Curiosidades

Dia do Folclore: veja as principais lendas brasileiras, com uma baiana entre elas

O folclore é tudo aquilo que se entende como manifestação da cultura popular, sendo parte da identidade de determinado povo.

Por Lucas Pereira

Dia do Folclore: veja as principais lendas brasileiras, com uma baiana entre elas  reprodução/Estudo Kids

Para aqueles que não se recordam dos tempos de criança, o dia 22 de agosto tem um significado muito especial para a cultura brasileira - o Dia do Folclore -. A data, que imediatamente remete às figuras sobrenaturais, foi incluída na constituição durante o Regime Militar e, desde então, é recordada a cada ano, sobretudo nas escolas de ensino infantil e fundamental. 


Mas engana-se quem pensa que folclore é reduzido apenas aos personagens lendários, como Curupira e Lobisomem. O folclore é tudo aquilo que se entende como manifestação da cultura popular, sendo parte da identidade de determinado povo. É normalmente manifestado em mitos, crenças, cânticos e festas.


A importância do folclore é reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas (ONU). A partir do decreto n° 56.747, do então presidente Humberto Castello Branco, em agosto de 1965, a data foi instituída no dia 22 por causa da publicação de William John Thoms, um dos principais teóricos dos estudos em culturas populares


TRADIÇÕES E LENDAS


Diversas manifestações Brasil afora são consideradas folclóricas, a exemplo da capoeira, do frevo e até mesmo os festejos juninos. Porém, é comum que se pense primeiro nas lendas: Lobisomem, Saci-Pererê, Curupira, Caipora, Mula Sem Cabeça, entre outros.


Apesar de o Brasil ser um país de proporções continentais, em diversos lugares os mitos e lendas acabam por se repetir. Aqui na Bahia, principalmente no interior, não é difícil encontrar alguém que alega já ter visto ou que saiba de alguém com alguma experiência com essas criaturas sobrenaturais. Além disso, as origens dos relatos e mitos variam de lugar para lugar.


SACI-PERERÊ


sacii

Imagem: Brasil Escola


Uma das mais conhecidas lendas do folclore brasileiro, o Saci é um garoto preto conhecido por viver pulando em um pé só, usando um gorro vermelho. A lenda tem origem no Sul do país e teve inferências das tradições indígenas e africanas, mas o Pererê ganhou notoriedade Brasil afora graças às histórias de Monteiro Lobato.


Bastante travesso, o Saci adora pregar peças nas pessoas, tendo hábito de trocar sal e açúcar dos recipientes, queimando comidas e derrubando coisas. Sua principal forma de se movimentar é “montado” em um redemoinho. A lenda diz ainda que, após morrer, o Saci se tornaria um cogumelo venenoso.


CURUPIRA


curu

Imagem: Toda Matéria


Cabelos vermelhos como fogo, pés virados para trás e protetor das matas e florestas brasileiras, o Curupira traz em sua essência a cultura indígena. Inimigo número um dos caçadores e de quem explora erroneamente a natureza, ele busca desorientar e os assustar para que não façam mal à floresta. 


Sendo uma das mais antigas lendas do país, também é conhecido como Caipora em algumas regiões do Nordeste. Em alguns locais, a criatura seria careca, teria o corpo peludo e até dentes grandes e verdes. Temido, os indígenas costumavam deixar presentes para o Curupira, como forma de acalmá-lo.


LOBISOMEM


lobisomem

Imagem: Toda Matéria


Uma das lendas mais conhecidas do mundo, o Lobisomem é uma criatura que, durante os dias é homem, mas que se transforma em fera nas noites de Lua cheia. Há algumas variações de sua origem e até características, de região para região do país, e uma das mais conhecidas é a de que após uma mãe ter sete filhas, caso o oitavo herdeiro seja homem, ele pode se transformar em lobisomem.


Em algumas áreas do Nordeste, o Lobisomem é alguém que acaba sendo “amaldiçoado” por conta de uma vida de crimes e maldades. No Sul do país, versões da lenda dizem que o monstro ia atrás de crianças não batizadas para se alimentar. Há ainda derivações na região Norte, que dizem que a criatura é um homem anêmico, que se alimenta do sangue dos outros para compensar sua falta de nutrientes. Na maioria delas, o jeito de matar o monstro é o mesmo: uma bala de prata no coração.


MULA SEM CABEÇA


mula

Imagem: Estudo Kids


A lenda da Mula sem Cabeça traz em sua essência a maldição de uma mulher, fadada a se transformar no monstro que tem fogo no lugar da cabeça. De origem européia, passou pela inclusão de elementos da cultura brasileira ao longo dos anos. Por manter relações sexuais com um padre, a amaldiçoada acaba se transformando em mula, na virada de quinta para sexta-feira. 


Transformada e com a cabeça flamejante, a lenda diz que a mula dá relinchos altíssimos e costuma percorrer grandes distâncias, agredindo e passando por cima de quem entrar em seu caminho. A maldição termina após o canto do galo, no dia seguinte, ou após ser ferida com com um material pontiagudo.


QUIBUNGO


quibungo

Imagem: Portal dos Mitos


Criada na Bahia e com forte influência no interior do estado, o Quibungo teve sua história das tradições africanas. Sendo uma espécie de Bicho-papão, o principal alvo da fera são as crianças, sobretudo as mais desobedientes.


Com variadas composições ao longo das lendas, o Quibungo é uma fera semelhante a um lobo, mas com a boca nas costas. Meio animal e meio homem, herdou traços do mito do velho do saco, sobretudo a forma de devorar as vítimas, tendo a boca no lugar onde se coloca o saco. A forma como a fera é derrotada não tem nada de especial, podendo ser ferida por qualquer arma branca ou de fogo.


De qualquer modo, com mitos, lendas, explicações sobrenaturais para a realidade e também tradições, ritos, costumes e tantas outras formas de transmissão oral de conhecimento, o folclore brasileiro traz referências dos três grandes povos que formam o brasileiro: indígenas, africanos e europeus. Uma cultura que é rica, mas principalmente viva, e que a cada geração propagada ganha novas vozes e contornos.


*Sob supervisão da jornalista Juana Castro


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