A fil&oacute;sofa e militante brasileira Sueli Carneiro, uma das principais refer&ecirc;ncias do feminismo negro no Brasil, recebeu oficialmente o t&iacute;tulo de cidad&atilde; do <a href="https://aratuon.com.br/cultura/exposicao-fotografica-casa-do-benin" target="_blank">Benin</a>, na &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira (17), durante uma cerim&ocirc;nia em Cotonou, capital econ&ocirc;mica do pa&iacute;s africano.

O evento, marcado por emo&ccedil;&atilde;o e simbolismo, contou com a presen&ccedil;a de importantes autoridades locais, como Olushegun Adjadi Bakari, Ministro das Rela&ccedil;&otilde;es Exteriores, e Yvon Detchenou, Ministro da Justi&ccedil;a e Legisla&ccedil;&atilde;o. Tamb&eacute;m participaram representantes do ativismo e da cultura, incluindo Luanda Carneiro Jacoel, filha de Sueli, e a diretora do document&aacute;rio &ldquo;Mulheres Negras em Rotas de Liberdade&rdquo;, Ur&acirc;nia Munzanzu. &nbsp;

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Sueli Carneiro se tornou a primeira brasileira&nbsp;a receber a cidadania beninense, concedida como parte de uma pol&iacute;tica de repara&ccedil;&atilde;o hist&oacute;rica&nbsp;promovida pelo governo local. A iniciativa busca fortalecer os la&ccedil;os entre o continente africano e a comunidade afrodi&aacute;spora, reconhecendo descendentes de africanos espalhados pelo mundo e conectando-os &agrave;s suas origens. &nbsp;

Durante a cerim&ocirc;nia, a fil&oacute;sofa destacou o significado profundo do reconhecimento e da reconex&atilde;o com suas ra&iacute;zes africanas. &quot;A outorga contraria o vatic&iacute;nio da porta do n&atilde;o retorno. As mulheres negras que est&atilde;o fazendo essa travessia voltam para dizer que n&atilde;o esqueceram as suas ra&iacute;zes, o seu pertencimento e a sua ancestralidade&quot;, afirmou Sueli Carneiro.

<h2 style="text-align: justify;">Reconhecimento hist&oacute;rico e cultural</h2>

O t&iacute;tulo simboliza um gesto de repara&ccedil;&atilde;o &agrave;s feridas&nbsp;causadas pela escraviza&ccedil;&atilde;o de africanos ao longo da hist&oacute;ria e refor&ccedil;a a import&acirc;ncia do pertencimento ancestral. Para Sueli Carneiro, o reconhecimento vai al&eacute;m do simbolismo: representa um passo significativo na reconstru&ccedil;&atilde;o das narrativas de resist&ecirc;ncia e no fortalecimento do legado afrodescendente. &nbsp;

Com informa&ccedil;&otilde;es do portal Geled&eacute;s

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Uma professora de filosofia do Col&eacute;gio Estadual Thales de Azevedo, em Salvador, foi intimada pela Pol&iacute;cia Civil&nbsp;para prestar esclarecimentos ap&oacute;s um aluna registrar ocorr&ecirc;ncia alegando que ela ensinava &quot;conte&uacute;do esquerdista&quot; em sala de aula. Entre os assuntos abordados, estariam quest&otilde;es de g&ecirc;nero, racismo, ass&eacute;dio, machismo e diversidade.

Segundo a Associa&ccedil;&atilde;o dos Professores Licenciados do Brasil (APLB), a educadora ficou abalada emocionalmente e precisou ser hospitalizada ap&oacute;s receber a intima&ccedil;&atilde;o para comparecer &agrave; Delegacia de Repress&atilde;o a Crimes contra Crian&ccedil;as e Adolescentes (Dercca), onde foi registrada a ocorr&ecirc;ncia nesta &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira (17/11).&nbsp;

A m&atilde;e da aluna relatou, de acordo com a Pol&iacute;cia Civil, que a filha teria sofrido constrangimento na escola. Disse ainda que, em decorr&ecirc;ncia de sua opini&atilde;o pol&iacute;tica, a adolescente teria sido hostilizada por colegas e impedida de participar de atividades em grupo, sob consentimento da professora. As pessoas envolvidas est&atilde;o sendo ouvidas.

Por meio de nota, o&nbsp;sindicato disse que seu departamento jur&iacute;dico foi acionado por um grupo de professores e classificou a atitude de m&atilde;e e filha&nbsp;&quot;inamistosas e de persegui&ccedil;&atilde;o&quot;.&nbsp;

&quot;A APLB-Sindicato&nbsp;vem a p&uacute;blico manifestar sua solidariedade e apoio jur&iacute;dico aos docentes da Escola Estadual Thales de Azevedo por tentativas de intimida&ccedil;&atilde;o, coa&ccedil;&atilde;o e press&atilde;o psicol&oacute;gica por grupos de extrema direita que tentam cercear a livre express&atilde;o e tumultuar aulas e algumas atividades propostas pelos professores e professoras&quot;.&nbsp;

A entidade informou ainda que, em agosto, um grupo de estudantes e seus respons&aacute;veis emitiram uma nota atacando professores e palestrantes ap&oacute;s um semin&aacute;rio online realizado pela escola.

Em outra ocasi&atilde;o, segundo o sindicato, a m&atilde;e da aluna que registrou a ocorr&ecirc;ncia invadiu o espa&ccedil;o de uma aula online&nbsp;de ingl&ecirc;s para exigir explica&ccedil;&otilde;es sobre a tem&aacute;tica, que, para ela, seria inadequada por se tratar de feminismo.

O coordenador-geral da APLB, Rui Oliveira, esteve na escola nesta &uacute;ltima quinta-feira (18/11) ao lado do representante jur&iacute;dico do sindicato para apurar as den&uacute;ncias. Para ele, &eacute; inadmiss&iacute;vel a persegui&ccedil;&atilde;o aos docentes.

&quot;Infelizmente s&atilde;o a&ccedil;&otilde;es de grupos ligados a pessoas de extrema direita, que desrespeitam e ferem a liberdade de c&aacute;tedra. N&atilde;o vamos permitir que isso aconte&ccedil;a. Vamos dar todo o apoio para a comunidade escolar do Thales de Azevedo, principalmente &agrave; professora que foi intimada, bem como disponibilizar nossos advogados para acompanh&aacute;-la no dia da audi&ecirc;ncia. Vamos continuar denunciando toda a forma de abuso e persegui&ccedil;&atilde;o&quot;,&nbsp;afirmou.

A equipe gestora do col&eacute;gio repudiou, por meio de nota, a intima&ccedil;&atilde;o &agrave; professora da institui&ccedil;&atilde;o por &quot;ferir a liberdade de c&aacute;tedra e autonomia pedag&oacute;gica, princ&iacute;pios constitucionais fundamentais&quot;.

&quot;Infelizmente, as alega&ccedil;&otilde;es de que os conte&uacute;dos curriculares das ci&ecirc;ncias humanas s&atilde;o de cunho &lsquo;esquerdista&rsquo; e os conte&uacute;dos de linguagens s&atilde;o de &lsquo;doutrina&ccedil;&atilde;o feminista&rsquo; t&ecirc;m provocado o enviesamento dos conhecimentos historicamente constru&iacute;dos e dos fen&ocirc;menos sociais, em silenciamento dos docentes&quot;, diz a nota.

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