Ansiedade na fala
Quando a ansiedade chega, nossa fala costuma vir no mesmo ritmo do coração: acelerada. É nesse momento que surgem os arrependimentos — dizer o que não queria, engolir o que precisava ou transformar uma conversa em disputa. O corpo entra em estado de alerta: respiração curta, músculos tensos, mente em modo “e se…”. Nessa condição, o cérebro prioriza reagir, não elaborar. A boa notícia é que pequenas intervenções físicas devolvem clareza suficiente para você escolher palavras e limites.
Experimente estas 4 práticas simples e perceba resultados imediatos. Um dos objetivos é criar uma nova memória corporal, além de tornar seus pedidos mais objetivos.
1) Traga seu corpo para o presente
Respire em 4-2-6 (inspire 4, segure 2, solte 6) duas ou três vezes. Ao alongar a expiração, você sinaliza segurança para o sistema nervoso. É o seu botão de “desacelerar sem perder a mensagem”.
2) Pare, perceba o que está sentindo e nomeie
Exemplo: “Estou ansiosa(o) e com medo de ser mal interpretada(o)”. Nomear, neste caso, não dramatiza; organiza. Se já estiver conversando, sinalize para a outra pessoa: “Quero falar disso com calma. Posso conversar sobre isso em outro momento?”.
3) Planeje a intenção em 10 palavras
O que você quer de verdade com essa conversa? Pedir um prazo? Ajustar um limite? Pedir desculpas sem se encolher? Quando a intenção fica clara, a fala fica simples.
4) Proponha com clareza (Fato + Efeito + Pedido)
Exemplos:
- “Quando as mensagens chegam fora do horário de trabalho (fato), eu posso não estar disponível de imediato para resolver (efeito). Podemos alinhar um prazo de resposta? (pedido)”
- “Quando você me corta para falar sobre algo (fato), eu perco meu raciocínio (efeito). Pode aguardar para perguntar/falar no final? (pedido)”
- “Recebi sua demanda (fato) e preciso checar agenda (efeito). Te respondo até 16h, pode ser? (pedido)”
Não é sobre falar “bonito”, é sobre falar verdadeiro sem se violentar. Você pode colocar limites sem cortar vínculos. Pode pedir sem se desculpar por existir. E pode pausar sem abandonar um assunto. Calma não é silêncio: é potência bem dirigida.
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