O ator Suliv&atilde; Bispo retorna aos palcos de Salvador para apresentar o solo &#39;Kaiala&#39;, que discute racismo, preconceito religioso e o genoc&iacute;dio negro no Brasil. O espet&aacute;culo vai ser apresentado no dia 19 de novembro, &agrave;s 20h, na Sala do Coro do TCA, como parte da programa&ccedil;&atilde;o do Novembro Negro da Secretaria de Promo&ccedil;&atilde;o da Igualdade Racial (Sepromi).&nbsp;

A sess&atilde;o vai contar com participa&ccedil;&atilde;o especial da cantora Sued Nunes e dire&ccedil;&atilde;o de Thiago Romero. Os ingressos est&atilde;o &agrave; venda no Sympla por R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).&nbsp;

A obra narra os desdobramentos do assassinato de uma garota de 10 anos, vitimada em uma invas&atilde;o ao seu terreiro por um grupo de evang&eacute;licos, a partir dos pontos de vista de tr&ecirc;s personagens: o irm&atilde;o de santo da garota, a av&oacute; consangu&iacute;nea que tamb&eacute;m &eacute; sua ialorix&aacute; e a evang&eacute;lica que lidera a invas&atilde;o do terreiro, que &eacute; respons&aacute;vel pelo assassinato.&nbsp;

Essas tr&ecirc;s vis&otilde;es auxiliam na constru&ccedil;&atilde;o do relato que &eacute; marcado por depoimentos e fragmentos de mem&oacute;rias das personagens, de modo que o p&uacute;blico vai conhecendo um pouco da religi&atilde;o, do crime narrado e da resist&ecirc;ncia do povo negro.

Desenvolvida por Suliv&atilde; Bispo em sua passagem pela Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a pe&ccedil;a nasceu como resposta &agrave; aus&ecirc;ncia de projetos voltados para o protagonismo preto no m&ecirc;s da consci&ecirc;ncia negra em 2016. &ldquo;Fiz sem esperar grandes repercuss&otilde;es. Era novembro negro e nada na escola falava sobre o tema. Da&iacute;, foi gente de candombl&eacute; assistir, gostei do resultado e quis continuar&rdquo;, conta o ator.

A divindade Kaiala &eacute; um inquice do candombl&eacute; angola, com uma met&aacute;fora para lidar com temas como a intoler&acirc;ncia, resist&ecirc;ncia, preconceito e genoc&iacute;dio do povo negro. Dentro da tradi&ccedil;&atilde;o bantu, Kaiala tem as &aacute;guas como seu dom&iacute;nio.&nbsp;

&ldquo;Kaiala &eacute; um alerta do que n&atilde;o pode mais acontecer. &Eacute; a grande for&ccedil;a maternal, que cuida das cabe&ccedil;as e vem passar essa mensagem. Ela traz para a dramaturgia a vis&atilde;o de divindade de maneira muito bela e singela e faz um paralelo com esse momento t&atilde;o triste que estamos vivendo de intoler&acirc;ncia religiosa no pa&iacute;s&rdquo;, explica Suliv&atilde;.

Marcando 8 anos desde sua cria&ccedil;&atilde;o, o espet&aacute;culo volta a debater racismo, religi&atilde;o e viol&ecirc;ncia na pr&oacute;xima ter&ccedil;a-feira, dia 19 de novembro, v&eacute;spera do Dia Nacional da Consci&ecirc;ncia Negra. O solo ter&aacute; apresenta&ccedil;&atilde;o &uacute;nica na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador, &agrave;s 20h, com participa&ccedil;&atilde;o especial da cantora Sued Nunes e dire&ccedil;&atilde;o de Thiago Romero. Os ingressos estar&atilde;o &agrave; venda no Sympla a pre&ccedil;os populares.

&ldquo;Kaiala&rdquo; foi apresentado na edi&ccedil;&atilde;o de 2023 do Festival da Primavera de Salvador e ganhou uma vers&atilde;o virtual gravada no Terreiro Bate Folha, a partir do projeto Ngunzo Kaiala, selecionado no Pr&ecirc;mio das Artes Jorge Portugal 2020 - Programa Aldir Blanc Bahia. Em 2021, o solo foi apresentado no palco principal do Teatro Castro Alves e no Teatro SESC Pelourinho. A produ&ccedil;&atilde;o rendeu a Suliv&atilde; Bispo uma indica&ccedil;&atilde;o ao Pr&ecirc;mio Braskem de Teatro na categoria melhor ator de 2016.

Apresenta&ccedil;&atilde;o &uacute;nica do solo &ldquo;Kaiala&rdquo;, de Suliv&atilde; Bispo 
Onde: Sala do Coro do TCA 
Quando: 19 de novembro 
Hor&aacute;rio: 20h 
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) 
Vendas:&nbsp;Sympla

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Sulivã Bispo volta aos palcos de Salvador com o solo 'Kaiala'