Mais um ano eleitoral est&aacute; chegando. Em 2022, milh&otilde;es de brasileiros e brasileiras ter&atilde;o que ir &agrave;s urnas para escolher senadores, governadores, deputados e um presidente. Desde j&aacute;, o debate sobre pol&iacute;ticos de direita e pol&iacute;ticos de esquerda come&ccedil;am a tomar conta das redes sociais.&nbsp;

Muita gente ainda acha que a direita &eacute; a &ldquo;situa&ccedil;&atilde;o&rdquo;, ou seja, os governantes que est&atilde;o no poder; e a esquerda a &ldquo;oposi&ccedil;&atilde;o&rdquo;, aqueles que s&atilde;o contra &agrave;queles que governam. Mas, na verdade, dentro da pol&iacute;tica, os termos caracterizam comportamentos sociais e estruturas econ&ocirc;micas, e surgiram de uma maneira que alguns desconhecem.&nbsp;

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Em 1789, ocorreu a Assembleia Nacional Constituinte na Revolu&ccedil;&atilde;o Francesa, um movimento pol&iacute;tico que discutia, entre outras pautas, o fim ou n&atilde;o da monarquia. Foi a partir da&iacute; que surgiram os termos direita e esquerda, e tudo come&ccedil;ou com o uso das cadeiras.

De acordo com a BBC Brasil, o debate da assembleia era formado tanto por apoiadores da Coroa, como por revolucion&aacute;rios que pediam o fim da monarquia. &Agrave; direita da sala, se sentaram os mais conservadores; aqueles que defendiam a conserva&ccedil;&atilde;o do poderdo rei. Eles eram a favor da instala&ccedil;&atilde;o de uma monarquia constitucional na Fran&ccedil;a, como ocorre na monarquia inglesa.

Do lado esquerdo, se sentaram os revolucion&aacute;rios. Aqueles que pediam por mudan&ccedil;as radicais e o fim do poder absoluto da monarquia. De acordo com registros do Senado Franc&ecirc;s, a vota&ccedil;&atilde;o daquele dia foi vencida por membros da esquerda, o que acabaria marcando o curso da Revolu&ccedil;&atilde;o da Francesa, com o fim da monarquia.

N&atilde;o demorou muito para que essa &quot;divis&atilde;o&quot; instalada no debate, se infiltrasse tamb&eacute;m na pol&iacute;tica. Pierre Brechon, cientista pol&iacute;tico franc&ecirc;s e professor em&eacute;rito de ci&ecirc;ncia pol&iacute;tica na Universidade Sciences Po, explicou que os termos se popularizam devido &agrave; sua simplicidade.

&quot;O pensamento tem esse aspecto dicot&ocirc;mico e para entender, pelo menos num primeiro momento, precisamos de coisas simples. Poder&iacute;amos ter encontrado outros termos que poderiam ter se espalhado pelo mundo, mas o importante &eacute; que era preciso um vocabul&aacute;rio simples (...). E nas discuss&otilde;es pol&iacute;ticas, direita e esquerda s&atilde;o simples refer&ecirc;ncias&quot; disse, em entrevista &agrave; BBC Mundo. 
 
VIS&Atilde;O E ECONOMIA

Os termos direita e esquerda, que antes eram usados apenas por pol&iacute;ticos, acabaram por se espalhar no mundo ocidental. Inicialmente, os termos eram usados para caracterizar comportamentos opostos dentro da pol&iacute;tica, sendo a direita a favor de um comportamento conservador, e a esquerda, com uma vis&atilde;o mais progressista.&nbsp;

Dentro da vis&atilde;o social, ser de esquerda significaria ser a favor da igualdade social, da participa&ccedil;&atilde;o popular e do bem-estar coletivo. J&aacute; a direita, representaria uma vis&atilde;o conservadora, ligada a um comportamento tradicional e ao bem-estar individual.&nbsp;

Com o tempo, a divis&atilde;o tamb&eacute;m avan&ccedil;ou para a economia, com a direita a favor do mercado liberal, e a esquerda, a favor de um mercado regulado. Atualmente, a direita tamb&eacute;m se coloca a favor de um estado m&iacute;nimo, ou seja, com a menor interven&ccedil;&atilde;o poss&iacute;vel dos poderes p&uacute;blicos, e a esquerda, de um estado regulado, ou estado m&aacute;ximo, onde os agentes de todos os setores atuam de forma incisiva.&nbsp;

Embora essas caracter&iacute;sticas sejam usadas para definir os dois termos, hoje em dia, a discuss&atilde;o &eacute; ainda mais ampla, envolvendo quest&otilde;es como direitos de LGBTs, legaliza&ccedil;&atilde;o do aborto, reforma agr&aacute;ria, separa&ccedil;&atilde;o entre Estado e religi&atilde;o, e outras.&nbsp;

CENTRO

Mais de dois s&eacute;culos ap&oacute;s o surgimento da direita e esquerda, outro aspecto pol&iacute;tico come&ccedil;ou a ser discutido: o centro. Na teoria, esse termo prega mais toler&acirc;ncia e equil&iacute;brio na sociedade. O centro tamb&eacute;m se tornou uma op&ccedil;&atilde;o para quem n&atilde;o se encaixa na divis&atilde;o direita x esquerda, ao apoiar ideias de ambos os lados.&nbsp;

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