J&aacute; viu aquele lobo branco na s&eacute;rie - e fen&ocirc;meno mundial - "Game of Thrones"? Trata-se do "lobo-terr&iacute;vel (Aenocyon dirus), esp&eacute;cie extinta h&aacute; cerca de 12 mil anos. E se voc&ecirc; descobrisse que nasceram tr&ecirc;s filhotinhos recentemente? &Eacute; o que afirma a empresa norte-americana "Colossal Biosciences".
Nessa segunda-feira (7), a empresa anunciou o nascimento de tr&ecirc;s filhotes geneticamente modificados com caracter&iacute;sticas do lobo-terr&iacute;vel, o que seria a primeira tentativa bem-sucedida de "desextin&ccedil;&atilde;o" de um animal.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/ed76f137-41fc-445c-bb50-6b921a191197.jpg?width=2078&amp;height=1080" alt="Cena de Game of Thrones (GOT) com representa&ccedil;&atilde;o do lobo-terr&iacute;vel">
&ldquo;Pela primeira vez, a Colossal restaurou com sucesso uma esp&eacute;cie outrora erradicada&rdquo;, declarou a companhia em publica&ccedil;&atilde;o na rede social X. Os animais foram batizados de R&ocirc;mulo, Remo e Khaleesi e vivem atualmente em uma reserva ambiental nos Estados Unidos. Segundo a empresa, os dois primeiros nasceram em outubro de 2024, e o terceiro, em janeiro de 2025.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/21108cdb-a213-4fe3-8af8-06acc21ebfdd.jpg?width=1920&amp;height=1078" alt="Colossal divulgou imagens dos primeiros filhotes derivados do lobo-terr&iacute;vel">
<h3 style="text-align: justify;">Como foi feita a recria&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica do lobo-terr&iacute;vel, segundo a Colossal Biosciences</h3>
A Colossal Biosciences divulgou, por meio de v&iacute;deos nas redes sociais, detalhes sobre a t&eacute;cnica utilizada para recriar exemplares do lobo-terr&iacute;vel (Aenocyon dirus), esp&eacute;cie extinta h&aacute; mais de 10 mil anos. <a href="https://aratuon.com.br/curiosidades/cientistas-do-japao-criam-uma-especie-de-pele-humana-para-robos" target="_blank" rel="noopener">Os cientistas</a> envolvidos no projeto explicam passo a passo o processo que resultou no nascimento de tr&ecirc;s filhotes com caracter&iacute;sticas do animal ancestral.
O trabalho come&ccedil;ou com a coleta de DNA do lobo-terr&iacute;vel a partir de duas amostras f&oacute;sseis: um dente de aproximadamente 13 mil anos, encontrado em Ohio, e um fragmento de cr&acirc;nio datado de 72 mil anos, descoberto em Idaho, ambos nos Estados Unidos.
Com o material gen&eacute;tico em m&atilde;os, os pesquisadores sequenciaram os genes da esp&eacute;cie extinta e iniciaram a compara&ccedil;&atilde;o com o genoma de animais ainda existentes. A esp&eacute;cie mais pr&oacute;xima identificada foi o lobo-cinzento (Canis lupus), que habita principalmente regi&otilde;es frias do Hemisf&eacute;rio Norte, como Canad&aacute; e R&uacute;ssia.
A partir dessa an&aacute;lise, os cientistas identificaram quais genes eram compartilhados e quais diferiam entre os dois animais, al&eacute;m de determinar quais trechos do DNA estavam associados a tra&ccedil;os f&iacute;sicos como porte, pelagem, formato da cabe&ccedil;a e vocaliza&ccedil;&otilde;es.
Em vez de utilizar tecidos diretamente fossilizados, a equipe optou por uma abordagem menos invasiva. Eles coletaram c&eacute;lulas progenitoras endoteliais - que revestem os vasos sangu&iacute;neos - do lobo-cinzento, que serviram como base para o processo de edi&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica.
Utilizando a t&eacute;cnica Crispr, uma ferramenta de precis&atilde;o para altera&ccedil;&otilde;es no DNA, os cientistas editaram 14 genes em 20 pontos espec&iacute;ficos, ajustando-os para refletir as caracter&iacute;sticas gen&eacute;ticas do lobo-terr&iacute;vel. A meta era recuperar tra&ccedil;os como pelagem branca, corpo mais robusto, ombros largos, cabe&ccedil;a ampla, pernas musculosas e vocaliza&ccedil;&otilde;es t&iacute;picas da esp&eacute;cie extinta.
Com as altera&ccedil;&otilde;es conclu&iacute;das, o n&uacute;cleo dessas c&eacute;lulas modificadas foi inserido em &oacute;vulos previamente desnucleados. Esses &oacute;vulos foram cultivados em laborat&oacute;rio at&eacute; se tornarem embri&otilde;es, que, posteriormente, foram implantados no &uacute;tero de <a href="https://aratuon.com.br/cidade/bandidos-roubam-cachorro-na-graca-em-salvador-video" target="_blank" rel="noopener">cadelas dom&eacute;sticas</a> de grande porte.
A gesta&ccedil;&atilde;o ocorreu de forma natural e, em 1&ordm; de outubro de 2024, nasceram os dois primeiros filhotes, batizados de R&ocirc;mulo e Remo - refer&ecirc;ncia &agrave; lenda romana dos irm&atilde;os criados por uma loba. A terceira filhote, Khaleesi, nasceu em janeiro de 2025. O nome homenageia a personagem Daenerys Targaryen, da s&eacute;rie Game of Thrones.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/9fd2ddbb-a8e7-4300-a246-821039e88b62.jpg?width=1920&amp;height=1080" alt="Os filhotes de 'lobo-terr&iacute;vel' R&ocirc;mulo e Remo. Ainda n&atilde;o foi divulgada imagem da f&ecirc;mea | Colossal">
Os tr&ecirc;s animais vivem atualmente em uma reserva privada nos Estados Unidos, cuja localiza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o foi divulgada por raz&otilde;es de seguran&ccedil;a. Por ora, n&atilde;o h&aacute; previs&atilde;o de soltura na natureza nem de reprodu&ccedil;&atilde;o para formar novas gera&ccedil;&otilde;es.
<h3 style="text-align: justify;">Cientistas questionam classifica&ccedil;&atilde;o dos lobos-terr&iacute;veis</h3>
Apesar da divulga&ccedil;&atilde;o, cientistas questionam a classifica&ccedil;&atilde;o dos animais como lobos-terr&iacute;veis genu&iacute;nos. Reportagem da revista "Time" esclarece que o processo n&atilde;o envolveu a recria&ccedil;&atilde;o completa do genoma do lobo extinto, mas a edi&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica de lobos-cinzentos modernos. Foram realizadas altera&ccedil;&otilde;es em cerca de 20 regi&otilde;es do DNA, com foco em caracter&iacute;sticas como estrutura corporal robusta, mand&iacute;bulas maiores e vocaliza&ccedil;&atilde;o espec&iacute;fica da esp&eacute;cie ancestral.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/d5cc6c96-bd00-4d38-bb7f-2d0458755307.jpeg?width=1080&amp;height=1920" alt="Capa da Revista Time sobre a ">
&ldquo;Este momento marca n&atilde;o apenas um marco para n&oacute;s como empresa, mas tamb&eacute;m um salto para a ci&ecirc;ncia, a conserva&ccedil;&atilde;o e a humanidade&rdquo;, afirmou a Colossal.
Para Corey Bradshaw, professor de Ecologia Global na Universidade Flinders, na Austr&aacute;lia, os filhotes n&atilde;o podem ser considerados verdadeiros lobos-terr&iacute;veis. &ldquo;Essas modifica&ccedil;&otilde;es parecem ter sido derivadas do material gen&eacute;tico recuperado do lobo-terr&iacute;vel. Isso faz deles lobos-terr&iacute;veis? N&atilde;o. Faz deles lobos-cinzentos ligeiramente modificados? Sim&rdquo;, afirmou &agrave; Reuters.
Bradshaw tamb&eacute;m apontou que a degrada&ccedil;&atilde;o do DNA ao longo de milhares de anos torna invi&aacute;vel a reconstru&ccedil;&atilde;o completa do genoma de esp&eacute;cies extintas, o que limita as possibilidades reais de uma desextin&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Quando se fazem grandes afirma&ccedil;&otilde;es e n&atilde;o se fornecem evid&ecirc;ncias associadas, especialmente em algo t&atilde;o controverso, isso &eacute; uma bandeira vermelha gigantesca&rdquo;, disse.
O paleogeneticista Nic Rawlence, da Universidade de Otago, na Nova Zel&acirc;ndia, classificou os animais como h&iacute;bridos. &ldquo;O lobo-terr&iacute;vel est&aacute; em um g&ecirc;nero completamente diferente dos lobos-cinzentos&rdquo;, afirmou. &ldquo;De cerca de 19 mil genes, eles determinaram que 20 mudan&ccedil;as em 14 genes deram a eles um lobo-terr&iacute;vel&rdquo;, criticou.
O artigo cient&iacute;fico detalhando o experimento ainda n&atilde;o foi publicado nem revisado por pares, o que refor&ccedil;a a cautela entre os pesquisadores.
<h3 style="text-align: justify;">Sobre a Colossal Biosciences e trabalho com a desextin&ccedil;&atilde;o</h3>
<a href="https://colossal.com/" target="_blank" rel="noopener">A Colossal foi fundada em 2021</a> com o objetivo de aplicar tecnologias de edi&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica para reviver esp&eacute;cies extintas. A empresa afirma que esse trabalho pode contribuir para restaurar o equil&iacute;brio ecol&oacute;gico em determinadas regi&otilde;es do planeta. Um dos principais projetos envolve a reintrodu&ccedil;&atilde;o de mamutes-lanosos em &aacute;reas da tundra, com o objetivo de transformar paisagens dominadas por musgo em pastagens, reduzindo assim a libera&ccedil;&atilde;o de di&oacute;xido de carbono no solo congelado.
Em mar&ccedil;o, a empresa j&aacute; havia anunciado a cria&ccedil;&atilde;o de camundongos geneticamente modificados com pelos semelhantes aos dos mamutes-lanosos. &Agrave; &eacute;poca, o an&uacute;ncio tamb&eacute;m foi recebido com ceticismo. &ldquo;Temos alguns camundongos peludos e fofos, sem nenhuma compreens&atilde;o de sua fisiologia ou comportamento&rdquo;, afirmou Robin Lovell-Badge, do Instituto Francis Crick, em Londres.
Stephan Riesenberg, engenheiro de genoma do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucion&aacute;ria, tamb&eacute;m comentou os limites da iniciativa. &ldquo;Est&aacute; longe de fazer um mamute ou um 'camundongo mamute'. &Eacute; apenas um camundongo que tem alguns genes especiais&rdquo;, disse &agrave; revista "Nature".
A Colossal afirma que pretende se tornar a primeira empresa a usar a tecnologia Crispr para reconstituir esp&eacute;cies extintas. A t&eacute;cnica funciona como uma esp&eacute;cie de "tesoura gen&eacute;tica", permitindo alterar trechos espec&iacute;ficos do DNA celular.
Desde sua funda&ccedil;&atilde;o, a startup j&aacute; levantou bilh&otilde;es de d&oacute;lares em investimentos e hoje &eacute; avaliada em cerca de US$ 10 bilh&otilde;es. Ainda assim, o consenso cient&iacute;fico &eacute; de que os desafios para a chamada "desextin&ccedil;&atilde;o" continuam consider&aacute;veis, tanto do ponto de vista t&eacute;cnico quanto &eacute;tico.
Com inform&ccedil;&otilde;es da BBC e da Reuters

Autor do universo “Game of Thrones”, o escritor George R.R Martin aproveitou o último dia de 2023 para fazer um anúncio para os fãs: três projetos de animações estão em desenvolvimento e que há conversas com a produtora HBO, responsável pela série original e pelo derivado “The House of the Dragon”.

A novidade foi compartilhada no<a href="https://georgerrmartin.com/notablog/2023/12/31/amazing-animation/" target="_blank" rel="noopener"> blog pessoal do de Martin</a>. Na postagem ele diz “Nenhum deles recebeu sinal verde ainda, mas acho que estamos perto de dar o próximo passo com alguns deles”.

O escritor informou ainda que o projeto envolvendo o personagem Corlys Velaryon, o Serpente Marinha, que foi pensado para ser um live action, foi adaptado para animação, nomeado como “Nine Voyages”.

Martin frisou que nenhum deles foi aprovado ainda, mas que espera que as ideias sejam executadas e que possam ser “lindas e envolventes”.

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