A partir das 14h desta quarta-feira (23/11), e ao longo do dia, acontecem diversas&nbsp;atividades gratuitas e abertas ao p&uacute;blico, no Shopping Bela Vista, em Salvador, relativas ao&nbsp;Novembro Preto.

A programa&ccedil;&atilde;o tem foco na beleza negra, empoderamento e inclus&atilde;o. Dessa forma, acontecem&nbsp;o talk show com o tema Est&eacute;tica Negra, o desfile do Projeto Jovens Perif&eacute;ricos, a Oficina de Trancistas, com Iandra D&oacute;rea, e a Oficina de Turbantes, com Negra Lu.

As primeiras a&ccedil;&otilde;es do dia ser&atilde;o as oficinas de Trancistas, com Iandra D&oacute;rea, e de Turbantes, com Negra Lu. &nbsp;As duas atividades acontecer&atilde;o na Bel Cosm&eacute;ticos, localizada no piso L1 - Asa Sul, das 14h &agrave;s 17h. Em seguida, ter&aacute; in&iacute;cio o desfile comandado pelo Projeto Jovens Perif&eacute;ricos, que acontecer&aacute; na Pra&ccedil;a de Alimenta&ccedil;&atilde;o (piso L2) a partir das 18h.

O Instituto Jovens Perif&eacute;ricos &eacute; um projeto social criado por Jadison dos Santos Palma, morador do bairro de Fazenda Coutos 3, com o intuito de mudar a vida de diversos jovens das periferias de Salvador e regi&otilde;es. Com aproximadamente 350 alunos, atualmente, foca em melhorias e crescimento de cada um, desenvolvendo oficinas de moda, teatro, m&uacute;sica, canto, estudos liter&aacute;rios, ingl&ecirc;s, dentre outros.

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Casting do Projeto Jovens Perif&eacute;ricos (<a href="https://www.instagram.com/jovensperifericos/" rel="noreferrer" target="_blank">@jovensperifericos</a>)

E o dia se encerrar&aacute; com um animado Talk Show no palco da Pra&ccedil;a de Alimenta&ccedil;&atilde;o, das 18h &agrave;s 20h, com o tema&nbsp;&#39;Est&eacute;tica Negra&#39;. Os&nbsp;convidados s&atilde;o Naira Gomes, L&iacute;der da Marcha do Empoderamento Crespo; Renata Deir&oacute;, Presidente da Comiss&atilde;o de Prote&ccedil;&atilde;o aos Direitos da Mulher da OAB-BA e Coordenadora de Inclus&atilde;o e Diversidade da OAB; Capit&atilde; Thais Trindade, NAFRO, Escritora, Palestrante e Professora; e Pedro Martins, Locutor e Diretor e Produtor da NORDESTeuSOU.&nbsp;

A iniciativa &eacute; uma parceria do shopping com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Movimento Marcha do Empoderamento Crespo.

CONVIDADOS

<img alt="image" src="https://i.ibb.co/GnDk32z/image.png" style="border-width: 0px; border-style: solid; width: 300px; height: 200px;" /> 
Naira Gomes (<a href="http://instagram.com/nairagomescrespa" target="_blank">@nairagomescrespa</a>) - Cofundadora da Marcha do Empoderamento Crespo, Parte do f&oacute;rum Marielles e das Mahins - reorganiza&ccedil;&atilde;o de mulheres negras, Participante da comiss&atilde;o dos Direitos das Mulheres na Assembleia Legislativa da Bahia; Antrop&oacute;loga e pesquisadora, j&aacute; foi considerada uma das mulheres mais inspiradoras do Brasil pela Ong Think Olga.

<img alt="image" src="https://i.ibb.co/Xy9J7Wx/image.png" style="border-width: 0px; border-style: solid; width: 133px; height: 200px;" /> 
Ma&iacute;ra Vida (<a href="http://instagram.com/mairavida.adv" target="_blank">@mairavida.adv</a>) - Advogada, professora e pesquisadora em direitos humanos com eixo centrado em rela&ccedil;&otilde;es raciais, g&ecirc;nero e liberdade religiosa, integrante do Jur&iacute;dico da Coaliz&atilde;o Negra por Direitos, Coordenadora do Centro de Refer&ecirc;ncia de Combate ao Racismo e &agrave; Intoler&acirc;ncia Religiosa Nelson Mandela/Secretaria de Promo&ccedil;&atilde;o da Igualdade Racial e Presidenta da Comiss&atilde;o Especial de Combate &agrave; Intoler&acirc;ncia Religiosa da OAB/BA.

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<img alt="image" src="https://i.ibb.co/jMSyp7Q/image.png" style="border-width: 0px; border-style: solid; width: 200px; height: 200px;" /> 
Renata Deir&oacute; (<a href="http://instagram.com/renatadeiro" target="_blank">@renatadeiro</a>) &ndash; Advogada, Presidenta da Comiss&atilde;o de Prote&ccedil;&atilde;o aos Direitos da Mulher da OAB/BA, especialista no atendimento a mulheres no direito de fam&iacute;lia e viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica e familiar com perspectiva de g&ecirc;nero.

<img alt="image" src="https://i.ibb.co/4PJ77N2/image.png" style="border-width: 0px; border-style: solid; width: 150px; height: 200px;" /> 
Rose Hapuque (<a href="http://instagram.com/rosehapuque" target="_blank">@rosehapuque</a>) &ndash; Cientista Social e Criadora de conte&uacute;do. Em suas redes, fala de afrohair, autoestima e beleza.

<img alt="image" src="https://i.ibb.co/nzSs7NJ/image.png" style="border-width: 0px; border-style: solid; width: 150px; height: 200px;" /> 
Pedro Martins (<a href="http://instagram.com/pedromartins.24" target="_blank">@pedromartins.24</a>) &ndash; Locutor, Diretor e Produtor da NORDESTEUSOU, m&iacute;dia que tem o intuito de desconstruir o paradigma lan&ccedil;ado na comunidade do Nordeste de Amaralina reunindo informa&ccedil;&otilde;es sobre esporte, lazer, cultura e entretenimento.

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Beleza e ancestralidade | Por On&atilde; Rud&aacute; 
Modelo tran&ccedil;ada em foto de perfil usando adere&ccedil;os de b&uacute;zios que comp&otilde;em a ancestralidade africana, da onde deriva a cultura de uso das tran&ccedil;as.

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A cultura das tran&ccedil;as est&aacute; presente no cotidiano de Salvador, em especial nas periferias e bairros populares. N&atilde;o &eacute; preciso andar muito pela cidade para encontrar variados tipos, tamanhos e formatos, em homens e mulheres. Mais que um estilo, as tran&ccedil;as representam um tra&ccedil;o importante da cultura afro-brasileira, oriundo da ancestralidade africana.

As pessoas escravizadas que vieram de &Aacute;frica para o Brasil trouxeram consigo a tradi&ccedil;&atilde;o do uso do cabelo como uma ferramenta que cumpria os mais variados objetivos, desde esconder arroz dos senhores de engenhos e seus capatazes, &agrave; organiza&ccedil;&atilde;o de mapas, demarca&ccedil;&atilde;o de grupo, entre outros.&nbsp;

Nos dias atuais, a cultura da tran&ccedil;a tamb&eacute;m movimenta uma cadeia produtiva important&iacute;ssima na economia solid&aacute;ria e criativa, garantindo assim o sustento de muitas fam&iacute;lias, em especial chefiadas por mulheres negras e de baixa renda, aqui em Salvador.

A gera&ccedil;&atilde;o de renda &eacute; t&atilde;o significativa que diversas organiza&ccedil;&otilde;es ministram cursos de capacita&ccedil;&atilde;o de forma paga e gratuita. O curso de trancista tamb&eacute;m comp&otilde;e todas as modalidades de cursos de qualifica&ccedil;&atilde;o profissional do governo do estado, atrav&eacute;s da Secretaria do Trabalho Emprego Renda e Esportes (Setre).

No Pelourinho, s&atilde;o diversos os pontos e barracas que muitas pessoas, em sua maioria mulheres negras, fazem o servi&ccedil;o de tran&ccedil;as, muitas vezes apenas sob um guarda-sol. Todas as pessoas l&aacute; fotografadas aprenderam o of&iacute;cio muito cedo e, atrav&eacute;s dos anos, assumiram o posto, passando a atender os pr&oacute;prios clientes e expandir o neg&oacute;cio da fam&iacute;lia. Eles atendem ao p&uacute;blico da cidade e aos turistas, que circulam pelo Centro Hist&oacute;rico.

A cultura das tran&ccedil;as tamb&eacute;m est&aacute; presente nos bairros e comunidades, onde muitas mulheres oferecem o servi&ccedil;o de tran&ccedil;ar em v&aacute;rios formatos, entre eles, usando sua varanda ou at&eacute; sua sala como espa&ccedil;o para a realiza&ccedil;&atilde;o do trabalho.

Vale lembrar que al&eacute;m das trancistas em si, a cultura da tran&ccedil;a movimenta consigo diversos produtos no mercado como a fibra sint&eacute;tica, l&atilde;, el&aacute;sticos, pasta modeladora e outros adere&ccedil;os usados nas tran&ccedil;as.

As pessoas que as usam n&atilde;o s&oacute; buscam por estilo e embelezamento, mas, tamb&eacute;m, um marcador est&eacute;tico que reafirme a identidade negra, e a quebra de uma est&eacute;tica determinada pela Europa. Algumas pessoas quase n&atilde;o tiram as tran&ccedil;as, fazendo, quando muito, a troca da fibra ou fios.

&quot;A tran&ccedil;a, para mim, &eacute; s&iacute;mbolo que carrega em si a ancestralidade do meu povo, tran&ccedil;ar o cabelo para mim transpassa e vai para al&eacute;m da palavra est&eacute;tica. Tran&ccedil;ar &eacute; ancestral e eu entendo toda a pot&ecirc;ncia que h&aacute; em carreg&aacute;-las em meu or&iacute;. Ter o meu or&iacute; fotografado e mostrar a tran&ccedil;a que nele h&aacute; &eacute; contar a minha hist&oacute;ria, a hist&oacute;ria do meu povo e dos meus ancestrais&quot;, relatou Elen Graziele, que abrilhantou nosso ensaio em est&uacute;dio.

Por outro lado, h&aacute; uma pol&ecirc;mica no uso das tran&ccedil;as quando ela &eacute; feita por pessoas&nbsp;brancas. Diversos setores do movimento negro levantam um debate sobre &quot;apropria&ccedil;&atilde;o cultural&quot; - uma vez que, para estes, a tran&ccedil;a simboliza nada mais&nbsp;que a est&eacute;tica - nas redes sociais, movimentos e academia. Entretanto, no dia a dia das pessoas, em especial mulheres, que vivem do of&iacute;cio de trancista, os turistas, muitos brancos, comp&otilde;em boa parte da clientela.

Finalizamos afirmando que al&eacute;m do sustento familiar, o principal papel que cumprem as trancistas &eacute; a&nbsp;perpetua&ccedil;&atilde;o da cultura da preta afrodiasp&oacute;rica, atrav&eacute;s do cabelo, que carrega consigo uma marca de ancestralidade.

Confira as fotos, abaixo:

<img alt="1-conjunto" border="0" src="https://i.ibb.co/9tGHK88/1-conjunto.jpg" /> 
Conjunto | Por Pophema Profeta 
Arte ancestral em tran&ccedil;a nag&ocirc; com uso de b&uacute;zios

<img alt="2-a-coroa" border="0" src="https://i.ibb.co/vjxffJg/2-a-coroa.jpg" /> 
A Coroa | Por Natane Ramos 
A foto traz destaque ao cabelo da modelo e o adere&ccedil;o utilizado nas tran&ccedil;as. As m&atilde;os acima da cabe&ccedil;a trazem uma vis&atilde;o carregada de espiritualidade e hist&oacute;ria; pois as m&atilde;os aben&ccedil;oam, curam, criam e comunicam. A coroa &eacute; o cabelo tran&ccedil;ado que transmite essa arte ancestral

<img alt="3-a-sublime-beleza" border="0" src="https://i.ibb.co/YtFZX3D/3-a-sublime-beleza.jpg" /> 
A sublime beleza | Por Donato de Assis 
As tran&ccedil;as exaltam a est&eacute;tica preta trazendo consigo auto afirma&ccedil;&atilde;o e fortalecendo a autoestima, a foto retrata simbologias da cultura ancestral como o colar de b&uacute;zios.&nbsp;&ldquo;O sorriso negro traz felicidade&rdquo;

<img alt="4-o-sol-no-estudio" border="0" src="https://i.ibb.co/dj1WScM/4-o-sol-no-estudio.jpg" /> 
O sol no est&uacute;dio | Por St&eacute;phanie Louise 
Olhar marcante, express&otilde;es e gestos suaves real&ccedil;am a beleza de Elen Graziele e sua exultante ancestralidade

<img alt="6-afroancestralidade" border="0" src="https://i.ibb.co/ZhjSBYK/6-afroancestralidade.jpg" /> 
Afrodiasp&oacute;ra | Por Vit&oacute;ria Britto 
Modelo Ellen Graziele enaltecendo suas ra&iacute;zes afrodiasp&oacute;ricas atrav&eacute;s das tran&ccedil;as nag&ocirc; em seu cabelo crespo, com adornos utilizados pelos ancestrais da terra m&atilde;e 
 
<img alt="7" border="0" src="https://i.ibb.co/421p4Db/7.jpg" /> 
Neon &eacute; a cor mais quente | Por&nbsp;St&eacute;phanie Louise 
Advinda de outro estado do Nordeste, Graziella sentiu-se pertencente. A convic&ccedil;&atilde;o em suas ra&iacute;zes subiu &agrave; cabe&ccedil;a.

<img alt="8" border="0" src="https://i.ibb.co/mNW5YY8/8.jpg" /> 
Tran&ccedil;adeira | Por Vit&oacute;ria Britto 
Sankofa: trancista do Pelourinho carregando s&iacute;mbolos e a est&eacute;tica do povo preto, atrav&eacute;s de acess&oacute;rios e dreads no cabelo.

<img alt="9" border="0" src="https://i.ibb.co/y55JzS7/9.jpg" /> 
Fios e cores | Por Raquel Souza 
Evidenciando alguns tipos de materiais b&aacute;sicos para a produ&ccedil;&atilde;o das tran&ccedil;as e suas vertentes.Temos a linha e l&atilde; em diversas cores, prendedores &ldquo;conhecida como piranhas&rdquo;, el&aacute;stico e tesoura. Estes auxiliam no resultado da performance ancestral das trancistas. 
 
<img alt="10" border="0" src="https://i.ibb.co/R2YpYNL/10.jpg" /> 
Na rua | Por Pohema Profeta 
Processo da tran&ccedil;a/twist utilizando a fibra sint&eacute;tica pelas m&atilde;os da mulher preta.

<img alt="11" border="0" src="https://i.ibb.co/5Mjs1XF/11.jpg" /> 
M&atilde;os que tran&ccedil;am hist&oacute;rias | Por Natane Ramos 
Na foto &eacute; apresentada uma trancista que est&aacute; realizando seu trabalho, o foco da foto &eacute; mostrar como a tran&ccedil;a carrega uma riqueza de cultura h&aacute; muito tempo. Dessa forma &eacute; apresentado a trancista sendo uma mulher com uma idade mais avan&ccedil;ada, tran&ccedil;ando o cabelo da mais nova, mostrando assim como essa cultura transcende o tempo.&nbsp;

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Shopping de Salvador tem progamação com talk show e oficinas de trancistas e turbantes, nesta quarta

Fotografias exaltam tranças, ancestralidade e economia criativa em Salvador; confira as imagens