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Janelas que não abrem, adesivos e muito calor: ônibus já usados em Brasília por anos irritam até rodoviários de Salvador

Pelas ruas não é difícil encontrar os coletivos com origem brasiliense. A reportagem do Aratu On apurou que a maioria foi fabricada em 2013 e, ainda novos, acabou encaminhada para a capital federal. 

Por Jean Mendes

Janelas que não abrem, adesivos e muito calor: ônibus já usados em Brasília por anos irritam até rodoviários de Salvador Aratu On

Usuários do transporte público de Salvador já perceberam que alguns ônibus com placas de Brasília têm circulado pela cidade. É que 150 deles foram alugados pelas empresas para suprir a demanda deixada pela Salvador Norte, que faliu. A nova frota, que foi plotada com os adesivos da OT Trans e Plataforma colocados sobre nomes de empresas brasilienses, não foi bem aceita pelos passageiros e rodoviários.


Com medo de demissão, um motorista preferiu anonimato, mas disse ao Aratu On que o maior problema é a ventilação. De acordo com ele, a parte inferior da janela não abre. "Os vidros são todos pequenos. A parte do cobrador, por exemplo, não abre de jeito nenhum. É um sufoco o que todos estão passando. Esses carros são horríveis, velhos. Quer dizer que não servem para Brasília e mandam para cá?", questiona. 


"Salvador é uma cidade quente dessa e os carros só abrem a parte de cima. Outro dia, um colega cobrador pasou mal de calor. Não ventila, nada, nada. Como é que alguém aguenta um carro desse cheio?", acrescentou o trabalhador. A reportagem do Aratu On obteve vídeos, gravados com o ônibus vazio, que confirmam a denúncia, como você pode assistir abaixo. 




 


Pelas ruas não é difícil encontrar os coletivos com origem brasiliense. A reportagem do Aratu On apurou que a maioria foi fabricada em 2013 e, ainda novos, acabou encaminhada para a capital federal. 



A reportagem solicitou informações à Secretaria da Mobilidade Urbana de Salvador (Semob) acerca dos detalhes do contrato de locação. Por nota, o órgão disse que “os ônibus atendem todas as especificações previstas no contrato com a Prefeitura para que possam operar na cidade”. 


Ainda de acordo com a secretaria, os veículos foram adquiridos pelas empresas para atender especialmente as linhas operadas pela antiga CSN, que foram redistribuídas entre as outras duas operadoras, OT Trans e Plataforma. A pasta ressaltou, ainda, que todos os veículos foram devidamente vistoriados por equipes de fiscalização antes de entrar em operação.


PREFEITURA ADMITE PROBLEMA 


Durante entrega de 70 novos ônibus com ar-condicionado, no início de outubro, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), admitiu que o serviço enfrenta problemas de qualidade. Quarenta unidades estão operadas pela empresa OTTrans e as outras 30 pela Plataforma. 


“Salvador nunca tinha colocado um real no transporte público. Ou seja: a tarifa remunerava o sistema. Hoje, a tarifa não remunera mais o sistema. Hoje, o usuário para uma tarifa elevada de R$ 4,40 por um serviço que não é de boa qualidade, e é preciso dizer isso. Porém, esses R$ 4,40 não fecha a equação para que o sistema fique de pé”, disse. 


Na oportunidade, Reis ainda criticou o governo Bolsonaro, e cobrou aporte de R$ 89 milhões para “cobrir o desequilíbrio da pandemia”.


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