Na manhã dste sábado (29/7), a Arquidiocese de São Salvador da Bahia vivencia um momento histórico durante a Ordenação Episcopal do monsenhor Juraci Gomes de Oliveira, que pertencia ao clero da Sé Primacial do Brasil quando foi eleito bispo da Diocese de Amargosa, na Bahia, pelo Papa Francisco. A última vez que um padre do clero da Arquidiocese de Salvador recebeu a Ordenação Episcopal foi em 2005.

A Santa Missa com o rito de Ordenação Episcopal teve início às 9h, nas quadras do Colégio Antônio Vieira, no bairro do Garcia. Presidida pelo Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha, a Celebração Eucarística é concelebrada por arcebispos, bispos e padres de diversas arquidioceses e dioceses do país, entre eles o Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Salvador, Dom Murilo Krieger.

Também presenciam este momento fiéis que moram nos municípios que compõem a Arquidiocese de Salvador (Salvador, Lauro de Freitas, Salinas da Margarida, Itaparica e Vera Cruz), de outras cidades da Bahia e de outros estados brasileiros, bem como autoridades civis e militares.

Para uma melhor organização e diante do tamanho das quadras do colégio onde aconte a Santa Missa, foi necessária a limitação do acesso para 3.500 fiéis, que aguardam com alegria e ansiedade o momento da Ordenação Episcopal. As pulseiras que permitirão a entrada foram esgotadas em poucos dias.

Quem é o monsenhor Juraci, nomeado bispo pelo Papa?

Monsenhor Juraci Gomes de Oliveira é filho de Vicente Gomes de Oliveira e Rita Maria de Alencar. Nasceu no dia 19 de agosto de 1956, em Catolé do Rocha, na Paraíba. Ingressou no Seminário dos Capuchinhos em Maceió (AL), onde concluiu o Ensino Médio. Depois, foi transferido para Natal (RN) e, mais tarde, para Recife (PE), onde cursou Filosofia e Teologia. A formação teológica foi concluída fora do seminário. Em 1987, retornou ao seminário, ingressando na Sociedade Joseleitos de Cristo, na cidade de Tucano (BA).

A ordenação diaconal foi em 12 de agosto de 1990, presidida por Dom Mário Zanetta, então bispo de Paulo Afonso (BA). A ordenação presbiteral foi no mesmo ano, em 3 de novembro, na Igreja Matriz da Paróquia Senhora Sant’Ana, na cidade de Tucano, pelas mãos de Dom Jackson Berenguer Prado, bispo emérito de Paulo Afonso.

Monsenhor Juraci é bacharel em Teologia, licenciado em Filosofia, e tem especialização em Espiritualidade Bíblica e mestrado em Teologia do Matrimônio e Família.

O ministério sacerdotal foi exercido na Arquidiocese de Salvador, após a exclaustração da Sociedade dos Joseleitos de Cristo, em dezembro de 1991, e a incardinação na Arquidiocese Primaz do Brasil. Na capital baiana, foi pároco, administrador paroquial, capelão, orientador espiritual do Seminário Central da Bahia, assistente eclesiástico para a Renovação Carismática e o Grupo de Oração Terço dos Homens, vigário forâneo e vigário episcopal. Antes do sacerdócio, atuou na área da educação, em Pernambuco. Também foi professor de Teologia na Universidade Católica de Salvador (UCSal) e na Faculdade São Bento, em Salvador.

Quando foi nomeado bispo pelo Papa Francisco no dia 31 de maio deste ano, exercia as funções de vigário-geral, moderador da Cúria Metropolitana, membro do Cabido Metropolitano e do Colégio de Consultores, diretor administrativo da Ação Social Arquidiocesana (ASA), capelão da Igreja da Sagrada Família (Igreja da Cúria), orientador espiritual do Seminário Central da Bahia e membro da Equipe Financeira da Cúria metropolitana.

SERVIÇO:

QUEM: Arquidiocese de Salvador e Diocese de Amargosa
O QUÊ: Ordenação Episcopal do monsenhor Juraci Gomes de Oliveira
QUANDO: 29 de julho de 2023, às 9h
ONDE: Quadras do Colégio Antônio Vieira (Avenida Leovigildo Filgueiras, 270, Garcia, Salvador, Bahia)

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Reconhecido Patrim&ocirc;nio Cultural de Salvador em 2018, o samba junino n&atilde;o pode faltar em alguns bairros da capital baiana, no feriado do S&atilde;o Jo&atilde;o. E nesta sexta-feira (24/6),&nbsp;acontece o tradicional arrast&atilde;o do grupo Samba Trator, a partir das 19h, pelas ruas do Engenho Velho de Brotas. A sa&iacute;da vai ser na Ladeira do Cinema.

&ldquo;Ap&oacute;s dois sem festa por causa da pandemia, hoje o Samba Trator volta com for&ccedil;a total. Sairemos com o trio do in&iacute;cio do Engenho Velho de Brotas at&eacute; o final de linha e retornar o ponto de partida. Pode vir que &eacute; s&oacute; alegria!&rdquo;, convidou o vocalista da banda, Juraci Santos.

SERVI&Ccedil;O

Arrast&atilde;o do Samba Trator 
Quando:&nbsp;esta sexta-feira (24/6), a partir das 19h 
Onde: Ladeira do Cinema, Engenho Velho de Brotas, Salvador 
Quanto:&nbsp;gratuito

LEIA MAIS:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/variedades/noticia/especiais/conheca-a-historia-por-tras-do-samba-junino-o-pai-do-pagode-baiano-que-revelou-marcio-victor-e-tatau" target="_blank">Conhe&ccedil;a a hist&oacute;ria por tr&aacute;s do samba junino, o &quot;pai do pagode baiano&quot; que revelou M&aacute;rcio Victor e Tatau</a>

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N&atilde;o &eacute; s&oacute; o forr&oacute; que d&aacute; o tom no m&ecirc;s do S&atilde;o Jo&atilde;o, em Salvador. No per&iacute;odo marcado pelo &ldquo;dois pra l&aacute;, dois pra c&aacute;&rdquo;, quem se destaca tamb&eacute;m &eacute; o samba junino, manifesta&ccedil;&atilde;o cultural genuinamente soteropolitana e considerada, desde 2018, patrim&ocirc;nio cultural da cidade.

Segundo o ge&oacute;grafo, especialista em hist&oacute;ria e cultura afrobrasileira, Ubiraci Carl&uacute;cio, conhecido como <a href="https://aratuon.com.br/colunistason/professorbira" target="_blank">Professor Bira,&nbsp;Colunista On</a>, o samba junino surgiu com o fluxo migrat&oacute;rio dos sujeitos que sa&iacute;ram do Rec&ocirc;ncavo Baiano com destino a Salvador. A partir da d&eacute;cada de 1970, aproximadamente, eles come&ccedil;aram a trazer a influ&ecirc;ncia do samba de roda t&iacute;pico da regi&atilde;o para a soteropolis.

&ldquo;Al&eacute;m disso, tamb&eacute;m contavam com influ&ecirc;ncia dos terreiros de candombl&eacute;, que estavam situados, principalmente, no Engenho Velho de Brotas e Engenho Velho da Federa&ccedil;&atilde;o - bairros que n&atilde;o eram mais quilombos, mas com resqu&iacute;cios p&oacute;s-escraviza&ccedil;&atilde;o&rdquo;, explica o professor, destacando ainda as regi&otilde;es do Nordeste de Amaralina, Fazenda Garcia e Toror&oacute;.

O ge&oacute;grafo&nbsp;ressalta que o ritmo deu um novo significado &agrave;s celebra&ccedil;&otilde;es de junho - Santo Ant&ocirc;nio, S&atilde;o Jo&atilde;o e S&atilde;o Pedro -, que t&ecirc;m valores euroc&ecirc;ntricos. Por incorporar diversos elementos musicais externos, inclusive do movimento black power, o samba junino passou a &ldquo;valorizar e fortalecer a identidade &eacute;tnica negra, a partir de uma perspectiva contra-hegem&ocirc;nica&rdquo;.

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SAMBA TRATOR

Um dos grupos tradicionais da capital baiana &eacute; o <a href="https://www.instagram.com/sambatratoramaquina/" target="_blank">Samba Trator</a>, em atividade h&aacute; quase dez anos, ap&oacute;s o produtor e percussionista, Ronaldo Urso, levantar a ideia de &quot;juntar os amigos&quot; para fazer samba, como conta o vocalista Juraci Santos. &quot;Eram amigos de quatro grupos de samba&nbsp;junino, mas quer&iacute;amos algo nosso. Hoje em dia s&atilde;o 13 m&uacute;sicos tocando, fora a produ&ccedil;&atilde;o e t&eacute;cnica&quot;.

Apesar da agenda cheia neste m&ecirc;s de junho, com shows no Pelourinho e na Liberdade, nos finais de semana, a banda n&atilde;o abre m&atilde;o de voltar ao bairro onde &quot;nasceu&quot;, o Engenho Velho de Brotas, para fazer o &quot;arrast&atilde;o&quot; no dia de S&atilde;o Jo&atilde;o - esta sexta-feira, 24 de junho.

&quot;A comunidade levantou a banda. Quando a gente gravou CD, fez o &#39;de boca em boca&#39;...&nbsp;ent&atilde;o &eacute; uma &#39;d&iacute;vida&#39; que a gente tem com o bairro. Levamos&nbsp;o Samba Trator, de gra&ccedil;a, para o nosso povo&quot;, declara Juraci.

Mas nem sempre foi assim. O cantor revelou que houve um tempo dif&iacute;cil, a ponto de alguns grupos pararem os trabalhos. &quot;Tem muito samba junino voltando, como Samba Jak&eacute;, Fogueir&atilde;o, Leva Eu, Samba Neguinho. Tem sido bastante proveitoso e, agora, estamos derrubando &#39;muros de Berlim&#39;&quot;, brinca.

Por falar em &quot;derrubar&quot;, o nome do grupo carrega justamente essa ideia. &quot;O trator &eacute; uma m&aacute;quina forte, avassaladora&quot;, explica.&nbsp;

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&nbsp;

REVELA&Ccedil;&Otilde;ES E REPRESENTATIVIDADE

De acordo com professor Bira, o samba junino pode ser considerado o &quot;pai&quot; do pagode baiano como conhecemos hoje, al&eacute;m de ter feito revela&ccedil;&otilde;es.&nbsp;

&quot;Grandes nomes beberam dessa fonte. M&aacute;rcio Victor [do Psirico]&nbsp;vem do Engenho Velho de Brotas;&nbsp;Tatau [ex-Ara Ketu], do Samba Scorpions, do Engenho Velho da Federa&ccedil;&atilde;o; Ninha [ex-Timbalada], tamb&eacute;m de Brotas... E Moa do Katend&ecirc;, fundador do Badau&ecirc;, foi tamb&eacute;m um grande colaborador dos sambas juninos, desse g&ecirc;nero de resist&ecirc;ncia e muita resili&ecirc;ncia&quot;.

Ainda na entrevista, o ge&oacute;grafo destaca outro elemento na manifesta&ccedil;&atilde;o cultural: a representatividade. Afinal, rainhas bastante conhecidas do samba junino s&atilde;o mulheres trans. &quot;Poquinha &eacute; a figura central que sempre foi rainha dos sambas, no Alto da Bola, no Garcia... Todo mundo conhece.&nbsp;Tem tamb&eacute;m&nbsp;Jujuba, que durante muito tempo era&nbsp;rainha. Isso fortalece&nbsp;a popula&ccedil;&atilde;o LGBTQIAP+&quot;, diz Bira.

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/94979/mg/jujuba-rainha-samba-junino.jpg" style="width: 600px; height: 450px;" /> 
Jujuba | Foto:&nbsp;Mois&eacute;s A. Neuma/Ag&ecirc;ncia Mural

VALORIZA&Ccedil;&Atilde;O

Quanto ao fato de ser um patrim&ocirc;nio cultural de Salvador, professor Bira avalia que &eacute; um &quot;grande passo&quot;, mas&nbsp;faz algumas ressalvas.&nbsp;&quot;O processo de globaliza&ccedil;&atilde;o vai aniquilando as manifesta&ccedil;&otilde;es culturais locais&rdquo;, analisa, apontando ainda um racismo estrutural, j&aacute; que &eacute; um g&ecirc;nero que &ldquo;bebe na fonte do Rec&ocirc;ncavo e &eacute; heran&ccedil;a do povo negro&rdquo;.&nbsp;

&quot;Valorizar o samba junino &eacute; valorizar a cultura negra, e faltam pol&iacute;ticas p&uacute;blicas - nos &acirc;mbitos municipal, estadual e federal - que possam fazer isso&rdquo;, conclui.

V FESTIVAL DE SAMBA JUNINO

A partir das 17h desta sexta-feira (24/6) acontece o V Festival de Samba Junino, promovido pela Liga do Samba Junino, projeto contemplado na categoria Festival, do Pr&ecirc;mio Samba Junino &ndash; Ano IV, da Funda&ccedil;&atilde;o Greg&oacute;rio de Mattos (FGM). O evento &eacute; realizado no final de linha do Garcia e tem participa&ccedil;&atilde;o de diversos grupos para celebrar os 50 anos da manifesta&ccedil;&atilde;o cultural.

No festival acontecem os concursos de can&ccedil;&atilde;o, rainha e melhor grupo, avaliados por uma comiss&atilde;o julgadora e, tamb&eacute;m, pelo p&uacute;blico presente, que, como enaltece o produtor de eventos da Liga, Vagner Shrek, &ldquo;n&atilde;o avaliam, mas a energia, a participa&ccedil;&atilde;o de quem t&aacute; assistindo, com certeza, influencia a opini&atilde;o dos jurados&rdquo;.

Outros t&oacute;picos que ser&atilde;o julgados s&atilde;o ineditismo das can&ccedil;&otilde;es, melhor rainha sambadeira e desempenho geral do grupo levando em considera&ccedil;&atilde;o o figurino, repert&oacute;rio, rainha e envolvimento do p&uacute;blico durante as apresenta&ccedil;&otilde;es.

Os grupos participantes s&atilde;o: Samb&atilde;o da Mucumg, Samba Fogueir&atilde;o, Samba Jak&eacute;, Samba Neguinho, Samba Duro VS, Hody Bamba, Samba Chama, Sambalan&ccedil;a, Off Scalla, Samba Skorpio, Vai Kem K&eacute;, Samba do &Iacute;ndio Tamoios, Samba D&uacute; Papel&atilde;o, Samba Duro de Terreiro, Samba Chile, Samba Coral, Bal&atilde;o de Ouro, Samba Zumba&ecirc;, Samba Toror&oacute;, Samba Futuka, Samba do Morro e &nbsp;Samba Leva Eu.

J&aacute; no domingo (26/6), a partir das 16h, para apresentar o resultado da apura&ccedil;&atilde;o realizada pela comiss&atilde;o, acontece o desfile dos campe&otilde;es, com os j&aacute; tradicionais arrast&otilde;es dos grupos vencedores, na Avenida Almirante Alves C&acirc;mara, no Engenho Velho de Brotas.

&ldquo;O Samba Junino &eacute; o conservat&oacute;rio de m&uacute;sica na periferia, nesse ambiente cultural, adultos, jovens e crian&ccedil;as t&ecirc;m o seu primeiro contato com a nossa m&uacute;sica, fruto de uma heran&ccedil;a ancestral africana&rdquo;, avalia Shrek.

Tanto o festival quanto o desfile ser&atilde;o disponibilizados nas redes sociais da Liga do Samba Junino (<a href="http://instagram.com/ligadosambajuninooficial" target="_blank">@ligadosambajuninooficial</a>).

PR&Ecirc;MIO SAMBA JUNINO

Lan&ccedil;ado em 2018, o pr&ecirc;mio idealizado pela Diretoria de Patrim&ocirc;nio e Humanidades, por meio da Ger&ecirc;ncia de Patrim&ocirc;nio Cultural da FGM, contempla propostas voltadas &agrave; salvaguarda do Samba Junino, de acordo &agrave;s diretrizes de pol&iacute;tica cultural do munic&iacute;pio e do Registro Especial do Samba Junino como Patrim&ocirc;nio Cultural de Salvador.&nbsp;

LEIA MAIS:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/variedades/noticia/esportes/diversidade-em-campo-salvador-recebe-1o-workshop-sobre-diversidade-no-futebol-inscricoes-online" target="_blank">Diversidade em Campo: Salvador recebe 1&ordm; Workshop sobre diversidade no futebol; inscri&ccedil;&otilde;es online</a>

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