O Tribunal de Justi&ccedil;a da Bahia condenou Analice Jesus Santos e Jacson Santos Pereira <a href="https://aratuon.com.br/noticia/geral/a-historia-das-irmas-de-salvador-estupradas-e-obrigadas-a-fazer-pornografia-com-os-pais-casal-esta-foragido" target="_blank">pelos estupros da filha e enteada que aconteciam na casa da fam&iacute;lia no bairro do Lobato, em Salvador</a>. A mulher recebeu a senten&ccedil;a de 17 anos de pris&atilde;o, enquanto o marido&nbsp;foi condenado aos mesmos 17 anos, com acr&eacute;scimo de tr&ecirc;s meses.&nbsp;

A situa&ccedil;&atilde;o foi denunciada pelo Aratu On em novembro de 2020 - o que ajudou na pris&atilde;o da dupla no mesmo m&ecirc;s -. De acordo com o TJ, os dois r&eacute;us cumprir&atilde;o a pena em regime fechado. A tese de acusa&ccedil;&atilde;o foi sustentada no J&uacute;ri pela promotora de Justi&ccedil;a Isabel Adelaide. A senten&ccedil;a foi assinada na segunda-feira (4/4) pela ju&iacute;za Gelzi Maria de Almeida Souza.

<a href="http://Justiça mantém em casa mulher que, junto com o marido, estuprava e filmava sexo com as filhas em Salvador; acusada está grávida" target="_blank">Ao ser localizada, Analice estava gr&aacute;vida e, por conta disso, foi autorizada sua pris&atilde;o domiciliar. No &uacute;ltimo dia 5 de agosto, a ju&iacute;za Gelzi Maria manteve a acusada dentro de casa por conta da gravidez</a>.&nbsp;

Jacson e Analice respondem por provocar aborto em terceiro, por estupro e pr&aacute;tica de atos libidinosos. S&atilde;o acusados de&nbsp;&quot;produzir ou dirigir representa&ccedil;&atilde;o teatral, televisiva, cinematogr&aacute;fica, atividade fotogr&aacute;fica ou de qualquer outro meio visual, utilizando-se de crian&ccedil;a ou adolescente em cena pornogr&aacute;fica&quot;. &Eacute; que os crimes eram filmados.

CASO&nbsp;

Jacson e Analice foram reconhecidos ap&oacute;s a reportagem ir ao ar, em novembro. Dias depois,&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/noticia/geral/casal-que-abusava-sexualmente-das-filhas-e-filmava-crimes-e-preso-na-bahia-caso-foi-denunciado-pelo-aratu-on" target="_blank">a dupla foi localizada no munic&iacute;pio de Itaberaba</a>.&nbsp;Uma das v&iacute;timas era Amanda*, filha biol&oacute;gica de Jacson&nbsp;que voltou a viver com a m&atilde;e, mas n&atilde;o conseguia denunciar os abusos cometido pelo pr&oacute;prio pai. A outra era Carol*, filha de Analice.&nbsp;

&quot;Eu tenho um namorado e n&atilde;o conseguia ter rela&ccedil;&otilde;es com ele, porque eu me sentia estranha. Ele perguntava e eu tinha medo de contar. Um dia, eu falei. Ele me prometeu que n&atilde;o iria contar pra ningu&eacute;m, mas quando soube do ocorrido, me incentivou a contar pra minha m&atilde;e e procurar a pol&iacute;cia&quot;, relata a filha de Jacson Santos.

A m&atilde;e dela, Girlene da Anuncia&ccedil;&atilde;o de Jesus, foi quem den&uacute;nciou &agrave; pol&iacute;cia e contou ao pai de Carol*&nbsp;o que acontecia. A meio-irm&atilde; n&atilde;o sabia, mas a mais nova continuava sendo abusada pelo padrasto e pela m&atilde;e, tendo sofrido um aborto no come&ccedil;o de 2019.&nbsp;

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Ao tomar conhecimento do crime, o gari Alessandro Pereira Santos levou&nbsp;Carol*&nbsp;para morar com ele. &quot;Eu perdi o ch&atilde;o [quando recebeu a not&iacute;cia], sendo sincero. Voc&ecirc; criar filho para marginal fazer o que bem quiser e achar que vai ficar por isso mesmo, n&atilde;o vai ficar. A m&atilde;e dela fez isso e n&atilde;o vai ficar assim&quot;, desabafou o pai.

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As meninas contam, em detalhes, como tudo aconteceu. &quot;Na primeira vez, ele disse que iria me ensinar como fazia e mandou a minha irm&atilde; mais nova fazer sexo oral nele. Depois, disse que era minha vez, mas eu n&atilde;o entendi&quot;, lembra Amanda. O suspeito lhe dava presentes, como celulares caros, e ela n&atilde;o entendia o que acontecia.

&quot;Eu sentia amor de pai por ele. Hoje em dia, isso d&oacute;i demais em mim e me arrependo de ter desobedecido minha m&atilde;e, porque eu sentia muito amor por meu pai. Depois que perdi a virgindade com ele [Jacson], foi &agrave; minha casa, disse que eu tinha me &lsquo;perdido&rsquo; com um menino, s&oacute; que era mentira. Minha m&atilde;e disse que n&atilde;o tinha visto nenhum namorado meu. Eu me sentia triste demais. Quase entro em depress&atilde;o&quot;, conta.

Apenas quando fez 15 anos teve coragem de voltar para a casa da m&atilde;e, apesar das amea&ccedil;as que sofria. Ela conta que sua m&atilde;e adotiva, Analice, dizia que coisas ruins aconteceriam com Jacson caso ela contasse para algu&eacute;m, o que fez com que ela tentasse apagar as mem&oacute;rias e evitar o assunto.

Carol, inclusive, j&aacute; havia tentando suic&iacute;dio. O pai biol&oacute;gico dela, Alessandro, conta que ficou assustado e perguntou v&aacute;rias vezes a filha o que a levara a tomar veneno, mas ela desconversava e dizia sentir ci&uacute;mes dele, por ter outro filho. &quot;Me relacionei com minha m&atilde;e, minha irm&atilde; e com Jacson ao mesmo tempo. Todo mundo junto&quot;, lembra ela.

Foi Carol, tamb&eacute;m, que engravidou do padrasto. &quot;&Eacute; estranho. Eu vinha enjoando, enjoando e minha m&atilde;e comprou um teste. Me levou para fazer um ultrassom e o beb&ecirc; tinha dois meses. Ele comprou uma &#39;garrafada&#39; e n&atilde;o resolveu. Depois de uma semana, ele comprou rem&eacute;dios para aborto. Colocou seis em mim. Depois, o feto desceu j&aacute; grande&quot;, contou.

* Carol e Amanda s&atilde;o nomes fict&iacute;cios para n&atilde;o expor as v&iacute;timas; 
* Todas as pessoas que aparecem na reportagem autorizaram a utiliza&ccedil;&atilde;o de suas imagens.

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