A Justi&ccedil;a do Paran&aacute; negou o pedido de habeas corpus (HC) em favor do policial penal Jorge Guaranho, denunciado por homic&iacute;dio qualificado por <a href="https://aratuon.com.br/policia/noticia/geral/video-mostra-momento-dos-tiros-em-festa-que-deixou-aniversariante-morto-em-foz-do-iguacu-pt-era-o-tema-do-evento" target="_blank">matar a tiros o guarda municipal Marcelo Arruda</a>. A defesa de Guaranho havia pedido que a pris&atilde;o preventiva fosse transformada em pris&atilde;o domiciliar humanit&aacute;ria. Com isso, Guaranho segue preso no Complexo M&eacute;dico Penal, em Pinhais, regi&atilde;o metropolitana de Curitiba.

Na decis&atilde;o, tomada &nbsp;na noite de s&aacute;bado (13/8), o desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira, da 1&ordf; C&acirc;mara Criminal do Tribunal de Justi&ccedil;a do Paran&aacute; (TJPR), manteve a pris&atilde;o preventiva do acusado com o argumento de que o cen&aacute;rio &eacute; &ldquo;conturbado&rdquo;, em raz&atilde;o da proximidade das elei&ccedil;&otilde;es.

Segundo o magistrado, a concess&atilde;o da pris&atilde;o domiciliar pode &ldquo;gerar novos conflitos entre pessoas com diferentes prefer&ecirc;ncias pol&iacute;tico-partid&aacute;rias&rdquo;. Guaranho &eacute; apoiador do presidente Jair Bolsonaro, e Arruda era tesoureiro do PT em Foz do Igua&ccedil;u e apoiador do ex-presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva.

No pedido, a defesa de Guaranho argumentou &nbsp;que a ordem de pris&atilde;o preventiva seria ilegal e que o policial penal n&atilde;o apresentava riscos &agrave; ordem p&uacute;blica.

&ldquo;A intoler&acirc;ncia, motivada por exagerada paix&atilde;o, n&atilde;o pode ser aceita e deve ser coibida pelo Poder Judici&aacute;rio, tendo em vista as elei&ccedil;&otilde;es que se avizinham e o panorama o atual processo eleitoral, sob pena de consequente sensa&ccedil;&atilde;o de impunidade, que poder&aacute; gerar novos conflitos entre pessoas com diferentes prefer&ecirc;ncias pol&iacute;tico-partid&aacute;rias&rdquo;, argumentou o desembargador.

A defesa tamb&eacute;m alegou que Guaranho ainda se recupera dos ferimentos sofridos durante o epis&oacute;dio que resultou na morte de Arruda, e que precisaria de cuidados especiais para se restabelecer. &ldquo;Ele sequer consegue andar, sua vis&atilde;o est&aacute; comprometida, n&atilde;o tem condi&ccedil;&otilde;es de se alimentar sozinho e, evidentemente, n&atilde;o consegue realizar a sua higiene pessoal&rdquo; argumentou a defesa.

Ao manter a preventiva, o desembargador refor&ccedil;ou o fato de que &ldquo;a Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica tem plenas condi&ccedil;&otilde;es de prestar a assist&ecirc;ncia de que necessita o paciente&rdquo;. &ldquo;Da atenta leitura do quanto se tem nos autos de origem, ao que tudo indica, ele necessita de cuidados a serem dispensados por m&eacute;dicos, fisioterapeutas e fonoaudi&oacute;logos visando t&atilde;o somente sua reabilita&ccedil;&atilde;o f&iacute;sica, nada apontando para eventual risco de morte&rdquo;, apontou o desembargador.

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Uma c&acirc;mera de seguran&ccedil;a registrou o momento em que o policial penal federal Jos&eacute; da Rocha Guaranho atira - mais de uma vez - no guarda municipal Marcelo Arruda, durante o anivers&aacute;rio de 50 anos do segundo, em um espa&ccedil;o de eventos em Foz do Igua&ccedil;u, no oeste do Paran&aacute;. O crime aconteceu na noite desse s&aacute;bado (9/7) e&nbsp;Arruda, l&iacute;der local do Partido dos Trabalhadores, chegou a ser levado para um hospitall, mas n&atilde;o resistiu aos ferimentos.

O v&iacute;deo come&ccedil;a com Marcelo j&aacute; baleado, equanto algumas pessoas tentam se esconder pelo espa&ccedil;o. Ainda assim, Guaranho se aproxima do aniversariante na tentativa de execut&aacute;-lo, ao que uma mulher se joga na frente do atirador e ele se afasta. Nesse momento, Arruda, no ch&atilde;o, revida o ataque e dispara contra o policial, que consegue ser desarmado por um convidado.

<blockquote class="twitter-tweet">Vídeo mostra momento dos tiros em festa que deixou aniversariante morto em Foz do Iguaçu; PT era o tema do evento. Saiba mais: <a href="https://t.co/fLF0xRHvgm">https://t.co/fLF0xRHvgm</a> <a href="https://t.co/Ln1upW5LFj">pic.twitter.com/Ln1upW5LFj</a>&mdash; Aratu On (@aratuonline) <a href="https://twitter.com/aratuonline/status/1546240664370905088?ref_src=twsrc%5Etfw">July 10, 2022</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

Inicialmente, foi divulgado que Jos&eacute; da Rocha Guaranho tamb&eacute;m havia morrido, mas a informa&ccedil;&atilde;o foi corrigida pela delegada que acompanha o caso,&nbsp;Iane Cardoso. Ela afirmou que o bolsonarista est&aacute; internado e sob cust&oacute;dia. &quot;Ele est&aacute; vivo e est&aacute;vel, custodiado pela Pol&iacute;cia Militar e foi autuado em flagrante&rdquo;, afirmou ela, em entrevista coletiva realizada neste domingo (10).

O atirador foi levado para&nbsp;o Hospital Municipal Padre Germano Lauck.

INTOLER&Acirc;NCIA POL&Iacute;TICA

Pelo fato de Jos&eacute; ser simpatizante do presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto a festa de Marcelo tinha tem&aacute;tica de Lula e do PT, a Pol&iacute;cia Civil acredita que o crime foi motivado por intoler&acirc;ncia pol&iacute;tica. O policial penal federal manifestava apoio a Bolsonaro nas redes sociais, como &eacute; poss&iacute;vel ver na foto abaixo.

<img alt="" src="https://backend.aratuon.com.brhttps://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/95503/mg/guaranho.jpg" style="width: 525px; height: 519px;" /> 
Imagem: reprodu&ccedil;&atilde;o/Facebook | print feito em 10/7/22

Por&nbsp; meio de nota, a&nbsp;Prefeitura de Foz do Igua&ccedil;u comentou que Marcelo Arruda era da primeira turma da Guarda Municipal, onde estava&nbsp;h&aacute; 28 anos. Ele&nbsp;tamb&eacute;m era diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Igua&ccedil;u (Sismufi).

&quot;Agradecemos ao Marcelo Arruda por toda a sua dedica&ccedil;&atilde;o e comprometimento com o Munic&iacute;pio, o qual nestes 28 anos de funcionalismo p&uacute;blico defendeu bravamente, tanto atuando na seguran&ccedil;a como na defesa dos servidores municipais. Desejamos &agrave; fam&iacute;lia, aos amigos e colegas de Marcelo for&ccedil;a neste momento de dor&quot;, falou&nbsp;o prefeito Chico Brasileiro (PSD).

ANIVERS&Aacute;RIO TEM&Aacute;TICO

Tendo como tema o PT e o ex-presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva, a festa de anivers&aacute;rio de&nbsp;50 anos de Marcelo Arruda acontecia na sede da Associa&ccedil;&atilde;o Esportiva Sa&uacute;de F&iacute;sica Itaipu e reuniu amigos e familiares.&nbsp;

Segundo testemunhas, o policial penal Jorge Guaranho n&atilde;o era conhecido de ningu&eacute;m na festa, tampouco foi convidado. Ao chegar ao local do anivers&aacute;rio, ele teria descido do carro, j&aacute; armado, e gritando &quot;Aqui &eacute; Bolsonaro!&quot;.

Guaranho chegou a apontar a arma para as pessoas presentes na festa, mas uma mulher que estava com ele,&nbsp;no carro, conseguiu convenc&ecirc;-lo a ir embora. Tamb&eacute;m havia um beb&ecirc; no ve&iacute;culo.

Ainda de acordo com os relatos, antes de sair, o policial teria feito amea&ccedil;as aos participantes do anivers&aacute;rio. Cerca de 20 minutos depois, voltou e disparou contra Marcelo, que revidou.&nbsp;

PT EMITIU NOTA

Neste domingo, o PT se pronunciou, em nota, reconhecendo a atua&ccedil;&atilde;o de Arruda, que foi candidato a vice-prefeito de Foz do Igua&ccedil;u, pelo partido, em 2020.

&quot;Cobramos das autoridades de seguran&ccedil;a p&uacute;blica medidas efetivas de preven&ccedil;&atilde;o e combate &agrave; viol&ecirc;ncia pol&iacute;tica, e alertamos ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que co&iacute;bam firmemente toda e qualquer situa&ccedil;&atilde;o que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade. Iniciativas nesse sentido foram devidamente apontadas pelo PT em v&aacute;rias oportunidades, junto ao Congresso Nacional, o Minist&eacute;rio P&uacute;blico e o Poder Judici&aacute;rio&quot;, disse a legenda, no comunicado.

LULA E CIRO SE PRONUNCIAM: &quot;DUAS FAM&Iacute;LIAS PERDERAM SEUS PAIS&quot;

Os pr&eacute;-candidatos &agrave; presid&ecirc;ncia, Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT), tamb&eacute;m se manifestaram sobre o ocorrido, lamentando o epis&oacute;dio. Lula disse que &quot;duas fam&iacute;lias perderam seus pais&quot; e tamb&eacute;m pediu &quot;compreens&atilde;o e solidariedade&nbsp;com os familiares de Jos&eacute; da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discurso de &oacute;dio estimulado por um presidente irrespons&aacute;vel&quot;.

<img alt="" src="https://backend.aratuon.com.brhttps://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/95503/mg/lula-tweet.jpg" style="width: 525px; height: 542px;" /> 
Imagem: reprodu&ccedil;&atilde;o/Twitter

Ciro, por sua vez,afirmou que &quot;o &oacute;dio pol&iacute;tico precisa ser contido para evitar que tenhamos uma trag&eacute;dia de propor&ccedil;&otilde;es gigantescas&quot;, e se referiu &agrave; situa&ccedil;&atilde;o como &quot;guerra absurda, sem sentido e sem prop&oacute;sito&quot;.

<img alt="" src="https://backend.aratuon.com.brhttps://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/95503/mg/ciro-gomes-.jpg" style="width: 525px; height: 238px;" />

Imagem: reprodu&ccedil;&atilde;o/Twitter

O presidente Jair Bolsonaro (PL) n&atilde;o havia comentado sobre o caso at&eacute; a publica&ccedil;&atilde;o desta mat&eacute;ria.&nbsp;

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