O Brasil reduziu em 12% suas emissões de gases de efeito estufa em 2023 em comparação com o ano anterior, conforme divulgado nesta quinta-feira (7/11) pelo Observatório do Clima. Em 2023, o país emitiu 2,3 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente (GtCO₂e), frente a 2,6 bilhões em 2022.
De acordo com o Observatório, essa é a maior redução percentual nas emissões desde 2009, ano em que o país registrou a menor emissão da série histórica, iniciada em 1990, com 1,77 bilhão de GtCO₂e.
A principal razão para a queda nas emissões foi a redução do desmatamento na Amazônia. As emissões oriundas do desmatamento na floresta caíram 37%, passando de 1,074 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente para 687 milhões de toneladas.
No entanto, os dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) indicam que, apesar da desaceleração na Amazônia, a devastação em outros biomas gerou emissões brutas de 1,04 GtCO₂e em 2023.
Para David Tsai, coordenador do SEEG, a redução é positiva, mas destaca a dependência das ações na Amazônia para que o Brasil atinja sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC). “A queda nas emissões em 2023 certamente é uma boa notícia, e põe o país na direção certa para cumprir sua NDC, o plano climático nacional, para 2025. Ao mesmo tempo, mostra que ainda estamos excessivamente dependentes do que acontece na Amazônia, já que as políticas para os outros setores são tímidas ou inexistentes. Isso terá de mudar na nova NDC, que será proposta ainda este ano. O Brasil precisa de um plano de descarbonização consistente e que faça de fato uma transformação na economia”, afirmou.
Nos outros biomas, as emissões por desmatamento e queima de biomassa cresceram: 23% no Cerrado, 11% na Caatinga, 4% na Mata Atlântica e 86% no Pantanal. Apenas no Pampa houve redução de 15%, embora esse bioma represente apenas 1% das emissões totais.
“Ao mesmo tempo em que o Brasil observa os efeitos positivos do combate ao desmatamento na Amazônia, há uma aceleração do desmatamento em outros biomas, como o Cerrado e o Pantanal. Esse ‘vazamento’ não é algo novo e precisa de solução urgente para que continuemos tendo chances de atingir as metas de mitigação brasileiras”, afirmou Bárbara Zimbres, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), instituição responsável pelo cálculo de emissões por uso da terra no SEEG.
USO DA TERRA E AGROPECUÁRIA
As mudanças de uso da terra representaram quase metade das emissões nacionais (46%), com 1,062 bilhão de toneladas de CO₂e. A agropecuária, por sua vez, atingiu o quarto recorde consecutivo de emissões, com um aumento de 2,2%, respondendo por 28% das emissões totais do Brasil, impulsionada pelo crescimento do rebanho bovino.
“A maior parte das emissões vem da fermentação entérica (o popular ‘arroto’ do boi), com 405 milhões de toneladas em 2023 (mais do que a emissão total da Itália)”, aponta o Observatório. “Somando as emissões por mudança de uso da terra, a atividade agropecuária segue sendo de longe a maior emissora do país, com 74% do total”.
Gabriel Quintana, analista de Ciência do Clima do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), recorda que a última queda nas emissões da agropecuária brasileira foi registrada em 2018. Desde então, as emissões aumentaram e atingiram recordes. “Elas são puxadas pelo aumento do rebanho bovino, uso de calcário e fertilizantes sintéticos nitrogenados, afinal, a produção brasileira tem crescido. O desafio para o setor, bastante suscetível aos impactos da crise climática, é alinhar a mitigação das emissões de gases de efeito estufa com a eficiência da produtividade, em especial, a redução de metano e a adoção de sistemas que geram sequestro de carbono no solo”, pontuou.
RESÍDUOS E ENERGIA
Nos setores de resíduos e energia, as emissões de CO₂ equivalente cresceram 1% e 1,1%, respectivamente. No setor energético, o aumento se deu pelo consumo de diesel, gasolina e querosene de aviação, que juntos elevaram as emissões de transporte em 3,2%, atingindo o recorde de 224 MtCO₂e.
“Essa elevação mais do que compensou a redução de emissões devido à queda de 8% na geração de eletricidade por termelétricas fósseis no ano passado, no qual não houve crise hídrica para impactar a geração hidrelétrica. No total, energia e processos industriais emitiram 22% do total nacional, 511 MtCO₂e”, aponta o relatório.
QUEIMADAS
As emissões provenientes de queimadas de pasto e vegetação nativa, que não são contabilizadas como desmatamento, caíram 38% e 7% em 2023, respectivamente.
Essas emissões não constam no inventário nacional, mas tornam-se cada vez mais relevantes à medida que a mudança climática aumenta o risco de ocorrência de fogo, inclusive em florestas úmidas, destaca o Observatório.
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Portaria publicada nesta segunda-feira (18/9) no <a href="https://in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-571-de-11-de-setembro-de-2023-510381280" target="_blank" rel="noopener">Diário Oficial da União</a> cria o Observatório Nacional de Direitos Humanos (ObservaDH), que estabelece metas e objetivos da nova plataforma. A ferramenta digital reunirá informações e fará análise dos dados, que servirão de base para o planejamento e a avaliação das políticas públicas do setor.<img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1555937&amp;o=node" /><img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1555937&amp;o=node" />
De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o ObservaDH terá como base de dados várias fontes como censos, pesquisas e amostras disponibilizadas por instituições como o disque 100, da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), o Judiciário e o sistema de segurança pública. São dados sobre públicos considerados prioritários para as ações do governo, como crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, população LGBTQIA+, pessoas em situação de rua e privadas de liberdade.
Os indicadores e informações deverão ser compilados de forma que possam embasar ações e estimular a produção de pesquisas orientadas para investigar questões relevantes à promoção dos direitos humanos. Os dados também servirão para a elaboração de material educativo a ser utilizado na formação de cidadãos e de agentes públicos, com foco na promoção da diversidade e da equidade.
“Nosso objetivo é que essa plataforma gere frutos também para a educação e a cultura em direitos humanos, desde a mídia até as escolas”, disse a secretária executiva do ministério, Rita Oliveira.
A ferramenta será coordenada pela secretaria executiva do MDHC, que também promoverá articulação e parcerias institucionais para acesso à base de dados e a troca de informações necessárias à construção dos indicadores. A gestão do conteúdo será exercida pela recém-criada Coordenação-Geral de Indicadores e Evidências em Direitos Humanos
COOPERAÇÃO
A criação do ObservaDH é parte de um plano de ação do governo federal que busca governança e políticas públicas baseadas em evidências. Para isso, também foi firmado, na última sexta-feira (15), acordo de cooperação técnica com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), para a realização de estudos sobre a execução de políticas de direitos humanos e cidadania.
O acordo terá duração de três anos, que poderão ser prorrogados, e funcionará nos moldes do que já ocorre desde 2022, na gestão da <a href="https://inclua.ipea.gov.br/" target="_blank" rel="noopener">Plataforma de Recursos Pró-equidade</a> em Políticas Públicas (Inclua).
*Agência Brasil
LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/cidade/2023-09-18/aulas-moradores-valeria/">Com aulas suspensas e ônibus fora de circulação, clima segue tenso em Valéria e Subúrbio de Salvador</a>
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Entre julho e outubro, as baleias jubartes partem dos mares antárticos e cruzam o oceano para se reproduzir ao longo do litoral brasileiro. Por isso, nesse período, é comum que esses animais sejam avistados por aqui, principalmente no sul da Bahia, com destaque para a região de Abrolhos.
Mas quem vive ou está em Salvador também tem conseguido presenciar algumas baleias, e até um observatório foi montado, no Farol da Barra.
Agora, outro observatório, dedicado ao monitoramento das baleias jubarte para preservação da espécie, será montado na capital baiana, no Blue Praia Bar, no Rio Vermelho. O espaço começará a funcionar no sábado (5/8), das 9h às 18h, e segue funcionando até o dia 30 de setembro.
O observatório contará com a participação do Projeto Baleia Jubarte, que monitora esses animais há mais de 30 anos. Os visitantes terão acesso a informações sobre a biologia das baleias, conservação da espécie e todas as pesquisas realizadas pelo projeto.
Além do observatório, o público poderá desfrutar da experiência completa oferecida pelo Day Use do Blue, incluindo acesso aos lounges, DJ, chuveiros de água doce e guarda-sóis próximos ao mar.
SERVIÇO
Observatório Baleias Jubarte
Quando: 5 de agosto a 30 de setembro, das 9h às 18h
Onde: Blue Praia Bar
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Al&eacute;m de ser a Princesa do Sert&atilde;o, uma ponte direta entre Bahia e Paraguai e ter a caixa d&#39;&aacute;gua mais famosa e amada do Brasil, Feira de Santana, que completa 189 anos de hist&oacute;ria neste domingo (18/9), tamb&eacute;m &eacute; um lugar conhecido por estar pr&oacute;ximo das estrelas.

&Eacute; porque &eacute; l&aacute; que fica o <a href="http://www.antares.uefs.br/" target="_blank">Planet&aacute;rio do Observat&oacute;rio Astron&ocirc;mico Antares</a>, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), que &eacute; refer&ecirc;ncia em todo o Brasil. Carla Galr&atilde;o, social media e apresentadora do Grupo Aratu, conheceu o espa&ccedil;o, guiada por ningu&eacute;m mais, ningu&eacute;m menos, do que Marildo Pereira, Professor Titular do Departamento de F&iacute;sica da UEFS e doutor em Astrof&iacute;sica pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. T&aacute; bom, ou quer mais?

A primeira rel&iacute;quia espacial que conhecemos foi o Telesc&oacute;pio Laser, utilizado no Programa Apollo h&aacute; 50 anos. O programa, que foi uma s&eacute;rie de miss&otilde;es espaciais organizadas pela NASA entre 1961 e 1972, tinha como objetivo levar o homem &agrave; Lua - feito que aconteceu no dia 20 de julho de 1969, quando o astronauta Neil Armstrong disse: &quot;A Terra &eacute; azul&quot;.

No momento, um dos objetivos&nbsp;do Antares &eacute; construir um espa&ccedil;o para apoiar os professores da rede p&uacute;blica de Feira de Santana. &quot;Como nas escolas, na maior parte das vezes, n&atilde;o t&ecirc;m laborat&oacute;rio, os laborat&oacute;rios se encontrariam aqui e os professores trariam os estudantes para c&aacute; e eles realizariam as experi&ecirc;ncias deles&quot;, explica Marildo Pereira.

Al&eacute;m de um rel&oacute;gio solar, uma biblioteca para estudantes de mestrado, um pr&eacute;dio chamado &quot;Caminho Lunar&quot;, em que &eacute; poss&iacute;vel simular uma caminhada na Lua, os muros do Antares contam a hist&oacute;ria do universo e da vida. E tem mais: no Instituto, h&aacute; uma c&oacute;pia do foguete Saturno V, que foi usado em miss&otilde;es do Programa Apollo e Skylab.

Al&eacute;m disso, h&aacute; um museu de dinossauros no espa&ccedil;o, com r&eacute;plicas de esp&eacute;cies que viveram no Brasil. &quot;As pe&ccedil;as s&atilde;o de fibra de vidro. A maior parte dele foi constru&iacute;do&nbsp;em tamanho natural. A gente utiliza para mostrar para as crian&ccedil;as as diferen&ccedil;as fisiol&oacute;gicas e estruturais que eles possuem, os que s&atilde;o carn&iacute;voros, os que s&atilde;o herb&iacute;voros&quot;.

Quer vez mais dessa tour do Aratu On pelo universo? D&ecirc; um play no v&iacute;deo abaixo!

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Pelo segundo ano, a Rede de Observat&oacute;rios revelou os dados da viol&ecirc;ncia contra a mulher monitorados em cinco dos sete estados em que atua: Bahia, Cear&aacute;, Pernambuco, Rio de Janeiro e S&atilde;o Paulo. O novo boletim &quot;Elas Vivem: dados da viol&ecirc;ncia contra mulheres&quot; aponta 1975 registros em 2021. Entre eles, 409 s&atilde;o feminic&iacute;dios.

De acordo com o Observat&oacute;rio da Seguran&ccedil;a, esses n&uacute;meros mostram que um caso de viol&ecirc;ncia contra a mulher &eacute; registrado a cada cinco horas e todos os dias uma pessoa morre apenas pelo fato de ser mulher&nbsp;nos estados.

Na Bahia, temos um caso de viol&ecirc;ncia contra a mulher a cada dois dias. No entanto, houve uma queda de 31% nos registros da Rede. Por&eacute;m, quando s&atilde;o analisados os tipos de viol&ecirc;ncia sofridas por essas v&iacute;timas, a avalia&ccedil;&atilde;o revelou&nbsp;que n&atilde;o h&aacute; grande varia&ccedil;&atilde;o quando se trata de feminic&iacute;dio: caiu&nbsp;de 70 em 2020 para 66 casos em 2021.

S&atilde;o Paulo apresentou um aumento de 27% de registros em rela&ccedil;&atilde;o ao ano passado e chegou a 929 eventos: 157 feminic&iacute;dios, 501 agress&otilde;es e tentativas de feminic&iacute;dios e 97 estupros. Os dados gerados pelas&nbsp;pesquisas em rela&ccedil;&atilde;o ao n&uacute;mero de feminic&iacute;dios foram maiores que os n&uacute;meros oficiais: dados do governo apontam 136 mortes.&nbsp;

Atr&aacute;s de S&atilde;o Paulo, aparece o Rio de Janeiro, que tem um caso de viol&ecirc;ncia contra a mulher a cada 24h. S&atilde;o 375 eventos de feminic&iacute;dio e viol&ecirc;ncia contra a mulher com 456 tipos de viol&ecirc;ncia (um &uacute;nico evento pode ter mais de um tipo de viol&ecirc;ncia). O estado apresentou um crescimento de 18% nos registros em um ano.&nbsp;

Pernambuco aparece na sequ&ecirc;ncia, com 311 registros de crimes contra mulheres. &Eacute; o estado do Nordeste com o maior n&uacute;mero de casos e o segundo entre os cinco estados em feminic&iacute;dios &ndash; com 91 registros, enquanto a Secretaria de Seguran&ccedil;a, segundo o Observat&oacute;rio, aponta 86 mortes -.

Ainda de acordo com o estudo, o&nbsp;Cear&aacute; apresentou uma queda de 20% nos casos de viol&ecirc;ncia contra a mulher, mesmo que um dos casos mais emblem&aacute;ticos do &uacute;ltimo ano tenha acontecido por l&aacute;: a agress&atilde;o sofrida por Pamela Holanda, praticada pelo ex-marido DJ Ivys. No estado, foram registrados 160 casos de viol&ecirc;ncia contra a mulher.

O Observat&oacute;rio&nbsp;acrescenta&nbsp;ainda&nbsp;que&nbsp;quando a motiva&ccedil;&atilde;o dessas agress&otilde;es e mortes s&atilde;o informadas, as tr&ecirc;s maiores causas apontadas s&atilde;o brigas (28%), t&eacute;rmino de relacionamentos (9%) e ci&uacute;mes (8%). Boa parte dos crimes contra mulheres divulgados nos jornais (85%) n&atilde;o traz a informa&ccedil;&atilde;o racial da v&iacute;tima.

Mas, quando s&atilde;o desconsiderados os casos em que a cor da v&iacute;tima n&atilde;o &eacute; informada,&nbsp;50,7% das v&iacute;timas s&atilde;o negras, 48,6% brancas e 0,7% ind&iacute;gena. Algo n&iacute;tido para as pesquisadoras da rede &eacute; que, quando se trata de mulheres brancas e de classes mais ricas, a cobertura jornal&iacute;stica tende a ser mais completa.

PRODU&Ccedil;&Atilde;O DE DADOS

Os dados s&atilde;o produzidos de maneira independente a partir de um monitoramento do que circula nos meios de comunica&ccedil;&atilde;o e nas redes sociais. Todos os dias, as pesquisadoras conferem dezenas de ve&iacute;culos de imprensa, coletam informa&ccedil;&otilde;es e alimentam um banco de dados que posteriormente &eacute; revisado e consolidado.

S&atilde;o dez categorias de crimes contra mulheres: tentativa de feminic&iacute;dio e feminic&iacute;dio s&atilde;o os maiores registros no banco. A produ&ccedil;&atilde;o cidad&atilde; de dados se faz cada dia mais importante para que n&atilde;o fiquemos atados exclusivamente aos dados oficiais &nbsp;&ndash; que por vezes s&atilde;o divergentes dos da Rede &ndash; em tempos em que impera a falta de transpar&ecirc;ncia.

TRANSFEMINIC&Iacute;DIOS

O Cear&aacute; &eacute; o primeiro do ranking pelo segundo ano, com 11 mortes e registra a mais jovem v&iacute;tima de transfobia no Brasil at&eacute; hoje: Keron Ravach foi morta aos 13 anos ao cobrar uma d&iacute;vida. Pernambuco &eacute; o segundo estado em transfeminic&iacute;dios com 10 &nbsp;casos monitorados. No &uacute;ltimo ano, no per&iacute;odo de menos de um m&ecirc;s, quatro mulheres trans negras foram atacadas e mortas. Uma delas, Roberta da Silva, teve 40% do corpo queimado.

&ldquo;Usar o termo transfeminic&iacute;dio &eacute; crucial, pois assim se reconhece que s&atilde;o mulheres expostas ao feminic&iacute;dio e &agrave; transfobia &ndash; que passa a ser encarada como uma problem&aacute;tica social. A sociedade que n&atilde;o reconhece nossos corpos n&atilde;o v&ecirc; como a viol&ecirc;ncia nos afeta&rdquo;, explica a pesquisadora D&aacute;lia Celeste, do Observat&oacute;rio da Seguran&ccedil;a de Pernambuco.

SOBRE A REDE DE OBSERVAT&Oacute;RIOS

Ap&oacute;s dois anos operando na produ&ccedil;&atilde;o cidad&atilde; de dados em cinco estados, a Rede de Observat&oacute;rios, projeto do Centro de Estudos de Seguran&ccedil;a e Cidadania (CESeC), com apoio da Funda&ccedil;&atilde;o Ford, chegou ao Maranh&atilde;o e ao Piau&iacute; no segundo semestre deste ano.

A Rede de Estudos Perif&eacute;ricos, da UFMA e IFMA, e o N&uacute;cleo de Pesquisas sobre Crian&ccedil;as, Adolescentes e Jovens, da UFPI se unem a Iniciativa Negra por uma Nova Pol&iacute;tica sobre Drogas (INNPD); Gabinete de Assessoria Jur&iacute;dica &agrave;s Organiza&ccedil;&otilde;es Populares (Gajop); Laborat&oacute;rio de Estudos da Viol&ecirc;ncia (LEV/UFC) e ao N&uacute;cleo de Estudos da Viol&ecirc;ncia (NEV/USP). O objetivo &eacute; monitorar e difundir informa&ccedil;&otilde;es sobre seguran&ccedil;a p&uacute;blica, viol&ecirc;ncia e direitos humanos.&nbsp;

LEIA MAIS:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/policia/noticia/interior/pms-tem-prisao-decretada-por-tortura-e-morte-em-itapebi-causaram-intenso-sofrimento-fisico-e-mental-em-um-homem">Cultura machista que esfaqueia 68 vezes, mata 242 mulheres e diz que &quot;est&aacute; maluca&quot;. O que est&aacute; por tr&aacute;s da viol&ecirc;ncia contra elas?</a>

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A nova edi&ccedil;&atilde;o do Boletim Observat&oacute;rio Covid-19, da Funda&ccedil;&atilde;o Oswaldo Cruz (Fiocruz), indica que o surgimento e o crescimento de novas variantes do novo coronav&iacute;rus, como a Delta, acendem um alerta. Conforme o estudo, a pandemia ainda n&atilde;o acabou e novos cen&aacute;rios de transmiss&atilde;o e de risco podem surgir.

De acordo com a Fiocruz, o elevado patamar de risco de transmiss&atilde;o do v&iacute;rus Sars-CoV-2 pode ser agravado pela maior transmissibilidade da nova variante, por isso, &eacute; fundamental combinar vacina&ccedil;&atilde;o com o uso de m&aacute;scaras, incluindo campanhas de informa&ccedil;&atilde;o para a popula&ccedil;&atilde;o e busca ativa de quem ainda n&atilde;o se vacinou.

O boletim tamb&eacute;m confirma a revers&atilde;o no processo de rejuvenescimento da pandemia no Brasil. &ldquo;Novamente, as interna&ccedil;&otilde;es em leitos de UTI para adultos no Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS) e, principalmente, o n&uacute;mero de &oacute;bitos concentram um maior n&uacute;mero de idosos&rdquo;, apontou.

A incid&ecirc;ncia da S&iacute;ndrome Respirat&oacute;ria Aguda Grave (SRAG) ainda permanece em n&iacute;veis altos, muito altos ou extremamente altos no pa&iacute;s, como indicaram os dados das semanas epidemiol&oacute;gicas 29 e 30,entre 18 e 31 de julho de 2021. Como a maior parte dos casos da doen&ccedil;a &eacute; relacionada aos casos de infec&ccedil;&atilde;o por covid-19, esses n&iacute;veis indicam transmiss&atilde;o significativa do v&iacute;rus Sars-CoV-2.

Os pesquisadores do Observat&oacute;rio, respons&aacute;veis pelo boletim, recomendaram entre as medidas de prote&ccedil;&atilde;o a vacina&ccedil;&atilde;o completa para evitar as mortes e casos graves causados pela doen&ccedil;a. &ldquo;&Eacute; fundamental o esquema vacinal completo para todos os eleg&iacute;veis, a fim de proteger contra os casos graves e &oacute;bitos por Covid-19, incluindo os relacionados &agrave; variante Delta, al&eacute;m da necessidade de ampliar e acelerar a vacina&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disseram.

PERFIL

A edi&ccedil;&atilde;o destacou que a propor&ccedil;&atilde;o de casos de interna&ccedil;&otilde;es entre idosos, que atualmente &eacute; de 37,5%, ficou em 27,1% na semana 23, entre 6 e 12 de junho. J&aacute; a propor&ccedil;&atilde;o do n&uacute;mero de &oacute;bitos, que, na mesma semana era de 44,6%, agora est&aacute; em 62,1%.

O Boletim mostrou ainda uma redu&ccedil;&atilde;o importante da propor&ccedil;&atilde;o de interna&ccedil;&otilde;es nas faixas et&aacute;rias de 50 a 59 anos e uma diminui&ccedil;&atilde;o discreta na faixa de 40 a 49 anos. Apesar disso, os cientistas alertaram que &ldquo;qualquer conclus&atilde;o sobre a mudan&ccedil;a apontada no perfil da pandemia no Brasil ainda &eacute; precoce e deve ser acompanhada de perto nas pr&oacute;ximas semanas&rdquo;.

Segundo o trabalho, o perfil de mortalidade por idade em pa&iacute;ses de baixa e m&eacute;dia renda, como &eacute; o caso do Brasil, &eacute; diferente do observado em pa&iacute;ses ricos. &ldquo;Os mais jovens enfrentam um risco maior de morrer em pa&iacute;ses em desenvolvimento do que em pa&iacute;ses de alta renda. Isso ocorre porque as popula&ccedil;&otilde;es n&atilde;o idosas nesses pa&iacute;ses t&ecirc;m uma maior incid&ecirc;ncia de doen&ccedil;as preexistentes e menos acesso a tratamento e cuidados que potencialmente salvam vidas.&rdquo;

Um agravante da situa&ccedil;&atilde;o s&atilde;o as taxas de emprego informal mais altas, transportes p&uacute;blicos superlotados e habita&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias com muitas pessoas para poucos c&ocirc;modos, que s&atilde;o caracter&iacute;sticas de pa&iacute;ses de baixa renda e colocam as pessoas em maior risco de exposi&ccedil;&atilde;o ao Sars-CoV-2. &ldquo;Esses riscos parecem afetar desproporcionalmente adultos n&atilde;o idosos e refor&ccedil;a nossa impress&atilde;o inicial de que a vulnerabilidade espec&iacute;fica &agrave; idade na pandemia varia, o que &eacute; fundamental para determinar se e como a adapta&ccedil;&atilde;o das pol&iacute;ticas de distanciamento&rdquo;, observaram.

Na avalia&ccedil;&atilde;o dos pesquisadores, mesmo com n&uacute;meros ainda preocupantes, a boa not&iacute;cia do boletim &eacute; a queda de incid&ecirc;ncia e mortalidade por Covid-19. A taxa de mortalidade diminuiu 1,3% ao dia, enquanto a taxa de incid&ecirc;ncia de casos foi reduzida em 0,3% por dia. &ldquo;A maior redu&ccedil;&atilde;o da mortalidade e menor incid&ecirc;ncia pode ser resultado das campanhas de vacina&ccedil;&atilde;o, que seguramente reduzem os riscos de agravamento da doen&ccedil;a, mas n&atilde;o impedem completamente a transmiss&atilde;o do v&iacute;rus Sars-CoV-2&rdquo;, apontaram.

A positividade dos testes, que ainda continua alta, indica que h&aacute; intensa circula&ccedil;&atilde;o do v&iacute;rus. A taxa de letalidade est&aacute; em torno de 2,8%, patamar elevado em rela&ccedil;&atilde;o a pa&iacute;ses que adotam medidas de prote&ccedil;&atilde;o coletiva, testagem em massa e cuidados intensivos para doentes graves.

&ldquo;O elevado patamar de risco de transmiss&atilde;o do v&iacute;rus Sars-CoV-2 pode ser agravado pela maior transmissibilidade da variante Delta, em paralelo ao lento avan&ccedil;o da imuniza&ccedil;&atilde;o entre os grupos mais jovens e mais expostos, combinado com maior circula&ccedil;&atilde;o de pessoas pelo retorno das atividades de trabalho e educa&ccedil;&atilde;o. Nesse sentido, &eacute; importante refutar a ideia de que a vacina&ccedil;&atilde;o protege integralmente as pessoas de serem infectadas e transmitir o v&iacute;rus, o que pode se tornar um risco adicional com a nova variante de preocupa&ccedil;&atilde;o Delta&rdquo;, relataram os cientistas.

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Pesquisadores da Funda&ccedil;&atilde;o Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertam que a incid&ecirc;ncia da Covid-19 se mant&eacute;m em um patamar elevado no Brasil, o que d&aacute; oportunidade para o surgimento de novas variantes do coronav&iacute;rus SARS-CoV-2 e torna o risco de uma terceira onda &quot;ainda mais grave&quot;.

A an&aacute;lise consta no boletim divulgado, nesta &uacute;ltima quarta-feira (12/5), pelo Observat&oacute;rio Covid-19, que aponta tamb&eacute;m uma ligeira redu&ccedil;&atilde;o nas taxas de mortalidade e na ocupa&ccedil;&atilde;o dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTI).&nbsp;

&quot;A observada manuten&ccedil;&atilde;o de um alto patamar, apesar da ligeira redu&ccedil;&atilde;o nos indicadores de criticidade da pandemia, exige que sejam mantidos todos os cuidados, pois uma terceira onda agora, com taxas ainda t&atilde;o elevadas, pode representar uma crise sanit&aacute;ria ainda mais grave&quot;, avalia o boletim.

Desde o fim de abril, h&aacute; uma tend&ecirc;ncia de queda de 1,7% nos &oacute;bitos por dia, enquanto os casos aumentam 0,3% por dia. O n&uacute;mero de mortes, por&eacute;m, continuava muito elevado na semana de 2 a 8 de maio, pr&oacute;ximo das 2,1 mil v&iacute;timas por dia.&nbsp;

O percentual de pessoas diagnosticadas que v&atilde;o a &oacute;bito (letalidade) tamb&eacute;m caiu, de 4,5% em mar&ccedil;o para cerca de 3,5% na &uacute;ltima semana, o que pode indicar um aumento na capacidade de diagn&oacute;stico e no tratamento de casos graves.&nbsp;

&quot;Neste momento da pandemia cabe o refor&ccedil;o das a&ccedil;&otilde;es de vigil&acirc;ncia em sa&uacute;de para fazer a triagem de casos graves, o encaminhamento para servi&ccedil;os de sa&uacute;de mais complexos, bem como a identifica&ccedil;&atilde;o e aconselhamento de contatos. Nesse sentido, a reorganiza&ccedil;&atilde;o e amplia&ccedil;&atilde;o da estrat&eacute;gia de testagem &eacute; essencial para evitar novos casos, bem como reduzir a press&atilde;o sobre os servi&ccedil;os hospitalares&quot;, recomendam os pesquisadores.&nbsp;

LEITOS 
&nbsp; 
O boletim divulgado tamb&eacute;m nesta quarta-feira (12/5) aponta uma melhora significativa na ocupa&ccedil;&atilde;o dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) na Regi&atilde;o Norte, onde Roraima (37%), Acre (57%) e Amazonas (55%) est&atilde;o na zona de alerta baixo. Fora esses tr&ecirc;s estados, a Para&iacute;ba &eacute; a &uacute;nica que apresenta ocupa&ccedil;&atilde;o na zona de alerta baixo, com 59%.

Apesar disso, sete estados de outras regi&otilde;es t&ecirc;m ao menos 90% dos leitos ocupados: Piau&iacute; (90%), Cear&aacute; (90%), Rio Grande do Norte (95%), Pernambuco (96%), Sergipe (97%), Paran&aacute; (93%) e Santa Catarina (91%). Tamb&eacute;m est&atilde;o na zona de alerta cr&iacute;tico para a ocupa&ccedil;&atilde;o de UTIs: Roraima (88%), Bahia (80%), Mato Grosso do Sul (85%), Distrito Federal (81%), Tocantins (81%), Rio de Janeiro (87%) e Goi&aacute;s (84%).&nbsp;

O n&uacute;mero de estados na zona de alerta m&eacute;dio &eacute; o maior desde 22 de fevereiro. S&atilde;o nove as unidades da federa&ccedil;&atilde;o com as UTIs entre 60% e 80% de ocupa&ccedil;&atilde;o: Amap&aacute; (72%), Par&aacute; (69%), Maranh&atilde;o (67%), Mato Grosso (79%), Alagoas (74%), Minas Gerais (79%), Esp&iacute;rito Santo (77%), S&atilde;o Paulo (79%) e Rio Grande do Sul (73%).&nbsp;

O boletim sugere que a nova conjuntura da pandemia &quot;pode permitir a readequa&ccedil;&atilde;o dos servi&ccedil;os de sa&uacute;de, com atua&ccedil;&atilde;o mais intensa dos servi&ccedil;os de Aten&ccedil;&atilde;o Prim&aacute;ria de Sa&uacute;de, bem como o esclarecimento da popula&ccedil;&atilde;o, empresas e gestores locais sobre a import&acirc;ncia de se intensificar as pr&aacute;ticas de prote&ccedil;&atilde;o individuais e coletivas, como o uso de m&aacute;scaras, higieniza&ccedil;&atilde;o pessoal e de ambientes domiciliares&quot;.

Os pesquisadores refor&ccedil;am que locais e atividades de intera&ccedil;&atilde;o social, principalmente em ambientes fechados e com grande n&uacute;mero de pessoas, devem continuar sendo evitados. &quot;Somente essas medidas, aliadas &agrave; intensifica&ccedil;&atilde;o da campanha de vacina&ccedil;&atilde;o, podem garantir a queda sustentada da transmiss&atilde;o e a recupera&ccedil;&atilde;o da capacidade do sistema de sa&uacute;de&quot;.

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