Substituto de Roberto Jefferson na disputa pela presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica, em 2022, o baiano Padre Kelmon (PTB) recebeu R$ 115,6 mil do seu partido para concorrer ao cargo. As verbas s&atilde;o oriundas do fundo partid&aacute;rio.

Segundo o colunista Igor Gadelha, do portal Metr&oacute;poles, os valores foram destinados ao pol&iacute;tico em nove parcelas, entre junho e novembro do ano passado.

O Aratu On cruzou dados de pr&eacute;vias presta&ccedil;&otilde;es de contas apresentados pelos partidos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). At&eacute; o momento, receberam recursos por meio de pessoas f&iacute;sicas os candidatos Luiz In&aacute;cio Lula da Silva, do PT (R$ 453 mil), Eymael, do Democracia Crist&atilde; (R$ 106 mil), Ciro Gomes, do PDT (R$ 42,6 mil) e Simone Tebet, do MDB (R$ 16,2 mil). Desta forma, Kelmon foi, at&eacute; o momento, o segundo da lista que mais a receber recursos partid&aacute;rios atrav&eacute;s da pessoa f&iacute;sica.

Todos os nove pagamentos est&atilde;o identificados como &ldquo;servi&ccedil;os t&eacute;cnicos e profissionais&rdquo; que teriam sido prestados pelo religioso ao&nbsp;PTB.

Repasses do PTB a Padre Kelmon:

20/06/2022 &ndash; R$ 9,871,91 
08/07/2022 &ndash; R$ 6.000 
01/08/2022 &ndash; R$ 6.000 
05/08/2022 &ndash; R$ 3.871,91 
01/09/2022 &ndash; R$ 9,871,91 
02/09/2022 &ndash; R$ 20.000 
03/10/2022 &ndash; R$ 20.000 
26/10/2022 &ndash; R$ 20.000 
28/11/2022 &ndash; R$ 20.000&nbsp;

Kelmon ganhou notabilidade no cen&aacute;rio nacional durante os debates presidenciais. Ele ficou marcado pela defesa ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelos ataques ao agora presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva (PT). Ele tamb&eacute;m entrou em embate com outros candidatos e virou meme nas redes sociais por usar trajes religiosos durante a campanha.

Outra pol&ecirc;mica envolvendo o ex-candidato envolveu seu v&iacute;nculo com a religi&atilde;o. Em setembro, a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil, atrav&eacute;s de &nbsp;Dom Tito Paulo George Hanna. Afirmou que Kelmon n&atilde;o &eacute; padre.&nbsp;

&quot;Chegou ao nosso conhecimento que muitos cidad&atilde;os t&ecirc;m questionado membros da nossa igreja a respeito de um candidato &agrave; Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica pelo PTB que se autodenomina como Padre Kelmon, utilizando ins&iacute;gnias de nossa tradi&ccedil;&atilde;o, sobre a veracidade de seu v&iacute;nculo &agrave; nossa Igreja&quot;.

&quot;Diante disso, esclarecemos que, em pleno respeito, mas tamb&eacute;m gozando da mesma liberdade de pensamento, consci&ecirc;ncia e religi&atilde;o prevista no 18&ordm; artigo da Declara&ccedil;&atilde;o dos Direitos Humanos e no artigo 5&ordm; da Constitui&ccedil;&atilde;o Federal do Brasil, o referido candidato n&atilde;o &eacute; membro de nossa Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil em nenhuma de suas par&oacute;quias, comunidades, miss&otilde;es ou obras sociais&quot;.

Ainda segundo o documento, Kelmon nunca foi seminarista ou membro do clero da Igreja em nenhum dos tr&ecirc;s graus da ordem, quer no Brasil ou em outro pa&iacute;s.

A Confedera&ccedil;&atilde;o Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tamb&eacute;m afirmou que Kelmon n&atilde;o possui v&iacute;nculo com a Igreja Cat&oacute;lica.

Em dezembro, o petebista foi desligado da Igreja Ortodoxa do Peru&nbsp;no Brasil, da qual realmente fazia parte. Em nota, a institui&ccedil;&atilde;o afirmou que Kelmon est&aacute; proibido de ministrar missas em nome da igreja.&nbsp;

A presta&ccedil;&atilde;o de contas de 2022 do PTB &agrave; Justi&ccedil;a Eleitoral ainda est&aacute; aberta, podendo ser modificada.

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