O Minist&eacute;rio da Educa&ccedil;&atilde;o (MEC) vai preparar professores para facilitar o acolhimento de estudantes imigrantes e refugiados nas escolas. Para tanto, lan&ccedil;ou, nesta quinta-feira (9/6),&nbsp;um curso de capacita&ccedil;&atilde;o que vai proporcionar ao docente&nbsp;a oportunidade&nbsp;de conhecer e aprofundar conhecimentos&nbsp;em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; inser&ccedil;&atilde;o destes grupos no ambiente escolar e multicultural&nbsp;brasileiro.<img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1464829&amp;o=node" /><img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1464829&amp;o=node" />&nbsp;As informa&ccedil;&otilde;es s&atilde;o da Ag&ecirc;ncia Brasil.&nbsp;

A capacita&ccedil;&atilde;o&nbsp;ter&aacute;&nbsp;carga de 80 horas,&nbsp;dividida&nbsp;em dois m&oacute;dulos, com conte&uacute;do&nbsp;pr&aacute;tico&nbsp;e te&oacute;rico, que vai&nbsp;subsidiar a elabora&ccedil;&atilde;o do&nbsp;material&nbsp;did&aacute;tico, pedag&oacute;gico&nbsp;e liter&aacute;rio&nbsp;de apoio &agrave; pr&aacute;tica educativa para promover a aprendizagem e o desenvolvimento integral dos estudantes.

O objetivo&nbsp;&eacute; viabilizar o contato dos professores com&nbsp;aspectos hist&oacute;ricos, sociais, pol&iacute;ticos e educacionais que permeiam a quest&atilde;o dos refugiados, fazendo uso de&nbsp;did&aacute;tica que auxilie no acolhimento dos alunos. O acesso &agrave;s aulas ser&aacute; por meio da plataforma&nbsp;Ambiente Virtual de Aprendizagem do Minist&eacute;rio da Educa&ccedil;&atilde;o (Avamec).

MULTICULTURALISMO&nbsp;

Segundo o minist&eacute;rio, a capacita&ccedil;&atilde;o est&aacute;&nbsp;alinhada ao contexto da Opera&ccedil;&atilde;o Acolhida, for&ccedil;a-tarefa criada em mar&ccedil;o de 2018 para receber imigrantes e refugiados venezuelanos que chegavam ao Brasil.

Segundo o secret&aacute;rio de Educa&ccedil;&atilde;o B&aacute;sica do MEC, Mauro Rabelo,&nbsp;a iniciativa ajudar&aacute; escolas, gestores e professores &ldquo;na tarefa de trabalhar o multiculturalismo, o que n&atilde;o &eacute; f&aacute;cil&rdquo;, disse,&nbsp;ao descrever algumas&nbsp;situa&ccedil;&otilde;es que testemunhou durante a ida &agrave; regi&atilde;o de frentes da Opera&ccedil;&atilde;o Acolhida.

&ldquo;Nas visitas, vimos comunidades ind&iacute;genas venezuelanas sendo acolhidas por comunidades ind&iacute;genas brasileiras&rdquo;, lembrou, ao comentar a &ldquo;dimens&atilde;o estrat&eacute;gica&rdquo;, o alcance e a import&acirc;ncia desta opera&ccedil;&atilde;o.

TRANSVERSALIDADE&nbsp;

De acordo com&nbsp;o&nbsp;coordenador-geral do Comit&ecirc; Geral para Refugiados do Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a, Bernardo Lafert&eacute;, &quot;a pol&iacute;tica migrat&oacute;ria &eacute; uma pol&iacute;tica completamente transversal, que aborda todos os aspectos da vida, inclusive lingu&iacute;sticos&quot;, disse.

&ldquo;O aparato&nbsp;[para esta pol&iacute;tica] n&atilde;o &eacute; s&oacute; estatal e governamental, mas de ag&ecirc;ncias das Na&ccedil;&otilde;es Unidas e da sociedade civil, presentes de maneira muito forte para acolher e integrar, porque todos aspectos da vida humana passam ali&rdquo;, acrescentou. Ao entrar no pa&iacute;s, o imigrante recebe CPF, carteira de trabalho e vacina, para ent&atilde;o ficar &ldquo;pronto para seguir vida&rdquo;.

&ldquo;Se ele tiver um filho, a crian&ccedil;a ser&aacute; brasileira, e precisar&aacute; ser integrada &agrave;&nbsp;sociedade, at&eacute; por uma quest&atilde;o de pol&iacute;tica de longo prazo, uma vez que [as fam&iacute;lias] trazem conhecimentos que o brasileiro n&atilde;o tem. Isso &eacute; muito rico. Por isso, n&atilde;o podemos ver&nbsp;como custo. At&eacute; porque eles se somar&atilde;o ao nosso mercado produtivo&rdquo;, ressaltou.

De acordo com o&nbsp;diretor de Forma&ccedil;&atilde;o Docente e Valoriza&ccedil;&atilde;o de Profissionais da Educa&ccedil;&atilde;o, Renato Brito,&nbsp;h&aacute; 82,4 milh&otilde;es de refugiados no mundo, dos quais metade s&atilde;o crian&ccedil;as. &ldquo;At&eacute; 68% das crian&ccedil;as refugiadas acessam o sistema prim&aacute;rio de educa&ccedil;&atilde;o, mas este n&uacute;mero cai para 34% quando falamos do sistema secund&aacute;rio&rdquo;, disse o diretor.

BARREIRAS&nbsp;

&ldquo;Atualmente, h&aacute; mais de 57 mil pessoas no Brasil&nbsp;reconhecidas como refugiadas. Infelizmente, as crian&ccedil;as refugiadas apresentam probabilidade 53% menor de estar na escola&nbsp;em comparado &agrave;s crian&ccedil;as brasileiras. A dificuldade de acesso ao sistema escolar ocorre por fatores como barreiras burocr&aacute;ticas, sociais, culturais e principalmente lingu&iacute;sticas.&rdquo; Segundo o diretor,&nbsp;&eacute; neste contexto que a forma&ccedil;&atilde;o, visando o acolhimento de imigrantes, se insere.

A Forma&ccedil;&atilde;o para Acolhimento de Imigrantes e Refugiados est&aacute;, segundo o MEC, em conson&acirc;ncia com a Base Nacional Comum para a Forma&ccedil;&atilde;o Continuada de Professores da Educa&ccedil;&atilde;o B&aacute;sica (BNC &ndash; Forma&ccedil;&atilde;o Continuada).

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