Relator da PEC dos Precat&oacute;rios no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE) apresentou nesta quarta-feira (24/11) o relat&oacute;rio do texto e sugeriu que o Aux&iacute;lio Brasil seja permanente.&nbsp;

A informa&ccedil;&atilde;o &eacute; do portal G1, que informa que a mat&eacute;ria &eacute; analisada pela Comiss&atilde;o de Constitui&ccedil;&atilde;o e Justi&ccedil;a (CCJ) da Casa. Apesar da sugest&atilde;o, Bezerra n&atilde;o define qual a fonte de recursos para manter o benef&iacute;cio, substituto do Bolsa Fam&iacute;lia, por per&iacute;odo indefinido.&nbsp;

Na &uacute;ltima segunda (22/11), o secret&aacute;rio especial do Tesouro e Or&ccedil;amento do Minist&eacute;rio da Economia, Esteves Colnago, afirmou que o governo ainda n&atilde;o identificou a fonte permanente de recursos que permita custear o Aux&iacute;lio Brasil no valor de R$ 400.

A defini&ccedil;&atilde;o de que o Aux&iacute;lio Brasil deve ser permanente foi uma exig&ecirc;ncia de senadores durante as negocia&ccedil;&otilde;es de Bezerra para aprova&ccedil;&atilde;o da PEC dos Precat&oacute;rios.

Os parlamentares apontavam a possibilidade de o programa ter fins eleitoreiros e durar somente at&eacute; 2022.

A perman&ecirc;ncia do programa n&atilde;o estava prevista no texto aprovado pela C&acirc;mara dos Deputados.

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Estudo publicado na revista Nature revelou, pela primeira vez, que pessoas que contra&iacute;ram a doen&ccedil;a de forma ligeira ou moderada desenvolvem uma c&eacute;lula imunol&oacute;gica capaz de produzir anticorpos contra o SARS-CoV-2 para o resto da vida.

Uma das observa&ccedil;&otilde;es em pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2 mostra que o n&iacute;vel de anticorpos &ndash; prote&iacute;nas capazes de impedir o v&iacute;rus de infectar as c&eacute;lulas &ndash; come&ccedil;a a diminuir ap&oacute;s quatro meses. O importante &eacute; perceber se, apesar da queda de anticorpos, o doente desenvolveu tamb&eacute;m uma resposta imunol&oacute;gica completa, que inclui a cria&ccedil;&atilde;o de gl&oacute;bulos brancos capazes de eliminar o v&iacute;rus, muitos meses e at&eacute; anos ap&oacute;s a primeira infec&ccedil;&atilde;o.&nbsp;

V&aacute;rios estudos t&ecirc;m indicado que as pessoas que passam pela infec&ccedil;&atilde;o e aquelas que s&atilde;o vacinadas geram uma resposta celular imune que as protege de reinfec&ccedil;&otilde;es.

O estudo publicado pela Nature traz boas not&iacute;cias. Os especialistas analisaram 77 doentes que tiveram a doen&ccedil;a de forma ligeira ou moderada (grupo sobre o qual existiam d&uacute;vidas).

Na maioria, eles notaram que os anticorpos diminuem acentuadamente ap&oacute;s quatro meses, mas a redu&ccedil;&atilde;o &eacute; mais lenta e essas mol&eacute;culas ainda est&atilde;o presentes no sangue 11 meses ap&oacute;s a doen&ccedil;a. O estudo foi o primeiro a analisar a presen&ccedil;a de c&eacute;lulas plasm&aacute;ticas de longa vida na medula &oacute;ssea.

As c&eacute;lulas plasm&aacute;ticas s&atilde;o geradas quando um pat&oacute;geno entra no organismo. No caso da covid-19 &eacute;, por exemplo, a prote&iacute;na S que o v&iacute;rus usa para infectar as c&eacute;lulas humanas.

Ap&oacute;s a infec&ccedil;&atilde;o, essas c&eacute;lulas imunes viajam pela medula &oacute;ssea, onde permanecem em estado latente. Se o v&iacute;rus reaparecer, as c&eacute;lulas regressam &agrave; corrente sangu&iacute;nea e come&ccedil;am novamente a produzir anticorpos. O estudo mostra que a grande maioria dos doentes que conseguiram recolher amostras de medula &oacute;ssea &ndash; 15 de 18 &ndash; gerou c&eacute;lulas plasm&aacute;ticas no sistema imunol&oacute;gico.

Ali Ellebedy, imunologista da Escola de Medicina da Universidade de Washington e pesquisador principal do estudo, destaca, em declara&ccedil;&otilde;es ao jornal espanhol El Pa&iacute;s: &ldquo;As c&eacute;lulas plasm&aacute;ticas podem durar a vida inteira. Essas c&eacute;lulas v&atilde;o continuar e produzir anticorpos para sempre&rdquo;.

ANTICORPOS E IMUNIDADE

A presen&ccedil;a de anticorpos nem sempre significa que a pessoa est&aacute; &ldquo;imune&rdquo; &agrave; reinfec&ccedil;&atilde;o, embora seja prov&aacute;vel que isso aconte&ccedil;a. Ellebedy esclarece que se os anticorpos produzidos por c&eacute;lulas de longa vida n&atilde;o forem suficientes, o sistema imunol&oacute;gico ativa as c&eacute;lulas B de mem&oacute;ria, capazes de produzir ainda mais anticorpos.

Esse estudo encontrou esses tipos de c&eacute;lulas em doentes, uma descoberta que &eacute; consistente com estudos anteriores que sugerem que a imunidade contra o SARS-CoV- 2, mediada por diferentes tipos de linf&oacute;citos e c&eacute;lulas do sistema imunol&oacute;gico, provavelmente dura anos.

O mesmo ocorre com outras infec&ccedil;&otilde;es. Os anticorpos e c&eacute;lulas de mem&oacute;ria contra o SARS, um coronav&iacute;rus que provocou a morte de pelo menos 800 pessoas no in&iacute;cio da &uacute;ltima d&eacute;cada, duram pelo menos 17 anos.

Com a var&iacute;ola, mais de 50 anos ap&oacute;s a vacina&ccedil;&atilde;o, as pessoas ret&ecirc;m c&eacute;lulas B capazes de produzir anticorpos se o v&iacute;rus reaparecer no organismo. &ldquo;Essas c&eacute;lulas continuar&atilde;o a produzir anticorpos eternamente&quot;, acrescenta Ali Ellebedy ao jornal.

Uma das quest&otilde;es que se coloca &eacute; se esse tipo de c&eacute;lula do sistema imunol&oacute;gico &eacute; capaz de neutralizar as novas variantes que t&ecirc;m surgido. &ldquo;Tudo depende de quanto muda a sequ&ecirc;ncia gen&eacute;tica do v&iacute;rus&rdquo;, afirma Ellebedy.

Estudos anteriores mostraram que o sistema imunol&oacute;gico dos infectados e vacinados neutraliza suavemente as variantes mais graves detectadas at&eacute; agora. Existem alguns tipos de anticorpos que n&atilde;o conseguem neutralizar o v&iacute;rus, mas o sistema imunol&oacute;gico nunca aposta tudo numa jogada e produz anticorpos contra muitas prote&iacute;nas diferentes do v&iacute;rus e das c&eacute;lulas de mem&oacute;ria com as mesmas capacidades, de modo que &eacute; muito dif&iacute;cil que a variante escape a todas e, sobretudo, fa&ccedil;a algu&eacute;m adoecer, a ponto de causar graves problemas de sa&uacute;de ou at&eacute; a morte.

&ldquo;&Eacute; razo&aacute;vel que esse tipo de c&eacute;lula forne&ccedil;a imunidade vital&iacute;cia&rdquo;, afirmou Manel Juan, chefe do servi&ccedil;o de Imunologia do Hospital Clinic em Barcelona. &ldquo;Essas c&eacute;lulas de longa vida s&atilde;o uma ajuda na imunidade contra outras doen&ccedil;as por muitos anos&rdquo;, acrescenta.

TERCEIRA DOSE

Uma das quest&otilde;es que se coloca &eacute; apurar se uma terceira dose da vacina ser&aacute; realmente necess&aacute;ria, conforme prop&otilde;em as farmac&ecirc;uticas. &ldquo;Para mim est&aacute; claro que n&atilde;o &eacute; necess&aacute;rio, assim como n&atilde;o seria necess&aacute;rio vacinar quem j&aacute; teve a doen&ccedil;a&rdquo;, explicou Manel Juan.

&Aacute;frica Gonz&aacute;lez e Marcos L&oacute;pez-Hoyos, da Sociedade espanhola de Imunologia consideram ser &ldquo;muito cedo para pensar em terceira dose&rdquo;.

&ldquo;&Eacute; bem prov&aacute;vel que a prote&ccedil;&atilde;o pela doen&ccedil;a ou pela vacina seja para toda a vida, embora seja algo que ter&aacute; que ser analisado&rdquo;, explicou L&oacute;pez-Hoyos.

Para o imunologista, &ldquo;&eacute; necess&aacute;rio estar muito atento ao que acontece com as pessoas mais velhas e com doen&ccedil;as de base. Em todo caso, pensamos que a necessidade de uma terceira dose n&atilde;o &eacute; tanta quanto dizem os CEOs da Pfizer e Moderna. Em qualquer caso, a primeira coisa &eacute; vacinar toda a popula&ccedil;&atilde;o pela primeira dose. Estudos como esses mostram que a imuniza&ccedil;&atilde;o gerada pela infec&ccedil;&atilde;o &eacute; mais protetora do que se pensava&rdquo;.

&ldquo;O sistema imunol&oacute;gico gera c&eacute;lulas de curta, m&eacute;dia e longa dura&ccedil;&atilde;o em resposta a uma infec&ccedil;&atilde;o&rdquo;, afirma &Aacute;frica Gonz&aacute;lez, imunologista da Universidade de Vigo.

Segundo a especialista, &ldquo;traduzidas em vacinas, existem algumas que fornecem prote&ccedil;&atilde;o apenas tempor&aacute;rias para anticorpos humorais, por cerca de seis meses. S&atilde;o eles que carregam os carboidratos de bact&eacute;rias e n&atilde;o ativam os linf&oacute;citos T&rdquo;.

&ldquo;Outras vacinas induzem respostas celulares e humorais que se mant&ecirc;m por alguns anos, como a do t&eacute;tano, que &eacute; recomendada de dez em dez anos. Com outras n&atilde;o &eacute; necess&aacute;rio vacinar mais, depois das tr&ecirc;s doses recebidas na inf&acirc;ncia&rdquo;, conclui.

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