Inclus&atilde;o social est&aacute; al&eacute;m do papel de fazer o mundo melhor para todos, &eacute; apresentar perspectivas e permitir a liberdade e boas condi&ccedil;&otilde;es de conviv&ecirc;ncia. Hoje, 3, &eacute; celebrado o Dia Internacional da Pessoa com Defici&ecirc;ncia e essa data chama a aten&ccedil;&atilde;o para essa e tantas outras lutas que essas pessoas ainda t&ecirc;m que passar.

A auxiliar administrativa Jaciara Silva Magalh&atilde;es, de 51 anos, tem 1,34m de altura, os membros encurtados e p&eacute;s pequenos (cal&ccedil;a sapatos de n&uacute;mero 30), mas isso n&atilde;o a impede de ter sonhos grandes. Jaci, como gosta de ser chamada, sonha com um mundo onde o respeito pelo outro v&aacute; al&eacute;m do discurso.

Mesmo com todas as dificuldades de mobilidade que enfrenta todos os dias, ela considera o preconceito das pessoas o maior desafio a ser enfrentado quando sai de casa. &ldquo;Muita gente d&aacute; risada na rua quando eu passo. Como j&aacute; tenho muita maturidade eu encaro isso com leveza, mas j&aacute; tive momentos de me sentir muito triste por isso&rdquo;.&nbsp;

Recentemente, al&eacute;m de todos os obst&aacute;culos do dia a dia, Jaci precisou travar uma luta com o pedreiro que reformava sua casa por conta da altura das janelas. Ele n&atilde;o entendia que a obra n&atilde;o podia seguir o padr&atilde;o. &quot;As janelas da minha casa s&atilde;o bem baixinhas que &eacute; para eu poder enxergar o mundo!&quot;.&nbsp;

V&eacute;lvit Severo &eacute; m&atilde;e de um menino que nasceu com nanismo &ndash; transtorno que se caracteriza por uma defici&ecirc;ncia no crescimento, que resulta numa pessoa com baixa estatura se comparada com a m&eacute;dia da popula&ccedil;&atilde;o e faz um alerta &ldquo;Quando o tema &eacute; defici&ecirc;ncia, as pessoas se afastam, n&atilde;o t&ecirc;m interesse em saber, nem de participar de a&ccedil;&otilde;es. A partir do momento que temos a informa&ccedil;&atilde;o, temos a responsabilidade de agir corretamente. Ent&atilde;o as pessoas preferem n&atilde;o saber para n&atilde;o ter essa &lsquo;responsabilidade&rsquo;. Por&eacute;m essa luta &eacute; de todos n&oacute;s. N&atilde;o tem mais espa&ccedil;o para n&atilde;o se sentir respons&aacute;vel e fazer o certo!&rdquo;.&nbsp;

Formada em Tecnologias em <a href="https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-faculdades/sistemas-para-internet/?p=aratuon" target="_blank">Sistemas para Internet</a>, ela voltou a estudar para se munir de conhecimento para lutar pela inclus&atilde;o e combater o preconceito. &ldquo;&Eacute; doloroso demais ter que conversar com um filho de sete anos sobre suic&iacute;dio porque outras crian&ccedil;as riram dele na rua e o chamaram de an&atilde;o&rdquo;, lamenta V&eacute;lvit, que integra a diretoria da <a href="https://annabra.org.br/" target="_blank">Associa&ccedil;&atilde;o Nanismo Brasil (Annabra).&nbsp;</a>

Graduanda em <a href="https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-faculdades/educacao-inclusiva/?p=aratuon" target="_blank">Educa&ccedil;&atilde;o Inclusiva</a>, V&eacute;lvit &eacute; autora da cartilha <a href="https://cartilhananismo.com/" target="_blank">Escola para Todos: Nanismo</a>, lan&ccedil;ada em 2018, em uma audi&ecirc;ncia p&uacute;blica no Senado Federal com objetivo de conscientizar pais e educadores sobre como acolher crian&ccedil;as com nanismo. Al&eacute;m de adapta&ccedil;&otilde;es simples na estrutura f&iacute;sica das escolas, como apoio para os p&eacute;s nas cadeiras e bebedouros e banheiros adaptados, a mudan&ccedil;a principal &eacute; fruto de conversas que fomentem o respeito &agrave; diversidade.&nbsp;

&ldquo;N&atilde;o queremos romantizar a defici&ecirc;ncia, mas com di&aacute;logo podemos trabalhar a aceita&ccedil;&atilde;o, o respeito &agrave;s diferen&ccedil;as porque cada ser humano &eacute; &uacute;nico nas suas especificidades&rdquo;, defende V&eacute;lvit, lembrando que a cartilha pode ser acessada no site por apenas R$ 10. O conte&uacute;do &eacute; apresentado de forma l&uacute;dica no YouTube, tamb&eacute;m legendado e com tradu&ccedil;&atilde;o para a linguagem de <a href="https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-faculdades/letras-libras/?p=aratuon" target="_blank">Libras.</a>

Sobre o Dia Internacional da Pessoa com Defici&ecirc;ncia, V&eacute;lvit conclui dizendo que se h&aacute; datas como essa &eacute; para lembrar a todas as pessoas sobre nossas responsabilidades. &ldquo;N&atilde;o fuja dessa responsabilidade de conhecer e repensar seu conceito de pessoa com defici&ecirc;ncia. N&atilde;o precisa ter caso na fam&iacute;lia e nem pr&oacute;ximo para entender, basta refletir teu olhar &agrave; diversidade e perceber que esse mundo &eacute; totalmente exclusivo e capacitista!&rdquo;, alerta.

INCLUS&Atilde;O

Viver diferente do padr&atilde;o &eacute; para os grandes. Em uma sociedade que ainda precisa avan&ccedil;ar muito nos quesitos respeito &agrave; diversidade e inclus&atilde;o, quem nasce com nanismo ou alguma outra condi&ccedil;&atilde;o que compromete o crescimento tem que aprender desde cedo a se enxergar al&eacute;m dos olhares curiosos e de chacotas. O pequeno Ti&atilde;o, protagonista do mais novo livro de literatura inclusiva de Celina Bezerra, aprendeu r&aacute;pido a li&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Gosto de, atrav&eacute;s das minhas hist&oacute;rias, quebrar paradigmas e contribuir para que as pessoas olhem, n&atilde;o para as defici&ecirc;ncias, mas sim para as potencialidades do outro&rdquo;, explica a autora carioca que mora na Bahia h&aacute; duas d&eacute;cadas.&nbsp;

O pequeno grande Ti&atilde;o, o menino com nanismo integra a s&eacute;rie Amigos Especiais da Editora InVerso e tem ilustra&ccedil;&otilde;es assinadas por Kitty Yoshioka. A baixa estatura n&atilde;o comprometia a felicidade do menino que vive em uma cidade do interior com sua fam&iacute;lia. As peraltices eram as mesmas de toda crian&ccedil;a, com a vantagem de que ele podia se esconder nos lugares mais inusitados onde mais ningu&eacute;m cabia. Nada o impedia de fazer o que queria. Em casa, seus pais adaptaram sua cama, os m&oacute;veis, a pia e at&eacute; o vaso do banheiro. Todos adoravam o pequeno amigo de cora&ccedil;&atilde;o enorme. Ningu&eacute;m o tratava diferente por conta da sua altura.

Ti&atilde;o n&atilde;o sabia o que era Bullying at&eacute; que precisou se mudar com a fam&iacute;lia para uma outra cidade, onde foi recepcionado por olhares curiosos, gargalhadas e at&eacute; piadas. &ldquo;Por ter sido criado em uma comunidade que o aceitava, Ti&atilde;o conseguiu enfrentar a situa&ccedil;&atilde;o. Se n&atilde;o fosse seguro de si, poderia se fechar para o mundo como acontece com muita gente&rdquo;, avalia a autora. Formada em Letras e p&oacute;s-graduada em Educa&ccedil;&atilde;o Inclusiva e em Educa&ccedil;&atilde;o da inf&acirc;ncia com Ludicidade, Celina tem se destacado na cena liter&aacute;ria pela escrita necess&aacute;ria dedicada &agrave;s tem&aacute;ticas da diversidade e inclus&atilde;o. &ldquo;O livro Ti&atilde;o traz esclarecimentos para as crian&ccedil;as e para os pais tamb&eacute;m, sobre a import&acirc;ncia do respeito &agrave;s diferen&ccedil;as&rdquo;, avalia Jaciara Magalh&atilde;es, que se sentiu representada pela obra liter&aacute;ria. &nbsp;&nbsp;

Ti&atilde;o, Bruna, Sabrina, Charles... personagens at&eacute; bem pouco tempo invis&iacute;veis na literatura infantil protagonizam hist&oacute;rias de inclus&atilde;o que brotam do imagin&aacute;rio da escritora Celina Bezerra. O livro de estreia foi &ldquo;Bruna, uma amiga Down mais que especial&rdquo;, lan&ccedil;ado em 2017. Dois anos depois, &ldquo;Sabrina, a menina albina&rdquo; ganhava os holofotes. Em 2021, Charles, a estrela autista chegava ao mercado. &ldquo;Tenho 12 tem&aacute;ticas listadas para escrever. Ainda pretendo lan&ccedil;ar livros com personagens que representem crian&ccedil;as com defici&ecirc;ncia auditiva, visual, paralisia cerebral&rdquo;, lista a autora cujos livros podem ser adquiridos nas livrarias, no site da editora (<a href="http://www.editorainverso.com.br" target="_blank">www.editorainverso.com.br</a>) ou nas redes sociais da autora <a href="http://WWW.INSTAGRAM.COM/celina_bezerra">@celina_bezerra</a>.&nbsp;

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