O Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho da Bahia (MPT-BA)&nbsp;resgatou uma mulher&nbsp;de 52 anos&nbsp;que j&aacute; trabalhava para a &quot;empregadora&quot; desde os 12 no munic&iacute;pio de Vit&oacute;ria da Conquista, a 510 km de Salvador. Para preservar sua identidade, a senhora foi identificada pelas iniciais&nbsp;M.S.S.&nbsp;

Nascida no Sul da Bahia, M.S.S&nbsp;rumou, com autoriza&ccedil;&atilde;o de seu pai,&nbsp;junto a sua &quot;empregadora&quot; para Itabuna, com a promessa que seria criada como filha, segundo explicou Manuella Gedeon, coordenadora de combate ao trabalho escravo da MPT-BA.

De acordo com ela, esse tipo de situa&ccedil;&atilde;o &quot;&eacute; uma realidade que infelizmente vemos se repetir. Um daqueles casos cl&aacute;ssicos de empregada dom&eacute;stica levada ainda crian&ccedil;a para a casa do empregador e que nunca recebia sal&aacute;rio sob o argumento de que seria da fam&iacute;lia&nbsp;&quot;.

Al&eacute;m de n&atilde;o ter direito ao sal&aacute;rio, benef&iacute;cios recebidos pela trabalhadora foram apropriados pela patroa. Em um desses casos,&nbsp;a empregadora teria convencido a v&iacute;tima&nbsp;a investir o dinheiro&nbsp;em terreno na regi&atilde;o do bairro Lagoa das Flores, em Vit&oacute;ria da Conquista, im&oacute;vel&nbsp;que n&atilde;o estaria registrado no nome da trabalhadora, mas sim no da patroa.

Depois de 40 anos de servi&ccedil;o an&aacute;logo &agrave;&nbsp;escravid&atilde;o, a v&iacute;tima s&oacute; foi resgatada ap&oacute;s a MPT-BA ter recebido uma den&uacute;ncia vinda da Pol&iacute;cia Federal,&nbsp;seguida de investiga&ccedil;&atilde;o.

Resgatada, a v&iacute;tima de 52 anos foi ouvida e afirmou ter consci&ecirc;ncia de sua situa&ccedil;&atilde;o, disse&nbsp;ter visto em um programa de televis&atilde;o sobre um caso de resgate de trabalhadores em situa&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga&nbsp;e se identificou, tendo reatado a comunica&ccedil;&atilde;o com sua fam&iacute;lia apenas em 2019.

Em acordo com a patroa, a MPT-BA firmou pagamento de indeniza&ccedil;&atilde;o a v&iacute;tima, no valor total de R$ 150 mil, valor que ser&aacute; pago em 50 parcelas mensais, al&eacute;m de transfer&ecirc;ncia do im&oacute;vel que estava em nome da patroa, para o nome da &quot;empregada&quot;. Somado a isso, a v&iacute;tima foi aposentada por invalidez, devido a descoberta de um tumor cerebral.

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A história da mulher que ficou 40 anos em trabalho análogo à escravidão na Bahia