'Ozempet'? Empresa testa 'caneta emagrecedora' para gatos

Medicamento já apelidado de 'Ozempet' pode ajudar gatos na questão do emagrecimento

Por Juana Castro.

A popularização de medicamentos emagrecedores como Ozempic e Mounjaro pode ganhar um novo capítulo nos próximos anos, agora voltado para o universo dos pets. A farmacêutica norte-americana Okava Pharmaceuticals, sediada em São Francisco, iniciou os testes clínicos do MEOW-1, um remédio para emagrecimento desenvolvido especialmente para gatos, que nas redes já vem ganhando o apelido de "ozempet".

Remédio para emagrecimento pode ajudar gatos obesos | Foto: Cats Coming/Pexels

O MEOW-1 é descrito pela empresa como o primeiro ensaio clínico de perda de peso baseado em agonistas de GLP-1 para cães e gatos - a mesma classe de medicamentos utilizada nas chamadas canetas emagrecedoras. A tecnologia atua na regulação do apetite e do metabolismo, contribuindo para a redução de peso e melhorias na saúde cardiometabólica.

Segundo comunicado divulgado pela Okava Pharmaceuticals, o medicamento está sendo testado em 50 gatos ao longo de um período de seis meses. O objetivo é desenvolver uma solução capaz de ajudar animais de estimação a viverem mais e melhor.

'Ozempet' e benefícios além da perda de peso

Além de atuar na redução da obesidade, o MEOW-1 pode ter resultados positivos no tratamento de diabetes e doenças renais em pets - condições comuns entre animais com excesso de peso.

“Ao melhorar a saúde cardiometabólica por meio da administração contínua de um agonista do receptor de GLP-1, o MEOW-1 tem o potencial de melhorar a qualidade de vida, promover o envelhecimento saudável e se tornar a terapia de prolongamento da vida mais impactante disponível para gatos”, afirma o comunicado da empresa.

O medicamento será aplicado por meio de um implante subcutâneo, que libera continuamente o composto ao longo do tempo. A abordagem dispensa aplicações frequentes e pode facilitar a adesão ao tratamento.

MEOW-1 é descrito pela empresa como o primeiro ensaio clínico de perda de peso baseado em agonistas de GLP-1 para cães e gatos | Foto: EVG Kowalievska/Pexels

Em tempo: OMS inclui "canetas emagrecedoras' em diretriz para tratar obesidade

A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou sua primeira diretriz sobre o uso de terapias com "canetas emagrecedoras" para o tratamento da obesidade enquanto doença crônica. O comunicado à imprensa foi feito na última segunda-feira (1).

O documento estabelece recomendações e condições para o uso de terapias com peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1), eficazes no combate ao sobrepeso e diabetes. Medicações a base deste princípio ativo se tornaram populares em todo o mundo após o lançamento do Ozempic.

Em setembro deste ano, a organização já havia adicionado as terapias com GLP-1 à Lista de Medicamentos Essenciais para o tratamento de diabetes tipo 2 em grupos de alto risco. A lista, criada em 1977, a lista orienta políticas de ampliação do acesso aos medicamentos, em especial em países subdesenvolvidos.

'Canetas emagrecedoras' não devem ser utilizadas como única forma de tratamento

Com as novas orientações, a OMS reconhece e recomenda as terapias com GLP-1 como parte integrante do tratamento de pessoas com obesidade. Contudo, ressalta que o medicamento, por si só, não soluciona o problema, devendo ser administrado junto à adoção de dietas saudáveis, atividades físicas regulares e acompanhamentos por profissionais de saúde.

“Embora a medicação sozinha não resolva essa crise global de saúde, as terapias com GLP-1 podem ajudar milhões de pessoas a superar a obesidade e reduzir os danos associados a ela", explica DrTedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da OMS.

A obesidade é uma doença crônica complexa e um dos principais fatores de risco para doenças não transmissíveis, como as cardiovasculares, diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer. De acordo com a OMS, ela é associada à morte de 3,7 milhões de pessoas no mundo todo em 2024, com projeção de que este número duplique até 2030.

A OMS prevê que até 2030 o custo econômico global da obesidade atinja os US$ 3 trilhões por ano. Assim, a diretriz de tratamento pode ser útil na redução de despesas com saúde associados à doença.

As diretrizes também apontam para a necessidade de ampliar a prontidão dos sistemas de saúde para atender às necessidades globais e a acessibilidade dos medicamentos, por meio de estratégias como aquisição conjunta e preços escalonados.

De acordo com a OMS, as terapias com GLP-1 podem ser utilizadas por adultos, com exceção de gestantes, para o tratamento da obesidade. Contudo, a organização faz ressalvas sobre a existência limitada de dados sobre sua eficácia e segurança a longo prazo, manutenção e descontinuação, custos atuais, preparo inadequado do sistema de saúde e potenciais implicações em termos de equidade.

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