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23/10/2024 10h48 | Atualizado em 23/10/2024 10h48

Morre aos 79 anos o poeta Antonio Cicero, membro da ABL e letrista da MPB

Sua morte aconteceu na Suíça, ao lado de seu parceiro Marcelo Fies

Morre aos 79 anos o poeta Antonio Cicero, membro da ABL e letrista da MPB Foto: Divulgação
Da Redação

O escritor carioca Antonio Cicero, um dos mais célebres poetas e letristas da literatura brasileira, morreu nesta quarta-feira (23/10), aos 79 anos. A informação foi publicada pela Folha de São Paulo, após confirmação da Academia Brasileira de Letras, da qual era membro desde 2017.

Nos últimos anos, acrescentou a publicação, ele recebeu diagnóstico de Alzheimer e passou por uma série de internações. Sua morte aconteceu na Suíça, ao lado de seu parceiro Marcelo Fies.

O jornal acrescentou, ainda, que após cursar filosofia dentro e fora do Brasil —sofreu com o exílio na época da ditadura militar—, Cicero se tornou um dos poetas mais renomados do Brasil e colaborou com letras de algumas das principais canções de sua irmã mais nova, Marina Lima, como “Fullgás”, “Charme do Mundo” e “Pra Começar”.

Entre outras colaborações famosas na música, foi responsável por “À Francesa”, com Claudio Zoli, e “O Último Romântico”, com Lulu Santos e Sérgio Souza, cimentando-se como uma das canetas que mais embalaram as pistas de dança nos anos 1980. Seu poema “Maresia” também estourou na boca de Adriana Calcanhotto mais tarde.

Sua poesia, ressaltou a Folha, ficou marcada pela mescla de influências clássicas, coletadas de seus estudos na Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, e parcerias com autores modernos como Waly Salomão, de quem era próximo a ponto de fazer publicações conjuntas.

Seus textos primavam por um equilíbrio entre o lírico e o filosófico —Cicero também foi professor universitário de filosofia e lógica durante boa parte da carreira.

O poeta fez um procedimento de suicídio assistido na Suíça, onde a prática é legalizada. O cineasta Jean-Luc Godard, por exemplo, morreu desta forma no mesmo país.

“Como sou ateu desde a adolescência, tenho consciência de que quem decide se minha vida vale a pena ou não sou eu mesmo”, escreveu, em carta deixada a seus amigos. “Espero ter vivido com dignidade e espero morrer com dignidade.”

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