Ele voltou! Em campanha pela prevenção do câncer de mama, baiana volta a fazer acarajé rosa em Salvador
Nesta quinta-feira (5/10), o acarajé rosa voltará ao tabuleiro da baiana, em Itapuã. E, dessa vez, virá com mais uma novidade: o acarajé gigante
Ele está de volta! Depois de chamar a atenção no Brasil inteiro por comercializar bolinhos de estudante e acarajés cor-de-rosa em alusão ao filme "Barbie", que estreou em julho deste ano, a baiana Adriana Ferreira dos Santos, do Acarajé da Drica, voltou a colorir a iguaria em homenagem ao Outubro Rosa, campanha internacional de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.
Nesta quinta-feira (5/10), o acarajé rosa voltará ao tabuleiro da baiana, em Itapuã. E, dessa vez, virá com mais uma novidade: o acarajé gigante. "Tem o acarajé gigante, que lançamos em 2018, e estamos retornando hoje a fazê-lo. E, se o cliente preferir, pretendo fazer em rosa também", conta ela.
Quem tiver interesse em experimentar, como explica Adriana, já deve ir consciente: apesar da cor ser diferente, o gosto, a textura e a crocância do acarajé rosa é a mesma da receita original. "Desde a época do filme da Barbie, eu havia falado que voltaríamos com a ideia para o Outubro Rosa, na pauta da prevenção do câncer de mama. Não altera o sabor, não altera a crocância, não altera nada, só a cor".
Mas, se você prefere se manter na tradição, não precisa deixar de frequentar o Acarajé da Drica. Lá, o prato tradicional continuará a ser servido. "É só para os clientes que querem, a gente já tem o cliente do acarajé rosa, e eles pedem muito. Tem cliente que só quer o acarajé rosa. Até para não perder esse cliente, estamos fazendo".
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TRADIÇÃO
Em julho, quando o bolinho colorido foi lançado pela primeira vez, a Associação Nacional das Baianas de Acarajé (ABAM) repudiou a receita de Adriana por, segundo a entidade, desrespeitar uma tradição secular. À época, a presidente do grupo, Rita Santos, disse que a iniciativa de Adriana desvalorizava a cultura negra:
“É um patrimônio, não só o ofício, mas também o nosso acarajé. Para mim, o acarajé cor de rosa também não é acarajé, é simplesmente um bolinho de feijão. E ela não pode ser chamada de baiana. Temos dois termos: a baiana de acarajé, de fato e de direito, que são aquelas que preservam a nossa cultura, que valorizam os nossos antepassados, e aquelas meramente vendedoras, que vão vender por dinheiro. Essa é uma que está vendendo pelo dinheiro. Ela não valoriza o nosso legado, ela não valoriza o nosso patrimônio”.
Porém, ao Aratu On, Adriana garante que não se importa com as críticas das colegas de profissão. "Em momento nenhum eu estou tirando a religiosidade. A cultura continua a mesma: é um acarajé feito com bolinho de feijão, vai feijão-fradinho, vai a cebola, o camarão, o caruru, vatapá. Não estou destoando disso", afirma ela.
Para a baiana, para que o acarajé da Bahia não perca a sua essência, o mais importante é garantir a qualidade dos ingredientes e do produto final — ponto que, segundo ela, deveria chamar mais a atenção da ABAM do que o acarajé rosa que ela produz:
"Acredito até que elas tenham bastante coisa em vista, de mais importância, para cuidar. Muitos turistas chegando em Salvador, encontrando acarajés de péssima qualidade. São coisas elas podem se preocupar mais, ao invés de se preocupar comigo, que estou fazendo um acarajé rosa, com uma anilina totalmente aprovada".
Mês que vem, acontece o Novembro Azul - mas, desta vez, não vai ter acarajé colorido para acompanhar. E não foi por falta de vontade: Adriana até chegou a testar a receita com anilina azul, mas a cor não ficou bonita.
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