'Pessoas de Candomblé têm que morrer': vítima de intolerância no metrô de Salvador detalha ataque
A vítima contou ainda que estava usando um fio de contas quando homem começou a te direcionar palavras de ódio
Um caso de intolerância religiosa foi registrado em um dos trens do metrô de Salvador nesta segunda-feira (15/1). Vídeos gravados por passageiros mostram o momento em que um homem criticou e ofendeu uma mulher que estava usando um colar de contas, adereço usado por seguidores de religiões de matriz africana. De acordo com a vítima, que conversou com uma equipe da TV Aratu, o suspeito de praticar o crime já estava a observando antes de entrar no vagão, mas, somente no meio do percurso, as ofensas começaram.
"Acho que ele já tinha me fitado desde a estação. Quando ele entrou no metrô, ele estava conversando com uma pessoa, mas, percebi que ele começou a falar muito alto. Quando chegou na metade da estação, ele começou a falar 'tá repreendido' e 'tá amarrado'. Além disso, começou a falar também que não suporta pessoas de Candomblé, que pessoas de Candomblé têm que morrer, que para ele não deveria existir pessoas de Candomblé, que só usam a religião para fazer mal, e assim foi seguindo".
Quando a vítima, que preferiu não se identificar, percebeu que as indiretas do homem seriam para ela, ela tirou o colar de contas que estava por dentro da blusa e expôs. Na sequência, ela disse, em volta alta, que intolerância religiosa era crime:
O homem, que também não teve o nome divulgado, continuou a ofender a mulher e disse que "'liberalismo' de expressão não é intolerância religiosa". Depois disso, levantou da cadeira e disse que "não suportava pessoas de candomblé, pois funcionava normalmente só para fazer mal".
Em nota, a CCR Metrô Bahia informou que "repudia qualquer prática de atos de intolerância e desrespeito". "A concessionária reforça que a equipe de Agentes de Atendimento e Segurança está disponível para prestar todo o atendimento e auxílio aos clientes e orienta que todo caso de intolerância ou agressão seja registrado para tomada das devidas providências. A CCR Metrô Bahia está à disposição das autoridades para contribuir com as investigações”, conclui a nota.
A vítima procurou a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi) e formalizou denúncia. Na tarde desta terça-feira (16/1), a Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (Coercid) fez o registro da intolerância religiosa.
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