A miopia é uma doença ocular que afeta cada vez mais pessoas em todo o mundo, especialmente os mais jovens. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), metade da população terá esse distúrbio visual em 2050 e a causa é o excesso de atividades próximas aos olhos, de acordo com a médica oftalmologista Fernanda Fernandes.
De acordo com a especialista, o excesso de atividades em telas, sem pausas, assim como a falta de atividades ao ar livre durante o dia, possibilita o surgimento e a progressão da miopia.
“Estudos revelam que participar de atividades ao ar livre durante o dia pode diminuir a probabilidade de desenvolver miopia em 18%. Isso se deve ao fato de que a exposição à luz intensa estimula a produção de dopamina intraocular, reduzindo assim o crescimento dos olhos. Por outro lado, envolver-se excessivamente em atividades muito próximas dos olhos atua como um estímulo para aumentar o tamanho deles, resultando, consequentemente, no desenvolvimento da miopia”, explica.
Ela conta também que o diagnóstico e tratamento precoces podem evitar problemas de visão. "É importante avaliar se o indivíduo com miopia precisa de tratamento e identificar o tipo mais adequado para o seu caso. Portanto, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, menor será o grau final do paciente e menores serão as possibilidades de complicações futuras”, ressalta.
Com o avanço da tecnologia nas lentes de contato e nos óculos, é possível desacelerar o crescimento do olho e reduzir a progressão da miopia, desde que a pessoa utilize esses recursos corretamente, afirma a oftalmologista.
“Além disso, práticas em casa, como limitar o tempo gasto em atividades próximas aos olhos, promovem um ambiente propício para a saúde visual e contribuem significativamente na prevenção e controle da miopia", destaca Fernanda.
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O Dia Mundial do Ceratocone é memorado nesta sexta-feira (10/11), como forma de conscientização sobre esta doença oftalmológica rara e para fornecer esperança e apoio aos pacientes em todo o mundo. Dados da Sociedade Brasileira de ceratocone apontam que 13 mil transplantes de córnea realizados anualmente no país destinam-se a indivíduos que sofrem com essa condição oftalmológica.
Mas, afinal, o que é ceratocone? A médica Fernanda Fernandes é graduada em medicina pela Universidade Federal da Bahia explica que a doença que impede a projeção das vistas causando distorções visuais como visão embaçada e astigmatismo irregular.
"O ceratocone causa o afinamento progressivo e a protuberância da córnea, levando a distorções visuais, como visão embaçada e astigmatismo irregular. Em estágios avançados, o ceratocone pode ser debilitante, tornando as atividades diárias, como a leitura e a condução, extremamente difíceis", contou a doutora.
A doença é comum em crianças e adolescentes e não manifesta sintomas no seu estágio inicial. Para identificar a doença, basta ficar atento nos principais sintomas como aumento do grau dos óculos e aumento do astigmatismo e miopia.
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Sete em cada dez m&eacute;dicos entrevistados em um levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) identificaram progress&atilde;o de miopia em crian&ccedil;as durante a pandemia. Outros tr&ecirc;s em cada dez n&atilde;o constataram esse problema entre pacientes.

A pesquisa entrevistou 295 m&eacute;dicos oftalmologistas com diversas subespecialidades, como pediatria, c&oacute;rnea, catarata, glaucoma e retina. O estudo foi realizado entre abril e junho deste ano.

Entre os que verificaram aumento dos graus de miopia, 6% apontaram o problema em 75% dos pacientes, 27% relataram a situa&ccedil;&atilde;o em 50% dos pacientes e 67% registraram o quadro em cerca de 25%.

Dos profissionais ouvidos, 75,6% avaliaram que o uso de diversos dispositivos eletr&ocirc;nicos pode agravar o quadro de miopia. Outros 22% entenderam que esse fator pode influenciar, mas apenas com uso de tablets e celulares. Apenas um pequeno percentual n&atilde;o viu rela&ccedil;&atilde;o entre os dois fen&ocirc;menos.

CELULAR, TELEVIS&Atilde;O E VIDEOGAMES

Quase todos os profissionais ouvidos (98,6%) disseram que a redu&ccedil;&atilde;o do tempo gasto em telas (como celular, televis&atilde;o e videogames) pode ajudar no caso de crian&ccedil;as m&iacute;opes. Seis em cada dez entrevistados defenderam as recomenda&ccedil;&otilde;es da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre o tema.

A SBP orienta que seja evitada a exposi&ccedil;&atilde;o de menores de dois anos a telas, mesmo que passivamente. Para crian&ccedil;as entre dois e cinco anos, o limite deve ser de uma hora de tela, com supervis&atilde;o. Para a faixa entre seis e dez anos, o tempo n&atilde;o deve ser superior a duas horas, tamb&eacute;m com supervis&atilde;o.

Tamb&eacute;m quase a totalidade dos m&eacute;dicos consultados (96,3%) respondeu que considera o aumento de atividades fora de casa como um fator que pode contribuir para reduzir os graus de miopia em crian&ccedil;as.

J&aacute; quanto ao tempo ideal em atividades externas, os entrevistados se dividiram, com a maioria (43,2%) indicando pelo menos duas horas por dia, 31% considerando pelo menos uma hora di&aacute;ria adequada e 10% recomendando pelo menos quatro horas por dia.

O QUE &Eacute; MIOPIA&nbsp;

Miopia &eacute; o nome dado a um erro de refra&ccedil;&atilde;o, quando a imagem se forma antes da retina. Ela causa uma vis&atilde;o emba&ccedil;ada, prejudicando a visualiza&ccedil;&atilde;o de objetos e imagens que est&atilde;o mais longe do indiv&iacute;duo.

Conforme a Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial de Sa&uacute;de (OMS), h&aacute; 59 milh&otilde;es de pessoas com essa condi&ccedil;&atilde;o no Brasil, mais de 25% da popula&ccedil;&atilde;o. Em todo o mundo, o n&uacute;mero de pessoas com miopia chega a 2,6 bilh&otilde;es.

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