Pessoas LGBT+ pedem mais espaços da diversidade no Carnaval
Locais como o Beco das Cores, no Circuito Dodô, reúnem foliões que se sentem livres de julgamentos
Por Thaís Seixas.
O assistente de RH Douglas Rodrigues, de 23 anos, foi sozinho curtir o Beco das Cores que, durante o Carnaval, funciona no já conhecido Beco da Off, no Circuito Dodô (Barra-Ondina). Lá, ele se sente à vontade para ser ele mesmo e, quem sabe, conhecer pessoas e fazer novas amizades.
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Douglas curtiu sozinho a programação do Beco das Cores. Foto: Bruna Castelo Branco | Aratu On
O espaço é um dos poucos do Carnaval que exaltam a diversidade, com música eletrônica que embala os foliões durante todos os dias de Carnaval. Para Douglas, locais como estes ainda são poucos na festa, mas ele percebe uma evolução em relação ao respeito à diversidade.
"Com certeza eu vejo uma mudança positiva nos últimos anos. O Carnaval de Salvador é hoje 90% LGBT. Claro que ainda existem os preconceitos. Eu presencio muitos gays que saem fantasiados e ainda são alvos de homens heterossexuais que usam palavras pejorativas ou, até mesmo, apelidos", diz ele.
O casal formado por Luciano Santos, de 26 anos, e Igor Barreto, de 36, concorda com esta perspectiva. "Hoje em dia, o Carnaval está mais liberal do que antes. A pessoas olham para a gente e respeita, curte de boa e relaxa. Claro que não são todos, mas não há mais tantos julgamentos; alguns aceitam, alguns olham torto, mas não estou nem aí", reflete Luciano.

Luciano e Igor se sentem mais à vontade no Beco das Cores. Foto: Bruna Castelo Branco | Aratu On
Apesar de terem a liberdade de curtir o Carnaval em qualquer espaço da folia, as pessoas LGBTQIAPN+, na opinião de Luciano, ainda se sentem mais à vontade para extravasarem e demonstrarem sua verdadeira essência neste espaços votlados para a diversidade, que ainda precisam ser melhor distribuídos nos circuitos da festa.
"Poderia ter mais pontos. Quando vou para um lugar desses, me sinto mais à vontade. Sou mais eu mesmo. Porque todo mundo é 'família' e não precisamos nos preocupar com julgamentos", enfatiza ele.
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