Vice-prefeito de Lauro de Freitas, na Regi&atilde;o Metropolitana de Salvador, Vidigal Cafezeiro (Republicanos) foi um dos alvos dos mandados de busca e apreens&atilde;o realizados <a href="https://aratuon.com.br/geral/operacao-cumpre-mandados-em-investigacao-sobre-superfaturamento-de-obras-na-bahia" target="_blank">no &acirc;mbito da Opera&ccedil;&atilde;o Overclean</a>, na manh&atilde; desta ter&ccedil;a-feira (10). Portanto, ele n&atilde;o foi preso, mas houve expedi&ccedil;&atilde;o de 17 mandados de pris&atilde;o preventiva.

Segundo decis&atilde;o da 2&ordf; Vara Criminal da Se&ccedil;&atilde;o Judici&aacute;ria da Bahia, que embasou a busca e apreens&atilde;o,&nbsp;o republicano atua como &quot;bra&ccedil;o operacional&quot; do grupo criminoso que, at&eacute; o momento, movimentou R$ 1,4 bilh&atilde;o, dos quais parte foi utilizada de maneira irregular, principalmente por meio de emendas parlamentares.&nbsp;

<a href="https://aratuon.com.br/politica/veja-lista-de-pessoas-que-tiveram-prisao-decretada-na-operacao-overclean" target="_blank">+ Opera&ccedil;&atilde;o Overclean: veja pessoas com pris&otilde;es decretadas em esquema que movimentou R$ 1,4 bilh&atilde;o</a>

A investiga&ccedil;&atilde;o aponta que Vidigal solicitou vantagem indevida a Alex Parente, buscando o pagamento de uma d&iacute;vida pessoal relacionada ao aluguel de um ve&iacute;culo. Segundo as investiga&ccedil;&otilde;es, Parente &eacute; o l&iacute;der da organiza&ccedil;&atilde;o criminosa e respons&aacute;vel por financiar e gerenciar atividades il&iacute;citas.

O Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) destaca a aus&ecirc;ncia de justificativa aparente para o pedido, a n&atilde;o ser a exist&ecirc;ncia de um contrato entre Alex e a Prefeitura de Lauro de Freitas. &Agrave; &eacute;poca, Vidigal era gerente do Fundo Municipal de Sa&uacute;de de Lauro.

O fundo foi utilizado para realizar pagamentos &agrave; empresa PAP Sa&uacute;de Ambiental, administrada por Alex Parente.

De acordo com a investiga&ccedil;&atilde;o, o vice-prefeito possui &ldquo;rela&ccedil;&atilde;o direta com a Orcrim [sigla organiza&ccedil;&atilde;o criminosa]&rdquo;. Segundo a investiga&ccedil;&atilde;o, ele atuava ao lado de Ailton Figueiredo Souza Junior, preso pela PF.&nbsp;

O<a href="http://aratuon.com.br" target="_blank"> Aratu On</a> tentou contato com Vidigal Cafezeiro, mas, at&eacute; a publica&ccedil;&atilde;o desta mat&eacute;ria, n&atilde;o obteve retorno. Por sua vez, a Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas (PMLF)&nbsp;disse que &quot;a que a gest&atilde;o foi tomada de surpresa com a not&iacute;cia pela imprensa e aguarda a conclus&atilde;o das investiga&ccedil;&otilde;es. No mais, a PMLF se coloca &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o dos &oacute;rg&atilde;os competentes para quaisquer esclarecimentos que se julgarem necess&aacute;rios.&quot;.

<img alt="vice-prefeito" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/128389/mg/pf..jpg" style="width: 900px; height: 506px;" />Policiais e t&eacute;cnicos da Controladoria-Geral da Uni&atilde;o apreenderam bens de investigados |&nbsp;Foto: PF

Segundo a Receita Federal, no per&iacute;odo investigado, a organiza&ccedil;&atilde;o movimentou cerca de R$ 1,4 bilh&atilde;o, tendo celebrado R$ 825 milh&otilde;es em contratos somente em 2024 com diversos &oacute;rg&atilde;os p&uacute;blicos.&nbsp;

A organiza&ccedil;&atilde;o criminosa investigada pela for&ccedil;a-tarefa utilizava um esquema estruturado para direcionar recursos p&uacute;blicos provenientes de emendas parlamentares e conv&ecirc;nios para empresas e indiv&iacute;duos ligados a administra&ccedil;&otilde;es municipais.&nbsp;

As investiga&ccedil;&otilde;es constataram a pr&aacute;tica de superfaturamento em obras e desvios de recursos com o apoio de interlocutores que facilitavam a libera&ccedil;&atilde;o de verbas destinadas a projetos previamente selecionados pelo grupo.

<a href="https://aratuon.com.br/politica/operacao-overcelan-ex-chefe-do-dnocs-na-bahia-e-rei-do-lixo-sao-presos-pela-pf" target="_blank">+ Opera&ccedil;&atilde;o Overclean: ex-chefe do Dnocs na Bahia e &#39;Rei do Lixo&#39; s&atilde;o presos pela PF</a>

<h2>Detalhes da opera&ccedil;&atilde;o</h2>

O grupo atuava por meio de operadores centrais e regionais, que cooptavam servidores p&uacute;blicos para obter vantagens indevidas, tanto no direcionamento quanto na execu&ccedil;&atilde;o de contratos. Ap&oacute;s garantir a celebra&ccedil;&atilde;o dos contratos fraudulentos, as empresas envolvidas superfaturavam valores e aplicavam sobrepre&ccedil;os.

Os pagamentos de propinas eram realizados por meio de empresas de fachada ou m&eacute;todos que dificultavam a identifica&ccedil;&atilde;o da origem dos valores.&nbsp;

A lavagem de dinheiro era realizada de forma altamente sofisticada, incluindo o uso de: empresas de fachada controladas por &ldquo;laranjas&rdquo;, que movimentavam os recursos il&iacute;citos; empresas com grande fluxo financeiro em esp&eacute;cie, utilizadas para dissimular a origem dos valores desviados.&nbsp;

Relat&oacute;rios elaborados pela Receita Federal, em cumprimento &agrave; ordem judicial, apontaram inconsist&ecirc;ncias fiscais, movimenta&ccedil;&otilde;es financeiras incompat&iacute;veis, omiss&atilde;o de receitas, utiliza&ccedil;&atilde;o de interpostas pessoas e ind&iacute;cios de varia&ccedil;&atilde;o patrimonial a descoberto.

A opera&ccedil;&atilde;o foi realizada pela Pol&iacute;cia Federal, Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal, Receita Federal do Brasil e a Controladoria-Geral da Uni&atilde;o (CGU). Houve, ainda, coopera&ccedil;&atilde;o policial internacional por interm&eacute;dio da Ag&ecirc;ncia Americana de Investiga&ccedil;&otilde;es de Seguran&ccedil;a Interna (Homeland Security Investigations &ndash; HSI).

Foram cumpridos 17 mandados de pris&atilde;o preventiva, 43 mandados de busca e apreens&atilde;o, al&eacute;m de ordens de sequestro de bens, nos estados da Bahia, Tocantins, S&atilde;o Paulo, Minas Gerais e Goi&aacute;s. Na Bahia, os mandados foram executados em Salvador, Lauro de Freitas, Jequie, Itapetinga, Campo Formoso, Mata de S&atilde;o Jo&atilde;o e Wagner.

<img alt="vice-prefeito" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/128389/mg/vidigal.jpg" style="width: 900px; height: 600px;" />Vidigal Cafezeiro tamb&eacute;m &eacute; m&eacute;dico | Foto: redes sociais

<h2>Crimes investigados&nbsp;</h2>

Os crimes apurados incluem corrup&ccedil;&atilde;o ativa e passiva (Arts. 333 e 317 do C&oacute;digo Penal, com penas de 2 a 12 anos de reclus&atilde;o), peculato (Art. 312 do C&oacute;digo Penal, com pena de 2 a 12 anos de reclus&atilde;o), fraude em licita&ccedil;&otilde;es e contratos (Art. 337-L do C&oacute;digo Penal, com pena de 4 a 8 anos de reclus&atilde;o) e lavagem de dinheiro (Art. 1&ordm; da Lei 9.613/1998, com pena de 3 a 10 anos de reclus&atilde;o). As penas somadas podem ultrapassar 50 anos de reclus&atilde;o, al&eacute;m das multas previstas na legisla&ccedil;&atilde;o.

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