A pris&atilde;o de Guilherme Barbosa, de 18 anos, fez a fam&iacute;lia dele fechar a Estrada de Coco, em Lauro de Freitas, na regi&atilde;o Metropolitana de Salvador, na noite desta quinta-feira (18/8). De acordo com os manifestantes, ele teria sido levado por engano com outro homem, suspeito, que acabou falecendo em uma troca de tiros.

De acordo com a irm&atilde; do jovem, Denise, ele teria sido abordado na porta de casa por Pol&iacute;ciais Militares, que n&atilde;o encontraram nada e o mandaram voltar para casa. Mais tarde, houve um tiroteio pr&oacute;ximo &agrave;&nbsp;casa, na Rua Jos&eacute; Bias da Silva, mais conhecida como Rua do Cigano, no bairro de Port&atilde;o.&nbsp;

Ap&oacute;s o confronto, os policiais teriam encontrado Guilherme sem camisa, do lado de fora de casa, tentando entender o que houve. Nesse momento, a fam&iacute;lia alega que os agentes mandaram o jovem entrar na viatura, onde j&aacute; havia um corpo, sem falar o que motivou a pris&atilde;o.

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Ainda de acordo com familiares, sem saber, Guilherme teria assinado um documento afirmando que era o dono das drogas. O jovem, entretanto, era crist&atilde;o e n&atilde;o tinha envolvimento com o crime. <a href="https://t.co/BAVFdSjTmZ">pic.twitter.com/BAVFdSjTmZ</a>
&mdash; Aratu On (@aratuonline) <a href="https://twitter.com/aratuonline/status/1560410162116153344?ref_src=twsrc%5Etfw">August 18, 2022</a></blockquote>
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A PM confirmou, em nota, que houve um tiroteio na localidade de Port&atilde;o. Segundo a corpora&ccedil;&atilde;o, um policial foi baleado na perna e n&atilde;o corre risco de morrer. J&aacute; um suspeito n&atilde;o identificado, que tamb&eacute;m se feriu, foi levado ao Hospital Menandro de Farias e faleceu logo ap&oacute;s dar entrada.

A assessoria n&atilde;o comentou, especificamente, o caso de Guilherme. A fam&iacute;lia diz que o jovem tamb&eacute;m foi levado ao Menandro de Farias, com o corpo, e, depois, teve que assinar um termo dizendo que as drogas que estavam com o suspeito morto eram suas. Ele passar&aacute; por uma audi&ecirc;ncia de cust&oacute;dia na sexta-feira (18/8).

A irm&atilde; disse em entrevista &agrave; TV Aratu que ele n&atilde;o tem envolvimento com o crime, acrescentando que o jovem frequenta a igreja ass&iacute;duamente. Ainda de acordo com ela, o jovem teria obedecido as ordens do policial de entrar na viatura sem entender o que isso significava.

Diversas viaturas da PM estiveram acompanhando a manifesta&ccedil;&atilde;o. O grupo queimou lixo e pneus, causando um congestionamento na via. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar&nbsp;as chamas

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A guarni&ccedil;&atilde;o ainda n&atilde;o se manifestou especificamente sobre a pris&atilde;o do jovem. A audi&ecirc;ncia de cust&oacute;dia deve acontecer amanh&atilde;. <a href="https://t.co/WYBuBhgONx">pic.twitter.com/WYBuBhgONx</a>
&mdash; Aratu On (@aratuonline) <a href="https://twitter.com/aratuonline/status/1560411970301566977?ref_src=twsrc%5Etfw">August 18, 2022</a></blockquote>
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O medo, a incerteza e tristeza&nbsp;tomaram conta da vida do&nbsp;catador de reciclagem&nbsp;Ant&ocirc;nio Bispo dos Santos, de&nbsp;56 anos,&nbsp;preso por engano em Santo Ant&ocirc;nio de Jesus, a&nbsp;192 km de Salvador. Era para ser uma&nbsp;manh&atilde; de&nbsp;segunda-feira normal, mas, naquele 16 de agosto, sua&nbsp;esposa telefonou para avisar que a pol&iacute;cia estava na casa deles.

O catador correu para saber do que se tratava e, no local, foi abordado e conduzido para a sede da 4&ordf; Coordenadoria de Pol&iacute;cia Civil do Interior (Coorpin). Na unidade,&nbsp;o trabalhador descobriu que estava sendo acusado de um homic&iacute;dio duplamente qualificado, quando n&atilde;o h&aacute; possibilidade de defesa da v&iacute;tima, registrado em 2002 na cidade de Juazeiro.

Ant&ocirc;nio nunca esteve em Juazeiro e, no mesmo instante, entendeu que se tratava de um engano.&nbsp;Ele estava sendo confundido com o irm&atilde;o, Roque Bispo dos Santos, assassinado em 2009 ap&oacute;s sair da penitenci&aacute;ria.&nbsp;

Roque acumulava&nbsp;passagens por roubo, agress&atilde;o, amea&ccedil;a, tentativa de estupro e tentativa de homic&iacute;dio. Em 2002, fugindo da pol&iacute;cia, esteve em Juazeiro&nbsp;e executou um homem de prenome&nbsp;Moamilton. A motiva&ccedil;&atilde;o do crime ainda &eacute; desconhecida, mas os familiares da v&iacute;tima acreditam que tenha se tratado de vingan&ccedil;a, j&aacute; que quando ainda era adolescente Moamilton havia cometido um homic&iacute;dio na mesma rua onde foi morto e nunca respondeu criminalmente.

Na &eacute;poca,&nbsp;Roque foi associado ao crime e, de livre e espont&acirc;nea&nbsp;vontade, procurou as autoridades. Entretanto, ele alegou n&atilde;o possuir documenta&ccedil;&atilde;o e deu o nome do irm&atilde;o para ser&nbsp;datilografado. Depois disso, ele n&atilde;o retornou para prestar os depoimentos necess&aacute;rios&nbsp;e foi dado como foragido.

O Banco de Dados Operacional permitiu que a pol&iacute;cia solicitasse que aos cart&oacute;rios baianos que emitissem alertas sobre o paradeiro de &quot;Ant&ocirc;nio&quot;. Quando o verdadeiro Ant&ocirc;nio renovou a Carteira de Identidade, a pol&iacute;cia achou que encerraria o caso do homic&iacute;dio de Moamilton.

O catador alega que &eacute; inocente. A vers&atilde;o dele &eacute; refor&ccedil;ada pela incompatibilidade das assinaturas dele com a do homem que se apresentou como Ant&ocirc;nio em 2002.&nbsp;Dados como local e data de nascimento tamb&eacute;m s&atilde;o incompat&iacute;veis. Al&eacute;m disso, testemunhas&nbsp;narram que Moamilton foi morto por uma pessoa &quot;galega&quot;.&nbsp;Ant&ocirc;nio &eacute; negro.

Seu Ant&ocirc;nio permaneceu preso por quatro dias, sem conseguir dormir, se alimentar ou at&eacute; mesmo beber &aacute;gua. A advogada de defesa dele entende que a Pol&iacute;cia Civil&nbsp;errou em n&atilde;o coletar as impress&otilde;es digitais do suspeito que se apresentou na delegacia sem documenta&ccedil;&atilde;o.

&quot;Ant&ocirc;nio est&aacute; sobre a condi&ccedil;&atilde;o de liberdade provis&oacute;ria. A Justi&ccedil;a revogou a pris&atilde;o e o liberou na condi&ccedil;&atilde;o dele n&atilde;o poder frequentar bares, festas, fazer empr&eacute;stimos banc&aacute;rios. O&nbsp;objetivo &eacute; conseguir a extin&ccedil;&atilde;o do processo contra seu Ant&ocirc;nio&quot;, explicou, ao Aratu On,&nbsp;Edilene Argollo, que recolheu mais de duas mil assinaturas em um abaixo&nbsp;assinado.&nbsp;

O trabalhador diz que prefere passar fome a roubar algo ou cometer um crime. Ele sustenta que a fam&iacute;lia j&aacute; sofreu demais com a conduta de Roque. &quot;O meu medo &eacute; morrer sem que isso seja resolvido, que as pessoas achem que porque um irm&atilde;o cometeu crimes o outro tamb&eacute;m cometeu&quot;, lamentou seu Ant&ocirc;nio.&nbsp;

Em nota, a Pol&iacute;cia Civil disse que &quot;a pris&atilde;o em quest&atilde;o foi efetuada com base nos dados descritos no mandado de pris&atilde;o expedido pelo Poder Judici&aacute;rio, por meio da comarca de Juazeiro, referente ao crime de homic&iacute;dio. Assim que recebido o contra-mandado, o homem foi imediatamente liberado. Cabe a Pol&iacute;cia Civil apenas cumprir a ordem judicial.&quot;.&nbsp;

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