Com milh&otilde;es de seguidores em suas redes sociais, o jovem Iran Ferreira, conhecido como &#39;Luva de Pedreiro&#39;, dono do bord&atilde;o &#39;receba!&#39;, surpreendeu, no in&iacute;cio de setembro, seu p&uacute;blico e imprensa com a not&iacute;cia de que estava de sa&iacute;da das redes sociais e deletaria todos os seus posts.

N&atilde;o demorou muito para o nome do influencer ser envolvido em rumores. Horas depois do an&uacute;ncio, o colunista Leo Dias, do Metr&oacute;poles, noticiou que ele havia ele rompido com o ex-jogador Falc&atilde;o - ent&atilde;o seu empres&aacute;rio-&nbsp;para acertar com o mesmo agente que empresaria o influenciador Khaby Lame. Iran desmentiu o boato.&nbsp;

Ao contr&aacute;rio do esperado, foram somente oito dias &#39;de pausa&#39;. A volta aconteceu na tarde desta &uacute;ltima quarta-feira (21/9). Em suas redes sociais, o jovem,&nbsp;nascido em Quijingue, no Norte da Bahia, declarou: &quot;Eu nunca estive sozinho, obrigado meu Deus. Vamos voltar mais fortes, a vida &eacute; uma aprendizado, segura a tropa agora!!!&quot;, disse.&nbsp;

O &quot;sumi&ccedil;o&quot;&nbsp;dos influencers tem sido cada vez mais comum ap&oacute;s estourarem e se tornarem sensa&ccedil;&atilde;o nas plataformas digitais. Em boa parte, a justificativa &eacute; a mesma: &quot;Preciso parar um pouco&quot;.

O humorista &ldquo;Esse Menino&rdquo;, que ficou conhecido pelo v&iacute;deo da &ldquo;pifaizer&rdquo;, anunciou ano passado, por exemplo, que tiraria &ldquo;f&eacute;rias, sem tempo certo para acabar&rdquo;. Na &eacute;poca, ele contou que sofria&nbsp;com depress&atilde;o e ansiedade, al&eacute;m de afirmar que investiu em tratamentos psiqui&aacute;tricos com o primeiro cach&ecirc; que recebeu ap&oacute;s seu v&iacute;deo viralizar.

Em 2016, a influenciadora digital K&eacute;fera Buchmann, tamb&eacute;m&nbsp;anunciou uma pausa na produ&ccedil;&atilde;o de v&iacute;deos para o seu canal, 5incominutos, por tempo indeterminado. &quot;Sucesso, fama e inscritos &eacute; tudo muito legal, mas a vida &eacute; mais que isso. E uma vez que a vida &eacute; mais do que isso, eu preciso focar nela. N&atilde;o se sintam abandonados e tentem entender a minha aus&ecirc;ncia. Ela tem um motivo e est&aacute; precisando acontecer&rdquo;, disse.

Em dezembro de 2021, foi a vez de o humorista Whindersson Nunes fazer uma pausa em seus shows ap&oacute;s sua turn&ecirc; &ldquo;Isso n&atilde;o &eacute; um culto&rdquo;. &quot;N&atilde;o me incomodo com a fama porque eu s&oacute; sou amado pelas pessoas como sou, porque elas me conhecem. E eu amo esse amor. Mas me afetou em outros n&iacute;veis e eu acho que ainda n&atilde;o sei lidar, preciso assimilar, e entender o que fazer com isso&rdquo;, declarou o humorista.

O QUE ACONTECE?

Uma pesquisa realizada pela Inflr (uma AdTech que conecta marcas a Influenciadores) apontou que 75% dos jovens brasileiros querem ser influencers e a maioria deles consideram a quest&atilde;o financeira a principal motiva&ccedil;&atilde;o.

Apesar de ser fonte de renda para milhares de pessoas no planeta e possibilitar maior intera&ccedil;&atilde;o com quem n&atilde;o se convive diariamente ou at&eacute; com &iacute;dolos, as redes sociais podem ser prejudiciais &agrave; sa&uacute;de mental. &Eacute; o que diz estudo da institui&ccedil;&atilde;o de sa&uacute;de p&uacute;blica do Reino Unido, Royal Society for Public Health.

O documento, publicado em maio de 2020, revela ainda que as taxas de ansiedade e depress&atilde;o entre jovens de 14 a 24 anos aumentaram 70% nos &uacute;ltimos 25 anos.&nbsp;

Para a psic&oacute;loga Simone de Paula existe uma cobran&ccedil;a bem s&eacute;ria ap&oacute;s esses &quot;ex-an&ocirc;nimos&quot;&nbsp;estourarem nas redes sociais. &ldquo;Eles precisam estar felizes, dispon&iacute;veis, esbeltos e entregando conte&uacute;dos o tempo todo. Lidar com toda essa press&atilde;o para algu&eacute;m que n&atilde;o tem estrutura psicol&oacute;gica pode ser uma ponte para os problemas psicol&oacute;gicos&rdquo;, ressaltou ao Aratu On.

&ldquo;A busca por estar na m&iacute;dia, medo de perder algo, preocupa&ccedil;&atilde;o com a imagem, al&eacute;m de perder a privacidade, podem levar a s&eacute;rios problemas psicol&oacute;gicos como: depress&atilde;o, ansiedade, transtornos alimentares e burnout&rdquo;, acrescentou.&nbsp;

DICAS

J&aacute; a psic&oacute;loga Maira Siqueira explica como manter a sa&uacute;de mental equilibrada e formas de autocuidado com a sa&uacute;de, ap&oacute;s uma mudan&ccedil;a dr&aacute;stica. Para ela, &eacute;&nbsp;natural as pessoas sentirem dificuldade de encarar as mudan&ccedil;as, principalmente quando elas s&atilde;o repentinas. O ideal, nesses casos, seria&nbsp;dedicar-se a cuidar da sa&uacute;de mental para lidar com o novo estilo de vida.

&quot;Buscar ajuda profissional, contar com a rede de apoio e ter momentos de descanso e lazer, s&atilde;o formas de autocuidado que poder&atilde;o auxiliar no processo do anonimato para a fama&rdquo;, ressalta.&nbsp;

A psic&oacute;loga faz um alerta e destaca que a terapia deve ser procurada tamb&eacute;m para prevenir e promover a sa&uacute;de mental, n&atilde;o somente quando existe um transtorno mental instalado.

<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="409" src="https://www.youtube.com/embed/qTqaDuqf3OA" title="Por qual motivo influenciadores se afastam das redes?" width="727"></iframe>

SETEMBRO AMARELO&nbsp;

O suic&iacute;dio &eacute; um importante problema de sa&uacute;de p&uacute;blica, com impactos na sociedade como um todo. Segundo dados da Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial de Sa&uacute;de (OMS), todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suic&iacute;dio do que HIV, mal&aacute;ria ou c&acirc;ncer de mama - ou guerras e homic&iacute;dios.&nbsp;

Atualmente, <a href="https://www.setembroamarelo.com/" target="_blank">o Setembro Amarelo</a> &eacute; a maior campanha anti estigma do mundo! Em 2022, o lema &eacute; &ldquo;A vida &eacute; a melhor escolha!&rdquo; e diversas a&ccedil;&otilde;es j&aacute; est&atilde;o sendo desenvolvidas.

O suic&iacute;dio &eacute; uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes preju&iacute;zos &agrave; sociedade. De acordo com a &uacute;ltima pesquisa realizada pela OMS, em 2019, s&atilde;o registrados mais de 700 mil suic&iacute;dios em todo o mundo, sem contar com os epis&oacute;dios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 01 milh&atilde;o de casos.

No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em m&eacute;dia 38 pessoas cometem suic&iacute;dio por dia.&nbsp;

Embora os n&uacute;meros estejam diminuindo em todo o mundo, os pa&iacute;ses das Am&eacute;ricas v&atilde;o na contram&atilde;o dessa tend&ecirc;ncia, com &iacute;ndices que n&atilde;o param de aumentar, segundo a OMS.

Sabe-se que, praticamente, 100% de todos os casos de suic&iacute;dio estavam relacionados &agrave;s doen&ccedil;as mentais, principalmente n&atilde;o diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiqui&aacute;trico e informa&ccedil;&otilde;es de qualidade.&nbsp;

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