Com estimativa de 11.540 novos casos em 2023, sendo 680 detectados na Bahia, a leucemia ocupa a 17ª colocação no ranking de casos de câncer mais frequente, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Quando descoberta precocemente, as chances de cura são maiores, se comparadas aos casos detectados em estágio avançado. Um simples exame de sangue pode ajudar nessa detecção.

“Quando se identifica precocemente alterações no hemograma e a doença é confirmada, através de outros exames específicos como o mielograma, e tratada logo no início, as chances de cura aumentam bastante”, explica a hematologista Luiza Cardoso, do Oncoclínicas.

Esse tipo de câncer, começa na medula óssea e se espalha para outras partes do corpo, e faz com que os glóbulos brancos (leucócitos) percam a função de defesa do organismo e passem a se reproduzir desordenadamente.

“Grande parte dos pacientes acometidos por tumores hematológicos não apresenta fatores de risco conhecidos modificáveis. Isso reforça a importância dos exames laboratoriais de rotina”, afirma a Luiza.

Apesar de ser um tipo de câncer com causas ainda pouco conhecidas, vários estudos apontam fatores que podem aumentar o risco para alguns tipos da doença: herança genética, tabagismo, exposição ambiental ao benzeno e à radiação ionizante, exposição a agrotóxicos e solventes e infecção por vírus de hepatite B e C.

Sintomas como perda de peso sem motivo aparente, palidez, cansaço, falta de energia, febre ou suores noturnos, aumento de gânglios, infecções persistentes ou recorrentes, hematomas, sangramentos sem causas aparentes e desconforto abdominal (por causa do aumento do baço e do fígado) devem ser investigados por um médico.

Tipos de leucemia

Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo que as quatro mais comuns são leucemia mieloide aguda, leucemia mieloide crônica, leucemia linfoide aguda e leucemia linfoide crônica.

A doença se instala de duas formas diferentes: crônica, que tem os sintomas mais brandos e evolui lentamente, ou aguda, que é mais agressiva, pois evolui e agrava-se de forma rápida e num curto intervalo de tempo.

Segundo o Inca, os quatro tipos de leucemia mais comuns têm as seguintes características:

Leucemia linfoide crônica: afeta células linfoides e se desenvolve de forma lenta. A maioria das pessoas diagnosticadas com esse tipo da doença tem mais de 55 anos. Raramente afeta crianças.

Leucemia mieloide crônica: afeta células mieloides e se desenvolve vagarosamente, a princípio. Acomete principalmente adultos.

Leucemia linfoide aguda: afeta células linfoides e agrava-se de maneira rápida. É o tipo mais comum em crianças pequenas, mas também ocorre em adultos.

Leucemia mieloide aguda: afeta as células mieloides e avança rapidamente. Ocorre tanto em adultos como em crianças, mas a incidência aumenta com o aumento da idade.

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O exame de sangue &eacute; um dos mais conhecidos, populares e f&aacute;ceis de fazer, e ajudam a detectar uma s&eacute;rie de doen&ccedil;as como diabetes, infec&ccedil;&otilde;es, HIV, avaliar os rins e o f&iacute;gado, por exemplo.

De acordo com uma pesquisa da Universidade de Newcastle, na Austr&aacute;lia, essa lista pode estar prestes a aumentar: segundo os cientistas, doen&ccedil;as psiqui&aacute;tricas tamb&eacute;m podem ser detectadas pelo exame de sangue.

Isso porque a equipe de pesquisadores descobriu uma rela&ccedil;&atilde;o entre a presen&ccedil;a de dist&uacute;rbios psiqui&aacute;tricos e alguns biomarcadores que podem ser identificados pelos exames de sangue tradicionais, o que pode ser um grande avan&ccedil;o no diagn&oacute;stico de transtornos mentais como depress&atilde;o, esquizofrenia e transtornos bipolares.

De acordo com os cientistas, h&aacute; &quot;fortes evid&ecirc;ncias de um efeito causal&quot; entre os transtornos psiqui&aacute;tricos e os biomarcadores encontrados pela pesquisa.

Apesar de ser uma importante descoberta para o diagn&oacute;stico e tratamento de doen&ccedil;as psiqui&aacute;tricas, j&aacute; haviam indicadores de que esses transtornos poderiam ser detectados por meio de exames de sangue.

Em 2020, o P&oacute;s - PhD em neuroci&ecirc;ncias luso-brasileiro, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, realizou um estudo que abordava o tratamento de doen&ccedil;as psiqui&aacute;tricas por meio de exames de sangue e/ou gen&eacute;ticos intitulado

&quot;Psicoconstru&ccedil;&atilde;o - A arquitetura da mente humana: da mem&oacute;ria, passando pela hip&oacute;fise protegida pelo esfen&oacute;ide, at&eacute; o eva mitocondrial&quot;.

No artigo, &eacute; defendido que transtornos psiqui&aacute;tricos deixam marcas no nosso organismo. Essas marcas s&atilde;o chamadas de biomarcadores, e eles se apresentam na forma de altera&ccedil;&otilde;es no RNA, moleculares ou bioqu&iacute;micas. Conseguir identificar essas marcas pode ajudar a identificar a presen&ccedil;a de transtornos mentais.

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