Estudantes cegos ou com baixa vis&atilde;o come&ccedil;aram a receber, por meio do governo estadual, um dispositivo que possibilita autonomia dos usu&aacute;rios, pois qualifica o processo de aprendizagem e valoriza as potencialidades de cada indiv&iacute;duo. O OrCam MyEye &eacute; um aparelho que se anexa a um &oacute;culos convencional e faz a leitura autom&aacute;tica de diversos elementos apresentados, como textos, telas, rostos e objetos.&nbsp;

Na cerim&ocirc;nia de in&iacute;cio do ano letivo, na &uacute;ltima segunda-feira (7/2), foram entregues&nbsp;100 equipamentos, cujo investimento foi de R$ 743.023,50. De acordo com a coordenadora da Educa&ccedil;&atilde;o&nbsp;Marlene Cardoso,&nbsp;a a&ccedil;&atilde;o pretende atender a 1.346 estudantes matriculados na rede estadual de ensino.

&ldquo;A entrega ser&aacute; universalizada para 274 cegos e os 1.072 estudantes com baixa vis&atilde;o, em formato de uso cont&iacute;nuo. O uso das tecnologias assistivas na Educa&ccedil;&atilde;o &eacute; fundamental, pois qualifica o processo de aprendizagem e valoriza as potencialidades de cada indiv&iacute;duo. Sendo assim, a aquisi&ccedil;&atilde;o dos equipamentos vai auxiliar no avan&ccedil;o da leitura e escrita para os estudantes com cegueira ou baixa vis&atilde;o, promovendo tamb&eacute;m ganhos psicol&oacute;gicos e sociais&rdquo;, disse.

O equipamento j&aacute; trouxe alegria para alguns estudantes, como foi o caso&nbsp;Sara Almeida Carvalho, que ficou entusiasmada com a novidade.&nbsp;Matriculada no 3&ordm; ano do Ensino M&eacute;dio, do Col&eacute;gio Estadual Carolina Maria de Jesus, em Feira de Santana, ela acordou buscando r&oacute;tulos de produtos para testar o equipamento:

&ldquo;Logo que levantei fui fazer uns testes e pude ler uma receita que estava em uma caixa de farinha de trigo. A sensa&ccedil;&atilde;o &eacute; indescrit&iacute;vel! &Eacute; como se tivesse recebido um novo olho. Os &oacute;culos ser&atilde;o muito importantes para a minha vida, sinto que ganhei autonomia para ler tudo. Estou na expectativa de receber os livros da escola para come&ccedil;ar meus estudos&rdquo;.

Do mesmo munic&iacute;pio, Juliane Rodrigues est&aacute; sendo acompanhada pelo Centro de Apoio Pedag&oacute;gico ao Deficiente Visual Jonathas Telles de Carvalho. Com o uso do dispositivo, a t&eacute;cnica em inform&aacute;tica j&aacute; percebe mudan&ccedil;as na sua vida. &ldquo;Adoro literatura e agora posso ler qualquer livro, seja no formato digital ou no papel. N&atilde;o preciso mais de ajuda, nem dos programas de leitura de telas em computadores. Eu me sinto mais independente e, al&eacute;m disso, consigo saber o que tem nos r&oacute;tulos dos produtos e embalagens, o que me d&aacute; autonomia de vida&rdquo;.

Ana L&uacute;cia Aleixo trabalha como manicure e acredita que seu filho Jo&atilde;o Vitor,&nbsp;10 anos, vai aproveitar melhor os estudos. &ldquo;Ele tem baixa vis&atilde;o severa e a nossa fam&iacute;lia n&atilde;o possui condi&ccedil;&otilde;es financeiras para adquirir o equipamento. Vejo o benef&iacute;cio como uma ferramenta que vai ajud&aacute;-lo a realizar melhor as atividades do dia a dia, &nbsp;principalmente nos estudos, porque ter&aacute; mais facilidade de aprendizado e melhor &nbsp;desempenho&rdquo;. Com o sonho de cursar Direito, a crian&ccedil;a que estuda no Instituto Albert de Assis, em Salvador, garante: &ldquo;Estou feliz! Ser&aacute; mais f&aacute;cil na escola e estou reconhecendo o que est&aacute; &agrave; minha volta. Isso &eacute; muito bom&rdquo;.

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Estudantes baianos com deficiência visual recebem dispositivo de leitura automática; entenda