Pai e filho morreram em um acidente de avião, em uma área de mata fechada na divisa entre Rondônia e Mato Grosso, no sábado (29/7). As vítimas são o pecuarista e piloto Garon Maia, e o filho Francisco, mais conhecido como Kiko, de 12 anos.
Conforme o Corpo de Bombeiros da região, o avião bimotor - modelo Beechcraft Baron 58 - decolou do aeroporto de Vilhena, em Rondônia, por volta das 17h50 do sábado e desapareceu do radar minutos depois. As buscas começaram no mesmo dia, mas os destroços da aeronave só foram encontrados na manhã de domingo (30).
Nesta terça-feira (31), o Centro de Investigação de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) dá início aos trabalhos para identificar os motivos da queda do bimotor.
Registros do site Flightradar, de monitoramento de voos, indicam que a aeronave perdeu sinal cerca de 25 quilômetros depois da decolagem, o que equivale a oito minutos de voo.
PAI ENSINOU FILHO A PILOTAR

De acordo com informações do G1 Rondônia, Garon Maia era um pecuarista conhecido na cidade de Vilhena e tinha experiência como piloto de avião de pequeno porte. No dia do acidente, eles tinham como destino uma fazenda em Comodoro, no Mato Grosso.
Após o acidente, viralizou um vídeo, nas redes sociais, no qual Garon ensina o filho a pilotar. Ele, por sua vez, exibe uma garrafa de cerveja e pergunta, em tom de brincadeira: "o passageiro pode tomar uma, né, Kiko?". Não foi divulgado, no entanto, se o garoto pilotava no dia do acidente.
https://twitter.com/flaviocostaaf/status/1685978324412026880?s=20

Conhecido como &#39;&iacute;ndio Tanaru&#39; ou &#39;&iacute;ndio do buraco&#39;, o ind&iacute;gena que vivia sozinho h&aacute; 26 anos na terra Ind&iacute;gena (TI) Tanaru, em Rond&ocirc;nia, foi encontrado morto na &uacute;ltima semana, durante&nbsp;uma ronda da Coordena&ccedil;&atilde;o-Geral de &Iacute;ndios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC). Ele ela o &uacute;ltimo sobrevivente de sua etinia, cujo nome &eacute; desconhecido pela&nbsp;Funda&ccedil;&atilde;o Nacional do &Iacute;ndio (Funai).

&#39;Tanaru&#39; foi encontrado morto em sua rede de dormir no dia 23 de agosto, mas a&nbsp;informa&ccedil;&atilde;o foi divulgada pela nesse s&aacute;bado (27/8).&nbsp;Segundo a Funai, seus pertences e utens&iacute;lios foram encontrados em seus devidos lugares e duas fogueiras estavam acesas em sua casa, pr&oacute;ximas &agrave; rede.

Por meio de nota, a funda&ccedil;&atilde;o&nbsp;lamentou o falecimento e informou que n&atilde;o foram registrados vest&iacute;gios de outras pessoas no local, marca&ccedil;&otilde;es na mata durante o percurso at&eacute; a Terra Ind&iacute;gena ou sinais de luta.&nbsp;Ainda de acordo com o &oacute;rg&atilde;o, o local foi examinado pela per&iacute;cia da Pol&iacute;cia Federal (PF),&nbsp;com a presen&ccedil;a de especialistas do Instituto Nacional de Criminal&iacute;stica (INC) de Bras&iacute;lia e apoio de peritos criminais da cidade de Vilhena, em Rond&ocirc;nia.

A causa da morte ser&aacute; confirmada por laudo do m&eacute;dico legista da PF.

SOBRE O &#39;&Iacute;NDIO DO BURACO&#39;

O homem ficou conhecido como &#39;&iacute;ndio do buraco&#39; porque cavava buracos nos locais que habitava. Ele era monitorado pela Frente de Prote&ccedil;&atilde;o Etnoambiental Guapor&eacute;, da Funai, h&aacute; 26 anos.

Nesse per&iacute;odo, foram registradas as habita&ccedil;&otilde;es de palha ocupadas pelo ind&iacute;gena. Foram 53 casas, ao todo,&nbsp;chamadas pela Funai de &quot;palho&ccedil;as&quot;, e todas&nbsp;seguiam o mesmo padr&atilde;o arquitet&ocirc;nico: uma &uacute;nica porta de entrada e sa&iacute;da e um buraco cavado no interior da casa.

GENOC&Iacute;DIO

Os &iacute;ndios isolados que viviam na regi&atilde;o foram alvos de diversos ataques durante as d&eacute;cadas de 1980 e 1990. Assim, o grupo de Tanaru, que j&aacute; era pequeno, acabou dizimado.&nbsp;

Nas redes sociais, ativistas lamentaram a morte do ind&iacute;gena. &quot;Conhecido tamb&eacute;m por sua solid&atilde;o por ser o &uacute;ltimo sobrevivente do seu povo era chamado de &#39;&iacute;ndio do buraco&#39;&nbsp;por abrir buracos no ch&atilde;o. Atravessado por tantos traumas e viol&ecirc;ncia, ele nao confiava em ningu&eacute;m e por isso permaneceu isolado&quot;, escreveu Txai Suru&iacute;, ativista&nbsp;do povo Paiter Suru&iacute;.

<blockquote class="twitter-tweet">
Conhecido tamb&eacute;m por sua solid&atilde;o por ser o &uacute;ltimo sobrevivente do seu povo era chamado de &ldquo;&iacute;ndio do buraco&rdquo; por abrir buracos no ch&atilde;o. Atravessado por tantos traumas e viol&ecirc;ncia, ele nao confiava em ningu&eacute;m e por isso permaneceu isolado. <a href="https://t.co/JoGTlOT9dC">pic.twitter.com/JoGTlOT9dC</a>
&mdash; txai suru&iacute; #MarcoTemporalN&atilde;o (@walela15) <a href="https://twitter.com/walela15/status/1563548675778887681?ref_src=twsrc%5Etfw">August 27, 2022</a></blockquote>
<script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

Sonia Guajajara, candidata a deputada federal pelo PSOL-SP, disse que &quot;perdemos mais um dos nossos&quot;. S&iacute;mbolo de resist&ecirc;ncia e que negou at&eacute; seus &uacute;ltimos dias o contato com o n&atilde;o-ind&iacute;gena. A luta por mem&oacute;ria e justi&ccedil;a &eacute; constante!&quot;

<blockquote class="twitter-tweet">
Perdemos mais um dos nossos. 
 
Foi encontrado morto o &ldquo;&iacute;ndio do buraco&rdquo;, como era conhecido, s&iacute;mbolo de resist&ecirc;ncia e que negou at&eacute; seus &uacute;ltimos dias o contato com o n&atilde;o-ind&iacute;gena. A luta por mem&oacute;ria e justi&ccedil;a &eacute; constante! <a href="https://t.co/c3Lhs7Z6US">pic.twitter.com/c3Lhs7Z6US</a>
&mdash; Sonia Guajajara 5088 (@GuajajaraSonia) <a href="https://twitter.com/GuajajaraSonia/status/1563667417317814272?ref_src=twsrc%5Etfw">August 27, 2022</a></blockquote>
<script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

DOCUMENT&Aacute;RIO

A hist&oacute;ria do &#39;&iacute;ndio Tanaru&#39; e o trabalho de indigenistas brasileiros &eacute; contada no document&aacute;rio &quot;Corumbiara&quot; (2009), de Vincent Carelli.

Acompanhe nossas transmiss&otilde;es ao vivo no&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/aovivo/aratuon" target="_blank">www.aratuon.com.br/aovivo</a>. Nos siga no&nbsp;<a href="https://www.instagram.com/aratuonline/" target="_blank">Instagram</a>,&nbsp;<a href="https://www.facebook.com/aratuon/" target="_blank">Facebook</a>&nbsp;e&nbsp;<a href="https://twitter.com/aratuonline?ref_src=twsrc%5Egoogle%7Ctwcamp%5Eserp%7Ctwgr%5Eauthor" target="_blank">Twitter</a>. Quer mandar uma den&uacute;ncia ou sugest&atilde;o de pauta, mande WhatsApp para&nbsp;<a href="tel:(71) 99940 - 7440">(71) 99940 - 7440</a>. Nos insira nos seus grupos!

Tudo sobre: rondonia

Pecuarista e filho de 12 anos morrem em queda de avião na divisa entre Rondônia e Mato Grosso

Fim de um povo: morre o 'índio do buraco', último sobrevivente de etnia sem contato com os não indígenas