A not&iacute;cia caiu como uma bomba para os torcedores do Bahia. Nesta &uacute;ltima segunda-feira (21/12), surgiu a informa&ccedil;&atilde;o de que a&nbsp;XP Investimentos, empresa que foi a intermedi&aacute;ria da negocia&ccedil;&atilde;o que resultou na venda do Cruzeiro ao ex-atacante Ronaldo, est&aacute; trabalhando, tamb&eacute;m, em um projeto de clube-empresa dentro do Bahia.

Pelo menos foi o que garantiu o diretor de investimentos da companhia, Pedro Mesquita.&nbsp;

Em entrevista ao jornalista Jorge Nicola, o diretor de investimentos revelou que, al&eacute;m de Cruzeiro e Botafogo, clubes cujas negocia&ccedil;&otilde;es j&aacute; haviam sido noticiadas, a empresa vem dialogando com o Esquadr&atilde;o. Nesse papel de intermedi&aacute;ria, a empresa d&aacute; suporte &agrave; estrutura&ccedil;&atilde;o do modelo de venda e atua diretamente na busca de investidores.

&ldquo;Efetivamente, a gente est&aacute; trabalhando hoje com Cruzeiro, Botafogo e Bahia. O Bahia est&aacute; na conta a&iacute;. &Eacute; um grande clube do Nordeste Brasileiro, com uma torcida muito bacana&rdquo;, afirmou Pedro. Ele tamb&eacute;m afirmou que procurou outros clubes, mas que n&atilde;o h&aacute; nenhum trabalho da empresa envolvendo outras equipes.

Na entrevista, Pedro tamb&eacute;m afirmou que, prevendo um sucesso da f&oacute;rmula, a tend&ecirc;ncia &eacute; que outros clubes tamb&eacute;m decidam entrar nesse novo modelo de gest&atilde;o.

SURPRESA

J&aacute; o presidente Guilherme Bellintani afirma ter ficado ciente do discurso do diretor da XP, durante a&nbsp;reuni&atilde;o do Conselho Deliberativo - realizado na segunda-feira&nbsp;(20/12) &agrave; noite -.&nbsp;O mandat&aacute;rio tricolor prontamente&nbsp;criticou a fala de Pedro Mesquitra, por&eacute;m, afirmou aos conselheiros que houve duas reuni&otilde;es para tratar do tema.

&ldquo;Me surpreendeu essa fala. Surpreendeu bastante. E infelizmente a gente &eacute; surpreendido mesmo com empresas do n&iacute;vel da XP, com esse tipo de fala. N&atilde;o temos nada assinado com a XP, apenas um convite para duas reuni&otilde;es que participamos, nada conclusivo, nada assinado, nada contactado, absolutamente nada&quot;, contou.&nbsp;

&quot;Estamos fazendo apenas o nosso papel como presidente, como clube, de ouvir e n&oacute;s tivemos uma participa&ccedil;&atilde;o muito importante na aprova&ccedil;&atilde;o da lei das SAF&rsquo;s (Sociedade An&ocirc;nima do Futebol). Participamos, eu como representante dos clubes, participei ativamente no Congresso Nacional, interferi, opinei e sugeri. Ent&atilde;o, a gente conhece bastante o que vem por a&iacute; no futebol brasileiro com rela&ccedil;&atilde;o a investidores&rdquo;, complementou o presidente.&nbsp;

Bellintani emendou ainda,&nbsp;deixando as portas abertas para acompanhar as novidades envolvendo a lei das SAF&rsquo;s.

&ldquo;Estamos absolutamente antenados e refletindo sobre isso, apesar do que a gente acha que n&atilde;o &eacute; o momento de colocar esse tema em discuss&atilde;o, porque a gente acha que tem que amadurecer, tem que cuidar disso com o m&aacute;ximo de cautela poss&iacute;vel. Mas, tamb&eacute;m compreendendo as circunst&acirc;ncias que v&atilde;o acontecer no futebol brasileiro imediatamente. Esse movimento do Cruzeiro, do Am&eacute;rica Mineiro, do Athletico Paranaense, do Bragantino que j&aacute; se consolidou, dos diversos clubes pequenos e m&eacute;dios do futebol brasileiro passando a integrar a organiza&ccedil;&atilde;o de uma S/A (Sociedade An&ocirc;nima) e n&oacute;s n&atilde;o podemos ficar de fora dessa discuss&atilde;o. Mas, n&atilde;o temos nada maduro o suficiente para compartilhar&rdquo;, disse o presidente do Bahia.

SAF

Aprovada em 2021 pelo governo federal, a lei das&nbsp;SAF&rsquo;s, conhecida como Sociedade An&ocirc;nima do Futebol, possibilita que os times brasileiros possam transformar-se em uma empresa de Sociedade An&ocirc;nima, facilitando novas capta&ccedil;&otilde;es de recursos.

Por&eacute;m, os clubes deixariam de ter o modelo associativo, como &eacute; praticado no Bahia, onde o torcedor pode se associar e decidir os rumos da institui&ccedil;&atilde;o. Ou seja, quem tomar&aacute; as decis&otilde;es ser&aacute; a empresa que for fazer esse aporte financeiro.

LEMBRAN&Ccedil;AS DESAGRAD&Aacute;VEIS

Caso a negocia&ccedil;&atilde;o avance e o Tricolor formalize a venda de suas a&ccedil;&otilde;es como clube-empresa, se instituindo como Sociedade An&ocirc;nima do Futebol (SAF), essa ser&aacute; a segunda experi&ecirc;ncia desse tipo para o Tricolor.

Antes, o Esquadr&atilde;o j&aacute; teve uma opera&ccedil;&atilde;o como Sociedade An&ocirc;nima (Bahia S/A), ainda em 1998. Aquela experi&ecirc;ncia, por&eacute;m, n&atilde;o deu muito certo. Em crise, o clube acabou rebaixado &agrave; S&eacute;rie C e acumulou dividas. O clube readquiriu parte das a&ccedil;&otilde;es junto &agrave; Ligafutebol, empresa do Grupo Opportunity, tendo 65% das 18 mil a&ccedil;&otilde;es. A Bahia S/A n&atilde;o tem mais atividade operacional desde 2015. Mas o clube segue pagando d&eacute;bitos daquela &eacute;poca.

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