Morreu, aos 73 anos, o compositor baiano Paulinho Camafeu, na noite desta segunda-feira (29/11) em Salvador. Ele estava em coma induzido, internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Sub&uacute;rbio, ap&oacute;s ter sofrido dois infartos na semana passada.

Camafeu deu entrada na unidade de sa&uacute;de no dia (18/11), devido a problemas card&iacute;acos. Ao longo dos dias, o quadro de sa&uacute;de do compositor foi se agravando e ele precisou ser intubado ap&oacute;s sofrer o primeiro infarto na &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira (23/11), enquanto seguia para fazer a hemodi&aacute;lise.

Ap&oacute;s dois dias, Camafeu sofreu nova parada card&iacute;aca e os m&eacute;dicos informaram que sua sa&uacute;de havia ficado ainda mais debilitada. Por conta da situa&ccedil;&atilde;o, ele chegou a precisar de doa&ccedil;&otilde;es de sangue, mas n&atilde;o resistiu ao quadro.

Antes de ser transferido ao Hospital do Sub&uacute;rbio, o compositor ficou cinco dias em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro Pau Mi&uacute;do, tamb&eacute;m na capital baiana. Paulinho era diab&eacute;tico e, por consequ&ecirc;ncia da doen&ccedil;a, havia tido um p&eacute; amputado.

CARREIRA

Nascido em Salvador, em 1948, Camafeu fez parte das antigas escolas de samba e tamb&eacute;m participou dos &quot;blocos de &iacute;ndio&quot;, inciando a carreira art&iacute;stica como compositor nos Apaches do Toror&oacute;, mais antiga agremia&ccedil;&atilde;o carnavalesca de inspira&ccedil;&atilde;o ind&iacute;gena do Carnaval da capital da Bahia.

Em 1974, ele comp&ocirc;s a m&uacute;sica &quot;Que Bloco &eacute; Esse&quot;, um dos maiores s&iacute;mbolos do pioneiro bloco afro Il&ecirc; Aiy&ecirc;, gravada tamb&eacute;m por Daniela Mercury, Sandra de S&aacute;, Da&uacute;de, O Rappa, Afroreggae. Em 1985, ao lado de Luiz Caldas, deu in&iacute;cio &agrave; chamada Ax&eacute; Music com a can&ccedil;&atilde;o &quot;Fricote&quot;. Ele tamb&eacute;m assina a can&ccedil;&atilde;o &quot;Mundo Negro&quot;, interpretada por Gilberto Gil.

Camafeu escreveu can&ccedil;&otilde;es com letras que iam do duplo sentido at&eacute; composi&ccedil;&otilde;es que mostraram ao mundo a for&ccedil;a dos tambores dos blocos afros de Salvador, fazendo do samba reggae um ritmo universal.

HOMENAGENS

Depois da confirma&ccedil;&atilde;o da not&iacute;cia nomes da m&uacute;sica baiana como Luiz Caldas, Daniela Mercury e Gilberto Gil utilizaram as redes sociais para lamentar a perda.&nbsp;

Luiz Caldas, que com Camafeu escreveu &quot;Fricote&quot;, a m&uacute;sica que foi o marco inicial do ax&eacute;, escreveu: &ldquo;Que Oxal&aacute; o receba de bra&ccedil;os abertos, meu parceiro de v&aacute;rios sucessos. Descanse em paz meu amigo&rdquo;.

J&aacute; Daniela Mercury lembrou a import&acirc;ncia do compositor para a m&uacute;sica da Bahia. &ldquo;Adeus para nosso querido e genial m&uacute;sico e compositor Paulinho Camafeu, Um dos grandes do Ax&eacute;. Fez tantas m&uacute;sicas importantes para n&oacute;s. Deixa um legado de luta e beleza&rdquo;, afirmou a cantora.

Gilberto Gil lembrou a oportunidade de gravar uma das composi&ccedil;&otilde;es de Camafeu. &quot;Perdemos nosso querido amigo que me deu o prazer de gravar essa can&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disse ao relembrar sua vers&atilde;o de Il&ecirc; Ay&ecirc;.

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Aos 73 anos, morre o compositor baiano Paulinho Camafeu; nas redes sociais artistas prestam homenagens