Mulheres que já passaram dos 40 anos de idade sabem como é a sensação: um calorão, mesmo em dias frios, alterações de humor, pele mais flácida e insônia. Esses são alguns sintomas do “climatério”. Você sabe o que significa? O Aratu On Explica para você.

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O termo médico é utilizado para se referir ao período de transição da mulher que sai da fase fértil até chegar na última menstruação, conhecida como menopausa. Normalmente, o processo começa por volta dos 35 a 40 anos e pode levar, em média, 20 anos. Esse período ocorre como resultado do esgotamento dos folículos ovarianos, o que causa um declínio progressivo na produção de estrogênio. Esta fase pode ser definida como uma transição entre o período reprodutivo da mulher e o momento em que ela não pode mais se reproduzir.

A mastologista da Clínica da Mulher, Dra. Anna Paola Noya Gatto, conta que o primeiro sintoma que sentiu ao chegar no climatério foi, justamente, o famoso “calorão”. “Comecei a suar, parecia que alguém tinha jogado um balde de água em cima de mim”, relata. No consultório, além das ondas de calor, algumas mulheres também relatam picos de frio, palpitações cardíacas, dores de cabeça e mudanças na vida sexual. “Neste período, observa-se que a vagina começa a lubrificar menos e a parede vaginal fica mais rígida. Isso faz com que a mulher sinta dor antes e depois da relação sexual, em muitos dos casos”, explica a médica.

Os hábitos de vida, como alimentação saudável, atividade física regular, não fumar e evitar o consumo de álcool, são algumas medidas simples que podem ser úteis para minimizar os sintomas negativos. Mas, de acordo com a especialista, a reposição hormonal é o principal tratamento indicado para melhorar a qualidade de vida da mulher. “Existem tratamentos definitivos e mais duradouros, que são os implantes hormonais, absorvíveis e não absorvíveis”, explica a Dra. Anna Paola.

Através do tratamento é possível repor, especialmente, o estrogênio, que é o hormônio que atua diretamente no ciclo reprodutivo feminino, e a progesterona, que além de atuar no ciclo menstrual, também interfere diretamente no sono. "A reposição hormonal é bem simples. Seguindo uma metáfora, eu não preciso esperar meu copo esvaziar para eu repor ele, eu posso muito bem repor antes de esgotar. Assim funciona a reposição hormonal", completa a mastologista.

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<p style="text-align: justify;">Apesar de dormirem, em m&eacute;dia, cerca de 12 minutos a mais do que os homens, a qualidade do sono das mulheres &eacute; pior do que a dos homens. A informa&ccedil;&atilde;o &eacute; do Instituto do Sono, que cita estudos norte-americanos.</p>

<p style="text-align: justify;">Normalmente a dura&ccedil;&atilde;o do per&iacute;odo de repouso nos adultos varia entre 7 e 8 horas por noite. Na an&aacute;lise da ginecologista e pesquisadora do Instituto do Sono, Helena Hachul, a pior qualidade de sono das mulheres est&aacute; relacionada a altera&ccedil;&otilde;es hormonais e sobrecarga de tarefas, como atividades profissionais e cuidados com a fam&iacute;lia.</p>

<p style="text-align: justify;">A pesquisadora explica que sono fragmentado, ins&ocirc;nia, sono insuficiente, m&aacute; percep&ccedil;&atilde;o de sono e apneia obstrutiva do sono est&atilde;o entre os problemas mais comuns para as mulheres. Parte desses dist&uacute;rbios &eacute; causada por mudan&ccedil;as hormonais que ocorrem na adolesc&ecirc;ncia, nos ciclos menstruais, na gesta&ccedil;&atilde;o e na menopausa.</p>

<p style="text-align: justify;">Al&eacute;m disso, aspectos sociais contribuem para a piora do sono feminino, j&aacute; que as mulheres realizam praticamente o dobro de trabalhos dom&eacute;sticos do que os homens e passam duas vezes mais tempo cuidando dos filhos.</p>

<p style="text-align: justify;">&ldquo;Essa sobrecarga de tarefas, somada muitas vezes &agrave;s atividades profissionais, resultam em priva&ccedil;&atilde;o de sono. &Eacute; preciso ver se ela &eacute; casada, tem filhos, conta com suporte familiar e trabalha fora. A rotina com m&uacute;ltiplas tarefas e as varia&ccedil;&otilde;es hormonais inerentes ao g&ecirc;nero feminino levam a mulher a precisar de mais tempo de sono. Al&eacute;m disso h&aacute; o risco aumentado para ins&ocirc;nia, que chega a ser 40% superior em compara&ccedil;&atilde;o ao g&ecirc;nero masculino&rdquo;, diz Helena.</p>

<p style="text-align: justify;"><strong>FASES DA VIDA E HORM&Ocirc;NIOS</strong></p>

<p style="text-align: justify;">Segundo Helena, as mulheres na idade reprodutiva tem na primeira metade do ciclo menstrual predom&iacute;nio de estrog&ecirc;nio e, na segunda, predom&iacute;nio de progesterona.</p>

<p style="text-align: justify;">&ldquo;Com isso h&aacute; as altera&ccedil;&otilde;es na qualidade do sono que s&atilde;o piores no per&iacute;odo pr&eacute;-menstrual, principalmente se essa mulher tiver Tens&atilde;o Pr&eacute;-Menstrual. H&aacute; mulheres que t&ecirc;m ins&ocirc;nia e outras que t&ecirc;m excesso de sono&rdquo;.</p>

<p style="text-align: justify;">Outra quest&atilde;o est&aacute; relacionada a um dist&uacute;rbio hormonal, o ov&aacute;rio polic&iacute;stico. Esta &eacute; uma patologia na qual a mulher tem diversos cistos no ov&aacute;rio que ocasionam a irregularidade menstrual e muitas vezes aumento de horm&ocirc;nio masculino.</p>

<p style="text-align: justify;">&ldquo;As mulheres que tem ov&aacute;rio polic&iacute;stico t&ecirc;m altera&ccedil;&otilde;es metab&oacute;licas e do ponto de vista de sono apresentam mais ronco e apneia, piorando a qualidade do sono que fica fragmentado&rdquo;.</p>

<p style="text-align: justify;">A gesta&ccedil;&atilde;o e o p&oacute;s-parto tamb&eacute;m contribuem para a baixa qualidade de sono da mulher, variando de acordo com o trimestre pelo qual est&aacute; passando. No primeiro trimestre &eacute; mais comum que haja mais sonol&ecirc;ncia diurna, no segundo j&aacute; h&aacute; maior tranquilidade.</p>

<p style="text-align: justify;">&ldquo;No terceiro trimestre o sono &eacute; fragmentado por conta do aumento do volume abdominal e do tamanho do beb&ecirc;. Nesse per&iacute;odo as interrup&ccedil;&otilde;es s&atilde;o mais frequentes, podendo haver mais ins&ocirc;nia e apneia&rdquo;.</p>

<p style="text-align: justify;">Helena ressaltou que na menopausa, que marca o final do per&iacute;odo reprodutivo, pelo menos 60% das mulheres relata ins&ocirc;nia. Neste per&iacute;odo h&aacute; a aus&ecirc;ncia dos horm&ocirc;nios, o que leva &agrave; baixa do estrog&ecirc;nio, causando o aumento das ondas de calor e consequentemente &agrave; interrup&ccedil;&atilde;o do sono.</p>

<p style="text-align: justify;">&ldquo;Mais de 60% das mulheres na menopausa apresentam ins&ocirc;nia e a cada cent&iacute;metro da cintura que aumenta com a menopausa, aumenta em 5% o risco da mulher ter apneia na p&oacute;s-menopausa&rdquo;, explicou a m&eacute;dica.</p>

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