Em poucos meses, o c&acirc;ncer de intestino, ou colorretal, virou um assunto &ldquo;popular&rdquo;. Afinal, &eacute; normal a curiosidade para saber sobre a doen&ccedil;a que afeta Simony, <a href="https://aratuon.com.br/noticia/celebridades/cantora-preta-gil-e-diagnosticada-com-cancer-no-intestino-conto-com-a-energia-de-todos" target="_blank">Preta Gil</a>, e vitimou, infelizmente, <a href="https://aratuon.com.br/noticia/esportes/%20morre-pele-astro-do-futebol-brasileiro-aos-82-anos-veja-relacao-dele-com-a-bahia" target="_blank">Pel&eacute;</a> e <a href="https://aratuon.com.br/noticia/geral/morre-roberto-dinamite-maior-idolo-do-vasco-aos-68-anos" target="_blank">Roberto Dinamite</a>, &iacute;dolos do futebol. Mas o que muita gente n&atilde;o sabe &eacute; que esse j&aacute; &eacute; o terceiro c&acirc;ncer em preval&ecirc;ncia no Brasil, atr&aacute;s apenas dos de mama e pr&oacute;stata, segundo o Instituto Nacional do C&acirc;ncer (Inca), que tamb&eacute;m estima o surgimento de 44 mil novos casos por ano, no pa&iacute;s, com 70% concentrados nas regi&otilde;es Sul e Sudeste.

Para entender mais sobre a doen&ccedil;a, seus fatores, sintomas e tratamentos, o Aratu On conversou com o oncologista Eduardo Moraes, do N&uacute;cleo de Oncologia da Bahia (NOB). Ele ressalta que apesar de n&atilde;o haver uma causa espec&iacute;fica, o hist&oacute;rico familiar e h&aacute;bitos de vida podem estar por tr&aacute;s da doen&ccedil;a, que tem aparecido em pessoas cada vez mais jovens.

&quot;A gente v&ecirc; uma mudan&ccedil;a na dieta das pessoas, de forma geral. Est&aacute; mais ocidentalizada, com ingest&atilde;o de muita carne vermelha,&nbsp;muita gordura, industrializados e poucas frutas e fibras. Isso aumenta as chances de c&acirc;ncer&quot;, afirma o m&eacute;dico.

Por isso, Moraes destaca tr&ecirc;s pilares importantes na detec&ccedil;&atilde;o precoce da doen&ccedil;a:&nbsp;a &quot;preven&ccedil;&atilde;o prim&aacute;ria&quot;, que engloba uma melhor alimenta&ccedil;&atilde;o e a pr&aacute;tica de atividade f&iacute;sica; acesso &agrave; informa&ccedil;&atilde;o e o rastreamento, com exames.&nbsp;

&quot;Todo mundo conhece o &#39;Outubro Rosa&#39;, o &#39;Novembro Azul&#39;, mas poucos parecem se lembrar do m&ecirc;s de rastreamento do c&acirc;ncer de intestino, que &eacute; o &#39;Mar&ccedil;o Verde&#39;, ent&atilde;o voc&ecirc; v&ecirc; que h&aacute; pouca divulga&ccedil;&atilde;o, porque n&atilde;o era considerado um c&acirc;ncer comum, at&eacute; ent&atilde;o&quot;, avalia&nbsp;o oncologista.

SINTOMAS E RASTREAMENTO

Alguns sintomas servem de alerta, como dores abdominais, obstru&ccedil;&atilde;o intestinal, n&aacute;useas, v&ocirc;mitos e perda de peso repentina. Quando j&aacute; existe dor, em geral, j&aacute; &eacute; um c&acirc;ncer mais avan&ccedil;ado. &quot;Como no Brasil n&atilde;o h&aacute;&nbsp;campanhas grandes de rastreamento e preven&ccedil;&atilde;o ao c&acirc;ncer de intestino, infelizmente, mais da metade dos pacientes diagnosticados t&ecirc;m c&acirc;ncer avan&ccedil;ado&quot;, pontua, refor&ccedil;ando que, com diagn&oacute;sticos precoces, as chances de cura superam 90%.

De acordo com Dr. Eduardo Moraes, o melhor &eacute; detectar antes de qualquer sintoma, e isso &eacute; feito com o rastreamento da doen&ccedil;a. O exame de rastreamento inicial mais comum &eacute; o de fezes (sim, aquele do potinho, que voc&ecirc; leva para o laborat&oacute;rio). Se notada a presen&ccedil;a de sangue oculto&nbsp;no material, &eacute; preciso ficar atento.&nbsp;

&quot;O sangue pode vir por v&aacute;rios motivos (como hemorroida ou fissura), mas &eacute;&nbsp;um teste bom, simples e barato&nbsp;e, apesar de n&atilde;o ser espec&iacute;fico,&nbsp;&eacute; uma boa t&eacute;cnica de rastreamento populacional&quot;, frisa o oncologista.&nbsp;

H&aacute; outro exame&nbsp;considerado melhor, todavia mais caro e invasivo: a colonoscopia. Trata-se da introdou&ccedil;&atilde;o, pelo &acirc;nus, de um aparelho com c&acirc;mera na ponta para analisar toda a parte interna do intestino.&nbsp;

A colonoscopia - <a href="https://www.camara.leg.br/noticias/760691-proposta-assegura-exames-para-rastreamento-de-cancer-em-mulheres-e-homens/" target="_blank">dispon&iacute;vel&nbsp;na rede p&uacute;blica de sa&uacute;de</a> -&nbsp;deve ser feita a partir dos 50 anos, independentemente de hist&oacute;rico ou sintomas.&nbsp;Pacientes de alto risco (com doen&ccedil;a intestinal inflamat&oacute;ria ou precedentes de c&acirc;ncer de intestino na fam&iacute;lia) devem ser submetidos ao procedimento mais precocemente.

Ap&oacute;s a colonoscopia inicial, uma nova s&oacute; precisa ser feita em cinco a dez anos, a depender do resultado, como quando h&aacute; presen&ccedil;a de p&oacute;lipos (pequenas verrugas intestinais que podem crescer e virar um c&acirc;ncer).

TRATAMENTO

Dr. Eduardo tamb&eacute;m explicou que o tratamento do c&acirc;ncer de intestinocolorretal, na maioria das vezes, come&ccedil;a com cirurgia, principalmente se estiver avan&ccedil;ado. Hoje, por&eacute;m, os cuidados s&atilde;o multimodais, ou seja, com diferentes interven&ccedil;&otilde;es:&nbsp;&quot;Geralmente envolve uma cirurgia&nbsp;e, a depender da extens&atilde;o da doen&ccedil;a, pode envolver quimioterapia.&nbsp;Nos tumores mais baixos, no&nbsp;reto (na parte final do intestino), a gente tamb&eacute;m acrescenta radioterapia&quot;.

Por fim, o oncologista reitera a import&acirc;ncia da preven&ccedil;&atilde;o, com h&aacute;bitos saud&aacute;veis,&nbsp;do&nbsp;rastreamento, principalmente se houver casos na fam&iacute;lia, e da informa&ccedil;&atilde;o. &quot;Para algumas pessoas, o c&acirc;ncer est&aacute; associado &agrave; obesidade; para outras, &agrave; pouca ingest&atilde;o de fibras e consumo exagerado de carne vermelha (mais que duas ou tr&ecirc;s vezes por semana) e embutidos (como salame e salsicha). Mas, em grande parte dos casos, a doen&ccedil;a &eacute; espor&aacute;dica. Pode acometer qualquer um. Por isso a import&acirc;ncia do rastreamento&quot;, pondera. &quot;E informa&ccedil;&atilde;o &eacute; fundamental&quot;, conclui.

<img alt="Dr. Eduardo Moraes" src="https://vivamaisvivamelhor.com.br/wp-content/uploads/2019/01/viva-mais-viva-melhor-medico-especialista-dr.-eduardo-moraes-1.jpg" style="width: 400px; height: 400px;" /> 
Dr. Eduardo Moraes, oncologista cl&iacute;nico | CRM 11.145 / BA

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