A Am&eacute;rica Latina est&aacute; presa em uma &ldquo;armadilha do desenvolvimento&rdquo;, com alta desigualdade de renda e baixo crescimento econ&ocirc;mico - problema agora agravado pelos efeitos da pandemia da Covid-19. A conclus&atilde;o &eacute; do Pnud (Programa das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para o Desenvolvimento), que divulga nesta ter&ccedil;a-feira (22/6) o Relat&oacute;rio Regional de Desenvolvimento Humano para a Am&eacute;rica Latina e o Caribe.

As solu&ccedil;&otilde;es, de acordo com o documento, passam por aprimoramentos em pol&iacute;ticas sociais, combate &agrave; viol&ecirc;ncia e redu&ccedil;&atilde;o da concentra&ccedil;&atilde;o de poder econ&ocirc;mico e pol&iacute;tico.

A chegada da crise sanit&aacute;ria do coronav&iacute;rus, diz o documento, pesou mais fortemente sobre aqueles que j&aacute; eram deixados para tr&aacute;s, ampliando as desigualdades ao longo de 2020 e 2021. A perda de renda se deu em maior intensidade sobre os mais pobres, especialmente os informais.

O documento lembra que a Am&eacute;rica Latina se tornou o epicentro da Covid-19, o que desencadeou crises econ&ocirc;micas e sociais. O aumento da pobreza e da fome se associou a um espa&ccedil;o fiscal limitado, o que dificulta a implementa&ccedil;&atilde;o de medidas pelos governos. Para o Pnud, a reconstru&ccedil;&atilde;o pode levar muito tempo.

Entre as maiores preocupa&ccedil;&otilde;es, o relat&oacute;rio cita o impacto desigual da crise sanit&aacute;ria sobre estudantes. H&aacute; barreiras aos mais pobres, como na dificuldade de acesso a ferramentas tecnol&oacute;gicas em casa e na disparidade na forma&ccedil;&atilde;o dos familiares.

Um dos sintomas apresentados pelo Pnud para a desigualdade no Brasil &eacute; a fatia de renda acumulada pela elite. Os 10% mais ricos do pa&iacute;s det&ecirc;m 57% da renda nacional, atr&aacute;s apenas da concentra&ccedil;&atilde;o observada no Chile e no M&eacute;xico em uma avalia&ccedil;&atilde;o feita com dez pa&iacute;ses do continente.

A desigualdade tem diferentes camadas que s&atilde;o analisadas pelo Pnud. O &oacute;rg&atilde;o menciona, por exemplo, a diferen&ccedil;a de oportunidades entre homens e mulheres. No Brasil, elas ganham em m&eacute;dia 25% a menos do que homens com caracter&iacute;sticas e forma&ccedil;&atilde;o equivalentes.

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