O ministro da Sa&uacute;de, Marcelo Queiroga, fez um apelo, nesta ter&ccedil;a-feira&nbsp;(12/4), em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil, para que pessoas que foram imunizadas com a primeira dose da vacina contra Covid-19 n&atilde;o desobede&ccedil;am a prescri&ccedil;&atilde;o do medicamento e tomem, dentro do prazo recomendado, a segunda dose do imunizante.

Questionado sobre o suprimento de vacinas e o andamento da campanha de imuniza&ccedil;&atilde;o nacional, Queiroga reafirmou sua meta de aplica&ccedil;&atilde;o de 1 milh&atilde;o de doses de vacina por dia. Segundo o ministro, a articula&ccedil;&atilde;o do governo federal para a aquisi&ccedil;&atilde;o de mais vacinas &eacute; constante e busca aprimorar o fluxo j&aacute; existente. &ldquo;Podemos fazer mais? Sim, podemos. Mas precisamos de mais doses e isso &eacute; um esfor&ccedil;o di&aacute;rio dos minist&eacute;rios com os pa&iacute;ses que produzem vacinas&rdquo;, afirmou.

GRIPE

O ministro falou tamb&eacute;m sobre a campanha de vacina&ccedil;&atilde;o contra a gripe <a href="https://aratuon.com.br/noticia/coronavirus/campanha-de-vacinacao-contra-a-gripe-em-salvador-comeca-nesta-segunda-feira">iniciada nesta segunda-feira</a>, ajudar&aacute; no descongestionamento do Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS) em virtude da pandemia de covid-19. Segundo o m&eacute;dico, a vacina&ccedil;&atilde;o contra a gripe dever&aacute; ajudar a reduzir a ocupa&ccedil;&atilde;o de unidades de terapia intensiva (UTIs). &ldquo;No contexto da pandemia de covid-19, com o sistema de sa&uacute;de pressionado, vacinar contra a gripe pode ser um ativo importante para reduzir o n&uacute;mero de pacientes que precisam de terapia intensiva, reduzindo os &oacute;bitos - que &eacute; o nosso objetivo.&rdquo;

O ministro afirmou que a campanha de vacina&ccedil;&atilde;o contra a gripe obteve resultados positivos em outros anos e espera que uma grande parcela da popula&ccedil;&atilde;o seja vacinada. &ldquo;No passado, em 2020 e j&aacute; na pandemia, conseguimos vacinar 90% do p&uacute;blico-alvo&rdquo;, disse.

CPI DA COVID

Sobre a Comiss&atilde;o Parlamentar de Inqu&eacute;rito (CPI) da covid-19, Queiroga afirmou que &ldquo;se preocupa mais com CTIs do que com CPIs&rdquo; - em alus&atilde;o aos centros de terapia intensiva, que est&atilde;o sobrecarregados em diversas regi&otilde;es do pa&iacute;s.

&ldquo;N&atilde;o cuidamos de pol&iacute;tica na sa&uacute;de, mas de pol&iacute;ticas de sa&uacute;de. Se for o caso, vamos prestar os esclarecimentos devidos para que fique claro o que tem sido feito para apoiar o povo brasileiro na pandemia&rdquo;, disse o ministro.&nbsp;

Queiroga afirmou ainda que h&aacute; preocupa&ccedil;&atilde;o em aprimorar a capacidade do minist&eacute;rio em rela&ccedil;&atilde;o aos bancos de dados da pandemia e da sa&uacute;de em geral e que &eacute; importante que haja transpar&ecirc;ncia nos n&uacute;meros apresentados &agrave; popula&ccedil;&atilde;o.

ATENDIMENTO PRECOCE

Sobre falas em rela&ccedil;&atilde;o a tratamentos precoces no tratamento da Covid-19, Queiroga voltou a afirmar que a experi&ecirc;ncia e o conhecimento m&eacute;dico s&atilde;o soberanos e que n&atilde;o houve qualquer manifesta&ccedil;&atilde;o por parte do governo federal para validar protocolos de tratamento precoce - termo que Queiroga fez quest&atilde;o de diferenciar do que chama de atendimento precoce.

&ldquo;O presidente Bolsonaro apenas disse que os m&eacute;dicos devem ter autonomia. Autonomia m&eacute;dica &eacute; algo milenar. A medicina se rege por princ&iacute;pios bio&eacute;ticos pr&oacute;prios, como o princ&iacute;pio da benefic&ecirc;ncia, o princ&iacute;pio da autonomia. O uso de medicamentos off label [uso que n&atilde;o &eacute; descrito em bula] &eacute; uma pr&aacute;tica comum, j&aacute; que &eacute; uma doen&ccedil;a nova. Mesmo para medicamentos em que h&aacute; aceita&ccedil;&atilde;o e estudos randomizados, ainda n&atilde;o temos no bul&aacute;rio essa indica&ccedil;&atilde;o&rdquo;, explicou.

Questionado sobre discuss&otilde;es anteriores &agrave; sua gest&atilde;o, como a do uso de cloroquina, Queiroga afirmou que o que importa para os pacientes &eacute; ter atendimento especializado de qualidade, com m&eacute;dicos treinados para atender ao sintoma mais grave da evolu&ccedil;&atilde;o da covid-19, a chamada tempestade de citocina - rea&ccedil;&atilde;o autoimune do organismo que inunda os vasos pulmonares com estruturas de defesa que acabam atrapalhando o funcionamento saud&aacute;vel do &oacute;rg&atilde;o.&nbsp;

&ldquo;Eu n&atilde;o vim para o minist&eacute;rio para discutir cloroquina. Vim para organizar e ser eficiente n&atilde;o s&oacute; no tratamento da pandemia, como de outras doen&ccedil;as&rdquo;, disse.

GRUPOS PRIORIT&Aacute;RIOS

Queiroga afirmou que h&aacute; v&aacute;rias solicita&ccedil;&otilde;es do chamado &ldquo;fura-fila da vacina&rdquo; - situa&ccedil;&atilde;o caracterizada pela solicita&ccedil;&atilde;o de grupos e classes profissionais que pedem prioridade na imuniza&ccedil;&atilde;o. Para o ministro, a solu&ccedil;&atilde;o vi&aacute;vel &eacute; ampliar o estoque e fortalecer a campanha de maneira a agilizar a vacina&ccedil;&atilde;o integral dos brasileiros.

Na oportunidade, Queiroga revelou que a categoria dos caminhoneiros ser&aacute; incorporada ao grupo priorit&aacute;rio. O ministro disse que o an&uacute;ncio oficial e os detalhes ser&atilde;o revelados em breve pela pasta.

CONGRESSO NACIONAL

Sobre os pedidos dos presidentes da C&acirc;mara e do Senado, deputado Arthur Lira (Progressista-AL) e senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de doses de vacina para organismos e entidades internacionais, Queiroga disse n&atilde;o estar incomodado, pelo contr&aacute;rio. Para o ministro, a articula&ccedil;&atilde;o conjunta de autoridades brasileiras &eacute; essencial para que o quadro emergencial de sa&uacute;de interna do pa&iacute;s seja priorizado. &ldquo;S&atilde;o a&ccedil;&otilde;es que se somam para buscar mais vacinas. Estamos atuando em conjunto, de maneira harm&ocirc;nica. Fico agradecido a esses dois homens p&uacute;blicos.&rdquo;

Queiroga falou tamb&eacute;m sobre reformas e fortalecimento do SUS e do sistema de distribui&ccedil;&atilde;o e produ&ccedil;&atilde;o de insumos de sa&uacute;de no Brasil. O ministro disse que &eacute; necess&aacute;rio repensar a forma&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica e mudar a forma como acontece a assist&ecirc;ncia hospitalar especializada - tanto p&uacute;blica quanto suplementar.

Em suas considera&ccedil;&otilde;es finais, o cardiologista e ministro da Sa&uacute;de afirmou que &eacute; necess&aacute;rio encarar as mudan&ccedil;as com responsabilidade social e que &eacute; dever de cidadania observar os cuidados necess&aacute;rios com a covid-19. &ldquo;O fato &eacute;: vamos ter que conviver com o que convencionamos chamar de novo normal.&rdquo;

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