O BRT Salvador passa a ter, a partir desta semana, duas mulheres que integram o quadro de motoristas do sistema: Ilmara Sales e Carla Patrícia Maltez. A iniciativa teve início na segunda-feira (12/8) e é fruto de um esforço conjunto entre as secretarias municipais de Mobilidade (Semob) e de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) e de empresas de transporte, dentro do programa Mulheres no Volante.

Ilmara Sales, de 53 anos, e  Carla Maltez, de 41, já passaram por várias profissões, inclusive cobradora. Nesta nova fase, as novas motoristas expressaram a importância da representatividade feminina em uma área que ainda é muito dominada por homens.
 "Só o fato de a gente estar aqui como pioneira já impulsiona outras mulheres. É uma bela forma de empoderamento feminino", afirmou Ilmara Sales
A titular da SPMJ, Fernanda Lordêlo, explicou que, através do Mulheres no Volante, operacionalizado pelo Sest Senat, a Semob tem buscado as alunas egressas do curso especializado de condutor de veículos coletivos de passageiros, para que elas sejam futuras motoristas do BRT.
“Não há de se falar em equidade de gênero se a gente não trabalhar com a empregabilidade das mulheres, que são a maioria na nossa cidade. É um ponto crucial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária dar a essas mulheres oportunidades equânimes de acesso ao mercado. Ao ajudá-las a conquistar autonomia, a gente fortalece a independência dessa mulher e com certeza, o seu poder de decisão e melhoria na qualidade de vida”, refletiu a gestora.
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“É o mundo negro que viemos mostrar para você” diz o refrão de uma das mais emblemáticas músicas do Ilê Aiyê, primeiro bloco afro-brasileiro, que comemora em 2024 seus 50 anos de existência e resistência. Na noite deste sábado (10/2), o Ilê fará a tradicional saída do Curuzu para mais um Carnaval.

Expoente da cultura negra na Bahia, no Brasil e no mundo, o Ilê é motivo de “orgulho”, conforme diz Antônio Carlos, o Vovô do Ilê, um dos fundadores. “[Esses 50 anos trazem] um sentimento de gratidão, de orgulho, de ver um sonho almejado ter dado certo. Orgulho de chegar nos lugares e ver as pessoas cantando, dançando”, revelou ao Aratu On.
<img class="alignnone size-large wp-image-293155" src="https://aratuon.com.br/wp-content/uploads/2024/02/IMG_3132-2-2-1024x683.jpg" alt="" width="1024" height="683" />Divulgação/André Frutuôso
Ao lado de Apolônio de Jesus e outros moradores da região, o projeto foi fundado em 1974 com a proposta de ser um bloco voltado para pessoas negras, e o nome Ilê Aiyê surgiu em referência ao local onde foi sediado o bloco - o terreiro Ilê Axé Jitolu, localizado na ladeira do Curuzu. Vindo do idioma iorubá em que Ilê significa “casa” e “Aiyê” é algo “terra”, ou seja, o nome pode ser “nossa casa” ou “nossa terra”. Foi com essa busca por pertencimento que surgiu o "Mais Belo dos Belos".

Apesar de uma resistência de parte da sociedade, inclusive de muitas pessoas pretas, da própria imprensa, a primeira saída do bloco contou com pouco mais de 100 pessoas e, nos anos seguintes, esse número cresceu significativamente, com diversas personalidades e artistas acompanhando esse momento no decorrer dos anos, a exemplo da top model e atriz britânica Naomi Campbell e do diretor norte-americano Spike Lee.

Além da luta pelo espaço dos blocos afro no Carnaval de Salvador, o Ilê representa uma “força necessária, assim como todos os blocos afro”, segundo a jornalista Wanda Chase. “Quando Vovô criou o Ilê, ocorreu uma revolução estética, política, porque os negros, não apenas na Bahia, como no Brasil, tinham uma vergonha de se dizerem negros. [...] Então, ele veio para a gente repensar e também para educar”.

Vale destacar que este ano, o Aratu Folia 2024 traz como tema o “Afrofuturismo”, que busca descrever as criações artísticas que, por meio da ficção científica, inventam outros futuros para as populações negras. O tema do Carnaval do Governo do estado será “50 anos dos Blocos Afro, nossa energia é ancestral”, celebrando não apenas o meio século do Ilê, mas também os 75 anos do afoxé Filhos de Gandhi, além dos 45 anos do Olodum e do Malê Debalê, bem como os 30 anos da Banda Didá e os 25 anos do Cortejo Afro.

REPRESENTATIVIDADE

O termo representatividade define bem a essência do Ilê Aiyê, desde as cores do bloco: o branco, que representa a paz; preto, que exalta a cor da pele; o amarelo, para a riqueza cultural e beleza; e o vermelho, que traz alusão para o sangue derramado na luta pela libertação da escravidão e demais opressões.

A exaltação de elementos negros também é marca do Ilê, afinal, a realeza negra coroa todos os anos, a sua rainha, a Deusa do Ébano, é escolhida há 43 anos, antes do Carnaval, na <a href="https://www.youtube.com/watch?v=HI7gSKDwlZw&amp;t=1s&amp;pp=ygUbbm9pdGUgZGEgYmVsZXphIG5lZ3JhIGFyYXR1" target="_blank" rel="noopener">Noite da Beleza Negra</a>, que ocorre no Curuzu e teve uma cobertura especial da TV Aratu. Este ano, Larissa Valéria Sá Sacramento, de 29 anos, foi escolhida para representar o bloco. Algo que, segundo a Deusa, é "uma grande alegria e realização", ainda mais para ela, que desde pequena é criada no Curuzu e participa dos projetos do Ilê.
<img class="alignnone size-full wp-image-293139" src="https://aratuon.com.br/wp-content/uploads/2024/02/deusa-do-ebano-2024-frutuoso.jpg" alt="" width="1000" height="597" />
Divulgação/André Frutuôso

<div>De acordo com Wanda Chase, a criação da coroação da Deusa do Ébano veio para dar visibilidade e também mostrar a beleza da mulher preta, em uma época em que os demais concursos de misses e rainhas do Carnaval só focavam em mulheres brancas. "Quando o Sérgio Roberto e o Ilê Aiyê criam a Noite da Beleza Negra, isso fez com que as mulheres se sentissem valorizadas, enquanto mulher. Então faz essa revolução na estética da época, do cabelo, de assumir o cabelo natural, de usar cores fortes, cores vibrantes, né?"</div>
<div></div>
<div style="text-align: center;"><img class="alignnone size-large wp-image-293143" src="https://aratuon.com.br/wp-content/uploads/2024/02/noite-beleza-1024x683.jpg" alt="" width="1024" height="683" /></div>
<div style="text-align: center;">Reprodução/TV Aratu</div>
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<div>Segundo Larissa, que também é professora e trabalha com serviços de beleza, é esse o principal legado que ela busca passar adiante, enquanto Deusa do Ébano. "Pra mim é muito gratificante, é um ato de maior responsabilidade também. Desde a participação no concurso, ver os olhos brilhantes, a alegria das pessoas. É fazer desse legado uma responsabilidade ativa para as próximas gerações", afirmou.</div>
<div>
<blockquote>
<div class="ujudUb">"Todos os valores de uma raça estão presentes Na estrutura deste bloco diferente Por isso eu canto pelas ruas da cidade Pra você, minha crioula, minha cor, minhas verdade"</div></blockquote>
<div>Letra da música "Deusa do Ébano"</div>
</div>
<div></div>
<div>RESISTÊNCIA E LUTA</div>
“Através do Ilê Aiyê, dos blocos afro, fizemos essa cidade ficar menos perversa, mas colorida, menos violenta. E o principal, é que, através da música, a maioria da cidade possa se reconhecer como negra, de se achar bonita, de ter orgulho da sua cor, do seu cabelo”, disse Vovô quando perguntando sobre o legado desses 50 anos do Ilê

Sobre as dificuldades encontradas pelo Ilê e por outros blocos afro no que diz respeito a financiamento e patrocínios, a jornalista que vai estar no Aratu Folia, elucida bem a situação, ao afirmar que o Carnaval é dividido em dois: "o Carnaval de blocos e trios e o Carnaval dos Blocos Afro, e somos nós, blocos afros, que contamos na avenida histórias que as crianças não escutam nas escolas".

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Divulgação/André Frutuôso
MAIS 50 ANOS

Vovô analisa que há uma renovação no seio do Ilê Aiyê e que, por meio de recursos vindos de outros projetos feitos, o bloco consegue se manter financeiramente e seguir atuando durante todo o ano, mas ainda é pouco e o Ilê pode reverberar ainda mais: "Através da nossa arte, nosso objetivo é poder participar da mesa da decisão dessa cidade, que é negra, e mostrar que a gente é muito maior, e merece estar sendo lembrado não apenas pelo futebol e pelo Carnaval".

Com "muita ansiedade", mas com a confiança e alegria de ostentar sobre a cabeça o título de Deusa em um Carnaval tão significativo, Larissa Valéria afirma com certeza e fé que o Ilê Aiyê está marcado na eternidade. "Eu sempre falo e afirmou que jamais a história do Ilê irá acabar, se apagar. Então, que venham mais 50 anos de tradição, luta e resistência".

"Eu desejo muitos mais anos para o Ilê e que a gente seja valorizado, que os patrocinadores, as grandes empresas, olhem para nós, coloquem sua marca. Não tenham medo de colocar sua marca, pois nós existimos!", finalizou Wanda.

PROGRAMAÇÃO DO CARNAVAL

Para além da participação na abertura do Carnaval, na Praça Castro Alves, a tradicional saída do Ilê, partindo da Senzala do Barro Preto, no Curuzu, acontece na noite de sábado (10/2), com concentração a partir das 20h e saída às 21h. Na segunda-feira (19h) e na terça (18h), o "Mais Belo dos Belos" estará no Campo Grande, no Circuito Osmar.

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Promovendo por mais um ano o projeto "os indígenas no Carnaval da Bahia 2024", o cantor Edu Casanova puxará o "Trio Brasil de Índio' na quinta-feira (8/2), a partir das 19h, no circuito Barra-Ondina. Neste ano, a homenageada será a ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara.

Com participações especiais como a cantora chinesa Qymira, o DJ DOC B e o rapper Duendy Primeiro, o trio fará uma fusão de sons e culturas que ecoará pelos corredores do Carnaval valorizando a importância dos povos indígenas.

Em 2019, o Edu Casa Nova trouxe no trio elétrico, na primeira edição do projeto, o Cacique Raoni Metuktire,  líder indígena brasileiro da etnia caiapó conhecido internacionalmente.

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Fundada em 1993, a Banda Didá, primeiro grupo musical de percussão exclusivamente feminina de Salvador vai comemorar os 30 anos de fundação neste Carnaval. A banda escolheu o músico Neguinho do Samba, criador do grupo, como homenageado desta folia.

A repórter da TV Aratu Ana Portela, que já fez parte da Banda Didá, foi à sede do bloco para mostrar os preparativos para a folia. O tema da Didá foi intitulado "Neguinho do Samba, O Grande Afrofuturista Brasileiro".

Falecido em 2009, Neguinho é o criador do samba-reggae e também foi um dos fundadores do Olodum. Filho de uma lavadeira de Salvador, o música usava as bacias da mãe para batucar na infância e revolucionou a música baiana.

DESFILE

Na reportagem, a reportagem explica ainda que a palavra "didá" significa "o poder da criação" em iorubá. A maestrina Adriana Portela falou sobre o desfile da Didá no Carnaval: "Esse desfile vai ser maravilhoso, vão ter elementos misturados, representatividades afrofuturistas e pessoas da música popular brasileira".

A Banda Didá vai desfilar no sábado e segunda de Carnaval (10 e 12/2). Para participar, é necessário se inscrever até esta terça-feira (6/2) e pagar uma taxa de R$ 80 pelo <a href="https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSePIQbEcVgtw8Eyt-RB3YmMARZ-AWsbVNn93qMmLoa1LzJubQ/viewform">site do grupo</a>. As fantasias serão entregues na quinta e sexta-feira (8 e 9/2).

Veja a reportagem completa:

https://www.youtube.com/watch?v=XWhCaa9QDPI

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O Instituto Federal de Educa&ccedil;&atilde;o, Ci&ecirc;ncia e Tecnologia da Bahia (IFBA) vai realizar a primeira Ol&iacute;mpiada Feminina de Matem&aacute;tica do Estado (OFMEBA), com o objetivo de motivar a representatividade feminina em competi&ccedil;&otilde;es cient&iacute;ficas. As inscri&ccedil;&otilde;es s&atilde;o gratuitas e est&atilde;o abertas at&eacute; o dia 13 de agosto.

Segundo o IFBA, poder&atilde;o participar as estudantes do 6&ordm; ao 9&ordm; ano do ensino fundamental e do ensino m&eacute;dio (incluindo a modalidade da Educa&ccedil;&atilde;o de Jovens e Adultos) de escolas p&uacute;blicas municipais, estaduais, federais e escolas privadas da Bahia. Todas as etapas ser&atilde;o online.

Conforme o cronograma, a aplica&ccedil;&atilde;o da prova ser&aacute; feita nos dias 28 e 29 de agosto. Os resultados ser&atilde;o divulgados no dia 6 de setembro e a cerim&ocirc;nia de premia&ccedil;&atilde;o de estudantes, professores de matem&aacute;tica e escolas das estudantes medalhistas ocorrer&aacute; no dia 19 de setembro. &nbsp;

MOTIVA&Ccedil;&Atilde;O

Ives Lima, diretor-geral do campus Salvador, que realizar&aacute; o evento, e professor de matem&aacute;tica que integra a comiss&atilde;o organizadora, a olimp&iacute;ada &eacute; a primeira feminina estadual de matem&aacute;tica realizada no Brasil e foi idealizada pelo professor Acelio Rodrigues. Como presidente da comiss&atilde;o, Acelio convidou docentes de matem&aacute;tica de outros campi do IFBA e de outras institui&ccedil;&otilde;es.

&quot;A OFMEBA foi inspirada por uma tend&ecirc;ncia a nacional e internacional que visa motivar a participa&ccedil;&atilde;o das meninas em diversas olimp&iacute;adas de conhecimento. Aqui no Brasil existe um movimento forte chamado &#39;Movimento Meninas Ol&iacute;mpicas do Brasil&#39; que &eacute; pioneiro em a&ccedil;&otilde;es de fortalecimento da participa&ccedil;&atilde;o feminina nestes tipos de eventos cient&iacute;ficos&quot;, explica Acelio sobre o movimento criado em 2016 e coordenado pela professora Nara Bigolin, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que integra a comiss&atilde;o organizadora da OFMEBA. &nbsp;

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient&iacute;fico e Tecnol&oacute;gico (CNPq) informa que apenas 10% de meninas s&atilde;o premiadas nas principais olimp&iacute;adas cient&iacute;ficas do Brasil e menos de 5% nas olimp&iacute;adas internacionais. Sobre a OFMEBA, Acelio comenta que se trata de uma a&ccedil;&atilde;o social relevante, por ajudar no est&iacute;mulo &agrave; busca de conhecimentos e, com isso, melhorar as possibilidades de escolhas profissionais, principalmente em ci&ecirc;ncias exatas. &quot;N&atilde;o indo muito longe, na &uacute;ltima edi&ccedil;&atilde;o da OBMEP (Olimp&iacute;ada Brasileira de Matem&aacute;tica das Escolas P&uacute;blicas) em 2019, o campus Salvador, dentre os estudantes premiados, 73% foram meninos e 27% foram meninas&quot;, explica ele.

AULAS PREPARAT&Oacute;RIAS

Quem quiser um aux&iacute;lio na prepara&ccedil;&atilde;o, pode participar nos dias 30 de julho e 6, 13 e 20 de agosto, sempre das 16h &agrave;s 18h, das aulas online que ser&atilde;o transmitidas no <a href="https://www.youtube.com/user/comunicacaoifbassa" target="_blank">canal do campus Salvador no YouTube</a>. Acelio destaca que todas as aulas ser&atilde;o ministradas por quatro professoras de matem&aacute;tica, todas integrantes da comiss&atilde;o organizadora.

O regulamento da Olimp&iacute;ada informa que a prepara&ccedil;&atilde;o pode ser feita tamb&eacute;m atrav&eacute;s do material did&aacute;tico de apoio elaborado pela OBMEP, <a href="http://www.obmep.org.br/" target="_blank">dispon&iacute;vel na p&aacute;gina eletr&ocirc;nica</a>, na aba Material Did&aacute;tico. Outras informa&ccedil;&otilde;es podem ser encontradas no regulamento <a href="https://portal.ifba.edu.br/salvador/comunicacao/noticias/2021/campus-salvador-organiza-primeira-olimpiada-feminina-de-matematica-para-estudantes-da-bahia" target="_blank">publicado no site</a>.

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