Um ex-funcion&aacute;rio de um ferro-velho na regi&atilde;o de Campinas de Piraj&aacute;, em Salvador, apontado como poss&iacute;vel palco do desaparecimento de dois trabalhadores, Paulo Daniel, de 23 anos, e Matusal&eacute;m Silva Muniz, de 25, afirmou em entrevista ao programa Al&ocirc; Juca, da TV Aratu, que o dono do estabelecimento coagia os empregados a usar coca&iacute;na.

O ex-funcion&aacute;rio, que preferiu n&atilde;o se identificar, disse &agrave; rep&oacute;rter Daniela Mazzei, da TV Aratu,&nbsp;que o propriet&aacute;rio do ferro-velho, Marcelo Batista da Silva, fornecia drogas aos funcion&aacute;rios para que eles trabalhassem no galp&atilde;o durante a madrugada.

&quot;Droga, l&aacute; embaixo [em um por&atilde;o], a madrugada toda. Os usu&aacute;rios de droga, ele botava l&aacute; embaixo, a empresa fechada, todo mundo trabalhando l&aacute;, como escravo. Ele trazia droga para todo mundo trabalhar l&aacute; embaixo, drogado. Era coca&iacute;na, para todos trabalharem de madrugada. Galp&atilde;o fechado, 24 horas funcionando. Todos no efeito da droga&quot;, detalhou. Segundo ele, no momento em que a droga era distribu&iacute;da, Marcelo mandava um trabalhador desligar as c&acirc;meras de seguran&ccedil;a.

Al&eacute;m disso, de acordo com a fonte, as condi&ccedil;&otilde;es de servi&ccedil;o eram an&aacute;logas &agrave; escravid&atilde;o. &quot;Ele &eacute; um cara ruim, ignorante com os funcion&aacute;rios, com todo mundo&quot;, disse ele.

Veja a entrevista:

https://www.youtube.com/watch?v=vXtn2awWvbY + <a href="https://aratuon.com.br/cidade/2024-11-08/proprietario-de-ferro-velho-monitorava-funcionarios-com-cameras-de-seguranca/" rel="noopener" target="_blank">Propriet&aacute;rio de ferro-velho monitorava funcion&aacute;rios com c&acirc;meras de seguran&ccedil;a</a>

As fam&iacute;lias dos desaparecidos acusam Marcelo de ter cometido crime contra os jovens. Devido &agrave;s acusa&ccedil;&otilde;es, Marcelo pediu um habeas corpus preventivo &agrave; Justi&ccedil;a, para evitar um mandado de pris&atilde;o. A solicita&ccedil;&atilde;o, por&eacute;m, segundo o jornalista Marcelo Castro, apresentador do programa &quot;Al&ocirc; Juca&quot;, da TV Aratu, foi negada.

CARRO DE LUXO INCENDIADO

Na madrugada desta sexta-feira (8),&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/geral/2024-11-08/carro-de-luxo-de-dono-de-ferro-velho-e-incendiado-apos-desaparecimento-de-jovens/" rel="noopener" target="_blank">um carro de luxo foi incendiado ao lado do ferro-velho</a>. Ao portal &ldquo;Al&ocirc; Juca&rdquo;, moradores da regi&atilde;o informaram que o ve&iacute;culo seria de Marcelo Batista.

Testemunhas contaram, ainda, que o carro, modelo Volvo, estava com marcas de disparos de arma de fogo no para-brisa. A Pol&iacute;cia Civil vai investigar se o crime foi uma maneira de ocultar provas de uma poss&iacute;vel execu&ccedil;&atilde;o ou uma retalia&ccedil;&atilde;o ao desaparecimento de Daniel e Matusal&eacute;m.

+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/cidade/2024-11-05/mae-desabafa-apos-jovem-desaparecer-em-ferro-velho-esperanca-de-encontrar-meu-filho-vivo-morreu/">M&atilde;e desabafa ap&oacute;s jovem desaparecer em ferro-velho: &lsquo;Esperan&ccedil;a de encontrar meu filho vivo morreu&rsquo;</a> +&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/cidade/2024-11-06/mae-de-jovem-que-desapareceu-em-ferro-velho-reconhece-objetos-do-filho-encontrados-no-local/">M&atilde;e de jovem que desapareceu em ferro-velho reconhece objetos do filho encontrados no local</a>

ENTENDA O CASO

Um jovem, identificado como Paulo Daniel, desapareceu na segunda-feira (4/11), ap&oacute;s sair para trabalhar em um ferro-velho no bairro de Campinas de Piraj&aacute;, em Salvador.

De acordo com a m&atilde;e da v&iacute;tima, identificada como Mari, o propriet&aacute;rio do local, Marcelo Batista, confirmou que Paulo chegou para trabalhar no dia em que sumiu, mas foi embora logo em seguida. Antes do ocorrido, o empres&aacute;rio chegou a acusar Paulo Daniel de roubo, mas n&atilde;o prestou queixa.

Al&eacute;m de Daniel, outro funcion&aacute;rio do ferro-velho, Matusal&eacute;m Silva Muniz, est&aacute; desaparecido. Conforme relatos enviados para a equipe de jornalismo&nbsp;da&nbsp;TV Aratu, ele tamb&eacute;m desapareceu na segunda-feira (4), ap&oacute;s sair do trabalho para almo&ccedil;ar na regi&atilde;o.

A m&atilde;e de Paulo Daniel afirmou, em entrevista &agrave; rep&oacute;rter Daniela Mazzei, que um t&ecirc;nis e uma meia, encontrados no local em que o filho trabalha, pertencem a ele.

LEIA MAIS:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/geral/2024-11-07/cao-farejador-indica-que-jovens-passaram-em-ferro-velho-antes-de-desaparecerem/">C&atilde;o farejador indica que jovens passaram em ferro-velho antes de desaparecerem</a>

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Durante uma ação de Inspeção do Trabalho no Extremo Oeste da Bahia, Auditores-Fiscais do Trabalho resgataram um trabalhador que vivia em condições degradantes, com agressões frequentes, em uma fazenda que fica no município de Cocos. Em Correntina, outros cinco trabalhadores em condições análogas à de escravo também foram resgatados.
De acordo com o Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho do Estado da Bahia (SAFITEBA), a operação de Combate ao Trabalho em Condições Análogas às de Escravo foi deflagrada no dia 6 de novembro, após a Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Barreiras (GRTE/BARREIRAS) tomar conhecimento de que um trabalhador teria sido despido, algemado e espancado por seguranças da fazenda em que trabalhava, em Cocos.
A equipe de fiscalização ouviu trabalhadores e encarregados, inspecionou as instalações e constatou que o funcionário foi agredido com cassetete, algemado e trancado sozinho em uma sala, de onde conseguiu sair após arrombar a porta.
Segundo o auditor Daniel Santana, o tratamento degradante e agressivo dos seguranças contra o trabalhador configura condições de trabalho análogo ao de escravo. "O fato de um trabalhador ser agredido com golpes de cassetete, ser algemado e trancado remete claramente ao vergonhoso passado do Brasil escravista e mostra o anacronismo atual no país, no qual condutas como estas ainda são realizadas".
CORRENTINA
Ainda durante as ações de fiscalização na região, agentes fiscalizaram outras propriedades denunciadas e identificaram trabalho análogo ao de escravo em uma fazenda na cidade de Correntina, onde foram localizados cinco homens em condições degradantes e com jornada exaustiva de trabalhando. Um deles era um adolescente de 15 anos.
Eles trabalhavam dez horas por dia, de segunda a sábado, e cinco horas aos domingos, sem descanso semanal remunerado. Apenas um dos trabalhadores possuía registro formal de emprego e nenhum deles recebia os Equipamentos Individuais de Segurança (EPIs) adequados à atividade rural.
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Em seus depoimentos, os empregados revelaram que não eram fornecidas alimentações suficientes e que eles não tinham o acesso a água potável. Eles também afirmaram que, muitas vezes, o café da manhã era apenas em café preto puro, e quando o empregador trazia pão, era duro e mofado. Eles também informaram que, várias vezes, precisaram complementar a feira com o próprio dinheiro, e nunca foram ressarcidos pelo patrão.
O espaço utilizado como alojamento não possuía vedação, permitindo a entrada de bichos, como sapos, morcegos e ratos, e com a possibilidade, inclusive, dr acesso de animais peçonhentos. Um dos trabalhadores dormia em um colchão no chão, e não havia armários para a guarda de objetos pessoais. Confira imagens abaixo:
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DENUNCIE
As denúncias de condição degradante de trabalho ou suspeita de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas por meio do <a href="http://ipe.sit.trabalho.gov.br">Sistema Ipê</a>.
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Com atualização nesta quinta-feira (5/10), a "Lista Suja" do Ministério do Trabalho e Emprego, que reúne dados sobre o trabalho escravo no Brasil, apontou que 106 pessoas foram escravizadas no estado nos últimos seis anos, e 26 empregadores foram responsáveis por submeter elas a essa condição. A lista é atualizada semestralmente desde 2003.

O trabalho escravo em fazendas foi registrado em 57,7% dos casos. Em segundo lugar, os garimpeiros respondem por cinco casos, todos num garimpo de ametista na cidade de Sento Sé, no norte da Bahia. No município, foram encontrados 25 trabalhadores em situação análoga à escravidão. De acordo com o documento, o garimpo de Sento Sé, nas vezes que foi citado, apareceu com empregadores diferentes.

Além de Sente Sé, outras 18 cidades baianas aparecem na lista: Angical, Baixa Grande, Canavieiras, Cardeal da Silva, Elísio Medrado, Feira de Santana, Ibicaraí, Ilhéus, Ipirá, Jacobina, Mulungu do Morro, Ribeirão do Largo, Salvador, Santa Cruz Cabrália, Santa Luzia, Uruçuca, Várzea Nova e Xique-Xique.

LISTA

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ESCRAVIDÃO NO BRASIL

No âmbito nacional, foram 204 novos empregadores incluídos na lista (14 na Bahia). A "Lista Suja" mostra que os 473 empregadores submeteram, ao todo, 3.773 trabalhadores a condições análogas à escravidão. Já o total de pessoas resgatadas nessas condições pela Inspeção do Trabalho no Brasil, desde 1995, chega a mais de 61 mil pessoas, segundo o site do ministério.

Dentre elas, a empresa Kaiser, ligada à cervejaria Heineken foi citada por um caso em 2021, com 23 trabalhadores. Em nota, o Grupo Heineken afirmou que foram surpreendidos pelo caso, que ocorreu em 2021, com uma das prestadoras de serviços da companhia, a Transportadora Sider.

“Na ocasião, perplexos, nos mobilizamos para prestar todo apoio aos trabalhadores envolvidos e para garantir que todos os seus direitos fundamentais fossem reestabelecidos prontamente. Além disso, asseguramos as medidas necessárias junto à transportadora, que não faz mais parte do nosso quadro de fornecedores”, informou.

*Com informações da Agência Brasil

LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/especiais/2023-10-06/por-r-535-milhoes-teleferico-no-suburbio-deve-ser-construido-ate-2026-veja-imagens/" target="_blank" rel="noopener">Por R$ 535 milhões, teleférico no Subúrbio deve ser construído até 2026; veja imagens</a>

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Os governos dos estados da Bahia e do Rio Grande do Sul estão adotando medidas para o enfrentamento do trabalho escravo e do tráfico de pessoas. Para isso, estão sendo alinhando esforços e estratégias que atinjam todas as dimensões desse tipo de crime.
Por meio de nota, o governo da Bahia informou que as ações contemplam desde o combate ao aliciamento de trabalhadores, passando pelo acolhimento de vítimas pós-resgate, até o fortalecimento dos programas de promoção do trabalho decente.
A Bahia lidera o ranking nordestino de empregadores condenados por submeter trabalhadores a situações de trabalho análogas à escravidão. Não à toa, o número de vítimas resgatadas nessas condições, entre 2021 e 2022, cresceu 17,14% no estado.
O Governo da Bahia atua na prevenção, repressão e atendimento às vítimas a partir do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e ao Trabalho Escravo.
LEIA MAIS:<a href="https://aratuon.com.br/variedades/2023-03-29/audiovisual-inscricoes-abertas/" target="_blank" rel="nofollow noopener"> Formação em Audiovisual está com inscrições abertas através do projeto Força Jovem</a>

O Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho da Bahia (MPT-BA)&nbsp;resgatou uma mulher&nbsp;de 52 anos&nbsp;que j&aacute; trabalhava para a &quot;empregadora&quot; desde os 12 no munic&iacute;pio de Vit&oacute;ria da Conquista, a 510 km de Salvador. Para preservar sua identidade, a senhora foi identificada pelas iniciais&nbsp;M.S.S.&nbsp;

Nascida no Sul da Bahia, M.S.S&nbsp;rumou, com autoriza&ccedil;&atilde;o de seu pai,&nbsp;junto a sua &quot;empregadora&quot; para Itabuna, com a promessa que seria criada como filha, segundo explicou Manuella Gedeon, coordenadora de combate ao trabalho escravo da MPT-BA.

De acordo com ela, esse tipo de situa&ccedil;&atilde;o &quot;&eacute; uma realidade que infelizmente vemos se repetir. Um daqueles casos cl&aacute;ssicos de empregada dom&eacute;stica levada ainda crian&ccedil;a para a casa do empregador e que nunca recebia sal&aacute;rio sob o argumento de que seria da fam&iacute;lia&nbsp;&quot;.

Al&eacute;m de n&atilde;o ter direito ao sal&aacute;rio, benef&iacute;cios recebidos pela trabalhadora foram apropriados pela patroa. Em um desses casos,&nbsp;a empregadora teria convencido a v&iacute;tima&nbsp;a investir o dinheiro&nbsp;em terreno na regi&atilde;o do bairro Lagoa das Flores, em Vit&oacute;ria da Conquista, im&oacute;vel&nbsp;que n&atilde;o estaria registrado no nome da trabalhadora, mas sim no da patroa.

Depois de 40 anos de servi&ccedil;o an&aacute;logo &agrave;&nbsp;escravid&atilde;o, a v&iacute;tima s&oacute; foi resgatada ap&oacute;s a MPT-BA ter recebido uma den&uacute;ncia vinda da Pol&iacute;cia Federal,&nbsp;seguida de investiga&ccedil;&atilde;o.

Resgatada, a v&iacute;tima de 52 anos foi ouvida e afirmou ter consci&ecirc;ncia de sua situa&ccedil;&atilde;o, disse&nbsp;ter visto em um programa de televis&atilde;o sobre um caso de resgate de trabalhadores em situa&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga&nbsp;e se identificou, tendo reatado a comunica&ccedil;&atilde;o com sua fam&iacute;lia apenas em 2019.

Em acordo com a patroa, a MPT-BA firmou pagamento de indeniza&ccedil;&atilde;o a v&iacute;tima, no valor total de R$ 150 mil, valor que ser&aacute; pago em 50 parcelas mensais, al&eacute;m de transfer&ecirc;ncia do im&oacute;vel que estava em nome da patroa, para o nome da &quot;empregada&quot;. Somado a isso, a v&iacute;tima foi aposentada por invalidez, devido a descoberta de um tumor cerebral.

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