A bem da verdade, caso esse mesmo artigo estivesse submetido a uma rigorosa - e imparcial - ag&ecirc;ncia de fact checking, o t&iacute;tulo teria vers&atilde;o mais s&oacute;bria: &ldquo;N&atilde;o h&aacute; evid&ecirc;ncias de anticristo, o gesto de Musk j&aacute; foi praticado por progressistas e s&oacute; n&oacute;s podemos enterrar o politicamente correto&rdquo;. &nbsp;
N&atilde;o fa&ccedil;o ideia se Donald Trump &eacute; o Anticristo, embora estudiosos da escatologia apontem sinais relacionados a ele e &agrave;s previs&otilde;es b&iacute;blicas. O doutor em lingu&iacute;stica, escritor, professor, pastor da igreja Bola de Neve,<a href="(https://www.youtube.com/watch?v=xn8XAbewV6A " target="_blank" rel="noopener"> Daniel Lopez, &eacute; um destes</a>. E n&atilde;o apenas agora, ap&oacute;s a posse do 47&deg; presidente americano, ele assinala isso. J&aacute; tem rastreado, h&aacute; alguns anos, v&aacute;rias passagens da vida, e da obra, do magnata americano, a quem&nbsp;<a href="https://x.com/jeanwyllys_real/status/1882075924688159083" target="_blank" rel="noopener">Jean Wyllys chama, sarcasticamente, de O Agente Laranja</a>.
Se n&atilde;o podemos cham&aacute;-lo de Anticristo, &eacute; certo que o homem apontado como o mais poderoso do Ocidente traz o apocalipse para a cultura woke. Um termo que tem ra&iacute;zes nobres: &ldquo;woke&rdquo; &eacute; a deriva&ccedil;&atilde;o de &ldquo;stay woke&rdquo; (mantenha-se desperto), utilizado pelo movimento negro americano na d&eacute;cada de 1970 para denunciar viola&ccedil;&otilde;es de direito, preconceito, racismo, em variados graus. No final da d&eacute;cada 2010, a express&atilde;o passa a ser empregada em qualquer contexto de pol&iacute;tica identit&aacute;ria e disputa cultural. (<a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Woke" target="_blank" rel="noopener">Est&aacute; tudo l&aacute; no verbete da Wikip&eacute;dia, ferramenta que tamb&eacute;m o homem mais rico do mundo deve querer acabar</a>).&nbsp; &nbsp; Falar em fim da cultura woke &eacute; mais &oacute;bvio e menos arriscado. Afinal, &eacute; o tipo de conven&ccedil;&atilde;o capaz de se encerrar por decreto: elimina-se o banheiro para trans, aplica-se apenas dois g&ecirc;neros nos formul&aacute;rios oficiais, bane-se sistemas de cotas, mede-se atletas em competi&ccedil;&otilde;es com base em cromossomos X e Y.&nbsp;
Encerram-se as pol&iacute;ticas de diversidade das big techs. <a href="https://oantagonista.com.br/mundo/agora-e-o-mcdonalds-que-recua-em-politicas-woke/" target="_blank" rel="noopener">O Mc Donalds e a Disney revisam, para menos, qualquer ambi&ccedil;&atilde;o no trin&ocirc;mio &ldquo;diversidade, equidade e inclus&atilde;o</a>&rdquo;. O governo que parece instaurar uma nova ordem mundial remove a&ccedil;&otilde;es afirmativas da pol&iacute;tica de contrata&ccedil;&atilde;o da administra&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica. Estamos vendo o wokismo sendo decepado a golpes de canetadas.
O fim do wokismo &eacute; mais causa do que consequ&ecirc;ncia em termos de Donald Trump em segundo mandato. Os ind&iacute;cios estavam nos preju&iacute;zos de produ&ccedil;&otilde;es da Disney, ou no volume crescente das reclama&ccedil;&otilde;es de atletas do v&ocirc;lei feminino. Tudo isso poderia indicar j&aacute; um movimento cuja ep&iacute;tome personificada atende por um bilion&aacute;rio de bronzeado exc&ecirc;ntrico.
Mais desafiador &eacute; decretar o exterm&iacute;nio do pr&oacute;prio politicamente correto. Porque est&aacute; al&eacute;m de medidas executivas: n&atilde;o &eacute; pol&iacute;tica p&uacute;blica que se revoga, ou diretriz corporativa que se abandona. Virou um c&oacute;digo silencioso e discreto, quase um pacto de comunh&atilde;o com a civilidade. O politicamente correto &eacute; o que nos traz at&eacute; aqui, aos trancos e barrancos, tentando n&atilde;o nos matar, f&iacute;sica ou simbolicamente.&nbsp;
S&oacute; que, enquanto as normas de ESG que derivam em woke, na iniciativa privada ou na gest&atilde;o p&uacute;blica, podem ser esmagadas com o peso de uma folha de memorando, n&atilde;o deveria ser t&atilde;o simples e perempt&oacute;rio destruir todo esse conjunto de respeito e educa&ccedil;&atilde;o. Por isso, me atrevo a dizer: n&atilde;o eles, os malignos e mal-intencionados donos do imp&eacute;rio, mas s&oacute; N&Oacute;S temos o poder de acabar com o politicamente correto. N&oacute;s, os bons.&nbsp;
N&oacute;s, que defendemos a liberdade de express&atilde;o e o direito ao culto, sem restri&ccedil;&otilde;es. N&oacute;s, que n&atilde;o estamos julgando as apar&ecirc;ncias e nem as orienta&ccedil;&otilde;es sexuais, e nem o livre exerc&iacute;cio da estupidez pelo outro diferente da gente. N&oacute;s, que defendemos democracia e soberania das na&ccedil;&otilde;es. N&oacute;s, que precisamos, primeiro, respeitar e, depois, tentar entender qual recado mai&uacute;sculo, majorit&aacute;rio e avassalador foi esse dado pelo povo americano.&nbsp;
Talvez, n&atilde;o sejam ELES que derrotariam o politicamente correto. A n&atilde;o ser que N&Oacute;S tamb&eacute;m queiramos abdicar desse tipo de conviv&ecirc;ncia. Como diz a m&uacute;sica bem interpretada pelo excelente Michael Jackson (ser&aacute; que ele estaria no palco dos wokistas?), Man in The Mirror, &ldquo;If you wanna make the world a better place/ Take a look at yourself and then make that/Change&rdquo;, ou, em tradu&ccedil;&atilde;o livre, " Se voc&ecirc; quer fazer do mundo um lugar melhor, d&ecirc; uma olhada para sim mesmo e, ent&atilde;o, fa&ccedil;a a mudan&ccedil;a".&nbsp;
A&iacute;, N&Oacute;S chegamos &agrave;quele inc&ocirc;modo gesto do homem, que n&atilde;o bastasse ser o mais rico do mundo, agora est&aacute; oficialmente encarregado de dar efici&ecirc;ncia na gest&atilde;o governamental (que pode redundar na demiss&atilde;o de ⅓ do funcionalismo p&uacute;blico). Aquele que apresenta uma m&atilde;o esticada e espalmada ao infinito, quase simultaneamente &agrave; que dizia &ldquo;Meu cora&ccedil;&atilde;o vai para voc&ecirc;s. &Eacute; gra&ccedil;as a voc&ecirc;s que o futuro da civiliza&ccedil;&atilde;o est&aacute; garantido&rdquo;. Ser&aacute; que toda aquela agita&ccedil;&atilde;o era euforia, era droga? <a href="https://oantagonista.com.br/brasil/dia-do-autismo-conheca-famosos-diagnosticados-com-tea/" target="_blank" rel="noopener">Ser&aacute; que Musk &eacute; realmente portador do transtorno do espectro do autismo e convive com a neurodiversidade, como revelou em entrevistas, anos atr&aacute;s</a>?&nbsp; &nbsp; N&oacute;s temos mesmo dificuldade em aceitar que ele seja portador da s&iacute;ndrome de Asperger. E que tenha respondido &agrave; compara&ccedil;&atilde;o com o nazismo com um tu&iacute;te: &ldquo;<a href="https://x.com/elonmusk/status/1881536518206218445?t=HkvwbrMUOu5qrS2Y6qDzWw&amp;s=19" target="_blank" rel="noopener">Francamente, eles precisam de truques sujos melhores.</a> Essa coisa de 'todo mundo &eacute; Hitler' est&aacute; t&atilde;&atilde;&atilde;o ultrapassada&rdquo; (com um emoji entediado). Depois, passou a compartilhar&nbsp;<a href="https://x.com/EndWokeness/status/1881860862795034943?t=cvAfnNrMIqipnBC8_H4woA&amp;s=19" target="_blank" rel="noopener">imagens de &iacute;cones da esquerda liberal</a> (Barack Obama, Hillary Clinton, <a href="https://x.com/libsoftiktok/status/1881567286273990873?t=1rAw41zqINu1LhjrIBGFXA&amp;s=19" target="_blank" rel="noopener">Taylor Swift</a>) fazendo um gesto semelhante.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/eb7228f3-ffc2-4702-b81d-f96ba96f3629.jpg?width=1070&amp;height=852" alt="L&iacute;deres progressistas fazem gesto. | Foto: Redes Sociais">
O nosso articulista S&eacute;rgio Rodrigues clama na Folha, ve&iacute;culo tradicional da m&iacute;dia: &ldquo;<a href="https://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergio-rodrigues/2025/01/e-nosso-dever-chamar-nazistas-de-nazistas.shtml" target="_blank" rel="noopener">&Eacute; nosso dever chamar nazista de nazista</a>&rdquo;. E determina ser um &ldquo;heil, hitler, vigoroso, desabusado, cheio de orgulho&hellip; e pronto&rdquo;.
Enquanto isso, no ex-twitter, um <a href="https://x.com/stillgray/status/1882549963873538301?t=DNjrF_Im-nUts8S7r6XmhQ&amp;s=19" target="_blank" rel="noopener">observador deles recorta gesto muito parecido do presidente da Fran&ccedil;a</a>, em cerim&ocirc;nia oficial e questiona: &ldquo;Is Macron a nazi?&rdquo;
Para historiadores consultados pelos nossos grandes meios de comunica&ccedil;&atilde;o, o ato foi a sauda&ccedil;&atilde;o nazista &ldquo;sieg heil&rdquo;. Para o psicanalista e cientista comportamental Ricardo Ventura, <a href="https://x.com/opabloreis/status/1882595984548770126?t=WWRkaSmibQpfu1Z9yN6KAQ&amp;s=19" target="_blank" rel="noopener">que tem o canal &ldquo;N&atilde;o Minta Pra Mim&rdquo;, especializado em an&aacute;lise corporal</a>, o mesmo gesto representaria uma rea&ccedil;&atilde;o &agrave; descarga de emo&ccedil;&otilde;es, e j&aacute; tinha sido repetido ao longo dos &uacute;ltimos s&eacute;culos, em v&aacute;rias oportunidades.
Mas quem &eacute; Ventura na fila do p&atilde;o do debate p&uacute;blico para ter direito a uma palavra final? Que tal ouvirmos o representante m&aacute;ximo de Israel, o estado judaico? O premi&ecirc; israelense Benjamin Netanyahu saiu em defesa p&uacute;blica daquele a quem <a href="https://www.metropoles.com/mundo/premie-israelense-netanyahu-defende-musk-em-caso-de-gesto-nazista" target="_blank" rel="noopener">chamou de um &ldquo;grande amigo de Israel&rdquo; e que desde o massacre de 7 de outubro</a> &ldquo;tem apoiado repetida e vigorosamente o direito de Israel de se defender contra terroristas genocidas e regimes que buscam aniquilar o &uacute;nico Estado judeu. Agrade&ccedil;o a ele por isso&rdquo;. Um l&iacute;der judaico aplaudindo e celebrando um nazista inveterado? Acho que n&atilde;o haveria outro &aacute;pice para o antissemitismo. &nbsp;
Banalizar o nazismo &eacute; inc&ocirc;modo e preocupante, sobretudo para quem (como eu) teme, abomina e denuncia o nazismo. Por uma quest&atilde;o &oacute;bvia: se tudo o que a gente n&atilde;o gosta ou discorda vira nazismo, nada se torna nazismo.&nbsp;
Pode ser que, por antipatia, receio ou pelo popular ran&ccedil;o, n&oacute;s estejamos desesperadamente tentado colocar tal pessoa em tal companhia sat&acirc;nica para desqualificar qualquer coisa que esta diga ou fa&ccedil;a. Afinal, um ser t&atilde;o maligno merece rep&uacute;dio social.&nbsp;
O prim&aacute;rio &ldquo;bem contra o mal&rdquo;, o raso &ldquo;n&oacute;s contra eles&rdquo;, est&aacute; perdendo. Surpreendentemente - ou n&atilde;o -, tenho visto muita gente querendo ser eles, em vez de n&oacute;s.
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<div class="max-w-full break-words [&amp;&gt;span]:inline-block [&amp;_a]:font-normal [&amp;_a]:text-primary hover:[&amp;_a]:underline [&amp;_h2]:mb-3.5 [&amp;_h2]:mt-5 [&amp;_h2]:text-[24px] [&amp;_h3]:text-[20px] [&amp;_iframe]:!max-h-full [&amp;_iframe]:!min-w-[unset] [&amp;_iframe]:!max-w-full [&amp;_img]:!h-auto [&amp;_img]:!min-w-[unset] [&amp;_img]:!max-w-full [&amp;_ol]:ml-8 [&amp;_ol]:list-decimal [&amp;_p]:leading-normal [&amp;_table]:max-w-full [&amp;_table]:border [&amp;_table]:border-gray-900 [&amp;_td]:border [&amp;_td]:border-gray-900 [&amp;_tr]:border [&amp;_tr]:border-gray-900 [&amp;_ul]:ml-8 [&amp;_ul]:list-disc [&amp;_video]:!min-w-[unset] [&amp;_video]:!max-w-full" style="--tw-border-spacing-x: 0; --tw-border-spacing-y: 0; --tw-translate-x: 0; --tw-translate-y: 0; --tw-rotate: 0; --tw-skew-x: 0; --tw-skew-y: 0; --tw-scale-x: 1; --tw-scale-y: 1; --tw-scroll-snap-strictness: proximity; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-color: rgba(147,197,253,.5); --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow-colored: 0 0 #0000; box-sizing: border-box; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); scrollbar-color: auto; scrollbar-width: auto; max-width: 100%; overflow-wrap: break-word;">

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Pense um pouco na figura caricata do cartola do futebol que tem um time que n&atilde;o consegue sair da zona de rebaixamento. O dirigente passa a apontar as raz&otilde;es: a culpa &eacute; do gramado, a responsabilidade &eacute; da arbitragem vil, ou do excesso de jogos, ou da ilumina&ccedil;&atilde;o do est&aacute;dio. Ele fala sobre isso tudo, mas esquece de pagar os jogadores em dia.

A culpa est&aacute; sempre no outro, na desfa&ccedil;atez, na m&aacute;-f&eacute;, ou na canalhice&hellip; do OUTRO.

Agora, imagine ser um atleta nessa equipe. Praticamente se sentindo derrotado por antecipa&ccedil;&atilde;o. Preferindo at&eacute; n&atilde;o entrar em campo e perder por WO, que equivale a uma derrota por 1x0, e n&atilde;o uma goleada.

N&atilde;o estamos falando de futebol, estamos no campo da met&aacute;fora sobre a pol&iacute;tica nacional. N&atilde;o apenas o governo, mas toda a esquerda ficou nas cordas pela sequ&ecirc;ncia de jab, direto, upper do pugilista Nikolas Ferreira - sem aplicar qualquer golpe abaixo da linha da cintura. Quando o v&iacute;deo dele ultrapassou 200 milh&otilde;es de visualiza&ccedil;&otilde;es, dois marcos se estabeleceram: um novo recorde no Instagram do Brasil e a contagem do juiz para anunciar um nocaute.

+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/politica/sidonio-palmeira-novo-ministro-da-secretaria-de-comunicacao-planeja-vencer-mentiras-da-extrema-direita-nas-redes-sociais-movimento-macabro" target="_blank">Novo ministro da Comunica&ccedil;&atilde;o, Sid&ocirc;nio quer vencer &#39;mentiras&#39; da extrema-direita: &#39;Movimento macabro&#39;</a>

O mineiro, que se tornou o deputado mais votado do pa&iacute;s pelo PL, com 1,47 milh&atilde;o de votos e apenas 26 anos, rompeu, com larga vantagem a bolha da direita conservadora, fez uma mensagem chegar virtualmente a praticamente todos os brasileiros, alcan&ccedil;ou mais seguidores que o pr&oacute;prio presidente Lula, alugou alguns triplex na cabe&ccedil;a do governo federal.

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/130090/mg/WhatsApp Image 2025-01-17 at 10.36.33 (1)..jpg" style="width: 700px; height: 1024px;" />Na manh&atilde; seguinte, grande parte da milit&acirc;ncia acorda em modo full pistola com&hellip; o governo do PT. | Foto: Instagram/Nikolas Ferreira

O v&iacute;deo &eacute; um espet&aacute;culo de comunica&ccedil;&atilde;o, no estilo menos &eacute; mais. &Eacute; uma pe&ccedil;a Bauhaus. Deveria ser emoldurado e pregado no Louvre.

<h2 class="western" style="margin-top: 21px; margin-bottom: 5px; text-align: justify;">O carrapato maior que o boi</h2>

&Eacute; muito simples: na forma e no conte&uacute;do. A linguagem &eacute; direta, sem met&aacute;foras, sem firula. &Eacute; desempenhado por um jovem, barbeado e com camiseta lisa (alguma alus&atilde;o a Zuckerberg?). &Eacute; voltado para o p&uacute;blico de qualquer idade e de qualquer regi&atilde;o do Brasil. Passeia por hist&oacute;rias reais, de brasileiros reais, e n&atilde;o por alegorias e simbolismos. Por fim, fala o que muita gente gostaria de verbalizar - e nem sabia disso. Nikolas n&atilde;o inventa, n&atilde;o discursa, ele apenas canaliza o sentimento de dezenas, talvez, centenas de milh&otilde;es. Ao falar sobre impostos e como eles s&atilde;o &ldquo;devolvidos&rdquo; ao contribuinte, e, sobretudo, comparar com regalias oficiais, o v&iacute;deo estoura o sinal de Eureka na cabe&ccedil;a de todos: o carrapato est&aacute; maior do que o boi. &Eacute; a&iacute; que a magia acontece.

De zero a cem, sabe o potencial destrutivo disso? Uma hecatombe, ataque a Pearl Harbor, do qual se esperavam rea&ccedil;&otilde;es como em Hiroshima e Nagasaki. A medida de recuar na instru&ccedil;&atilde;o normativa do Pix equivale ao resultado da Batalha de Dunkirk: confiss&atilde;o de derrota, incerteza sobre o futuro, preocupa&ccedil;&atilde;o a respeito do resultado desta guerra.

No tabuleiro do WAR da vida real, est&aacute; marcado, com um pin azul bem grande: em 15 de janeiro de 2025, um garoto com menos de 30 anos, colocou uma equipe econ&ocirc;mica inteira, e por tabela, todo Executivo federal, para dar aqueles tr&ecirc;s tapinhas de socorro no oct&oacute;gono.

<h2 class="western" style="margin-top: 21px; margin-bottom: 5px; text-align: justify;">Paci&ecirc;ncia zero</h2>

Na manh&atilde; seguinte, grande parte da milit&acirc;ncia acorda em modo full pistola com&hellip; o governo do PT. &ldquo;N&atilde;o me venham com &ldquo;bom dia&rdquo;, a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; p&eacute;ssima! Acordei t&atilde;o nervoso, que meu caf&eacute; foi diferente, joguei o p&oacute; na boca e toquei &aacute;gua quente para dentro, paci&ecirc;ncia zero, em especial com nosso governo.&rdquo; Quem publica isso n&atilde;o &eacute; um vereador do partido em Xique-Xique. &Eacute; Zeca Dirceu, deputado influente do PT, filho de ningu&eacute;m menos que o ide&oacute;logo do Partido dos Trabalhadores Z&eacute; Dirceu.

<blockquote class="twitter-tweet">
N&atilde;o me venham com &ldquo;Bom dia&rdquo;, situa&ccedil;&atilde;o &eacute; p&eacute;ssima! 
 
Acordei t&atilde;o nervoso, que meu caf&eacute; foi diferente, joguei o p&oacute; na boca e toquei &aacute;gua quente pra dentro, paci&ecirc;ncia zero, em especial com nosso governo. 
 
Meu &uacute;nico alento &eacute; seguir na defesa da educa&ccedil;&atilde;o, o Mais Professores est&aacute; ON.
&mdash; Zeca Dirceu (@zeca_dirceu) <a href="https://twitter.com/zeca_dirceu/status/1879824082646299036?ref_src=twsrc%5Etfw">January 16, 2025</a></blockquote>
<script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

<a href="https://aratuon.com.br/politica/as-limitacoes-do-trabalho-da-secom-devem-ser-creditadas-a-mim-diz-paulo-pimenta-na-posse-de-sidonio" target="_blank">&Eacute; tamb&eacute;m reflexo da forma passivo-agressiva como o petista raiz Paulo Pimenta passou o cargo de Ministro da Secretaria de Comunica&ccedil;&atilde;o Social</a>. Eu estava l&aacute;, eu vi a cantilena de ressentimentos: a longa rememora&ccedil;&atilde;o, em discurso, sobre os prim&oacute;rdios do partido no Rio Grande do Sul, sobre o orgulho pela estrela vermelha, sobre encontrar Lula no come&ccedil;o, enquanto era vereador, e o hoje presidente n&atilde;o tinha cargo executivo. Muita m&aacute;goa colocando ainda mais peso na responsabilidade de <a href="https://aratuon.com.br/politica/saiba-quem-e-sidonio-palmeira-o-marqueteiro-que-assume-a-comunicacao-do-lula-3" target="_blank">Sid&ocirc;nio Palmeira</a>.

Na sequ&ecirc;ncia, o baiano conseguiu ocupar, por tr&ecirc;s dias seguidos, o posto de ser a primeira audi&ecirc;ncia na agenda oficial do presidente a cada manh&atilde;, dada a magnitude de sua miss&atilde;o. Lula, num gesto que o otimista poderia identificar como altru&iacute;smo, n&atilde;o foi buscar Sid&ocirc;nio (apenas) para salvar o governo de uma morte horr&iacute;vel. Ele est&aacute; apostando no baiano para resgatar todo o segmento de esquerda, que est&aacute; na lona.

S&oacute; que n&atilde;o se trata de comunica&ccedil;&atilde;o, menos ainda da habilidade da equipe de redes sociais de um deputado. Sen&atilde;o, vejamos. O excelente v&iacute;deo n&atilde;o segue nenhum manual de sucesso digital. Tem 4 minutos (considerado longo), a m&uacute;sica &eacute; meio sombria (o algoritmo odeia), n&atilde;o h&aacute; imagem apelativa, n&atilde;o apresenta meme (ao contr&aacute;rio do vexat&oacute;rio v&iacute;deo do Banco Central). H&aacute; algumas hip&eacute;rboles, exageros, ila&ccedil;&otilde;es, que n&atilde;o caberiam num discurso jornal&iacute;stico, mas aquilo ali &eacute; pol&iacute;tica. Sem crimes envolvidos.

O fato &eacute; que comunicou bem porque teve caixa de resson&acirc;ncia com o que as pessoas est&atilde;o sentido: uma medida ruim para quem est&aacute; no corre do dia a dia - n&atilde;o na fartura de Bras&iacute;lia. Mais de 150 milh&otilde;es de brasileiros utilizam o Pix. Ap&oacute;s o an&uacute;ncio, foi quase imediato: as opera&ccedil;&otilde;es se reduziram em 10%. Isso n&atilde;o &eacute; fruto de &ldquo;desinforma&ccedil;&atilde;o&rdquo;

<h2 class="western" style="margin-top: 21px; margin-bottom: 5px; text-align: justify;">Bem-vindo, Sid&ocirc;nio</h2>

Sid&ocirc;nio &eacute; chamado, no c&iacute;rculo mais &iacute;ntimo de amigos e familiares, de Siss&iacute;. Mais um pouco e seria o pr&oacute;prio S&iacute;sifo, o personagem do mito de um sofrimento eterno, do trabalho que se repete, sem conseguir o &ecirc;xito. Era ele o condenado a empurrar uma pedra at&eacute; o lugar mais alto da montanha para, depois, ver o m&aacute;rmore rolar ladeira abaixo. E repetir isso no dia seguinte, em um ciclo intermin&aacute;vel de tarefas fadadas ao fracasso. O talento comprovado de Sid&ocirc;nio para a comunica&ccedil;&atilde;o (atividade em que mereceu o t&iacute;tulo de Mago) consegue atenuar o apetite para arrecadar mais e gastar mais &agrave;s custas do suor alheio?

Nikolas, o jovem histri&ocirc;nico e articulado, que parece n&atilde;o se importar em ser odiado pela esquerda, est&aacute; no auge. Sid&ocirc;nio, o profissional amadurecido e discreto, parece ser o nome mais odiado pela direita no momento.

O mineiro Nikolas, por outro lado, at&eacute; valorizando o advers&aacute;rio, depois de todo o estrago feito, mandou uma provoca&ccedil;&atilde;o ao: &ldquo;Seja bem-vindo, Sid&ocirc;nio&rdquo;.

<blockquote class="twitter-tweet">
Seja bem vindo, Sid&ocirc;nio.
&mdash; Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) <a href="https://twitter.com/nikolas_dm/status/1879561104076239002?ref_src=twsrc%5Etfw">January 15, 2025</a></blockquote>
<script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

Vit&oacute;ria de Pix ou vit&oacute;ria de Pirro? O tempo dir&aacute;.

&nbsp;

Era 1995 e, entre tantos dilemas e medos de um garoto de rec&eacute;m completados 16 anos, ingressando na faculdade de comunica&ccedil;&atilde;o da capital, depois de viver numa cidade do interior, ficou um trauma chamado &ldquo;gatekeeper&rdquo;. Logo no segundo ou terceiro semestre, esse termo me chateou muito e fez baixar meu escore com avalia&ccedil;&otilde;es ruins sobre o papel dele no jornalismo. Isso mesmo, porteiro, na tradu&ccedil;&atilde;o literal.

Hoje, parece relativamente f&aacute;cil entender o conceito de um guardi&atilde;o das not&iacute;cias, intimamente ligado ao pr&oacute;prio conceito de reda&ccedil;&atilde;o de ve&iacute;culo, com sua estrutura e hierarquias - tudo que vira funil ou filtro de informa&ccedil;&atilde;o. Simples de resumir assim, mas v&aacute; explicar isso para um adolescente assustado, tentando sintetizar com uma esferogr&aacute;fica meio tr&ecirc;mula a origem, o andamento e as implica&ccedil;&otilde;es disso.

Naquela &eacute;poca, era assim que consum&iacute;amos informa&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o que fossem mentiras o que a gente tinha acesso, ao contr&aacute;rio. Hoje, tenho certeza que n&atilde;o conhec&iacute;amos todas as verdades. S&oacute; as verdades mais interessantes para determinados grupos hegem&ocirc;nicos, pol&iacute;tica, econ&ocirc;mica ou culturalmente. O que interessava a estes, ficava. O que n&atilde;o interessava era f&aacute;cil de isolar: boato, conspira&ccedil;&atilde;o, irrelev&acirc;ncia, desinteresse p&uacute;blico. Pronto, bastava usar um destes artif&iacute;cios e a informa&ccedil;&atilde;o era automaticamente abatida, como aniquilada por um sniper das not&iacute;cias.

Agora, conte&uacute;do &eacute; o que n&atilde;o falta. A abund&acirc;ncia dele ainda vem somatizada com um adere&ccedil;o que convencionou-se chamar de vi&eacute;s. &Eacute; banal brincar com pontos de vista. Quer me ver ficar bem com a Esquerda? &Eacute; s&oacute; eu questionar quem &eacute; voc&ecirc; na fila do p&atilde;o pra dizer se algu&eacute;m &eacute; bonito ou feio. Ou me indignar com quem ousa afirmar que obesidade &eacute; uma doen&ccedil;a (mesmo que esse &ldquo;ousado&rdquo; seja um m&eacute;dico, especialista, PHd, com pesada titula&ccedil;&atilde;o).

<h2 style="text-align: justify;">Engajamento vira-folha</h2>

Quero ficar bem com a Direita? &Eacute; s&oacute; eu come&ccedil;ar a indagar quem &eacute; voc&ecirc; para querer regular minhas opini&otilde;es, patrulhando pensamentos sob a justificativa de serem incorretos politicamente. Ou argumentar pela desnecessidade de financiamento p&uacute;blico da cultura em um pa&iacute;s com graves problemas de sa&uacute;de, seguran&ccedil;a e educa&ccedil;&atilde;o.

Crime &eacute; crime e est&aacute; previsto em v&aacute;rios c&oacute;digos e legisla&ccedil;&otilde;es. Isso &eacute; inegoci&aacute;vel. Mas, entre o delito comprovado e pr&aacute;ticas que sejam moralmente conden&aacute;veis, inadequadas ou inconvenientes, h&aacute; uma imensa &aacute;rea cinzenta. Alguns v&atilde;o decretar ilegalidade, outros v&atilde;o relativizar. E a&iacute;, a pergunta: Quem &eacute; o juiz do juiz?

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/129739/mg/WhatsApp Image 2025-01-10 at 13.35.30..jpg" style="width: 1024px; height: 1024px;" />Imagem: IA

Essas reflex&otilde;es me vieram por ocasi&atilde;o do an&uacute;ncio de Mark Zuckerberg sobre a aboli&ccedil;&atilde;o do modelo de fact-checking adotado pelas plataformas da Meta nos Estados Unidos. Eram empresas, com humanos ungidos ao patamar de carimbarem o que &eacute; falso, o que &eacute; verdadeiro, o que &eacute; conden&aacute;vel, o que precisa ser banido. &ldquo;Chegou a um ponto em que h&aacute; muitos erros e censura demais. &Eacute; hora de voltar &agrave;s nossas ra&iacute;zes sobre a liberdade de express&atilde;o&rdquo;, anunciou o CEO em v&iacute;deo, usando uma camiseta b&aacute;sica preta, e um rel&oacute;gio avaliado em mais de R$ 5 milh&otilde;es.

Outro ponto importante foi mencionar que o sistema de modera&ccedil;&atilde;o vai continuar - mas num modelo semelhante ao adotado pelo antigo Twitter, o de Notas da Comunidade, em que os usu&aacute;rios v&atilde;o formando um consenso sobre a veracidade e viabilidade de informa&ccedil;&otilde;es. Em vez da m&atilde;o invis&iacute;vel do mercado, entra a an&aacute;lise invis&iacute;vel da m&eacute;dia do p&uacute;blico. Elon Musk, a quem eu chamo de vice -presidente do mundo (porque tende a ser a segunda autoridade mais importante de cada pa&iacute;s), venceu.

<h2 style="text-align: justify;">A revolu&ccedil;&atilde;o dos bi&hellip;lion&aacute;rios</h2>

O menino Zuck est&aacute; se adaptando ao momento, e ao movimento. A entrada do ex-rival nos jardins da Casa Branca tem suas consequ&ecirc;ncias. Seria ing&ecirc;nuo achar que esses bilion&aacute;rios querem salvar o mundo, ou muito menos a democracia. Querem sobrevida para seus neg&oacute;cios e aumentar o poder de influ&ecirc;ncia. Para isso, eles perceberam que n&atilde;o podem prescindir de uma ala ideol&oacute;gica (uma wing), sobretudo quando ela se prova majorit&aacute;ria nos EUA com a ascens&atilde;o de Trump 2.0 (armado e perigoso) ao poder.

Mas ser&aacute; que s&atilde;o fascistas?

Nesta quinta (9), o presidente Lula declarou que a decis&atilde;o da startup americana &eacute; &ldquo;extremamente grave&rdquo; e que convocaria uma reuni&atilde;o de emerg&ecirc;ncia com ministros, para discutir o assunto, que poderia representar amea&ccedil;a &agrave; soberania dos pa&iacute;ses.

&Eacute; meio um consenso entre quem analisa a pol&iacute;tica nacional que a Esquerda conseguiu conquistar cora&ccedil;&otilde;es e mentes de intelectuais, artistas, acad&ecirc;micos e universit&aacute;rios. E que a Direita conseguiu capturar cliques, engajamentos e a mec&acirc;nica de funcionamento das redes sociais. Talvez isso explique os diversos sinais de alerta a seguir.

Meu amigo, conterr&acirc;neo, contempor&acirc;neo de faculdade, jornalista, escritor, pesquisador de m&iacute;dia e de redes sociais, pol&iacute;tico, ex-deputado, Jean Wyllys considera que a medida &eacute; uma tentativa do dono da empresa de destruir a democracia. Ele enxerga a&ccedil;&otilde;es coordenadas da &ldquo;broderagem do Vale do Sil&iacute;cio&rdquo;, sob um carimbo do que chama de Capitalismo de Plataforma. E j&aacute; antecipava alguma coisa no livro Falsolatria, lan&ccedil;ado no final do ano passado: &ldquo;As big techs acumularam tanto poder desde o seu advento na internet comercial que j&aacute; &eacute; poss&iacute;vel cham&aacute;-las de &ldquo;estados-plataforma&rdquo;, que suplantam e imp&otilde;em as pr&oacute;prias regras a distintos &ldquo;estados-na&ccedil;&otilde;es&rdquo;, inclusive acusando alguns desses governos de censura por proporem um marco regulat&oacute;rio para as m&iacute;dias sociais&rdquo;, escreve o baiano, citando o fil&oacute;sofo franc&ecirc;s Pierre Levy.

<blockquote class="twitter-tweet">
A prop&oacute;sito do pronunciamento de Zuckerberg sobre as &ldquo;novas pol&iacute;ticas&rdquo; da Meta em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s mentiras, cal&uacute;nias, difama&ccedil;&atilde;o e discursos de &oacute;dio em suas m&iacute;dias sociais (Instagram, Facebook e Threads), deixo-lhes este trecho de Falsolatria, meu livro (<a href="https://twitter.com/editoranos?ref_src=twsrc%5Etfw">@editoranos</a> <a href="https://twitter.com/edicoessescsp?ref_src=twsrc%5Etfw">@edicoessescsp</a> ) <a href="https://t.co/1fUw0tnb9J">pic.twitter.com/1fUw0tnb9J</a>
&mdash; Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) <a href="https://twitter.com/jeanwyllys_real/status/1876745711309533379?ref_src=twsrc%5Etfw">January 7, 2025</a></blockquote>
<script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

<h2 style="text-align: justify;">Guerra ao mundo</h2>

O diagn&oacute;stico da tamb&eacute;m jornalista e doutoranda em pol&iacute;ticas p&uacute;blicas, ex-deputada federal pelo PC do B, a ga&uacute;cha Manuela D&acute;&aacute;vila: &ldquo;o que ele anuncia &eacute; um dos maiores fatos pol&iacute;ticos - sen&atilde;o o maior - desse tempo em que vivemos&rdquo;. &ldquo;O que Zuckerberg diz, com todas as letras, &eacute; que a liberdade defendida pela extrema direita, as ideias de Trump e Musk, ser&atilde;o as suas. Ideias que amea&ccedil;am institui&ccedil;&otilde;es e democracias. Ideias de viol&ecirc;ncia e tortura. O an&uacute;ncio soa mesmo como uma declara&ccedil;&atilde;o de guerra ao mundo. Ele menciona nominalmente China e Am&eacute;rica Latina e ao se referir a regula&ccedil;&atilde;o europeia, refere-se a Alemanha, protagonista da constru&ccedil;&atilde;o da regula&ccedil;&atilde;o daquela regi&atilde;o. Ao mencionar o X como sua refer&ecirc;ncia, ele menciona a rede cujo propriet&aacute;rio opera direta e explicitamente amea&ccedil;as &agrave; vida democr&aacute;tica de diversas regi&otilde;es do planeta. &Eacute; um fato imenso. N&atilde;o errem tentando coloc&aacute;-lo no &acirc;mbito da &acute;internet&acute;&rdquo;.

<blockquote class="twitter-tweet">
🚨O an&uacute;ncio de Zuckerberg n&atilde;o &eacute; o mero an&uacute;ncio de uma nova pol&iacute;tica de modera&ccedil;&atilde;o da empresa Meta. O que ele anuncia &eacute; um dos maiores fatos pol&iacute;ticos - sen&atilde;o o maior - desse tempo em que vivemos. 🚨 
 
👇
&mdash; Manuela (@ManuelaDavila) <a href="https://twitter.com/ManuelaDavila/status/1876650768863985921?ref_src=twsrc%5Etfw">January 7, 2025</a></blockquote>
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O secret&aacute;rio de m&iacute;dias digitais da Secom do Governo, Jo&atilde;o Brant, est&aacute; em p&acirc;nico. &ldquo;O an&uacute;ncio feito hoje por Mark Zuckerberg antecipa o in&iacute;cio do governo Trump e explicita alian&ccedil;a da Meta com o governo dos EUA para enfrentar Uni&atilde;o Europeia, Brasil e outros pa&iacute;ses que buscam proteger direitos no ambiente online (na vis&atilde;o dele, os que &lsquo;promovem censura&rsquo;). &Eacute; uma declara&ccedil;&atilde;o fort&iacute;ssima, que se refere ao STF como &lsquo;corte secreta&rsquo;, ataca os checadores de fatos (dizendo que eles &lsquo;mais destru&iacute;ram do que constru&iacute;ram confian&ccedil;a&rsquo;) e questiona o vi&eacute;s da pr&oacute;pria equipe de &lsquo;trust and safety&rsquo; da Meta &ndash; para fugir da lei da Calif&oacute;rnia. Facebook e Instagram v&atilde;o se tornar plataformas que v&atilde;o dar total peso &agrave; liberdade de express&atilde;o individual e deixar de proteger outros direitos individuais e coletivos&rdquo;.

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/129739/mg/WhatsApp Image 2025-01-10 at 13.35.31..jpg" style="width: 866px; height: 1024px;" />Imagem: IA

<h2 style="text-align: justify;">Nosso inimigo &iacute;ntimo?</h2>

Um detalhe: sabe como eu li e tomei conhecimento de todos esses pontos de vista? Na rede X, o antigo twitter, t&atilde;o demonizado, mas que serviu justamente para eu poder concordar ou discordar destes argumentos. A plataforma em que Manuela tem mais de 1,5 milh&atilde;o de seguidores, Jean tem mais de 1 milh&atilde;o e Brant tem quase 12 mil. Sem a rede comprada por Elon Musk, eu continuaria minha vidinha med&iacute;ocre, alheio &agrave;s impress&otilde;es e an&aacute;lises de especialistas ou apenas torcedores - contra ou a favor. Quanta ironia: dependemos de plataformas que questionamos para exercer nossa pr&oacute;pria liberdade de express&atilde;o.

H&aacute; seis meses, tive a chance de ouvir uma palestra informal do hoje ministro da Secretaria de Comunica&ccedil;&atilde;o Social do governo, Sid&ocirc;nio Palmeira. &Eacute;ramos quatro ou cinco numa roda durante o evento para lan&ccedil;ar a Antena 1 em Salvador, e, bebendo &aacute;gua mineral, Palmeira exumava o esgoto das redes. Na avalia&ccedil;&atilde;o dele, os &ldquo;fascistas&rdquo;, antes, n&atilde;o tinham voz, n&atilde;o tinham espa&ccedil;o, que ganharam com as m&iacute;dias sociais. E, para piorar, o engajamento proposto pelo algoritmo funciona melhor a partir da dissemina&ccedil;&atilde;o de discursos de &oacute;dio. Falar mal viraliza mais, ofender e &ldquo;tretar&rdquo; ganham mais aten&ccedil;&atilde;o do que comportamentos harib&ocirc;. Sid&ocirc;nio estava bem preocupado.

Vamos dar uma passeada em outra an&aacute;lise, a do jornalista Glenn Greenwald. Em ingl&ecirc;s, ele postou sobre o coment&aacute;rio de Brant: &ldquo;&Eacute; dif&iacute;cil mensurar o qu&atilde;o irritadas e chateadas autoridades brasileiras como esta -- juntamente com outros apoiadores de seu esquema secreto de censura judicial sem devido processo legal -- est&atilde;o com o an&uacute;ncio de Zuckerberg. O an&uacute;ncio do CEO da Meta destruiu as principais armas de supress&atilde;o de discurso. Para combater esquemas sist&ecirc;micos de censura estatal online, as empresas de m&iacute;dia social podem se unir contra eles. N&atilde;o pode ser apenas Rumble ou X. O pa&iacute;s simplesmente os banir&aacute;.

Mas se um pa&iacute;s banir tudo por se recusar a censurar -- X, Insta, FB, YouTube, etc. -- seus cidad&atilde;os ficar&atilde;o enfurecidos. Quando Zuckerberg denunciou sistemas secretos e sem devido processo legal de censura na Am&eacute;rica Latina, autoridades brasileiras presumiram que ele estava falando sobre a censura supervisionada pela Suprema Corte, porque ele estava se referindo a isso&rdquo;.

<blockquote class="twitter-tweet">
It&#39;s hard to overstate how angry and upset Brazilian officials like this are -- along with other supporters of its secret, due-process-free judicial censorship scheme -- about Zuckerberg&#39;s announcement. 
 
The Meta CEO&#39;s announcement gutted the core weapons of speech suppression. <a href="https://t.co/brAwYxcEtL">https://t.co/brAwYxcEtL</a>
&mdash; Glenn Greenwald (@ggreenwald) <a href="https://twitter.com/ggreenwald/status/1876656128656118244?ref_src=twsrc%5Etfw">January 7, 2025</a></blockquote>
<script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

Greenwald, tamb&eacute;m advogado, vi&uacute;vo do brasileiro David Miranda, foi do Olimpo dos progressistas (quando exp&ocirc;s as rela&ccedil;&otilde;es esp&uacute;rias do ent&atilde;o juiz S&eacute;rgio Moro que resultaram na condena&ccedil;&atilde;o de Lula) para o purgat&oacute;rio (quando seu jornalismo exp&ocirc;s a s&eacute;rie de ritos informais do ministro Alexandre de Moraes para investigar bolsonaristas, que se convencionou chamar de Vaza Toga). Greenwald tem 2,2 milh&otilde;es de seguidores no X.

Como executivo e como engenheiro, Elon Musk conseguiu a proeza de subverter um ditado popular de que foguete n&atilde;o d&aacute; r&eacute;. Com a empresa Space X, mandou aeronaves para o espa&ccedil;o e conseguiu faz&ecirc;-las voltar, em pouso aplaudido na vertical, acolhido por um bra&ccedil;o mec&acirc;nico e intacto para novas miss&otilde;es. Barateou as expedi&ccedil;&otilde;es e seus custos estratosf&eacute;ricos, e conseguiu multiplicar os lucros e os contratos com a NASA. O feito atual de unir as outras big techs no mesmo pensamento tem desdobramentos e repercuss&otilde;es t&atilde;o impactantes.

Ah, na faculdade, Jean foi sempre mais aplicado e talentoso do que eu. Duvido que tivesse tido problemas em captar o conceito de gatekeeper.

&nbsp;

(Olhando &agrave; dist&acirc;ncia, sem conhecer os pormenores da carreira, Claudia Leitte errou. &Eacute; preciso colocar isso como ponto inicial da conversa. N&atilde;o h&aacute; nenhum acerto em mudar letra de m&uacute;sica, ainda mais, quando &eacute; um t&oacute;pico sens&iacute;vel, que possa resvalar em intoler&acirc;ncia, ou racismo. Todo o direito de louvar, isso traz mais pontos positivos do que negativos. Mas insistir em manter uma m&uacute;sica no repert&oacute;rio que contraria os princ&iacute;pios e achar que a solu&ccedil;&atilde;o &eacute; apenas alterar uma obra que j&aacute; est&aacute; no cancioneiro do p&uacute;blico, isso a&iacute; soa como mera provoca&ccedil;&atilde;o.&nbsp; 
&Eacute; at&eacute; dif&iacute;cil de imaginar algum cantor de reggae jamaicano, querendo imitar a voz singular de Roberto Carlos, e apostando no refr&atilde;o: &ldquo;Haile Selassie, Haile Selassie, Haile Selassie, eu estou aqui&hellip;&rdquo; Do ponto de vista art&iacute;stico, ou do ponto de vista da laicidade, Claudia tomou uma atitude que n&atilde;o parece ajudar a carreira dela e, talvez, s&oacute; sirva para refor&ccedil;ar o conceito dela perante aqueles que - com o perd&atilde;o do trocadilho - j&aacute; s&atilde;o f&atilde;s convertidos. Al&eacute;m de contrariar devo&ccedil;&otilde;es, ainda cria problemas jur&iacute;dicos. V&aacute;rias queixas.)&nbsp;

Dito isso,<a href="https://aratuon.com.br/opiniao/senna-o-peao-de-multinacional-que-amamos-odiar-ou-que-odiamos-ter-que-amar"> podemos iniciar a conversa</a> j&aacute; pela pergunta: o que ofende tanto uma parte do Brasil em evang&eacute;licos se reunirem num est&aacute;dio em S&atilde;o Paulo, e noutra arena em Orlando, nos EUA, para dar boas vindas ao novo ano? Mais do que isso, qual o motivo de tanta ira por uma emissora nacional de tv aberta querer exibir esses eventos, ao vivo, para o seu p&uacute;blico? Os crentes t&ecirc;m todo o direito a um R&eacute;veillon &agrave; altura dos seculares. Al&eacute;m de tudo, eles s&atilde;o muitos, e s&oacute; fazem crescer.&nbsp;A expectativa &eacute; de que tenham chegado a 70 milh&otilde;es, ou um ter&ccedil;o da popula&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s. Em 1950, somavam apenas 3,6% dos habitantes do pa&iacute;s. Uma pesquisa Datafolha de 2020 teve a conclus&atilde;o de que 31% da popula&ccedil;&atilde;o &eacute; evang&eacute;lica. Uma estimativa do IBGE para 2022, baseada em censos anteriores, estabelecia que 26% era de evang&eacute;licos. Na melhor hip&oacute;tese, d&aacute; 66 milh&otilde;es e, na pior, 55 milh&otilde;es. Colocar em telas este louvor &eacute;, tamb&eacute;m, representatividade.

<h2>O abismo da visibilidade</h2>

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/129426/mg/Vira Brasil.jpg" style="width: 1200px; height: 841px;" />Vira Brasil 2025 do SBT. Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o / SBT

Do elenco que estava na Globo para o elenco que estava sendo exibido no SBT, h&aacute; um abismo de visibilidade. Em algumas horas de reflex&atilde;o, fiz uma pesquisa, imparcial e estatisticamente consistente, sobre como &eacute; a recep&ccedil;&atilde;o do p&uacute;blico para isto que os mais c&aacute;usticos chamaram de Guerra Santa nas tvs. Como n&atilde;o tinha tempo h&aacute;bil para montar um levantamento completo, o<a href="https://aratuon.com.br/opiniao/o-cerebro-de-lula-e-a-delicada-operacao-para-substitui-lo"> DataPablo </a>usou como amostragem apenas EU MESMO.

Desta maneira, pode-se dizer que a pesquisa indicou que todos os artistas que se apresentaram em Copacabana e, por tabela, no R&eacute;veillon da Globo, s&atilde;o conhecidos pelo p&uacute;blico (EU MESMO). A saber: Caetano Veloso, Maria Beth&acirc;nia, Xand Avi&atilde;o, Anitta, Ivete Sangalo. Conhe&ccedil;o todos. De alguns, eu poderia at&eacute; arriscar v&aacute;rias m&uacute;sicas, outros, com menos conhecimento, eu saberia, ao menos, um refr&atilde;o.&nbsp; 
 
No outro canal, eram 15 atra&ccedil;&otilde;es no Allianz Parque, no que foi chamado de &ldquo;a maior virada crist&atilde; do pa&iacute;s&rdquo;. Os nomes, todos, eram muito estranhos ao p&uacute;blico de minha pesquisa: Andr&eacute; Fernandes, Quezia Cadimo, Alpha Music, Ana N&oacute;brega, Isa&iacute;as Saad, Eli Soares, Ronny Oliveira, Sued Silva, Banda Morada, Fernandinho, Richard Gordon. A amostragem do Data Pablo (universo de EU MESMO) desconhecia todos os artistas.&nbsp;

<a href="https://aratuon.com.br/opiniao/na-bahia-se-voce-torce-pelo-rebaixamento-do-rival-voce-nao-e-fanatico-e-so-tosco-mesmo">Tr&ecirc;s coisas s&atilde;o provadas nessa pesquisa:&nbsp;</a>

- eu n&atilde;o sou evang&eacute;lico;&nbsp; 
- como jornalista, estou com problema grave de desinforma&ccedil;&atilde;o seletiva;&nbsp; 
- a programa&ccedil;&atilde;o da Globo estaria mais direcionada para espectadores como eu do que a do SBT.
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S&oacute; que eu n&atilde;o estive assistindo nem uma, nem outra. &Eacute; meio antip&aacute;tico quem admite passar a virada do ano dormindo. H&aacute; at&eacute; formas menos prepotentes de transmitir essa informa&ccedil;&atilde;o: eu poderia dizer que descansar de um ano t&atilde;o atribulado &eacute; a melhor homenagem que se faz a 2024 e uma prova m&aacute;xima de respeito a 2025, que &eacute; chegar nele cheio de energia. Mas a realidade &eacute; menos l&iacute;rica: uma escala rigorosa de plant&atilde;o me deu chance de trabalhar at&eacute; mais tarde e ter que acordar cedo para continuar em outra jornada.

Portanto, n&atilde;o vi durante a transmiss&atilde;o ao vivo, mas acompanhei a repercuss&atilde;o posterior e, sobretudo, cortes na internet. As rea&ccedil;&otilde;es me pareceram, mais do que equivocadas, inflamadas. Pude ver direcionado &agrave; emissora um &oacute;dio herdeiro da esp&eacute;cie de rancor que parte do pa&iacute;s dedica a comunidades pentecostais, adventistas, batistas, presbiterianos. &nbsp; 
Assim foram alguns gritos digitais:&nbsp;

&ldquo;Pobre do SBT. Se depender dos evang&eacute;licos, vai falir. S&oacute; sabem gritar e chamar o dem&ocirc;nio&rdquo;&nbsp;&nbsp;

<blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-width="560">
Pobre do SBT se depender desses evang&eacute;licos vai falir 
S&oacute; sabem gritar e chamar pelo dem&ocirc;nio
&mdash; Bibi.rubbi (@BibiRubbi82382) <a href="https://twitter.com/BibiRubbi82382/status/1875000835786395707?ref_src=twsrc%5Etfw">January 3, 2025</a></blockquote>
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&ldquo;Lembrando que o SBT passava a banheira do gugu, especial da tiazinha e mais um monte de vulgaridades t&iacute;picas pra tentar bater a audi&ecirc;ncia da Globo chega de falso moralismo. Os evang&eacute;licos que fiquem com sua cafonice e deixem o povo normal viver.&rdquo;

<blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-width="560">
Lembrando que o SBT passava a banheira do gugu, especial da tiazinha e mais um monte de vulgaridades t&iacute;pica pra tentar bater a audi&ecirc;ncia da globo chega de falso moralismo. Os evang&eacute;licos que fiquem com sua cafonice e deixem o povo normal viver.
&mdash; marlon (@marlon2andrei) <a href="https://twitter.com/marlon2andrei/status/1874602860853559793?ref_src=twsrc%5Etfw">January 1, 2025</a></blockquote>
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&ldquo;Famosos: Anitta deu uma surra de bumbum nos pastores do Vira Brasil do SBT no quesito audi&ecirc;ncia&rdquo;&nbsp;

<blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-width="560">
Anitta deu uma surra de bumbum nos pastores do &quot;Vira Brasil&quot;, do SBT, no quesito audi&ecirc;ncia. 
 
A apresenta&ccedil;&atilde;o da cantora no &quot;Show da Virada&quot; teve mais audi&ecirc;ncia que toda a programa&ccedil;&atilde;o do SBT em 2024. A informa&ccedil;&atilde;o &eacute; do jornalista Rick Souza. <a href="https://t.co/xSEZLjWrFg">pic.twitter.com/xSEZLjWrFg</a>
&mdash; PAN (@forumpandlr) <a href="https://twitter.com/forumpandlr/status/1874852572709986570?ref_src=twsrc%5Etfw">January 2, 2025</a></blockquote>
<script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

&nbsp;

Usaram at&eacute; a mem&oacute;ria de Silvio Santos para dizer que o dono, frequentador da igreja, jamais permitiria a exibi&ccedil;&atilde;o no seu canal. Em outras palavras, incorporaram (mediunicamente, vai saber) os pensamentos do apresentador.

Um paradoxo &eacute; que enquanto uns praguejavam, em pleno show de Copacabana, o s&aacute;bio Caetano Veloso (senta l&aacute;, Cl&aacute;udia) dedicou ao p&uacute;blico a m&uacute;sica Deus Cuida de Mim e declarou que ela representa o &ldquo;o meu extremo interesse no crescimento dos evang&eacute;licos no Brasil&rdquo;. Ele mesmo j&aacute; tinha se queixado de rea&ccedil;&otilde;es do p&uacute;blico da turn&ecirc; com a irm&atilde; Beth&acirc;nia, que recha&ccedil;ou o fato de ele ter incorporado ao repert&oacute;rio o hino feito pelo pastor Kleber Lucas. &ldquo;N&atilde;o est&aacute; vendo o Brasil quem despreza os pentecostais e neopentecostais ,que s&atilde;o maioria entre os pobres e pretos, sobretudo entre pretas pobres, e produzem o g&ecirc;nero musical mais buscado depois do chamado sertanejo&rdquo;. 
V&atilde;o dizer que Caetano, declarado como ateu, faz essa incurs&atilde;o por interesses comerciais, pol&iacute;ticos ou por influ&ecirc;ncia dos filhos evang&eacute;licos. Se for uma das tr&ecirc;s op&ccedil;&otilde;es, ou todas, mais uma vez: s&aacute;bio Caetano.

<h2>Racismo religioso e a hipocrisia do preconceito</h2>

N&atilde;o &eacute; coincid&ecirc;ncia que, dezoito horas depois da virada, em pleno Farol da Barra, Daniela Mercury e Margareth Menezes, em um elegante e bonito palco tenham aproveitado uma pausa na homenagem &agrave; hist&oacute;ria da ax&eacute; music para algumas ressalvas: &ldquo;Se o candombl&eacute; sofre preconceito &eacute; porque o preto sempre sofreu preconceito, isso &eacute; uma consequ&ecirc;ncia do racismo. Que a gente afirme toda a import&acirc;ncia das religi&otilde;es de matriz africana&rdquo;, desabafou Mercury. S&aacute;bia Daniela..&nbsp;

Parece clich&ecirc;, mas vale a pena repetir, mesmo assim. &Eacute; poss&iacute;vel condenar o racismo religioso contra as religi&otilde;es de matriz africana e, ao mesmo tempo, condenar quem ataca os evang&eacute;licos. &Eacute; leg&iacute;timo (at&eacute; recomend&aacute;vel) acolher o praticante do candombl&eacute; e da umbanda que sofre ataques e tamb&eacute;m o crist&atilde;o que se v&ecirc; acuado diante de uma intoler&acirc;ncia, velada ou expl&iacute;cita.&nbsp;

Agora, imagine a&iacute;, se (quando) os evang&eacute;licos se tornarem maioria e come&ccedil;arem a se incomodar com este Brasil?

P.S.: o p&oacute;s virada me fez conhecer Deus Cuida de Mim. Posso dizer? Se o nome for louvor, hino, ora&ccedil;&atilde;o, prega&ccedil;&atilde;o, ou, simplesmente, m&uacute;sica, nenhuma nomenclatura vai ser maior do que uma sensa&ccedil;&atilde;o: que obra espetacular!

LEIA MAIS:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/politica/pablo-reis-da-tv-aratu-ganha-premio-da-al-ba-por-cobertura-politica-em-2024">Pablo Reis, da TV Aratu, ganha pr&ecirc;mio da AL-BA por cobertura pol&iacute;tica em 2024</a>

De um lado, empres&aacute;rios pressionam pela realiza&ccedil;&atilde;o do Carnaval de Salvador em 2022. Do outro, prefeito e governador esperam os n&uacute;meros da Covid-19 para &quot;baterem o martelo&quot;. Afinal, voc&ecirc; concorda ou n&atilde;o com a folia momesca? O Aratu On realiza uma enquete no Instagram e, para responder, basta voc&ecirc; clicar e dar a sua opini&atilde;o.

<blockquote class="instagram-media" data-instgrm-permalink="https://www.instagram.com/p/CWYiaTOL6s-/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" data-instgrm-version="14" style=" background:#FFF; border:0; border-radius:3px; box-shadow:0 0 1px 0 rgba(0,0,0,0.5),0 1px 10px 0 rgba(0,0,0,0.15); margin: 1px; max-width:540px; min-width:326px; padding:0; width:99.375%; width:-webkit-calc(100% - 2px); width:calc(100% - 2px);">
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<p style=" color:#c9c8cd; font-family:Arial,sans-serif; font-size:14px; line-height:17px; margin-bottom:0; margin-top:8px; overflow:hidden; padding:8px 0 7px; text-align:center; text-overflow:ellipsis; white-space:nowrap;"><a href="https://www.instagram.com/p/CWYiaTOL6s-/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" style=" color:#c9c8cd; font-family:Arial,sans-serif; font-size:14px; font-style:normal; font-weight:normal; line-height:17px; text-decoration:none;" target="_blank">Uma publica&ccedil;&atilde;o compartilhada por Aratu On (@aratuonline)</a>
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POL&Ecirc;MICA

A Comiss&atilde;o Especial de Acompanhamento da Retomada dos Eventos da C&acirc;mara de Salvador aprovou, no &uacute;ltimo dia 8 de novembro, um relat&oacute;rio com recomenda&ccedil;&otilde;es &agrave; Prefeitura e ao Governo sobre o assunto. Ap&oacute;s a&nbsp;s&eacute;rie de cobran&ccedil;as, <a href="https://aratuon.com.br/coronavirus/noticia/coronavirus/carnaval-rui-diz-que-nao-aceita-ultimato-de-ninguem-e-reforca-que-tem-condicoes-de-organizar-festa-em-um-mes-precisamos-dos-numeros" target="_blank">o governador Rui Costa (PT) foi taxativo quando questionado, no dia 10, sobre o assunto</a>.&nbsp;

&quot;Eu n&atilde;o aceito ultimato de ningu&eacute;m quando se trata de vida humana. Quero que isso fique claro&quot;, disse o gestor, que fez quest&atilde;o de reconhecer a legitimidade dos empreendedores, que trabalham na folia momesca. Por&eacute;m, ressaltou que &quot;n&atilde;o pode ter como balizador &uacute;nico o interesse do empres&aacute;rio&quot;.

&quot;Reconhe&ccedil;o a legitimidade de quem &eacute; investidor, de quem tem no Carnaval sua atividade econ&ocirc;mica , que investe em camarotes e blocos. Eu respeito isso, faz parte da atividade econ&ocirc;mica da Bahia, isso gera empregos e renda, mas, de outro lado, eu tenho 15 milh&otilde;es de pessoas que eu tenho de cuidar, da sa&uacute;de dessas pessoas&quot;, ressaltou o petista.

Ap&oacute;s a declara&ccedil;&atilde;o, o prefeito da capital, Bruno Reis (DEM), <a href="https://aratuon.com.br/linha-de-frente/noticia/carnaval/bruno-reis-sugere-que-carnaval-pode-acontecer-em-outra-data-se-chegar-em-fevereiro-e-nao-puder-adia" target="_blank">admitiu, um dia depois, a possibilidade de a festa n&atilde;o ocorrer em fevereiro</a>, como demarcado no calend&aacute;rio do pr&oacute;ximo ano.

&quot;H&aacute; essa data limite, colocada n&atilde;o pela Prefeitura, e sim pelos atores envolvidos, que se at&eacute; o final de novembro n&atilde;o tiver essa decis&atilde;o, n&atilde;o ir&atilde;o participar. Eu espero que at&eacute; o final do m&ecirc;s de novembro, com o avan&ccedil;o da vacina, a gente consiga tomar essa decis&atilde;o de forma condicionada aos n&uacute;meros. Se chegar em fevereiro e n&atilde;o puder ser realizado, adia para uma outra data que seja mais oportuna e conveniente&quot;, disse.

Al&eacute;m disso, <a href="https://aratuon.com.br/variedades/noticia/carnaval/assista-conselho-municipal-do-carnaval-vota-a-favor-da-folia-viavel-e-executavel-afirma-coordenador" target="_blank">em assembleia extraordin&aacute;ria realizada tamb&eacute;m no &uacute;ltimo dia 11, 19 dos 32 membros do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar) votaram de modo favor&aacute;vel</a> &agrave; realiza&ccedil;&atilde;o do Carnaval 2022.&nbsp;

<a href="https://www.aratuon.com.br/categorias/coronavirus/" target="_blank">Acompanhe&nbsp;todas as not&iacute;cias sobre o novo coronav&iacute;rus</a>.

&zwnj;Acompanhe nossas transmiss&otilde;es ao vivo e conte&uacute;dos exclusivos no&nbsp;<a href="http://www.aratuon.com.br/aovivo" target="_blank">www.aratuon.com.br/aovivo</a>. Nos mande uma mensagem pelo WhatsApp: (71) 99986-0003.

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