PMs torturaram mulher na frente do filho horas antes de execução com facadas e tiros no Subúrbio, denuncia ex-marido
O assassinato ocorreu por volta das 4h. O imóvel ficou completamente revirado e com muitas marcas de sangue.
De prenome Gleidson e sem medo de mostrar o rosto, o ex-marido de Ana Cláudia Lopes Nascimento, de 45 anos, reforça a denúncia: ela foi executada por policiais militares dentro da própria casa no bairro de Ilha Amarela, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. O caso, ocorrido na madrugada, gerou protestos nesta sexta-feira (7/4).
"Ela foi torturada dentro de casa, primeiro. Eles [policiais] vieram mais cedo aqui na casa dela, por volta das 14h [se quarta-feira]. Quando a sobrinha dela chegou, eles bateram na sobrinha dela e mandaram ela 'se sair'. O filho de Ana, de 11 anos, estava em casa. Pegaram uma faca e disseram que voltariam para matar ela. Eles disseram e voltaram", sustentou.
O assassinato ocorreu por volta das 4h. O imóvel ficou completamente revirado e com muitas marcas de sangue. Segundo Gleidson, a vítima foi esfaqueada e, depois, recebeu tiros em várias partes do corpo.
De acordo com moradores que fizeram a manifestação, os supostos militares queriam que Ana Paula fosse X-9 - apelido dado às pessoas que denunciam crimes -. "Ele não tem envolvimento com nada. Não usava drogas, nada. A vida dela era sair de casa comigo. Nós só saíamos juntos. Ela não tinha informação nenhuma", contou Gleidson.
Por meio de nota, a PM disse que, na madrugada desta quinta, uma guarnição da 14ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Lobato) foi acionada para atender a ocorrência de uma execução no interior de um imóvel. "Ao chegarem, os PMs constataram o fato, sendo que a vítima não resistiu aos ferimentos", detalhou.
A corporação não se defendeu sobre a denúncia de execução. Salientou ainda que o Departamento de Polícia Técnica foi acionado e o caso será apurado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A reportagem do Aratu On apurou, com fontes da Secretaria da Segurança Pública, que Ana Cláudia não tinha passagens pela Polícia Civil. O corpo dela foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Salvador.
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