O Outubro Rosa continua a desempenhar um papel crucial na conscientização sobre o câncer de mama, que é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que, em 2024, quase 74 mil novos casos serão diagnosticados. A prevenção, por meio de exames regulares como a mamografia, é essencial para detectar a doença em estágios iniciais e aumentar as chances de cura.

No entanto, para mulheres que desejam ser mães, o tratamento contra o câncer pode afetar sua fertilidade, uma vez que a quimioterapia e a radioterapia podem prejudicar a função reprodutiva. Nesse contexto, o congelamento de óvulos surge como uma solução eficaz. Segundo a ginecologista e especialista em reprodução assistida, Dra. Genevieve Coelho, a preservação da fertilidade permite que, após o tratamento, a mulher tenha a possibilidade de engravidar. “É uma garantia de que, após vencer a doença, ela poderá ser mãe, tenha caso enfrentado consequências reprodutivas”, explica a médica.

O procedimento de congelamento de óvulos envolve o estímulo da ovulação e a coleta dos óvulos, que são congelados e armazenados em nitrogênio líquido, podendo ser usados ​​quando a mulher estiver pronta para a maternidade, mesmo anos após o tratamento. O especialista também ressalta que o procedimento não interfere no início do tratamento contra o câncer, permitindo que o paciente inicie as terapias o mais rápido possível.

A preservação da fertilidade é especialmente relevante diante do aumento dos diagnósticos de câncer de mama em mulheres jovens. Muitas ainda não foram mães ou estão focadas em suas carreiras, e o congelamento de óvulos oferece a oportunidade de decidir sobre a maternidade sem pressões relacionadas à perda da capacidade reprodutiva.

O câncer de mama pode ser tratado com sucesso, especialmente quando detectado precocemente. Além da mamografia, sinais como nódulos, alterações na pele ou secreções mamárias podem indicar a presença da doença. O Outubro Rosa segue promovendo a importância do diagnóstico precoce e a conscientização sobre as opções de tratamento.

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O Método ROPA (Recepção de Óvulos da Parceira) está se consolidando como uma das técnicas mais inovadoras e inclusivas de reprodução assistida para casais de mulheres. Permitindo que ambas as parceiras participem ativamente do processo de concepção e gravidez, a técnica vem crescendo no cenário da maternidade compartilhada.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), o número de casais de mulheres que optam pelo Método ROPA aumentou em 35% nos últimos três anos.  Outra mudança foi no perfil das mulheres que buscam o tratamento. A maioria dos casais que optam pelo Método ROPA são mulheres entre 30 e 40 anos, com um aumento notável na faixa etária entre os 35 e 40 anos. Este grupo representa cerca de 55% dos casos.

O método envolve a fertilização dos óvulos de uma parceira com sêmen de um doador, seguido pela transferência do embrião para o útero da outra parceira. "Esta técnica permite uma experiência única, onde ambas as mulheres têm um papel ativo e essencial no processo da gestação", afirma a especialista em reprodução assistida do IVI Salvador, Dra. Graziele Reis.

Além de promover a participação equitativa, a técnica também oferece elevadas taxas de sucesso. Estudos recentes indicam que a eficácia deste método é comparável a outras técnicas de fertilização in vitro, com taxas de sucesso superiores a 60% em muitos casos.

No entanto, é crucial considerar os aspectos legais e éticos envolvidos. A regulamentação da reprodução assistida varia significativamente entre diferentes jurisdições. No Brasil, a Resolução 2.168/2017 do Conselho Federal de Medicina regulamenta a prática, garantindo que casais homoafetivos femininos possam acessar esses tratamentos com segurança e respaldo legal.

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada seis pessoas tem infertilidade. Além dos diversos problemas de saúde que podem levar a esse cenário, um dos motivos é o inevitável atraso na maternidade por questões sociais. Só na última década, o número de bebês nascidos de mães com mais de 40 anos cresceu quase 20%, representando agora 11% dos nascimentos totais, como mostram os últimos dados provisórios recentemente publicados pelo INE (Instituto Nacional de Estatística).
“Cada vez mais conscientes de que após os 35 anos, a fertilidade começa a despencar, muitas mulheres optam por preservar a sua fertilidade congelando os seus óvulos para os utilizar mais tarde, quando o seu período de vida for mais apropriado para o fazer”, explica a médica Graziele Reis, do IVI Salvador. Desta forma, poderão ter seus óvulos com a capacidade reprodutiva do momento em que foram congelados e com as mesmas chances de sucesso.
Nos últimos 5 anos, o IVI registou um aumento de 63% no número de pacientes que decidiram vitrificar os seus óvulos por razões sociais. O perfil mais comum de pacientes que decidem preservar a fertilidade é o de mulheres com idade média de 35 anos, com profissões relacionadas à medicina, educação ou direito.
“Isto reflete a crescente consciência das mulheres sobre o declínio da sua fertilidade e a importância de tomar medidas como esta, para não desistirem de ser mães no futuro com os seus próprios óvulos”, comenta a Dra. Vanessa Vergara, diretora médica do IVI na Península Ibérica, América e República Tcheca.
PROCEDIMENTO
No processo de vitrificação, os ovos são preservados a 196º abaixo de zero em vapor de nitrogênio, o que garante a qualidade dos gametas por quantos anos quiserem permanecer vitrificados. O IVI importou esta técnica de forma pioneira em 2007 (na Espanha) e desde então permitiu que cerca de 20.000 mulheres preservassem a sua fertilidade para se tornarem mães no futuro, seja por razões sociais ou médicas.
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De acordo com informações divulgadas pelo jornal South China Morning Post, uma mulher, identificada pelo sobrenome de Leng, entrou com um pedido de herança na Justiça após engravidar usando esperma congelado de um amante, que possui sobrenome Wen, morto em 2021 durante um acidente de carro.

Logo após o acidente, a mulher, que reside na província de Guangdong, no sudeste da China, foi a uma clínica e realizou uma fertilização in vitro para usar o esperma congelado de Wen e fertilizar seus óvulos. O nascimento do bebê, chamado Xiaowen, aconteceu em dezembro de 2021.

Após dois anos, em 2023, Leng entrou em uma ação judicial processando a esposa viúva de Wen na busca de que a mulher compartilhasse parte do patrimônio deixado pelo amante, como propriedades, seguro de vida e ações da empresa, para o filho.

No entanto, o tribunal rejeitou a ação pela mulher não possuir provas de que os óvulos foram fertilizados por Wen e nem que o homem havia lhe dado permissão para usar o esperma na geração de um filho.

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