O mundo da bola chora, nesta quinta-feira (29/12), a morte de Pel&eacute;, o Rei do Futebol, considerado&nbsp;o melhor&nbsp;da hist&oacute;ria do esporte. O craque, de 82 anos, estava tratando de um c&acirc;ncer e ficou internado por cerca de um m&ecirc;s&nbsp;no hospital Albert Einstein, em S&atilde;o Paulo.

O brasileiro nascido em Tr&ecirc;s Cora&ccedil;&otilde;es, em Minas Gerais,&nbsp;fez 1.283 gols na carreira e foi tricampe&atilde;o do Mundo pelo Brasil, em 1958, 1962 e 1970, al&eacute;m de mais outros&nbsp;30 t&iacute;tulos.&nbsp;O que muita gente n&atilde;o sabe, no entanto, &eacute; da rela&ccedil;&atilde;o do futebolista com a Bahia. Do mil&eacute;simo gol que por um triz - ou um zagueiro - n&atilde;o saiu na antiga Fonte Nova, &agrave; admira&ccedil;&atilde;o pelo baiano Pop&oacute;, o&nbsp;Aratu On&nbsp;listou cinco fatos que fizeram a terra de todos os santos ficar registrada na biografia do &iacute;dolo.&nbsp;Veja abaixo:

1 - MIL&Eacute;SIMO GOL QUASE SAIU NA FONTE NOVA

O ano era 1969. Pel&eacute; estava com 998 gols marcados quando o Santos foi encarar o Botafogo-PB para um jogo de entrega de faixas do Belo, campe&atilde;o estadual daquele ano. L&aacute;, converteu um p&ecirc;nalti e a expectativa para o mil&eacute;simo gol era grande, mas teve que ser adiado para o pr&oacute;ximo confronto,&nbsp;contra o Bahia, no antigo est&aacute;dio da&nbsp;Fonte Nova, em Salvador.

A partida era v&aacute;lida&nbsp;pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, no dia 16 de novembro daquele ano. O &#39;Rei&#39; tentou marcar de todas as formas, e at&eacute; conseguiu chutar, em um lance no qual a bola passou pelo goleiro, mas foi&nbsp;salva em cima da linha pelo&nbsp;zagueiro tricolor Nildon Birro-Doido e o jogo terminou em 1 a 1, com gols de Jair Bala (Santos) e Baiaco (Bahia).&nbsp;Confira:

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E dessa forma, o mil&eacute;simo gol de Pel&eacute; s&oacute; saiu&nbsp;no Maracan&atilde;, h&aacute; 52 anos, no dia 19 de novembro de 1969, contra o Vasco. O resultado foi 2 a 1 para o Santos.

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2 - PEL&Eacute; E POP&Oacute;

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Em 2003, durante uma entrevista, o jornalista Geneton Moraes Neto, da Globo, perguntou para Pel&eacute; qual celebridade ele gostaria de conhecer. Sem hesitar, o rei respondeu:&nbsp;&quot;Uma das grandes figuras que n&atilde;o conheci ainda &eacute; o Pop&oacute;, a figura do momento que n&atilde;o tive o prazer de conhecer ainda&quot;.

Cerca de um m&ecirc;s depois, o encontro aconteceu, em Salvador. Na ocasi&atilde;o, o pugilista baiano falou que ficava muito feliz em saber que a admira&ccedil;&atilde;o era m&uacute;tua. &quot;Eu fico muito feliz em saber que ele me admira e tamb&eacute;m sou f&atilde; dele. Como atleta &eacute; mais uma conquista conhec&ecirc;-lo&quot;, disse, conforme <a href="https://www.uol.com.br/esporte/outros/ultimas/2003/10/01/ult69u760.jhtm" target="_blank">publicado, na &eacute;poca, pelo Uol Esportes.</a>

Pop&oacute; ainda levou uma mini-r&eacute;plica do cintur&atilde;o da Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial de Boxe (WBO) e uma luva em miniatura autografada para presentear o futebolista. &quot;Melhor do que isso, s&oacute; duas vezes isso. Vou coloc&aacute;-los na minha exposi&ccedil;&atilde;o&quot;, retribuiu Pel&eacute;.

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3 - EST&Aacute;TUA NA FONTE NOVA

Falando em Fonte Nova, Pel&eacute; ganhou uma est&aacute;tua na entrada do antigo est&aacute;dio, em 1971. O monumento de bronze ficou no local at&eacute; 2007, mas teve os bra&ccedil;os arrancados em a&ccedil;&atilde;o de v&acirc;ndalos. Seis anos depois (2013), ela foi reinaugurada na atual Arena Fonte Nova, em evento com a presen&ccedil;a de autoridades.&nbsp;A est&aacute;tua reproduz Pel&eacute; carregando a Ta&ccedil;a Jules Rimet, simbolizando o tricampeonato do Brasil, no mundial de 1970.

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Foto:&nbsp;Vaner Casaes/Ag. Bapress

4 -&nbsp;BAHIA CAMPE&Atilde;O EM CIMA DO SANTOS DE PEL&Eacute;

J&aacute; diz o c&acirc;ntico da torcida tricolor: &#39;59 &eacute; nosso&#39;. Em 29 de mar&ccedil;o de 1960 (mas o torneio era ainda o de 1959), o Bahia se tornou o primeiro campe&atilde;o brasileiro, em cima do Santos de Pel&eacute;, Coutinho, Pepe e companhia. Na &eacute;poca, a competi&ccedil;&atilde;o se chamava &#39;Ta&ccedil;a Brasil&#39;.

A partida de ida aconteceu na Vila Belmiro, em Santos (SP), no dia 10 de dezembro de 1959. O Bahia estava sem Nadinho, seu goleiro titular, que era estudante de direito e desfalcou o time porque precisava fazer uma prova importante. Mesmo assim,&nbsp;venceu de virada, por 3 a 2. Pepe e Pel&eacute; marcaram para o Peixe, enquanto Biriba e Alencar (2 vezes) balan&ccedil;aram as redes.

No jogo de volta, no dia 30 do mesmo m&ecirc;s, o Esquadr&atilde;o&nbsp;precisava empatar para ficar com o t&iacute;tulo, mas foi derrotado pelo time paulista&nbsp;por 2 a 0, com gols de Coutinho e, mais uma vez, o rei Pel&eacute;.&nbsp;Como ainda n&atilde;o havia o quesito &#39;saldo de gols&#39; como crit&eacute;rio de desempate,&nbsp;uma terceira partida foi marcada, mas s&oacute; veio a ocorrer tr&ecirc;s meses depois.&nbsp;

Nesse meio tempo, o&nbsp;Santos disputou&nbsp;partidas na Europa, incluindo&nbsp;diversos amistosos, e voltou ao Brasil sem Pel&eacute; &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o.&nbsp;Eis que no dia 29 de mar&ccedil;o daquele ano, o Bahia demonstrou superioridade em campo e venceu de virada. Coutinho abriu o placar para o alvinegro em vantagem, mas Vicente, L&eacute;o e Alencar marcaram os gols que garantiram a primeira estrela da equipe baiana.

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Foto: arquivo/EC Bahia

*Com informa&ccedil;&otilde;es do <a href="https://www.ecbahia.com/" target="_blank">ECBahia</a>

5 - ELIZEU GODOY CONTRA A SELE&Ccedil;&Atilde;O

Em 1969, o Bahia jogou contra a Sele&ccedil;&atilde;o Brasileira, em um amistoso na Fonte Nova. Na ocasi&atilde;o, dois ex-companheiros do Peixe, Pel&eacute; e Elizeu Godoy -&nbsp;santista de nascimento, mas baiano de cora&ccedil;&atilde;o - atuaram em lados opostos. O rei defendeu a amarelinha, que venceu&nbsp;o Esquadr&atilde;o de A&ccedil;o, de Elizeu, por 4 a 0.

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Os dois jogaram juntos, no Santos, entre 1962 e 1965. Em 1967, Elizeu veio para a Bahia, onde teve tr&ecirc;s passagens pelo Tricolor:&nbsp;a primeira no mesmo ano, a segunda em 1969 e a terceira entre 1971 e 1972, marcando 27 gols e tornando-se &iacute;dolo do time.&nbsp;Ele tamb&eacute;m foi do Vit&oacute;ria, entre 1975 e 1976.

Ap&oacute;s encerrar a carreira de&nbsp;atleta, seguiu no estado, onde iniciou na imprensa esportiva - chegando a comandar&nbsp;o pograma No Campo do 4, na TV Aratu -,&nbsp;casou-se e teve duas filhas. Atualmente, integra a equipe do jornal A Tarde.

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