o tom de voz, escolher bem as palavras, fazer pausas, permitir que o outro tenha espa&ccedil;o para existir&hellip; tudo isso tamb&eacute;m &eacute; comunica&ccedil;&atilde;o. E, muitas vezes, fala muito mais alto que o conte&uacute;do da fala em si.
N&atilde;o me canso de constatar, no dia a dia, o quanto podemos falar mais com menos palavras.
Voc&ecirc; n&atilde;o precisa deixar de ser verdadeira para se comunicar melhor. Mas pode considerar que a forma como voc&ecirc; entrega a sua verdade pode aproximar ou afastar. Comunicar bem n&atilde;o &eacute; apenas sobre clareza. &Eacute; tamb&eacute;m sobre cuidado.
N&atilde;o esque&ccedil;a do seu objetivo ao iniciar um di&aacute;logo por vezes dif&iacute;cil com algu&eacute;m, mas necess&aacute;rio.
Talvez o maior sinal de maturidade emocional seja quando voc&ecirc; entende que o foco n&atilde;o &eacute; ter a raz&atilde;o &mdash; &eacute; preciso saber chegar at&eacute; o outro.
Se essa reflex&atilde;o fez sentido pra voc&ecirc;, continue me acompanhando nas redes sociais: @decidaseexpressar e @gamatai. Porque tem muita coisa que a gente pode transformar &mdash; s&oacute; mudando o que cresce aqui dentro.
E n&atilde;o se esque&ccedil;a: o que voc&ecirc; sente, pensa e quer importam.&nbsp;
Decida se expressar. At&eacute; a pr&oacute;xima!

A ideia de querer saber tudo soa quase ris&iacute;vel hoje em dia &mdash; fora de lugar e absurda. E, no entanto, esse &eacute; justamente o t&iacute;tulo de um artigo recente da The Economist sobre Tyler Cowen, o economista e escritor cuja curiosidade inquieta lhe rendeu uma legi&atilde;o de seguidores no Vale do Sil&iacute;cio.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/256e9c59-2aa5-4707-9db1-cafabfd0f803.png?width=2075&amp;height=1080" alt="Tyler Cowen (em casa?)">
Desde ent&atilde;o, n&atilde;o consegui parar de pensar nisso. N&atilde;o porque Cowen em si seja particularmente importante, mas porque essa frase soa cada vez mais estranha &mdash; quase c&ocirc;mica &mdash; em uma cultura como a nossa. Uma cultura em que o valor da curiosidade profunda e sustentada foi culturalmente deixado de lado em favor de demonstra&ccedil;&otilde;es superficiais de conhecimento. O suficiente para postar. O suficiente para argumentar. O suficiente para sinalizar.
Constru&iacute;mos um mundo otimizado para a velocidade, n&atilde;o para a profundidade &mdash; onde a aten&ccedil;&atilde;o &eacute; fragmentada, a mem&oacute;ria &eacute; terceirizada e a curiosidade foi reduzida ao ato de rolar a tela. O que estamos presenciando &eacute; uma mudan&ccedil;a na forma como nos engajamos intelectualmente: da reflex&atilde;o genu&iacute;na ("O que voc&ecirc; pensa?") para a opini&atilde;o perform&aacute;tica ("Qual &eacute; o seu 'take'?"). E a diferen&ccedil;a n&atilde;o &eacute; sutil.
"Takes" s&atilde;o r&aacute;pidos; pensamentos se desdobram devagar. &nbsp; "Takes" reagem; pensamentos voltam e reconsideram. &nbsp; "Takes" performam; pensamentos se envolvem.
No cerne desse contraste est&aacute; a diferen&ccedil;a entre a exibi&ccedil;&atilde;o superficial e o envolvimento profundo. Um "take" &eacute; calibrado para ser visto &mdash; ele quer causar impacto. Um pensamento, por outro lado, &eacute; mais silencioso e lento. Ele n&atilde;o busca plateia. Pensar de verdade &eacute; ser transformado pelo processo, &eacute; carregar o peso daquilo que se considera. N&atilde;o se trata de ser visto pensando, mas de permanecer com a pergunta muito depois que o momento passou.
E, no meio de tudo isso &mdash; &agrave; medida que a disciplina intelectual se enfraquece, e a fome por aprender de verdade &eacute; substitu&iacute;da pela conveni&ecirc;ncia de <a href="https://aratuon.com.br/variedades/imagens-estilo-ghibli-aprenda-a-fazer-no-chat-gpt-e-entenda-a-polemica" target="_blank" rel="noopener">comandos no ChatGPT</a> &mdash; estamos abrindo <a href="https://aratuon.com.br/geral/deep-seek-x-chat-gpt-plataformas-de-ia-conversam-entre-si-e-debatem-qual-e-a-melhor" target="_blank" rel="noopener">espa&ccedil;o para a intelig&ecirc;ncia artificial (IA)</a> em todos os cantos da vida. M&aacute;quinas que conseguem replicar o pensamento, mas n&atilde;o se importam com o pensar. M&aacute;quinas que conseguem recuperar qualquer fato, mas n&atilde;o sentem o prazer de descobrir um.
N&atilde;o me entenda mal &mdash; sou um grande defensor da IA. Uso bastante. Invisto nisso. Acredito que ela resolver&aacute; problemas que nenhum humano conseguiria enfrentar sozinho. Mas, quanto mais terceirizamos nossa intelig&ecirc;ncia, mais essencial se torna proteger aquilo que as m&aacute;quinas n&atilde;o conseguem replicar (pelo menos por enquanto) &mdash; nosso pr&oacute;prio desejo de compreender; nossa curiosidade. O risco n&atilde;o &eacute; que as m&aacute;quinas fiquem inteligentes demais &mdash; &eacute; que a gente pare de cultivar mentes que querem ser desafiadas, n&atilde;o apenas otimizadas.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/35a4c41a-bf10-4a14-aa13-76e69378ab1c.png?width=2075&amp;height=1384" alt="Imagem ilustrativa do ChatGPT | Cr&eacute;dito: Pexels">
H&aacute; uma distin&ccedil;&atilde;o crucial que precisamos fazer quando falamos de intelig&ecirc;ncia &mdash; uma que se torna cada vez mais importante &agrave; medida que os sistemas artificiais se tornam mais capazes. De um lado, h&aacute; a intelig&ecirc;ncia computacional: a habilidade de processar informa&ccedil;&otilde;es, detectar padr&otilde;es, otimizar resultados. Essa &eacute; a intelig&ecirc;ncia das m&aacute;quinas &mdash; eficaz, escal&aacute;vel e indiferente. Ela n&atilde;o precisa de curiosidade; s&oacute; precisa de dados de entrada. Por outro lado, a intelig&ecirc;ncia humana n&atilde;o &eacute; apenas uma capacidade t&eacute;cnica, mas um modo de consci&ecirc;ncia. &Eacute; moldada pela ambiguidade, guiada pela inten&ccedil;&atilde;o e constantemente reorganizada pela experi&ecirc;ncia. O que lhe d&aacute; profundidade n&atilde;o &eacute; apenas a capacidade de resolver problemas, mas o impulso de perguntar por que eles importam. Nesse sentido humano, intelig&ecirc;ncia e curiosidade n&atilde;o s&atilde;o a mesma coisa &mdash; mas est&atilde;o profundamente entrela&ccedil;adas.
Esse entrela&ccedil;amento importa porque a curiosidade &eacute; o que d&aacute; dire&ccedil;&atilde;o, autonomia e sentido ao pensamento. &Eacute; a curiosidade que escolhe o que aprender, quando insistir, como se importar. Ela resiste ao fechamento. Ela reabre perguntas. Ela torna a intelig&ecirc;ncia recursiva, e n&atilde;o apenas reativa. Mais importante ainda: a curiosidade &eacute; autogerada &mdash; n&atilde;o &eacute; uma rea&ccedil;&atilde;o a um comando, mas um comando em si mesma, um movimento interior em dire&ccedil;&atilde;o a algo que ainda n&atilde;o se conhece. Quando perdemos isso, a intelig&ecirc;ncia humana n&atilde;o desaparece &mdash; mas come&ccedil;a a entrar em modo de espera. Ela se achata. Perde o encantamento. At&eacute; <a href="https://aratuon.com.br/politica/deputado-questiona-contratacao-milionaria-do-hospital-albert-einstein" target="_blank" rel="noopener">Albert Einstein</a> &mdash; um homem n&atilde;o exatamente conhecido por falta de intelig&ecirc;ncia &mdash; foi direto ao ponto: &ldquo;N&atilde;o tenho talentos especiais. Sou apenas apaixonadamente curioso.&rdquo;
Nesse cen&aacute;rio, a ideia do &ldquo;homem que quer saber tudo&rdquo; j&aacute; n&atilde;o soa antiquada. Come&ccedil;a a parecer um ato silencioso de resist&ecirc;ncia &mdash; uma recusa a cair na passividade intelectual. N&atilde;o porque saber tudo seja poss&iacute;vel, mas porque querer saber &mdash; obsessivamente, irracionalmente, infinitamente &mdash; parece simplesmente certo.
Curiosidade, ent&atilde;o, n&atilde;o &eacute; uma peculiaridade pessoal ou um hobby intelectual. &Eacute; uma postura cultural, uma forma de se relacionar com o mundo &mdash; aberta, inacabada, em processo. Ela nos impede de nos tornarmos espectadores da nossa pr&oacute;pria intelig&ecirc;ncia &mdash; ou da intelig&ecirc;ncia de outra pessoa (!). Por isso acho que todos n&oacute;s dever&iacute;amos desconfiar um pouco de n&oacute;s mesmos &mdash; quando paramos de fazer perguntas, quando come&ccedil;amos a postar mais do que lemos, quando achamos que j&aacute; sabemos.
Vivemos numa &eacute;poca em que a intelig&ecirc;ncia pode ser simulada. Mas o interesse, n&atilde;o. Essa parte ainda &eacute; nossa. Se a quisermos.
Tradu&ccedil;&atilde;o de artigo de Alexandre Darz&eacute; originalmente publicado na <a href="https://substack.com/inbox/post/160222408?utm_source=share&amp;utm_medium=android&amp;r=aakpj&amp;triedRedirect=true" target="_blank" rel="noopener">plataforma Substack</a>
*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do Aratu On

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