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Mãe e diretora de creche de criança que estaria sendo agredida em Salvador ficam "frente a frente" e trocam acusações; assista

A família registrou um boletim de ocorrência contra a escola na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca)

Por Da Redação

Mãe e diretora de creche de criança que estaria sendo agredida em Salvador ficam "frente a frente" e trocam acusações; assista  Créditos da foto: TV Aratu/reprodução


Maele, mãe de um menino de 1 ano e dois meses, está denunciando a creche Grande Lar, que fica no bairro da Boca do Rio, em Salvador, por agressão à criança. De acordo com a mãe, o bebê tem voltado para casa com marcas roxas no corpo. A creche, por sua vez, afirma o contrário: que a criança já chega na escola com agressões que, provavelmente, aconteceram em casa.


À reportagem do Cidade Aratu, Maele declarou que o menino tem aparecido com marcas de mordidas e agressões desde o dia 5 de setembro. Ao entrar em contato com a escola, a diretoria informou que as agressões não acontecem lá, e sim na casa da criança.


"Eu percebi uma escoriação no olho do meu filho quando eu recebi ele na creche. Na porta da creche, eu perguntei sobre a escoriação. Quando eu cheguei em casa, dei banho, vi uma mordida nas costas dele. Imediatamente, mandei uma mensagem para a dona da creche, Tânia [Arouca], e perguntei o que aconteceu. Ela mandou vários áudios justificando que não foi lá, que ela não tinha visto, que ela viu a escoriação no rosto dele, e que era uma besteira, que, certamente, foi em casa".


A partir daí, Maele perdeu a confiança na instituição de ensino e tentou tirar o filho do local. "Eu jamais iria machucar o meu filho, ou saber que ele se machucou em casa, mandar ele para a creche e acusar a creche, não tenho essa necessidade". Porém, depois de uma conversa com a proprietária do espaço, a mãe decidiu manter o filho na escola.


Poucos dias depois, duas horas após o menino entrar na creche, a instituição ligou para a família e avisou que a criança já chegou no local machucada. "A primeira coisa que ela falou foi: 'Maele, como o seu esposo tem coragem de trazer o menino todo machucado, todo ferido?'. Eu perguntei o que aconteceu, e ela disse: 'Eu acho que a primeira pessoa que pegou da primeira vez, pegou ele de novo'. E ela mandou uma foto dele com o rosto bastante machucado, roxo".


Após receber a foto, Maele contou que desmaiou. Ao chegar na escola, ela encontrou o filho com outra camisa, descalço e com a boca manchada de sangue. "Suspendi a camisa, tinha pedaço arrancado, os braços todos mordidos. Como é que uma mãe que espanca o filho, como elas estão alegando, leva o filho para a escola, para expor?".


O pai do menino, identificado como Andrade, relembrou que deixou a criança no espaço em "perfeito estado", e garantiu que um conhecido que estava na região chegou a brincar com o menino e viu que a criança estava bem antes de entrar na creche. "Estão tentando transferir a culpa, quando, na verdade, eles que devem assumir a responsabilidade pela criança".


Após o ocorrido, a própria família da criança entrou em contato com o Conselho Tutelar. Antes das agressões, Maele relatou que sofreu abusos por parte de Tânia Arouca, que disse que ela deveria parar de amamentar o bebê e acusou a mãe de "dar muito dengo" à criança. Além disso, ela contou que o filho voltou para casa doente várias vezes, e outra criança da escola chegou a ser internada com pneumonia.


A família registrou um Boletim de Ocorrência contra a escola na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca).


O QUE DIZ A CRECHE


A advogada Lorena Rodrigues, que defende o estabelecimento, disse que está aguardando o laudo pericial antes de fazer um pronunciamento. Porém, ela informou que a diretora e proprietária da creche sustenta a versão de que a criança já chegou ferida na instituição. "A criança estava sem ter feito a higiene, com muitas fezes, a fraldinha cheia, com um odor muito forte. E ele [o pai do bebê] disse que não tinha conseguido dar a mamadeira e pediu para a funcionária, porque ele estava muito atrasado".



De acordo com a advogada, após receber a criança, que estava chorando, a cuidadora deu banho e a alimentou. Nesse momento, ela viu as agressões no corpo do menino e informou à diretora. A escola ainda acusa a família de ter invadido a creche após Maele ter sido chamada para buscar o filho, e afirma que a mulher ameaçou a dona da escola de morte.


À reportagem, a advogada afirmou que o menino já chegou a aparecer na unidade de ensino com uma queimadura em formato de coração, e a mãe teria contado que foi um acidente doméstico com um ferro de passar roupa. "E ele vinha sempre sujo, sem o fardamento adequado, no horário indevido. Então, já havia chamado a atenção da dona da creche para tomar as medidas cabíveis em relação a esses maus tratos contra a criança".


Tânia Arouca, que também conversou com o Cidade Aratu, acredita que a queimadura com ferro foi feita de forma proposital, já que o formato era tão bem feito. "Quando começou a soltar o cascão, formou o coração. A gente fez o registro, é de prache da creche fazer isso. Na semana do acontecido, o menino se recusou a ir embora com o pai. Só que, como eu estava muito focada nela, eu não suspeitei do pai".


Tânia ainda afirmou que acredita que os pais da criança são cúmplices na situação. "Ela está tentando me extorquir. Ela veio, fez o pagamento da creche, e a primeira coisa que ela fez depois foi pedir a mensalidade de volta, ou ela procuraria vocês [a imprensa]. E eu dei liberdade a ela para fazer, porque não tenho motivos. Nos finais de semana, mandou áudios ameaçadores em festas, com risos. E, ontem, apareceu chorando".


A Dercca está investigando o caso.


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