A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou, nesta quinta-feira (23/4),&nbsp;para manter a decis&atilde;o que reconheceu a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro na condu&ccedil;&atilde;o do processo do triplex envolvendo o ex-presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva na Opera&ccedil;&atilde;o Lava Jato.&nbsp;

At&eacute; o momento, por 7 votos a 2, os ministros entenderam que a decis&atilde;o deve prevalecer. Apesar do placar, o julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Marco Aur&eacute;lio. O presidente, Luiz Fux, tamb&eacute;m deve votar.&nbsp;

O STF come&ccedil;ou a julgar recurso da defesa de Lula para manter decis&atilde;o da Segunda Turma, que decidiu, em mar&ccedil;o, pela parcialidade de Moro, por 3 votos a 2. Para a defesa, o plen&aacute;rio n&atilde;o poderia analisar o caso por quest&otilde;es processuais.&nbsp;

O relator do caso, ministro Edson Fachin, votou contra o recurso da defesa. Segundo Fachin, a discuss&atilde;o sobre a suspei&ccedil;&atilde;o de Moro n&atilde;o tem mais cabimento, porque, em outro julgamento, o plen&aacute;rio decidiu anular as condena&ccedil;&otilde;es de Lula e entendeu que o ju&iacute;zo comandado por Moro n&atilde;o poderia conduzir os processos.&nbsp;

&quot;A partir da declara&ccedil;&atilde;o da incompet&ecirc;ncia da 13&ordf; Vara Federal de Curitiba ao processo e julgamento das a&ccedil;&otilde;es penais deflagradas em desfavor do paciente &nbsp;Lula, as demais pretens&otilde;es deduzidas perante o Supremo Tribunal Federal e expressamente indicadas na decis&atilde;o agravada, perderam o seu objeto em raz&atilde;o do superveniente preju&iacute;zo&quot;, votou Fachin.&nbsp;

O ministro Lu&iacute;s Roberto Barroso acompanhou o voto do relator.&nbsp;

O ministro Gilmar Mendes abriu a diverg&ecirc;ncia e votou para manter a suspei&ccedil;&atilde;o de Moro. Al&eacute;m de entender que a decis&atilde;o da Segunda Turma deve ser mantida, Mendes ainda classificou como &quot;manobra&quot; o envio da quest&atilde;o para o plen&aacute;rio.&nbsp;

&quot;Essa hist&oacute;ria toda, est&aacute; trazendo para o plen&aacute;rio, n&atilde;o fica bem. N&atilde;o &eacute; decente. N&atilde;o &eacute; decente, n&atilde;o &eacute; legal, como dizem os jovens. Esse tipo de manobra &eacute; um jogo de falsos espertos. N&atilde;o &eacute; bom&quot;, disse Gilmar.&nbsp;

Tamb&eacute;m acompanharam a diverg&ecirc;ncia os ministros Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, C&aacute;rmen L&uacute;cia e Rosa Weber.&nbsp;

ENVIO PARA BRAS&Iacute;LIA

Mais cedo, o STF tamb&eacute;m decidiu que os processos contra o ex-presidente Lula devem ser remetidos para 13&ordf; Vara Federal em Curitiba para a Justi&ccedil;a Federal em Bras&iacute;lia.&nbsp;

H&aacute; duas semanas, o plen&aacute;rio anulou as condena&ccedil;&otilde;es relacionadas aos casos do triplex do Guaruj&aacute; e do s&iacute;tio de Atibaia. As condena&ccedil;&otilde;es foram proferidas pelo ex-juiz S&eacute;rgio Moro e pela ju&iacute;za Gabriela Hardt.

Pela decis&atilde;o, ficam anuladas as condena&ccedil;&otilde;es de Lula nos casos do triplex do Guaruj&aacute; (SP), com pena de 8 anos e 10 meses de pris&atilde;o, e do s&iacute;tio em Atibaia, na qual o ex-presidente recebeu pena de 17 anos de pris&atilde;o.

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Maioria do STF vota para manter decisão que considerou Moro parcial no caso Lula