Após o corpo de Valdineia dos Santos Oliveira, de 43 anos, ser encontrado esquartejado na última segunda-feira (29/7), no IML de Santo Antônio de Jesus, o motociclista que conduziu a mulher até o último local onde ela foi vista nega qualquer envolvimento na morte da diarista.

Em entrevista exclusiva ao Aratu Agora, o motorista por aplicativo, que prefere se manter  anônimo, afirmou ter tido a placa de seu veículo divulgada por outra emissora. Ele assegura que, durante o contato com Valdineia, estava apenas realizando seu trabalho. "Fiz a corrida de Canabrava até o bairro do Comércio, cheguei ao destino, fiz outras corridas e retornei para minha casa", explicou.

O rapaz foi chamado para prestar depoimento na manhã desta terça-feira (30/7), e apresentou provas de que, após deixar a mulher no destino, continuou trabalhando normalmente. Ele foi ouvido e liberado em seguida.

Assustado, o homem diz estar recebendo ameaças, e diz que tem sido culpado injustamente pelo sequestro e pela morte brutal de Valdineia. "Eu não conheço quem estou levando [passageiros]. Aceitamos a corrida e finalizamos", declarou.

O CASO 

<a href="https://aratuon.com.br/cidade/2024-07-30/desaparecida-ha-10-dias-corpo-de-moradora-de-vera-cruz-e-encontrado-e-marido-e-morto-no-mesmo-dia/">Valdineia dos Santos Oliveira era moradora de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, mas trabalhava na capital baiana.</a> De acordo com familiares, no dia 19 de julho, ela havia saído do trabalho, com destino ao Terminal da França, no intuito de seguir para Mar Grande. Para fazer esse deslocamento, a mulher teria solicitado o serviço de moto por aplicativo e, depois disso, o seu paradeiro era desconhecido, até o momento em que foi reconhecida por familiares no IML de Santo Antônio de Jesus.

Após 10 dias do desaparecimento, em Salvador, o corpo de <a href="https://aratuon.com.br/cidade/2024-07-24/moradora-da-ilha-de-itaparica-mulher-desaparece-apos-sair-do-trabalho-em-salvador/">Valdineia dos Santos Oliveira, de 43 anos,</a> foi encontrado, esquartejado, no final tarde desta segunda-feira (29/7), no IML de Santo Antônio de Jesus. Em contato com a produção do Grupo Aratu, familiares da mulher confirmaram o reconhecimento da vítima, que foi encontrado em estado avançado de decomposição, às margens da BR-101, no município de Vera Cruz, Ilha de Itaparica.

Curiosamente, na noite de segunda (29/7), mesmo dia da localização do corpo de Valdineia, um homem foi morto a tiros, também, em Vera Cruz. Segundo apuração do site Alô Juca, ele era o companheiro da desaparecida, identificado como Edílson dos Santos, 48 anos.

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Um crime de feminic&iacute;dio foi evitado, n&atilde;o porque o homem desistiu de cometer o crime, mas porque ele conseguiu ser preso antes de faz&ecirc;-lo. Samuel Santos Souza, de 24 anos, n&atilde;o aceitava o fim do seu relacionamento e chegou a amea&ccedil;ar a ex de morte, por&eacute;m chamou a Pol&iacute;cia Militar&nbsp;e pediu para ser preso para que o crime n&atilde;o acontecesse.

O caso aconteceu no bairro Resist&ecirc;ncia, em Vit&oacute;ria, no Espirito Santo. Samuel, que havia tra&iacute;do a esposa tr&ecirc;s vezes, ficou revoltado ao saber que a ex-parceira j&aacute; tinha iniciado um novo relacinamento.

&quot;Mandei v&aacute;rias mensagens dizendo pra ela que se ela n&atilde;o voltasse comigo ia matar ela e o cara que estava com ela. Essa &eacute; a realidade. Ent&atilde;o, para isso n&atilde;o acontecer, eu abri um BO [Boletim de Ocorr&ecirc;ncia] contra mim mesmo para proteger a vida dela e a da minha filha tamb&eacute;m. Fui na resid&ecirc;ncia dela, me alterei, ela se sentiu coagida, passou uma viatura e eu mesmo chamei a viatura pra mim&quot;, disse, antes de ser encaminhado ao pres&iacute;dio, na ter&ccedil;a-feira (22/2).

Apesar de ter sentido vontade de cometer o crime, ele salienta que nunca bateu em nenhuma mulher. &quot;Tenho consci&ecirc;ncia que estou errado. Por isso tive essa atitude. N&atilde;o quero ser mais um que mata mulher. A decis&atilde;o que eu ia tomar ia ser errada. Eu sei que vou estragar minha vida. Nunca passei por uma situa&ccedil;&atilde;o como essa. Estou aliviado porque aqui [na pris&atilde;o] consigo deixar ela segura&quot;, explicou, segundo o G1 Esp&iacute;rito Santo.

JUSTI&Ccedil;A

A Pol&iacute;cia Civil informou que ele e a ex&nbsp;foram encaminhados ao Plant&atilde;o Especializado de Atendimento &agrave; Mulher (PEM) e Samuel foi autuado em flagrante pelo crime de amea&ccedil;a na forma da Lei Maria da Penha. Foi definida uma fian&ccedil;a a ser paga, mas o homem n&atilde;o pagou e n&atilde;o quis comentar o valor.

A Justi&ccedil;a converteu a pris&atilde;o tempor&aacute;ria em pris&atilde;o preventiva e determinou que o homem seja encaminhado para equipe de sa&uacute;de devido ao quadro de instabilidade mental.

V&Iacute;TIMA

A ex-mulher de Samuel tem 32 anos e preferiu n&atilde;o se identificar. Ela disse que nunca foi agredida por ele, mas vinha sofrendo amea&ccedil;as depois da separa&ccedil;&atilde;o. &quot;Ele era ciumento e possessivo. A gente terminou e ele estava tranquilo, mas depois ele n&atilde;o aceitou o t&eacute;rmino e come&ccedil;ou a me pressionar para voltar. Estava me amea&ccedil;ando o tempo todo e voc&ecirc; via no olhar dele que ele n&atilde;o estava sozinho. Ele nunca encostou um dedo em mim, mas xingava&quot;, contou.

O casal ficou junto por quatro anos e tem uma filha de tr&ecirc;s. O relacionamento acabou h&aacute; quatro meses. A quase-v&iacute;tima disse que, antes de chamar a pol&iacute;cia, Samuel a amea&ccedil;ou mais uma vez.

&quot;Ele veio trazer ela [filha] porque queria me ver. Falou que queria conversar e se eu n&atilde;o deixasse ele entrar ia pular o muro da minha casa. Passou uma viatura na hora, ele disse que era pra eu chamar a viatura porque ia precisar. Ele parou a viatura e conversou com os policiais&quot;, disse.

Segundo a m&atilde;e da v&iacute;tima, o ex-genro sempre foi alegre e nunca demonstrou agressividade. Ela acredita que neste momento o ideal &eacute; que Samuel fique preso. &quot;Pelo menos para dar um tempo, para ter uma seguran&ccedil;a maior porque se ele sair agora n&atilde;o d&aacute; nem tempo da gente ver o que vai fazer&quot;, conta.

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